Pan-Hispanic Ballad Project
Total: 148
0159:49 Conde Claros en hábito de fraile (á-a+á) (ficha no.: 5798)
Versión de Alagoas s. l. (Alagoas, Brasil).
Recogida antes de 1965 (fecha deducida) (Colec.: Vilela). Publicada en Vilela 1983, nº 2.1, p. 47. 054 hemist. Música no registrada. |
|
|
--O que é que tem, Dona Branca, que de cor estais demudada? |
2 |
--Foi água fria, rei me(u) pai, que tomei de madrugada.-- |
|
--Mandei chamar dois doutores para Dona Branca receitar. |
4 |
Um pegou no pulso, o outro pegou a mirar. |
|
No mesmo instante disseram --Dona Branca está peijada. |
6 |
--Sai-te daqui, bela enfante, desgraçada . . . . . . . . . . . . |
|
filha que envergonha ao pai merece ser queimada |
8 |
com doze carros de lenha eu mesmo ia ajuntá-los. |
|
--Se tivesse o meu criado que ouvisse o meu mandado, |
10 |
eu escrevia uma carta para o Carlos de Monte-Erval. |
|
--Fazei a carta, senhora, que eu mesmo irei levar; |
12 |
viagem de quinze dias eu fazerei num jantar.-- |
|
Dão Carlos pegou na carta, pegou a ler e chorar; |
14 |
dava suspiros e ais que só faltava expirar. |
|
A c`ròa mandou abrir e a barba mandou raspar; |
16 |
vestiu-se em trajo de padre para poder viajar. |
|
Vinte e cinco cavalheiros para com ele viajar. |
18 |
Quando chegaram na rua a enfante ia se queimar. |
|
--Espera, minha justiça, minha justiça real, |
20 |
essa enfante que se queima ainda quer se confessar. |
|
Essa criança que leva ainda vai se batisar.-- |
22 |
No primeiro mandamento, um beijinho quis lhe dar. |
|
--Sai daqui seu padre, ô meu padre espiritual. |
24 |
Boca que Dão Carlos beija não é para padre beijar.-- |
|
No segundo mandamento, um abraço quis lhe dar. |
26 |
--Sai daqui seu padre, meu padre espiritual. |
|
Corpo que Dão Carlos abraça não é pra padre abraçar.-- |
| |
Título original: Dona Branca.
|
Go Back
|
0159:50 Conde Claros en hábito de fraile (á-a+á) (ficha no.: 5799)
Versión de Alagoas s. l. (Alagoas, Brasil).
Recogida antes de 1965 (fecha deducida) (Colec.: Vilela). Publicada en Vilela 1983, nº 2.2, p. 48. 060 hemist. Música no registrada. |
|
|
Estava Dona Branca com as saias arregaçada, |
2 |
na mesa servindo ao pai com a barriga empinada. |
|
--Que quereis Dona Branca que estais desfigurada? |
4 |
--Água fria, senhor pai, que eu bebi de madrugada. |
|
--Mandar chamar o doutor para Dona Branca receitar, |
6 |
para um no pulso pegar, outro na água vigiar. |
|
O doutor respondeu: --Dona Branca está peijada. |
8 |
--Filha que faz isto a pai só merece ser queimada, |
|
numa roda de navalha só merece ser passada. |
10 |
--Não me importo que me queime, nem que torne a requeimar; |
|
que eu sinto esta criança que é pois sangue real. |
12 |
--Eu só queria achar um criado daqueles mais estimados, |
|
eu mandava uma carta a Carlos de Montavar. |
14 |
--Pois Dona pode fazer que eu poderei ir levar. |
|
Viagem de quinze dias eu farei num jantar.-- |
16 |
Ele pegou a ler a carta, logo pegou a chorar. |
|
Vestiu-se em traje de padre e começou logo a passear. |
18 |
--Tende mão, minha justiça, minha justiça real, |
|
que esta dama que aí vai eu irei confessar. |
20 |
No primeiro mandamento, um beijinho quero dar-te. |
|
--Sai-te daí senhor padre, padre este confiado; |
22 |
boca que D. Carlos beija não é para um padre beijar. |
|
--No segundo mandamento, um abraço quero dar-te. |
24 |
--Sai-te daí, senhor padre, padre, este confiado; |
|
corpo que D. Carlos abraça não é para um padre abraçar. |
|
--Jura aqui, minha menina, neste livro de rezar, |
26 |
se o firme amor que tu tens só é a Carlos de Montavar. |
|
--Se eu tiver outro amor fora Carlos de Montalvar, |
28 |
eu não quero ir ao céu, nem Deus me dê um bom lugar. |
|
--Me acompanhe, me acompanhe, quem quiser me acompanhar, |
30 |
que o palácio de D. Carlos Dona Branca vai gozar.-- |
| |
Título original: Dona Branca.
