Primera versión facticia de Almeida Garrett. Notas del editor de RºPortTOM 2000:  -2a De dormir com Mariana - Beira Alta. -3a --Tal coisa não faças, filho, / que a não hás-de ganhar: // Mariana é mui sisuda, e não se deixa enganar.  - Beira Alta. --Não apostes, ó meu filho, / não te metas a apostar; // que Mariana é discreta, / não a podes enganar.   - Beira Baixa. -6 Vestiu trajos de donzela, / ao jardim foi passear.   - Beira Alta. -8a --Quem é aquela donzela / que além anda a passear?   - Beira Alta. --Quem bate à minha porta, / quem me vem importunar?  - Minho. -9a --Tecedeira sou, senhora, / de las areias do mar; // a teia tenho-a urdida, / a seda venho-a buscar!  -Trás os-Montes. -10a Falta da teia é o que aparece de menos na tecedura em desproporção com a urdidura. -11 --Essa falta eu a tenho, / mas não a posso dobar. // --Dobe-a já, minha senhora, / trate de a mandar dobar. - Beira Alta. -13a --Dilate-se, ó menina, / que ainda está por dobar; // donzelas pelo caminho / de noite parecem mal.  - Beira Baixa. -19a Lá por essa noite velha / Mariana de queixar.   - Minho. -22 --Aos sete para oito meses / se teu pai já reparar, // mandarás uma cartinha / a Dom Carlos de Além-Mar.  - Beira Alta -25b Seu pai que a estava a mirar, / --O que mira, senhor pai, / o que é que está a olhar? // --Eu miro-te, minha filha, / e olho no teu dezar. // --Este enchume, senhor pai, / é da saia mal trajar.  - Coimbra. --Que é isso, Mariana, / que te faz assim estar? // --Não é nada, senhor pai, / é a vasquinha mal talhada. - Porto. -29a Mandou logo vir dois xastres / cada um de sua casa, / disseram um para o outro: // --A vasquinha não tem nada, / e a menina está pejada.  - Porto. --Esta saia não tem nada; // ao fim de nove meses / ela será abaixada.  - Coimbra. -31a --Oh lá, oh lá, meus criados, / a lenha ao monte apanhar, // que amanhã por estas horas / vai Claralinda a queimar.  - Beira Baixa. --Confessa-te, ó Mariana, / trata de te confessar, // que hoje te ajuntam a lenha, / amanhã te hão-de queimar. - Beira Alta. -33a --Não se me dá que me queimem, / que me tornem a queimar.   - Coimbra. -35a --Não há por aí um pajem / que se doia do meu mal.  - Ponte de Lima. Quem me dera aqui um pajem,/ que me fora ao meu mandar, // que me levara esta carta / a Dom Claros, de pezar.  - Minho. -40 --Se ele estiver a dormir, / façam-no logo acordar, // se ele estiver a comer, / não o deixem acabar.   - Beira Baixa. --Se o achares a passear, / deixá-lo-ás assentar; // se o achares a dormir, / deixá-lo-ás acordar; // se o achares a jantar, / deixá-lo-ás alevantar. - Açores. --Se o achares a dormir, / deixá-lo-ás acordar; // se o achares acordado, / a carta lhe hás-de entregar. - Beira Alta. -41a --Novas lhe trago, senhor, / da sua amiga leal: // Dos sete para oito meses / seu pai a manda queimar.  - Beira Alta. A sua amada menina / amanhã vai a queimar. -Açores. --Menina com quem dormiu / vai amanhã a queimar. -Beira Baixa.  -46 Desgraçada Mariana / que te levam a queimar! // Mal estreado do teu ventre / que leva sangue real! - Beira Alta. Pouco me dá que a queimem / que a tornem a queimar; // dá-se-me, é do seu ventre / que é de sangue real. - Alentejo. -54a Vestiu-se em trajos de frade, / ao caminho a foi esperar; // em chegando ao pé dela / aos criados foi falar. - Beira Alta. -55a --Parem lá com a liteira, / e façam-na já parar, // Que a menina que aí levam / ainda vai por confessar. - Beira Baixa. --Oh da justiça d’el-rei, / alto lá, façam parar. - Coimbra. A menina que aí levais / ainda vai por confessar. - Beira Alta. --Diga-me, minha menina, / o porque vai a queimar? // --Porque dormi uma noite / com Dom Carlos de Além-Mar. - Beira Alta. -59a Diga-me, minha menina, / verdade me há-de falar; // se teve amores com clérigos / ou com frades, mal pesar. // --Não tive amores com clérigos / nem frades de mal pesar; // tive amores com Dom Carlos, / por isso vou a queimar. // --Pois Dom Carlos sou eu mesmo / e contigo hei-de casar. - Coimbra. Segundo esta lição de Coimbra acaba o romance aqui. -62a Que onde Claros pos a boca / não há-de pôr nenhum frade. - Beira Alta. Que onde o meu bem pos a boca - Évora. Não me há-de um frade beijar. - Ponte de Lima. Venha um frade bafejar. - Porto. -70a Pelo sorriso que dais. - Beira Baixa. -71a --Sim, senhora, sou Dom Carlos / que vos venho libertar. // Tomou-a logo nos braços / puseram-se a caminhar. // Correm dalém os criados e puseram-se agritar: // --Senhor padre, deixe a moça, / que a manda seu pai queimar. / --Pois vão dizer a seu pai / que a venha cá buscar; // que eu co’ este faim de prata / a alma lhe hei-de atravessar. - Beira Alta. --Eu Dom Claros, sou, menina, / sou Dom Claros de Além-Mar: // nas ancas do meu cavalo, /menina, haveis de montar. // Senhora das minhas quintas, rainha do meu caudal... // Agora dize a teu pai / que te venha cá buscar. - Trás-os-Montes. Nestas duas lições da Beira Alta e de Trás-os-Montes acaba respectivamente assim o romance.

 

Versão do Minho, Trás-os-Montes e Alto Douro, Beira Alta e Beira Baixa, Alentejo, Açores, Ponte de Lima, Porto, Coimbra e Évora. Braga (1867) edita apenas os versos assinalados por Garrett como sendo da Beira Alta. Correia (1987) e  Pinto-Correia 1994, editam a Garrett II (1851) e a versão elaborada a partir desta por Braga (1867). L.A.Costa Dias (1988) edita a partir do manuscrito depositado na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.