Pan-Hispanic Ballad Project

Total: 13


0113:68 Señas del esposo (í+é-a+á)            (ficha no.: 2664)

Versión de Portugal s. l. (Portugal).   Documentada en o antes de 1879. Publicada en Coelho 1879, "Romances", p. 63. Reeditada en Costa Fontes 1997b, Índice Temático (© HSA: HSMS), pp. 126-127, I2.  046 hemist.  Música registrada.

     --Pinheirinho, pinheirinho,    pinheirinho tão gentil,
  2   quantas aves há no céu,    todas vêm falar a ti.
     Nenhuma traz notícia    dum amor que eu já perdi.
     . . . . . . . . . . . . . . . . . . .    . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
  4   --Quanto déreis vós, senhora,    a quem vo-lo trouxera aqui?
     --Dera ouro, dera prata,    que dele ficou em mim.
  6   --Quanto déreis vós, senhora,    a quem aqui vo-lo trouxera?
     --Dera ouro, dera prata,    dera tudo que tivera.
  8   --Quanto davas mais, senhora,    a quem vo-lo aqui trouxera?
     --De três filhas que eu tenho,    lhe daria a mais gentil.
  10   --As vossas filhas, senhora,    não me servem para mim.
     --Uma tem cabelos d` ouro,    outra dentes de marfim,
  12   outra trabalha na seda,    cobre-a, triste de mim.
     --Quanto deras mais, senhora,    a quem vo-lo aqui trouxera?
  14   --Dera-lhe um cavalo branco    para ele passear.
     --O cavalo branco, senhora,    eu não o sei passear;
  16   só queria ter consigo    um passatempo real.
     --Cale-se lá, ó magano,    que o não mande partir;
  18   a uma triste viúva    o corpo lhe vem pedir.
     --Lembra-se você, senhora,    quando eu a recebi,
  20   lá no campo de Sant`Ana,    testemunhas oito mil?
     --Se tu é-lo meu marido,    não me estejas a mortificar;
  22   a vossa filha mais velha    tem-me feito mil zombar.
     --A vossa filha mais velha    eu a mandarei degolar.--

Nota del editor: V. também I5. Regresso do Marido (í-o)[= Señas del esposo (í-a)]. I1-I6 corresponden--todos ellos--a Señas del esposo [0113] en sus varias asonancias y formulaciones.
Título original: REGRESSO DO MARIDO (Í) (=SGA I1)

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0113:265 Señas del esposo (á-a+í)            (ficha no.: 6295)

Versión de Rapa (c. Celorico da Beira, dist. Guarda, Beira Alta, Portugal).   Documentada en o antes de 1911. Publicada en Furtado de Mendonça 1911, 9-11. Reeditada en Chaves 1943b, 91 e 93-95; Costa Fontes 1997, 125-126 y RºPortTOM 2001, vol. 2, nº 392, 76-77. © Fundação Calouste Gulbenkian.  085 hemist.  Música no registrada.