|
Go Back
|
0159:51 Conde Claros en hábito de fraile (á-a+á) (ficha no.: 5800)
Versión de Alagoas s. l. (Alagoas, Brasil).
Recitada por Chiquinha Mingó (vieja). Recogida por Manoel dos Passos Vilela, 00/06/1952 (Colec.: Vilela). Publicada en Vilela 1983, nº 2.3, pp. 48-49. 056 hemist. Música no registrada. |
|
|
--Dona Branca que tu tens, que está de cor mudada? |
2 |
--Foi água fria, meu pai, que bebi de madrugada.-- |
|
Manda buscar um doutor para Dona Branca ser examinada. |
4 |
--Essa moça não tem nada, essa moça está pejada.-- |
|
Mandou fazer uma caieira de fogo para Dona Branca queimar. |
6 |
Não me importa que me queime, nem também de me matar. |
|
Eu morro honrando a barba de Dão Carlos de Monte Aval. |
8 |
Queria achar uma pessoa que a mim fosse liar. |
|
Fosse me levar uma carta a Dão Carlos de Monte Aval. |
10 |
--Faça a carta, minha senhora, eu mesmo irei levar; |
|
viagem de quince dias fazerei em um jantar.-- |
12 |
--Abra-te porta, cortina, janela de par em par, |
|
para entregar uma carta a Dão Carlos de Monte Aval.-- |
14 |
Dão Carlos lendo a carta começou logo a chorar; |
|
dava suspiros e ais como galeão no mar. |
16 |
A barba mandou fazer, a coroa mandou raspar; |
|
vestiu-se com traje de padre, saiu logo a caminhar. |
18 |
--Tenha mão, minha justiça, minha justiça real: |
|
deixe aí essa criança, ainda está por batisar. |
20 |
Dona Branca dè-me um beijo que te livrarei do mal; |
|
que a forca que teu pai fez foi para ele se enforcar |
22 |
--Sai daí, padre atrevido, deixe de tanto implorar; |
|
boca que Dão Carlos beija não é para padre beijar. |
24 |
--Tenha (mão), minha justiça, minha justiça real: |
|
deixa aí essa criança que ainda está por confessar. |
26 |
-Sai daí, padre atrevido, deixa de tanto implorar; |
|
corpo que Dão Carlos abraça não é para padre abraçar. |
28 |
--Volta cá minha Princesa para teu sobrado lograr.-- |
| |
Nota: -8b f. liar (leal).
Título original: Dona Branca.
|
Go Back
|
0159:146 Conde Claros en hábito de fraile (á+estróf.) (ficha no.: 9377)
Versión de Sitio Oiteiro (Rio Grande do Norte, reg. Natal, Brasil).
Recitada por Militana Salustino do Nascimento (unos 70a). Recogida por Hermano Viana y Beto Villares, (Archivo: ASFG; Colec.: Fraile Gil, J. M.). Publicada en Fraile Gil Rom-Panhisp.-2 2010+2CD, cd 1, corte nº 25, texto nº III.7bis, pp. 81-83. Reproducida aquí con permiso del editor. 064 hemist.
