Pan-Hispanic Ballad Project

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0006:198 Muerte del príncipe don Juan (á-a)            (ficha no.: 2628)

Versión de Portugal s. l. (Portugal).   Documentada en o antes de 1853. Publicada en Almeida Garrett 1843; 1851; 1851, Vol. III, 32-35 y Almeida Garrett 1963, III, 47-49. Reeditada en Costa Fontes 1997b, Índice Temático (© HSA: HSMS), pp. 82-83, C5, tipo a y RºPortTOM 2000, vol. 1, nº 1, p. 133.  080 hemist.  Música registrada.

     Lá das bandas de Castela    triste nova era chegada:
  2   Dom João que vem doente,    mal pesar de sua amada.
     São chamados três doutores    dos que têm mais nomeada:
  4   que, se algum lhe desse vida    teria paga avultada.
     Chegaram os dois mais novos,    dizem que não era nada;
  6   por fim chega o mais velho,    diz com voz desenganada:
     --Tendes três horas de vida,    e uma está meia passada;
  8   essa é para o testamento:    deixar a alma encomendada.
     A outra é para os sacramentos,    que `inda é mais bem empregada.
  10   Na terceira as despedidas    da vossa dama adorada.
     Estando nestas conversas,    Dona Isabel que é chegada.
  12   Ergueu os olhos para ela    com a vista já turvada:
     --Ainda bem que vieste,    minha prenda desejada,
  14   que tanto queria ver-te    nesta hora minguada.
     --Tenho fé na Virgem santa,    nela venho confiada,
  16   que me há-de ouvir e salvar-te,    que o teu mal não será nada.
     --Oh! que se eu chegar a erguer-me,    minha rosa namorada,
  18   no vaso deste meu peito    p`ra sempre serás plantada,
     co`as bênçãos de um arcebispo    e de água benta regada,
  20   co`a estola da santa igreja    ao meu coração atada.
     Estando nestas conversas,    sua mãe que era chegada:
  22   --Que tens tu, filho querido    desta alma amargurada?
     --Tenho, mãe, que estou morrendo,    que esta vida está acabada,
  24   com só três horas por minhas,    e uma já meio passada.
     --Filho de minhas entranhas,    nesta hora minguada
  26   lembra-te se algo deves    a alguma dama honrada.
     --Minha mãe, que devo, devo...    E Deus não me peça nada!
  28   Dona Isabel, que em má hora,    por mim fica difamada.
     Mas deixo-lhe mil cruzados    para que seja casada.
  30   --A honra não se paga, filho;    mil cruzados não é nada.
     --Já lhe deixo mais duzentos    e a cruz da minha espada.
  32   --A honra não se paga, filho;    os cruzados não são nada.
     --Deixo-a a estes três doutores    muito bem encomendada;
  34   e a vós, minha mãe, vos peço    que a tenhais bem guardada.
     O que com ela casar    tem uma vila ganhada;
  36   o que lhe disser que não    tenha a cabeça cortada.
     --A honra não se paga, filho,    nem com terras é comprada:
  38   se a essa dama lhe queres,    não a deixes desonrada.
     --Pois fique esta mão já fria    na sua mão adorada:
  40   de Dom João é viúva,    condessa será chamada.

Nota: Con razón adiverte Fontes "Este final não concorda com a maioria das versões portuguesas, onde a amante, que permanece solteira, apenas se queixa da sua triste sorte. Não há dúvida de que a versão de Garrett foi bastante modificada."
Título original: MORTE DO PRÍNCIPE D. JOÃO (Á-A) (=SGA C14)
Nota de Ferré: "Versión facticia de Minho".

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0006:36 Muerte del príncipe don Juan (á-a)            (ficha no.: 2274)

Versión de Gimonde (c. Bragança, dist. Bragança, Trás-os-Montes e Alto Douro, Portugal).   Recitada por Ana Gouveia (62a). Recogida por Manuel da Costa Fontes y Maria-João Câmara Fontes, 20/07/1980 (Archivo: ASF; Colec.: Fontes TM 1980; cinta: AB569). Publicada en Costa Fontes 1987c, I, pp. 42-43, nº 67. Reeditada en Costa Fontes 1997b, Índice Temático (© HSA: HSMS), pp. 83-84, C5, tipo b.  058 hemist.  Música registrada.