     Estando a Bela Infanta    no seu jardim assentada,
  2   c` um pente d` ouro na mão    seu cabelo penteava.
     Deitou os olhos ao mar,    viu vir uma linda armada,
  4   capitão que nela vinha,    oh, que tão bem a guiava!
     --Vistes vós lá meu marido,    viste-lo vós lá na armada?
  6   --Nem o vi, nem o conheço,    dai-me os sinais que levava.
     --Levava cavalo branco,    a sobre-sela dourada.
  8   --Pelos sinais que vós dais,    na armada d`el-rei ficava,
     ao pé duns álamos verdes,    com a cabeça cortada.
  10   --Ai de mim, triste viúva!    Que será de mim coitada?
     De três filhas que eu tenho    sem nenhuma ser casada!
  12   --Quanto dais vós, ó senhora,    a quem vo-lo traz aqui?
     --Dera ouro, dera prata    e quanto tivera em mim.
  14   --Não quero a vossa prata,    que me não convém a mim,
     sou soldado, vou p`r`à guerra    não assisto por aqui.
  16   Quanto dais mais, ó senhora,    a quem vo-lo traz aqui?
     --As telhas do meu telhado    que são d` oiro e marfim.
  18   --Não quero as vossas telhas,    que me não convém a mim,
     sou soldado, vou p`r`à guerra,    não assisto por aqui.
  20   Quanto dais mais, ó senhora,    a quem vo-lo traz aqui?
     --Os três moinhos que eu tenho    todos três tos dera a ti,
  22   um que mói o trigo sacho,    outro o trigo d` anafil,
     outro que mói a pimenta    para o conde de Madrid.
  24   --Não quero vossos moinhos,    que me não convém a mim,
     sou soldado, vou p`r`à guerra,    não assisto por aqui.
  26   Quanto dareis mais, senhora,    a quem vo-lo traz aqui?
     --As três filhas que eu tenho    todas três tas dera a ti,
  28   uma para te calçar,    outra para te vestir,
     a mais formosa de todas    para contigo dormir.
  30   --Não quero as vossas filhas,    que me não convém a mim,
     sou capitão, vou p`r`à guerra,    não assisto por aqui.
  32   Quanto dareis mais, senhora,    a quem vo-lo traz aqui?
     --Não tenho mais que vos dar,    nem vós mais que me pedir.
  34   --Esse corpinho bem feito    uma noite ao pé de mim.
     --Cavaleiro que tal pede,    que tal se atreve a pedir,
  36   merecia azorragado    à roda do meu jardim,
     Ala, ala, meus criados!    [. . . . . . . . . . . . . . . . . . .]
  38   ao rabo do meu cavalo,    à roda do meu jardim.
     --Não chameis vossos criados,    que também o são de mim.
  40   Meu anel de sete pedras    que eu contigo reparti?
     Mostra-me a tua ametade    que a minha vêde-la aqui.
  42   --Se tu eras meu marido,    porque falavas assim?
     --É que eu `stava a ver se amavas    a outro mais do que a mim.--

Variantes: -28 Uma para te vestir, outra para te calçar, -29 e a mais formosa de todas para contigo casar.
Nota del editor de Rº PortTOM 2000: Chaves 1943b, edita parcialmente esta versão.

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0113:67 Señas del esposo (á-a+í)            (ficha no.: 2663)

Versión de Beira Baixa s. l. (dist. Castelo Branco, Beira Baixa, Portugal).   Documentada en o antes de 1911. Publicada en Furtado de Mendonça 1911, "Beira Baixa", pp. 9-11. Reeditada en Costa Fontes 1997b, Índice Temático (© HSA: HSMS), pp. 125-126, I1.  086 hemist.  Música registrada.

     Estando a bela infanta    no seu jardim assentada,
  2   c` um pente d` ouro na mão    seu cabelo penteava.
     Deitou os olhos ao mar,    viu vir uma linda armada;
  4   capitão que nela vinha,    oh que tão bem a guiava!
     --Vistes vós lá meu marido,    víste-lo vós lá na armada?
  6   --Nem o vi nem o conheço,    dai-me os sinais que levava.
     --Levava cavalo branco,    a sobre-sela dourada.
  8   --Pelos sinais que vós dais    na armada d`el-rei ficava,
     ao pé duns álamos verdes    com a cabeça cortada.
  10   --Ai de mim, triste viúva,    que será de mim, coitada!
     De três filhas que eu tenho,    sem nenhuma ser casada!
  12   --Quanto dais vós, ó senhora,    a quem vo-lo traz aqui?
     --Dera ouro, dera prata,    e quanto tivera em mim.
  14   --Não quero a vossa prata,    que me não convém a mim;
     sou soldado, vou p`r`à guerra,    não assisto por aqui.
  16   Quanto dais mais, ó senhora,    a quem vo-lo traz aqui?
     --As telhas do meu telhado,    que são d` oiro e marfim.
  18   --Não quero as vossas telhas,    que me não convêm a mim;
     sou soldado, vou p`r`à guerra,    não assisto por aqui.
  20   Quanto dais mais, ó senhora,    a quem vo-lo traz aqui?
     --Os três moinhos que eu tenho,    todos três tos dera a ti:
  22   um que mói o trigo sacho,    outro o trigo d` anafil,
     outro que mói a pimenta    para o conde de Madrid.
  24   --Não quero vossos moinhos,    que me não convêm a mim;
     sou soldado, vou p`r`à guerra,    não assisto por aqui.
  26   Quanto dareis mais, senhora,    a quem vo-lo traz aqui?
     --As três filhas que eu tenho    todas três tas dera a ti:
  28   uma para te calçar,    outra para te vestir,
     a mais formosa de todas    para contigo dormir.
  30   --Não quero as vossas filhas,    que me não convêm a mim;
     sou capitão, vou p`r`à guerra,    não assisto por aqui.
  32   Quanto dareis mais, senhora,    a quem vo-lo traz aqui?
     --Não tenho mais que vos dar,    nem vós mais que me pedir.
  34   --Esse corpinho bem feito    uma noite ao pé de mim.
     --Cavaleiro que tal pede,    que tal se atreve a pedir,
  36   merecia azogarrado    à roda do meu jardim.
     Ala, ala, meus criados:    [. . . . . . . . . . . .]
  38   ao rabo do meu cavalo,    à roda do meu jardim.
     --Não chameis vossos criados,    que também o são de mim.
  40   Meu anel de sete pedras    que eu contigo reparti?
     Mostra-me a tua ametade,    que a minha vêde-la aqui.
  42   --Se tu eras meu marido,    porque falavas assim?
     --É que eu `stava a ver se amavas    a outro mais do que a mim.--