Música registrada.
|
|
|
Estava Dona Branca em mesa servindo a seu pai, |
2 |
a sua saia levantada e sua barriga empinada. |
|
| (O peito não está dando...) |
|
|
--O que é que tendes, minha filha, que eu te vejo desmaiada? |
4 |
--Foi um copo de água fria que eu bebi de madrugada.-- |
|
Manda buscar os doutores para curar a enfermidade. |
6 |
Os doutores responderam: --Dona Branca está pejada. |
|
--Amarrem esta cachorra, amarrem bem amarrada, |
8 |
filha que faça a seu pai só merece é ser queimada.-- |
|
Botaram em uma torre com maior em demasia, |
10 |
que o mais baixo que ela tinha palmo de terra não via. |
|
--Tivesse meu mensageiro que mandasse aos meus mandados, |
12 |
eu mandava uma carta a Dom Carlos de Montevá.-- |
|
Desceu um anjo do Céu que de Deus vem a mandado: |
14 |
--Fazei a carta, senhora, que eu irei levando, |
|
viagem de quinze dias eu a faço em um jantar. |
16 |
--Se ele estiver dormindo, deixarás ele acordar, |
|
se ele estiver no passeio, deixarás ele chegar, |
18 |
se ele estiver jantando, deixarás ele acabar.-- |
|
--Abre-te, portas, cortinas, varandas de a par a par, |
20 |
quero entregar esta carta a Dom Carlos de Montevá.-- |
|
Dom Carlos pegou a carta, pegou a ler e a chorar. |
22 |
Dava pinotes na sala, como um gatrilhão no ar. |
|
A coroa mandou abrir e a barba mandou raspar. |
24 |
Oitocentos cavaleiros para Dom Carlos acompanhar |
|
--Tenham mão, minha justiça, minha justiça real, |
26 |
essa infante que aí vai eu quero sentenciar. -- |
|
Lá em certos mandamentos um abraço lhe quis dar. |
28 |
--Corpo que Dom Carlos abraça não é para padre abraçar!-- |
|
Lá em outros mandamentos, um beijinho lhe quis dar. |
30 |
--Boca que Dom Carlos beija não é para padre beijar. |
|
--Cala a boca, bela infante, e usa em te calar; |
32 |
eu sou o mesmo Dom Carlos que da morte eu vem livrar.-- |
| |
Variantes: -30b: não é para frade beijar.
Notas: Al cantar se repiten los versos pares. La recitadora, nacida en 1925, aprendió este y otros muchos romances de su padre, Atanasio Salustino do Nascimento. Cedida por los recopiladores, la versión grabada forma parte de su colección Música do Brasil (ed. Abril Entretenimento, 2000), Disco 2. corte 9. Véase la Antología Sonora II, 2010 [Fraile Gil Rom-Panhisp +2/CD], pp. 79-83 para más información sobre la historia de este romance juglaresco y su conservación por Militana Salustino, condecorada por el gobierno de Brasil en 2009 por su asombroso acervo romancístico, aprendido de niña en la faena.
|
Go Back
|
0159:36 Conde Claros en hábito de fraile (í-a+á(-e)) (ficha no.: 1620)
Versión de España. Recogida 00/00/1650 Publicada en Canc. de rom. 1650, f. 29*. Reeditada en Wolf 1856b, Primavera y Flor de Romances, nº 191, vol. II, pp. 372-376 (Conde Claros.--II.). 136 hemist. Música registrada. |
|
|
A caza va el emperador a Sant Juan de Montiña; |
2 |
con él iba el conde Claros por le tener compañía. |
|
Contándole iba, contando, el gran menester que tenía: |
4 |
--No me lo digáis, el conde, hasta después a la venida. |
|
Mis armas tengo empeñadas por mil marcos de oro y más, |
6 |
otros tantos debo en Francia sobre mi buena verdad.-- |
|
--Llámenme mi camarero de mi cámara real; |
8 |
dad mil marcos de oro al conde para sus armas quitar; |
|
dad mil marcos de oro al conde para mantener verdad; |
10 |
dalde otros tantos al conde para vestir y calzar; |
|
dalde otros tantos al conde para las tablas jugar; |
12 |
dalde otros tantos al conde para torneos armar; |
|
dalde otros tantos al conde para con damas folgar. |
14 |
