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0110:53 La Condesita (á) (ficha no.: 2673)
Versión de Poiares (c. Freixo de Espada-à-Cinta, dist. Bragança, Trás-os-Montes e Alto Douro, Portugal). Documentada en o antes de 1902. Publicada en Tavares 1903-1905, 98 y Tavares 1906, 320-321. Reeditada en RGP III 1909, (y Braga 1985) 357-359; Chaves 1948, 362-364; RTLH 4 (1970), 169-171 y Costa Fontes 1997b, Índice Temático (© HSA: HSMS), p. 134, I8; Rom.PortTOM 2000, vol. 2, n.º. 493, pp. 174-175. 089 hemist. Música registrada. |
Declarou-se uma guerra entre França e Portugal; | |
2 | convidaram conde Flores p`ra capitão-general. |
--Por quantos anos vais, conde, conde, por quantos vais? | |
4 | --Vou por sete, minha condessa, vou por sete, nada mais; |
se òs oito não vier condessa, podes casar.-- | |
6 | Já os oito eram passados e os nove iam a andar. |
Uma manhã de Páscoa o pai a mandara chamar. | |
8 | --Que me quereis, meu pai, meu pai, que me quereis dar? |
--Nada te quero dar, filha; se te queres casar? | |
10 | --Não, por certo, meu pai, não, por certo, em verdade, |
que me deu na cabeça que é vivo o conde Dom Blás. | |
12 | Deite-me a sua benção, que o quero ir procurar. |
--A minha benção te deito, mais a soledade (?); | |
14 | vai a tua mãe que ta deite, a ver se vale mais.-- |
Foi-se para sua casa, saltou a desnudar-se. | |
16 | Vestiu-se de peregrina e foi-se a peregrinar. |
Sete anos andou por terra e outros sete no mar. | |
18 | À entrada de Barcelones se pusera a merendar; |
viu vir um rapazito c` uns cavalos a passear. | |
20 | --Dize-me aqui, ó rapazito, não me negues a verdade: |
de quem são esses cavalos, que os conheço por sinal? | |
22 | --Esses cavalos, senhora, são do conde Dom Blás; |
hoje se alegram as bodas, e amanhã se vai casar. | |
24 | --Pois dize-me aqui, ó rapazito, não me negues a verdade: |
onde mora esse senhor, onde mora, onde está?-- | |
26 | Indo toda a rua adiante não lhe pudera falar. |
Sete voltas ao palácio sem olhar por onde entrar; | |
28 | ao cabo de sete voltas numa ventana o viu estar. |
--Dai-me uma esmola, bom conde, dai-me, por necessidade! | |
30 | --Pois perdoa, peregrina, que não tenho que te dar. |
--Algum dia, bom conde, algumas tinhas que me dar. | |
32 | --Pois donde é a peregrina, de que terra, ou de que cidade? |
--Sou de França, meu senhor, um pouquito mais acá. | |
34 | --Dize-me, ó peregrina, que se conta por aí lá? |
--Por aí lá nada se conta. Senhor conde Dom Blás | |
36 | deixou sua mulher só, sua mulher o anda a buscar.-- |
Mete a mão ao seu bolso, um real de ouro lhe dá. | |
38 | Ela prometeu ao seu, levantar o benairá. |
--Esse vrilá era meu, me custou uno siodá. | |
40 | --Como pode ser, senhor conde, como pode ser verdade? |
Deu-mo meu marido quando nos fomos casar. | |
42 | --Fique com Deus o palácio e a gente que nele está, |
e Aninhas fica borrada [. . . . . . . . . . . .] | |
44 | de abraços e beijinhos; não a posso remediar. |
Se minha mulher fosse má, não na vinha procurar.-- |
-39b siodá sic (Nota de Tavares: Una ciudad? )
Título original: I8. O CONDE SOL (Á) (=SGA I7) |