Título original: BELA INFANTA (POLIAS.)

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0113:231 Señas del esposo (í+é-a+á)            (ficha no.: 6261)

Versión de Celorico de Basto (c. Celorico de Basto, dist. Braga, Minho, Portugal).   Documentada en o antes de 1879. Publicada en Coelho 1879, 63. Reeditada en Braga 1883, 143-144; RGP I 1906, (reed. facs. 1882) 39-40; Coelho 1993, 117-118; Costa Fontes 1997, 126-127 y RºPortTOM 2001, vol. 2, nº 358, pp. 41-42. © Fundação Calouste Gulbenkian.  046 hemist.  Música no registrada.

     --Pinheirinho, pinheirinho,    pinheirinho tão gentil,
  2   quantas aves há no céu    todas vêm falar a ti.
     Nenhuma traz notícia    dum amor que eu já perdi.
  4   --Quanto déreis vós, senhora,    a quem vo-lo trouxera aqui?
     --Dera ouro, dera prata,    que dele ficou em mim.
  6   --Quanto déreis vós, senhora,    a quem aqui vo-lo trouxera?
     --Dera ouro, dera prata,    dera tudo que tivera.
  8   --Quanto davas mais, senhora,    a quem vo-lo aqui trouxera?
     --De três filhas que eu tenho    lhe daria a mais gentil.
  10   --As vossas filhas, senhora,    não me servem para mim.
     --Uma tem cabelos d` ouro,    outra dentes de marfim,
  12   outra trabalha na seda,    cobre-a, triste de mim.
     --Quanto deras mais, senhora,    a quem vo-lo aqui trouxera?
  14   --Dera-lhe um cavalo branco,    para ele passear.
     --O cavalo branco, senhora,    eu não o sei passear,
  16   só queria ter consigo,    um passatempo real.
     --Cale-se lá, ó magano,    que o não mande partir!
  18   A uma triste viúva,    o corpo lhe vem pedir!
     --Lembra-se, você, senhora,    quando eu a recebi,
  20   lá no campo de Sant` Ana,    testemunhas oito mil?
     --Se tu é` lo meu marido,    não me estejas a mortificar,
  22   a vossa filha mais velha    tem-me feito mil zombar.
     --A vossa filha mais velha    eu a mandarei degolar.--

Nota del editor de Rº PortTOM 2000: -22b feito mil (sic): Coelho (1879) inserta os parêntesis.
Título original Bela Infanta.

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0113:69 Señas del esposo (é)            (ficha no.: 2665)

Versión de Vinhais s. l. (c. Vinhais, dist. Bragança, Trás-os-Montes e Alto Douro, Portugal).   Documentada en o antes de 1928. Publicada en Martins 1928, II, 51-53. Reeditada en Costa Fontes 1997b, Índice Temático (© HSA: HSMS), pp. 128-129, I3, tipo a.  046 hemist.  Música registrada.