--Muchas mercedes, señor, por esto y por mucho más. |
|
A la infanta Claraniña vos por mujer me la dad.-- |
16 |
--Tarde acordastes, el conde, que mandada la tengo ya.-- |
|
--Vos me la daréis, señor, acabo que no queráis, |
18 |
porque preñada la tengo de los seis meses o más.-- |
|
El emperador que esto oyera tomó de ello gran pesar. |
20 |
Vuelve riendas al caballo y tornóse a la ciudad. |
|
Mandó llamar las parteras para la infanta mirar. |
22 |
Allí habló la partera, bien veréis lo que dirá: |
|
--Preñada está la infanta de los seis meses o más.-- |
24 |
Mandóla prender su padre y meter en escuridad, |
|
el agua, hasta la cinta porque pudriese la carne, |
26 |
y perezca la criatura, que no viva de tal padre. |
|
Los caballeros de su casa se la iban a mirar. |
28 |
--Pésanos de vos, señora, cuanto nos puede pesar, |
|
que de hoy en quince días el emperador os manda quemar.-- |
30 |
--No me pesa de mi muerte porque es cosa natural, |
|
pésame de la criatura, porque es hijo de buen padre; |
32 |
mas si hay aquí alguno que haya comido mi pan, |
|
que me llevase una carta a don Claros de Montalván.-- |
34 |
Allí habló un paje suyo, tal respuesta le fue a dar: |
|
--Escribilda vos, señora , que yo se la iré a llevar.-- |
36 |
Ya las cartas son escritas, el paje les va a llevar; |
|
jornada de quince días en ocho la fuera a andar. |
38 |
Llegado había a los palacios adonde el buen conde está. |
|
--Bien vengáis, el pajecico, de Francia la natural. |
40 |
¿Qué nuevas me traéis de la infanta? ¿cómo está?-- |
|
--Leed las cartas, señor, que en ellas os lo dirá.-- |
42 |
Desque las hubo leído tal respuesta le fue a dar: |
|
--Uno me da que la quemen, otro me da que la maten.-- |
44 |
Ya se partía el conde, ya se parte, ya se va, |
|
jornada de quince días en ocho la fuera a andar. |
46 |
Fuérase a un monasterio donde los frailes están; |
|
quitóse paños de seda, vistió hábitos de fraile. |
48 |
Fuérase a los palacios de Carlos el emperante. |
|
--Mercedes, señor, mercedes, queráismelas otorgar, |
50 |
que a mi señora la infanta, vos me la dejáis confesar.-- |
|
Ya lo llevaban al fraile a la infanta confesar. |
52 |
En lugar de confesarla de amores le fue a hablar: |
|
--Tate, tate--, dijo, --fraile, que a mí no llegarás, |
54 |
que nunca llegó a mí hombre que fuese vivo en carne, |
|
sino solo aquel don Claros, don Claros de Montalván, |
56 |
que por mis grandes pecados por él me quieren quemar. |
|
No doy nada por mi muerte pues que es cosa natural, |
58 |
mas pésame de la criatura porque es hijo de buen padre.-- |
|
Ya se iba el confesor al emperador hablar: |
60 |
--Mercedes, señor, mercedes queráismelas otorgar, |
|
que mi señora la infanta sin ningún pecado está.-- |
62 |
--¡Ay!--, habló el caballero que con ella quería casar, |
|
--Mentides, fraile, mentides, que no decís la verdad.-- |
64 |
Desafíanse los dos, al campo van a lidiar; |
|
al apretar de las cinchas conociólo el emperante: |
66 |
dijo que el fraile es don Claros, don Claros de Montalván. |
|
Mató el fraile al caballero, la infanta librado ha; |
68 |
en ancas de su caballo consigo la fue a llevar. |
| |
Variantes: -43b uno m. d. Canc. de 1550; -52a Él cuando se vio ella.
Nota: * Véase la versión portuguesa, más moderna que la castellana, pero no menos popular, en el Romanceiro del señor Almeida Garrett, Tomo Il. pag. 192: Dom Claros d`Alem-Mar.
|
Go Back
|
0159:145 Conde Claros en hábito de fraile (á+estróf.) (ficha no.: 9376)
Versión de El Pozo de los Frailes (ay. Níjar, p.j. Almería, ant. Sorbas, Almería, España).