     Tristes novas me vieram    lá do centro da Espanha:
  2   Qu` estava Dom João doente,    c` u~a doença na cama.
     Mandaram chamar três doutores    cada qual de sua banda;
  4   uns não le diziam nada,    mas outros davam a cura.
     Três horas le deram de vida    mas uma já vai passada;
  6   outra é p`ra Dom João    salvar a sua i-alma.
     `Tando ele nestas dores,    seu pai e sua mãe chegavam.
  8   --Deus te guarde, ó meu filho,    nessa cama bem deitado;
     se deves algu~a coisa    a algu~a moça honrada?
  10   --Devo-l` à Dona Isabel,    de mim fica embaraçada.
     --Adopta-a tu~ o meu filho,    p`ra que ela fique casada.
  12   --Eu dou dois mil réis    p`ra essa desgracada.
     --Isso é pouco, ó meu filho,    p`ra u~a moca honrada.
  14   --Eu dou outros duzentos    para a mesma desgrãada.--
     Estando eles nestas rezoes,    Dona Isabel chegava.
  16   --Que fazes, Dona Isabel,    retrato da minha i-alma?
     --Venho de pedir à Virgem    que t` alevantes dessa cama.
  18   --Se eu desta cama m` alevanto,    ó minha rosa encarnada
     vestira-te d` ouro fino    e de prata agaloada
  20   levara-t` eu à igreja,    fizera-te bem casada.
     --Nem quero o teu ouro fino    nem tua prata agaloada;
  22   só quero que me digas    a quem fico entregada.
     --A teu pai e a tua mae,    qu` os outros não te são llada.
  24   --Cortarei o meu cabelo    e cortarei a minha gala
     e agora fico no mundo    Dona Isabel desgracada.
  26   --Não cortes o teu cabelo,    não cortes a tua gala;
     agora ficas no mundo    viúva sem ser casada.
  28   Debaixo daquela parede    donde a i-água faz remanso
     que se te não deixasse nada    nem no céu tinha descanso.--

Variantes: 8a Que fazes ó.--l9a levara-te eu à igreja.--25b viúva sem ser casada.
Título original: MORTE DO PRÍNCIPE D. JOÃO (Á-A) (=SGA C14)

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0006:37 Muerte del príncipe don Juan (á-a)            (ficha no.: 2275)

Versión de Guadramil (c. Bragança, dist. Bragança, Trás-os-Montes e Alto Douro, Portugal).   Recitada por José Francisco Barrigão (67a). Recogida por Manuel da Costa Fontes y Maria-João Câmara Fontes, 18/07/1980 (Archivo: ASF; Colec.: Fontes TM 1980; cinta: 5B+107; 6A016J). Publicada en Costa Fontes 1987c, I, pp. 43-44, nº 68. Reeditada en Costa Fontes 1997b, Índice Temático (© HSA: HSMS), p. 84, C5, tipo c.  056 hemist.  Música registrada.

     Tristes novas, tristes nuevas,    que se cuentan por España:
  2   Que malito está don Juan,    que malito está en la cama.
     Siete doctores l` asisten,    de los mejores d` España;
  4   todos dicen en una voz:    --Don Juan, su mal no es nada.
     Uno (?) `taba por venir,    el mejor doctor del Traba (?).
  6   Le mandan tirar la lengua    para ver si la tiene tomada;
     trae el veneno en el dedo    y en la lengua se l` echara.
  8   --Tres horas tienes de vida    y hora y media vai passada.--
     Llegando nestas rezones,    su esposita le llegara.
  10   --¿Dónde vienes, mi esposita,    tan rendida, tan cansada?
     --Vengo de San Salvador,    de la iglesia de Santa Ana:
  12   Que te dea salud de prisa,    que te tire dessa cama.
     --Desta cama, mi esposita,    el lunes por la mañana
  14   unas tablas de pino    e unas sábanas d` holanda.
     Iba para l` igreja    mucha gente en mi compaña;
  16   yo me quedaré allá,    tú volverás a tu casa.
     Encontrarás las calles escuras    y las tus puertas cerradas
  18   y la justicia a la puerta,    pidiéndote la fianza.
     No hallarás quien te fie    ni tampoco que más nada;
  20   que te fie el rey mi padre,    que a él te dejo encargada.
     Padre, déle lo que le di,    por Dios no le quitéis nada;
  22   tampoco un anillo de oro    que le di de namorada.--
     Estando en estas rezones,    en el suelo cae desmaiada;
  24   ni con vino, ni con agua,    no pudieron rescatarla.
     Tiran un niño del cueroo,    parece un roble de prata;
  26   lo llevaron a su padre    a que la bandición l` echara.
     --La bendición de Dios, hijo,    la bendición de Dios vaya;
     28 tu madre ya está muerta    y tu padre expirado estaba.--
Antes de começar a gravação, o Sr. Barrigão explica: --Eu só sei-o em espanhol.
Título original: MORTE DO PRÍNCIPE D. JOÃO (Á-A) (=SGA C14)

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