     --Diga-me lá, senhor soldado,    que há servido o rei,
  2   se me há visto o meu marido    pela guerra alguma vez.
     --Se o hei visto não me acordo,    deia-me a senhora as sinas dele.
  4   --Meu marido é gente nobre,    gente nobre, aragonês,
     chapéu à chincharra,    me parece um francês.
  6   As meias são de seda,    sapato a baionês,
     os estribos são de prata,    aonde metia os pés.
  8   Anda num cavalo branco,    que lo ganhou ao inglês.
     --Esse soldado, senhora,    de meu regimento é;
  10   já há três dias que é morto    lá em terra de Lairés.
     As cartas vêm dizendo    que eu me case com a senhora.
  12   --Não permita Deus do céu    nem tão-pouco San Andrês,
     que gente de minha geração    volte a casar segunda vez.
  14   Três filhas que dele tenho    também las despenderei:
     Dona Joana é salada,    de perfeito estado é;
  16   Dona Isabel casada    com el conde ou el marquês.
     A mais chiquitinha delas    para mim a deixarei,
  18   que me lave, que me peine,    que me faça de comer,
     que me leve pela mão    a casa dum coronel.
  20   --Essas alfas, senhora,    não nas olvidarei;
     cantam-nas os egitanos,    caminho d` aragonês.
  22   --Oh mal o haja o luto preto    e o tear que o tecer,
     que me faz andar de luito    sem no meu marido morrer.--

Título original: REGRESSO DO MARIDO (É) (=SGA I2)

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0113:70 Señas del esposo (é)            (ficha no.: 2666)

Versión de Constantim (c. Miranda do Douro, dist. Bragança, Trás-os-Montes e Alto Douro, Portugal).   Recitada por Isabel Maria Campos (58a). Recogida por Manuel da Costa Fontes y Maria-João Câmara Fontes, 27/07/1980 (Archivo: ASF; Colec.: Fontes TM 1980; cinta: 12B250). Publicada en Costa Fontes 1987c, I, pp. 98, nº 135. Reeditada en Costa Fontes 1997b, Índice Temático (© HSA: HSMS), p. 129, I3, tipo b.  048 hemist.  Música registrada.

     Catalina estaba sentadita,    sentada debajo laurel,
  2   con los pies en la frescura,    viendo las aguas correr.
     Ha pasado un soldadito,    un soldadito del rey.
  4   --Buenas tardes, Catalina.    --Muy buenas las tenga usted;
     ¿no ha visto a mi marido    por la guerra alguna vez?
  6   --Se lo he visto, Catalina,    yo no me acuerdo d`él;
     dime las señas que tiene    para te dar señas d`él.
  8   --Mi marido es un bom moço    peinado a l` aragonés;
     en la mitad de la espada    trae un pañuelo bordés
  10   que lo bordé yo de niña,    siendo niña lo bordé.
     --Con las señas que me das,    tu marido muerto es,
  12   y trago `n` el testamiento    de me casar con usted.
     --No lo quiera Dios del cielo,    ni la Virgen Santa Inés;
  14   siete i-años l` había aguardado,    otros siete aguardaré.
     Si a los catorce no viene,    de monja me meteré.
  16   --Y esos tres hijos que tienes,    blanca flor, ¿qué les quieres hacer?
     --Uno lo meto de fraile,    otro lo enseño a leer,
  18   otro lo doy a mis padres    para que se sirvan d`él.
     Si es preciso ir a la guerra,    si es preciso, vaya él;
  20   si es que allí murió su padre,    si es preciso, muera él.
     --Alza los ojos, paloma,    se me quieres conocer:
  22   mira el cabellito rubio    peinado a l` aragonés.
     Se mucho te quiero, paloma,    más te debía querer,
  24   que me has guardado la honra,    la vergüenza y el querer.--

Título original: REGRESSO DO MARIDO (É) Con transcripción musical. (=SGA I2)

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0113:71 Señas del esposo (é-a)            (ficha no.: 2667)

Versión de Vinhais s. l. (c. Vinhais, dist. Bragança, Trás-os-Montes e Alto Douro, Portugal).   Documentada en o antes de 1928. Publicada en Martins 1928, I, 216-17. Reeditada en Costa Fontes 1997b, Índice Temático (© HSA: HSMS), pp. 129-130, I4, tipo a.  040 hemist.  Música registrada.