Recitada por Ángeles Sánchez Nieto (67a) y Juana Sánchez Nieto (58a) y Maria Ángeles Jiménez Sánchez (38a). Recogida por Marcos León Fernández y Sonia D`Alessandro, 28/05/2003 (Archivo: ASFG; Colec.: Fraile Gil, J. M.). Publicada en Fraile Gil Rom-Panhisp.-2 2010+2CD, cd 1, corte nº 24, texto nº III.7, pp. 79-80. Reproducida aquí con permiso del editor. 066 hemist.
Música registrada.
|
|
|
Elisarda se pasea por sus ricos comedores |
2 |
con un vestido muy largo que le arrastran los galones. |
|
Por allí pasa don Luna recreándose en amores. |
4 |
--Elisarda, Elisarda, ¡qué guapa estás esta noche! |
|
Si tú me dieras un beso yo te dara ciento doce. |
6 |
--Por Dios le pido, don Luna, que no se sepa en la corte.-- |
|
A otro día de mañana en la corte se sabía. |
8 |
Y el padre, que estaba enfermo, ende la cama decía: |
|
--Si eso no fuera verdá, reina de España la haría, |
10 |
pero si fuera verdá un castigo mandaría.-- |
|
Ya l` ha mandado un castigo que Dios no le manda a nadie: |
12 |
de meterla en un pozo que se le pudran las carnes. |
|
Dos hermanas que tenía y las dos eran carnales, |
14 |
que todas las tardes iban al pozo a visitarle. |
|
--Pues tú has tenido la culpa de que el padre se enfadase |
16 |
y por eso esta tarde te sacarán a quemarte. |
|
--Si bajara un angelito de esos que suelen bajar, |
18 |
le mandaría esta carta al conde de Monserrá.-- |
|
Ya ha bajado el angelito de esos que suelen bajar. |
20 |
--Buenas tardes, Elisarda, ya lo puede usté mandar. |
|
--Anda y llévale esta carta al conde de Monserrá, |
22 |
y si lo pillas durmiendo no lo dejes terminar. -- |
|
Lo pillé en misa de once no lo dejé terminar. |
24 |
--Noticias traigo, don Luna, no se las quisiera dar, |
|
que a la pobre de Elisarda la sacarán a quemar. -- |
26 |
Ha salido de la iglesia, se ha metido en un portal |
|
y se ha vestido de fraile y empezado a caminar. |
28 |
--Esta niña es muy joven, se debe de confesar. |
|
--Padre, ya me he confesado, ya me falta comulgar. |
30 |
--¿Cuántos besos le habrás dado a los chicos de tu edá? |
|
--Padre, nada más que a uno, ar conde de Monserrá.-- |
32 |
Aquí se acaba la historia de los dos enamorados, |
|
Elisarda y don Luna los dos quedaron casados. |
| |
Notas: Además de cantar, Ángeles Sánchez Nieto tocó la botella, Juana Sánchez Nieto la zambomba y María Ángeles Jiménez Sánchez las castañuelas. La versión fue cedida por Marcos León Fernández y Sonia D`Alessandro.
|
Go Back
|
0159:41 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 3278)
Versión de Posada de Rengos (ay. Cangas del Narcea, p.j. Cangas del Narcea, ant. Cangas de Tineo, Asturias, España).