     Estando eu à minha porta    cosendo, lavrando seda,
  2   vira vir um cavaleiro    naquela Serra Morena.
     Atrevi-me e procurei-le:    --Soldadinho, vindes da guerra?
  4   --A senhora, que o procura,    é porque alguém traz nela.
     --Trago lá o meu marido,    há sete anos que anda nela.
  6   --Dai-me uma sina, senhora,    qu` eu vos direi se lá queda.
     --O cavalo era branco    e a sela verde e amarela.
  8   --Dai-me outra sina, senhora,    qu` eu vos direi se lá queda.
     --O cabelo era louro    e a cara duma donzela.
  10   --Dai-me outra sina, senhora,    qu` eu vos direi se lá queda.
     --Os dedos tinha delgados    e os dentes da pura neve.
  12   --Esse soldado, senhora,    morto ficava na guerra.
     --Mal o hajas, cavaleiro,    mais as novas que me trouxeras.
  14   Vou-me já vestir de luto,    eu e as filhas mais velhas,
     vou-lhe fazer bem por alma,    que ele mesmo por mim fizera.
  16   --Volte cá, minha senhora,    que seu marido eu era.
     --Se tu era-lo meu marido,    porque me causas guerra?
  18   --É porque eu queria saber    quem deixara nesta terra,
     pois o brio das mulheres    anda de terra em terra:
  20   é como o copo de vidro,    com qualquer tope quebra.--

Título original: I4. REGRESSO DO MARIDO (É-A).

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0113:72 Señas del esposo (é-a)            (ficha no.: 2668)

Versión de Vinhais s. l. (c. Vinhais, dist. Bragança, Trás-os-Montes e Alto Douro, Portugal).   Documentada en o antes de 1928. Publicada en Martins 1928, I, 212-13. Reeditada en Costa Fontes 1997b, Índice Temático (© HSA: HSMS), p. 130, I4, tipo b.  028 hemist.  Música registrada.

     --Porque não cantas, Helena,    à sombra de maçanela?
  2   --Como cantarei eu, triste,    como cantarei, malvela,
     se meu pai já era morto,    meu marido anda na guerra?
  4   --Quanto davas, ó Helena,    a quem novas dele te dera?
     --De três moendas qu` eu tenho,    a escolher nelas t` eu dera.
  6   --Quando davas mais, Helena,    a quem novas dele te dera?
     --Eu dava-te uma bacada    que trago naquela serra.
  8   --Quanto davas mais, Helena,    a quem novas dele te dera?
     --Eu de três filhas que tenho,    uma delas te eu dera.
  10   --Quanto davas mais, Helena,    a quem novas dele te dera?
     --Não tenho mais que vos dar    nem vós mais que me pedir.
  12   --Pois anda cá, minha senhora,    que teu marido este era.
     --Se vós sois o meu marido,    p`ra que me dais tanta guerra?
  14   --É porque eu queria saber    quem deixara nesta terra.--

Título original: I4. REGRESSO DO MARIDO (É-A)

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0113:73 Señas del esposo (é-a+í-o)            (ficha no.: 2669)

Versión de Guadramil (c. Bragança, dist. Bragança, Trás-os-Montes e Alto Douro, Portugal).   Recitada por Abílio Augusto Nunes (79a). Recogida en Rio de Onor por Manuel da Costa Fontes y Maria-João Câmara Fontes, 16/07/1980 (Archivo: ASF; Colec.: Fontes TM 1980; cinta: 2A068). Publicada en Costa Fontes 1987c, I, pp. 115-116, nº 152. Reeditada en Costa Fontes 1997b, Índice Temático (© HSA: HSMS), p. 130, I4, tipo c.  035 hemist.  Música registrada.

     Estando yo a la mi puerta    cosiendo y labrando seda,
  2   vi venir un caballero    nessa gran Sierra Morena.
     Lo llamé y le dije    si venía de la guerra.
  4   --De la guerra, sí, señora,    siete años vai q`ando `n` ella.
     --Y otros tantos vai mi marido,    ni carta ni respuesta cierta.
  6   --¿Y qué señas tenía su marido?    ¿Qué señas tenía en la guerra?
     --Mi marido era alto y rubio    y derecho como una vela,
  8   tiene un caballito branco    y la silla dorada y negra.
     --Por las señas que va dando,    su marido muerto era.
    
Era ele, o marido, qu` estava a falar com ela. Mas ela já não o conhecia. Vinha com barba, desfigurado.
  10   --¿Cuánto diera la señora    a quien vivo se lo vuelva?
     --Le daré mis navíos    cargaditos d` oro y plata,
  12   le daré cien molinos    que tengo en la mi ribera.
     --Más ha de dar la señora,    que más vale su marido.
  14   --Pues le daré cien mulas    y con ellas son burriquillos.
     --Más ha de dar la señora,    que más vale su marido.
  16   --Le daré cien caballos    y con ellos son bon potrillos.
     --Más ha de dar la señora,    que más vale su marido;
  18   y qu` ha de dar su cuerpo.--    [. . . . . . . . . . . .]
    
(E mesmo abraçou-a e beijou-a, qu` era ele. Vinha desfigurado, com barbas, lá da guerra. E a depois era o própio marido qu` estava a falar com ela. Era p`a ver se le tinha carinho.

Título original: I4. REGRESSO DO MARIDO (É-A)

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0113:74 Señas del esposo (í-o)            (ficha no.: 2670)

Versión de Guadramil (c. Bragança, dist. Bragança, Trás-os-Montes e Alto Douro, Portugal).   Recitada por Abílio Augusto Nunes (79a). Recogida en Rio de Onor por Samuel G. Armistead, 17/07/1980 (Archivo: FLSJ; Colec.: Armistead-Silverman). Publicada en Cº T T-O-M 1997, 8c, vv. 12-17. Reeditada en Costa Fontes 1997b, Índice Temático (© HSA: HSMS), pp. 131-132, I5.  012 hemist.  Música registrada.

     --Más ha de dar la señora,    que más vale su marido.
  2   --Pues le daré las cien yeguas,    con ellas um bom potrillo.
     --Más ha de dar la señora,    que más vale su marido.
  4   --Yo de daré cien potros    y con ellos um bom potrillo.
     --Su marido soy yo;    estoy desconocido
  6   porque tengo barba comprida,    y no me has conocido.--

Nota del editor: O romance em í-o relaciona-se geneticamente com I2. Regresso do Marido (í). I1-I6 corresponden--todos ellos--a Señas del esposo [0113] en sus varias asonancias y formulaciones.
Título original: I5. REGRESSO DO MARIDO (Í-O)

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0113:222 Señas del esposo (é-a)            (ficha no.: 6252)

Versión de Vinhais (c. Vinhais, dist. Bragança, Trás-os-Montes e Alto Douro, Portugal).   Documentada en o antes de 1928. Publicada en Martins 1928, (Martins 1987) 212-213. Reeditada en Costa Fontes 1997, 130 y RºPortTOM 2001, vol. 2, nº 349, pp. 33-34. © Fundação Calouste Gulbenkian.  028 hemist.  Música no registrada.

     --Porque não cantas, Helena,    à sombra de maçanela?
  2   --Como cantarei eu triste,    como cantarei malvela?
     Se meu pai já era morto,    meu marido anda na guerra.
  4   --Quanto davas, ó Helena,    a quem novas dele te dera?
     --De três moendas qu` eu tenho    a escolher nelas t` eu dera.
  6   --Quanto davas mais, Helena,    a quem novas dele te dera?
     --Eu dava-te uma bacada    que trago naquela serra.
  8   --Quanto davas mais, Helena,    a quem novas dele te dera?
     --Eu de três filhas que tenho,    uma delas te eu dera
  10   --Quanto davas mais, Helena,    a quem novas dele te dera?
     --Não tenho mais que vos dar    nem vós mais que me pedir.
  12   --Pois anda cá, minha senhora,    que teu marido este era.
     --Se vós sois o meu marido,    p`ra que me dais tanta guerra?
  14   --É porque eu queria saber    quem deixara nesta terra.--

Título original Bela Infanta.