Recitada por Antonia Coque (c. 20a). Recogida por Åke W. Munthe, 00/08/1886 (Colec.: Munthe, A. W.). Publicada en Munthe 1887, «Folkpoesi fran Asturien» (1887), nº III, pp. 113-4. Reeditada en SilAstur I 1999, (J. Antonio Cid, ed.), pp. 215-216. 114 hemist. Música registrada. |
|
|
--Galancina, Galancina, la hija del rey Galán, |
2 |
¡quién te trajiera tres noches a mi gusto y a mi mandar! |
|
--Eso no lo digas, Carlos, eso no lo digas tal.-- |
4 |
Al cabo de las tres noches Carlos se solía alabar. |
|
--Ya durmí con una niña hermosa como cristal.-- |
6 |
La gente murmuradora a su padre lo fue a contar. |
|
Unos dicen: ¿quién sería?; otros dicen: ¿quién será? |
8 |
¿Si será la Galancina, la hija del rey Galán? |
|
Sus padres que lo supieron, la trataron de quemar; |
10 |
las muchachas de su tiempo la yiban a visitar. |
|
--¡Quién me llevara una carta a Carlos de Monte Alvar!-- |
12 |
Por ahí vien` un vejecillo, por las orillas del mar. |
|
--¿Qué me quieres, Galancina, la hija del rey Galán? |
14 |
--Que me lleves una carta a Carlos de Monte Alvar.-- |
|
Cuesta arriba, calle abajo currió como gavilán. |
16 |
Llegó junto a los palacios de Carlos de Monte Alvar; |
|
don Carlos no está en casa, su madre sola está. |
18 |
--¿Qué trai usted, vejecillo, qué trai de novedad? |
|
Don Carlos no está en casa, lo mandaré a llamar; |
20 |
tocaré la campanilla como si fuera a almorzar.-- |
|
Don Carlos estaba en paseo con otros compañeros más. |
22 |
--Quédense con Dios, siñores, los que en el paseo están, |
|
que tocan la campanilla y no es hora de almorzar. |
24 |
--¿Qué trae usted, vejecillo, por las orillas del mar? |
|
--Lo que traigo, don Carlos, no muy bien le ha de sonar; |
26 |
la su esposa Galancina hoy se la van a quemar. |
|
--Si la queman que la quemen, para mí no ha de faltar; |
28 |
el palacio de mis padres bien de dinero val, |
|
mujer en toda Castilla para mí no ha de faltar. |
30 |
--¿Todo lo cuentas de mintira, o lo cuentas de verdad? |
|
Si lo cuentas de mintira nos pondremos a almorzar, |
32 |
si lo cuentas de verdad me pondré a caminar. |
|
Tome usted esta carta, que de ella se ha de enterar.-- |
34 |
Al momento que la abrió ya comenzó a llorar: |
|
--¡Ay mi caballito rojo!, hoy tienes que caminar |
36 |
siete leguas en hora y media lo menos tienes que andar; |
|
la cebada de tres días hoy te la tengo de dar, |
38 |
cuatro firraduras nuevas hoy las tienes que gastar. |
|
Llegó junto a la fuguera donde la yiban quemar. |
40 |
--Buenas tardes, los siñores, los que en la fuguera están, |
|
¿Pa qué meten tanta leña siendo en el mes de San Juan? |
42 |
--Para quemar una niña, . . . . . . . . . . . . . . . . . . . |
|
ha siete años que confiesa y no confiesa verdad. |
44 |
--Traigan para acá esa niña, yo la tengo de confesar.-- |
|
La cogiera de la mano y a la iglesia arriba va. |
46 |
--¿Durmisti con dalgún hombre de mintira o de verdad? |
|
--Tres noches durmí con uno, don Carlos de Monte Alvar, |
48 |
las dos fueron de mi gusto y la otra de pesar. |
|
--Agora de penitencia un besito me has de dar. |
50 |
--En los ojos me pareces, en la barba mucho más.-- |
|
La cogió entre sus brazos y la puso `n el rugán. |
52 |
--Quédense con Dios, siñores, los que en la fuguera están. |
|
Esa fuguera que tienen, en ella metan un can |
54 |
y los güesos que de él queden que los den al rey Galán. |
|
--¡Hola, el mi xienru, hola!, buen dote te tengo de dar. |
56 |
--Yo no le quiero su dote, nin tampoco su jugal, |
|
que el galán que la lleva dote tiene que la dar. |
| |
Notas del colector: -12a vien`, `viene`; -38a firraduras, `herraduras`; -39a fuguera, `hoguera`; -46 «el iba vestido de cardenal», según me explicó en acotación; -51b rugán, por cast. `ruán`; -56b jugal, por cast. `ajuar`, cf. Anteckningar , p. 36. Nota del editor: Se cantaba, pero AWM la tomó al dictado.
|
Go Back
|
0159:135 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 8077)
Versión de Serandinas (ay. Boal, p.j. Luarca, ant. Castropol, Asturias, España).