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0113:223 Señas del esposo (é-a)            (ficha no.: 6253)

Versión de Vinhais (c. Vinhais, dist. Bragança, Trás-os-Montes e Alto Douro, Portugal).   Documentada en o antes de 1928. Publicada en Martins 1928, (Martins 1987) 216-217. Reeditada en Lima - Carneiro 194?, 65-66; Lima - Carneiro 1984, 84-85; Costa Fontes 1997, 129-130 y RºPortTOM 2001, vol. 2, nº 350, p. 34. © Fundação Calouste Gulbenkian.  040 hemist.  Música no registrada.

     Estando eu à minha porta,    cosendo, lavrando seda,
  2   vira vir um cavaleiro    naquela Serra Morena.
     Atrevi-me e procurei-le:    --Soldadinho, vindes da guerra?
  4   --A senhora que o procura    é porque alguém traz nela.
     --Trago lá o meu marido    há sete anos que anda nela!
  6   --Dai-me uma sina, senhora,    qu` eu vos direi se lá queda.
     --O cavalo era branco    e a sela verde e amarela.
  8   --Dai-me outra sina, senhora,    qu` eu vos direi se lá queda.
     --O cabelo era louro    e a cara duma donzela.
  10   --Dai-me outra sina, senhora,    qu` eu vos direi se lá queda.
     --Os dedos tinha delgados    e os dentes da pura neve.
  12   --Esse soldado, senhora,    morto ficava na guerra.
     --Malo hajas, cavaleiro,    mais as novas que trouxeras,
  14   vou-me já vestir de luto,    eu e as filhas mais velhas,
     vou-lhe fazer bem por alma,    que ele mesmo por mim fizera.
  16   --Volte cá, minha senhora,    que seu marido eu era.
     --Se tu era-lo meu marido,    porque me causas guerra?
  18   --É porque eu queria saber    quem deixara nesta terra,
     pois o brio das mulheres    anda de terra em terra
  20   é como o copo de vidro,    com qualquer tope quebra.--

Título original Bela Infanta.

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0113:225 Señas del esposo (é)            (ficha no.: 6255)

Versión de Vinhais (c. Vinhais, dist. Bragança, Trás-os-Montes e Alto Douro, Portugal).   Documentada en o antes de 1938. Publicada en Martins 1938, (y Martins 1987) 51-53. Reeditada en Costa Fontes 1997, 127-128 y RºPortTOM 2001, vol. 2, nº 352, pp. 35-36. © Fundação Calouste Gulbenkian.  046 hemist.  Música no registrada.

     --Diga-me lá, senhor soldado,    que há servido o rei,
  2   se me há visto o meu marido    pela guerra alguma vez.
     --Se o hei visto não me acordo,    deia-me a senhora as sinas dele.
  4   --Meu marido é gente nobre,    gente nobre aragonês,
     chapéu à chincharra,    me parece um francês,
  6   as meias são de seda,    sapato à baionês,
     os estribos são de prata,    aonde metia os pés.
  8   Anda num cavalo branco    que lo ganhou ao inglês.
     --Esse soldado, senhora,    de meu regimento é.
  10   Já há três dias que é morto    lá em terras de Lairés.
     As cartas vem dizendo    que eu me case com a senhora.
  12   --Não premita Deus do céu,    nem tão pouco San Andrés,
     que gente de minha geração    volte a casar segunda vez.
  14   Três filhas que dele tenho,    também las despenderei:
     dona Joana é salada,    de perfeito estado é,
  16   dona Isabel casada    com el conde ou el marquês.
     A mais chiquitinha delas    para mim a deixarei,
  18   que me lave, que me peine,    que me faça de comer,
     que me leve pela mão    a casa dum coronel.
  20   --Essas alfas, senhora,    não nas olvidarei,
     cantam-nas os egitanos,    caminho d` aragonês.
  22   --O malo haja o luto preto    e o tear que o tecer,
     que me faz andar de luito    sem no meu marido morrer.--

Título original Bela Infanta.

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