Recogida 00/00/1889 (Archivo: AMP). Publicada en Romancero asturiano, tomo II (en prensa) y Petersen-Web 2006, Texto. 156 hemist. Música no registrada. |
|
|
¡Válgame el señor San Juan! |
|
Silvanuca, Silvanuca, hija del rey galán, |
2 |
esa tal se enamorara del don Carlos Montealbar. |
|
--¡Quién te me diera, Silvana, dos horas en ti mandar! |
4 |
--Dos horas en mi mandar, |
|
esas dos horas, don Carlos, muy buenas te fueran de dar, |
6 |
pero tú eres muy joven y al campo te irás [a] alabar. |
|
--Con esta espada me maten, con otra me han de matar |
8 |
si nunca con niña durmiese al campo me fui a alabar.-- |
|
En otro día de mañana al campo se fue a alabar. |
10 |
--Esta noche he dormido con una niña que en mi vida vi otra tal; |
|
los dientes de la su boca relucen como un cristal, |
12 |
y encima de los sus pechos los dados pueden jugar.-- |
|
Unos dicen quién sería, otros decían quién será, |
14 |
y él por descubrir el secreto |
|
dijo que hubiera sido la hija del rey galán. |
16 |
Pues no faltara hablador que al rey lo fuera a contar; |
|
el rey, en cuanto lo supo, la hija manda quemar. |
18 |
La hija, en cuanto lo supo, ella encomenzó a llorar. |
|
--¡Ay de mí, triste cautiva, |
20 |
quién me diera escribir carta a don Carlos Montealbar! |
|
--Ay, si don Carlos supiera, él me tenía que librar.-- |
22 |
Bien la oyera un pastorcito, muy bien la supo escuchar. |
|
--Escríbale usted, señora, que yo se la iré a llevar, |
24 |
escríbale usted con prisa, no tome usted gran vagar; |
|
bien ve que el día es tan corto y la jornada está por andar.-- |
26 |
Uno lo escribiera con tinta y otro con lágrimas del su llorar. |
|
Por aquella cuesta arriba ya no puede caminar, |
28 |
por aquella cuesta abajo ya parece un gavilán. |
|
Pronto llega a los palacios de don Carlos Montealbar; |
30 |
anduviera siete puertas, por ninguna pudo entrar, |
|
de las siete pa` las ocho saliera don Carlos [a] abrir. |
32 |
--Ay pastorcito, mucho me extraño, pastorcito, a estas horas por mis palacios. |
|
--El milagro non es mucho, mucho non es de extrañar, |
34 |
aquí le traigo una carta de muchas penas y pesar: |
|
mañana van quemar a Silvana, la hija del rey galán. |
36 |
--Lo mismo me da que la quemen ni la dejen de quemar, |
|
Madrid y Francia es bien largo, mujeres no me han de faltar; |
38 |
aunque no sean tan bonitas han de ser de habilidad.-- |
|
El pastorcito que tal oyera él se soltara a llorar. |
40 |
--¿Por qué lloras, pastorcito, por qué paras en llorar? |
|
--Por la niña tan hermosa que yo no la pueda librar. |
42 |
--Pues no llores, pastorcito, |
|
que aunque mi boca dice esto queda en mi corazón pesar.-- |
44 |
Manda aparejar el ruán, |
|
manda aparejar caballos, caballos de más andar; |
46 |
quitándose ropas menores, vistiendo de capellán; |
|
quitando zapato de seda, poniéndolo de cordobán. |
48 |
Montan los dos a caballo; |
|
por aquella cuesta arriba ya no pueden caminar; |
50 |
por aquella cuesta abajo gavilanes parecerán. |
|
Pronto llegan a los campos donde Silvana han quemar. |
52 |
--Dios los guarde, caballeros, a todos los que aquí están. |
|
¿Para [qué] quieren tanta leña como en este campo hay? |
54 |
¿Será acaso por ser vísperas, las vísperas de San Juan? |
|
--Esa leña que hay ahí, |
56 |
Será pa` quemar a Silvana, la hija del rey galán. |
|
--Ay, esa niña es muy joven, necesita confesar. |
58 |
--Ya la confesaron tres, a ninguno dijo verdad. |
|
--Confiésela yo, caballeros, acaso me la contará.-- |
60 |
La cogiera de la mano, llevóla al pie del altar, |
|
sacárala juramento por un libro de misar |
62 |
de cuándo había dormido con casados o por casar. |
|
--Pues nunca dormí con hombre casado ni por casar, |
64 |
si no fueran tres noches con don Carlos Montealbar; |
|
una fuera de mi gusto y dos con el mi pesar. |
66 |
--Don Carlos es muy bonito, algo te tenía de dar. |
|
--Pues diome un manto de seda que conmigo han de quemar. |
68 |
--Don Carlos es muy bondoso, algo te daría más. |
|
--Diérame un anillo de oro que quiero también quemar. |
70 |
--Niña, dame un beso de tu cara, yo te libro de quemar. |
|
--No lo quiera Dios del cielo ni la Virgen del Pilar, |
72 |
donde don Carlos puso cara póngala un cardenal.-- |
|
El apretóle la mano. --¿A quién te parezco yo? |
74 |
--En los labios de su boca y en el modo de apretarme |
|
figúraseme sois, padre, don Carlos de Montealbar.-- |
76 |
Cogiérala entre sus brazos, pusiérala encima del ruán. |
|
--Queden con Dios, caballeros, |
78 |
que esta niña es muy mía, con ella me voy casar. |
|
Quien quiera seguir mis bodas, mañanita de San Juan, |
80 |
entre bodas y funciones tres días ha de durar. |
|
Nesa leña que ahí queda nella quemarán un can, |
82 |
los huesos que de él quedasen daranlos al rey galán.-- |
|
!Válgame el señor San Juan! |
| |
Notas: -62a de c., lectura dudosa (si da c.?).
|
Go Back
|
0159:136 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 8078)
Versión de Santa Eulalia (parr. Villaverde, ay. Allande, p.j. Cangas del Narcea, ant. Tineo, Asturias, España).
Recitada por Concha. Recogida por Ramón Menéndez Pidal, 00/00/1902 (Archivo: AMP). Publicada en Romancero asturiano, tomo II (en prensa) y Petersen-Web 2006, Texto. 054 hemist. Música no registrada. |
|
|
--Mira, Carlos, eres muy nuevo, pronto te vas a alabar. |
2 |
--No me alabo, Galancina, de cosas que no son de alabar.-- |
|
Un día, al salir de misa, ya Carlos se echa a alabar; |
4 |
que durmiera cuatro noches con la más guapa `el lugar. |
|
La gente, como es tan mala, pronto se echa a mermurar: |
6 |
--¿Quién sería, quién sería?, ¿quién sería y quién será?, |
|
¿Si sería la Galancina, hija del conde Galán?-- |
8 |
Su padre, desque lo supo, sus hijas manda llamar: |
|
--Vengan acá, las mis hijas, casadas y por casar.-- |
10 |
Desque las vio todas juntas, pronto empieza a preguntar. |
|
Miran unas para otras como deben de mirar; |
12 |
la más chiquitina de ellas pronto comenzó a llorar. |
|
La agarrara de la mano n`un cuarto la fue a encerrar, |
14 |
donde no vio sol ni luna, ni tampoco claridad. |
|
Su primo, desque lo supo, la venía a visitar: |
16 |
--Si me llevaras esta carta a Carlos de Montealbar, |
|
diciéndole que mañana me van a queimar.-- |
18 |
Corría por allá abajo que parecía un galanzán. |
|
--Si me lo dices de groma, sube conmigo a almorzar; |
20 |
si me lo dices de veras, ya podemos caminar, |
|
que la chica non se quema . . . . . . . . . sin confesar. |
22 |
--Dime, dime, Galancina, dime, dime la verdad: |
|
¿cuántas noches has dormido con Carlos de Montealbar? |
24 |
--Cuatro noches he dormido con Carlos de Montealbar: |
|
dos han sido de mi gusto y otras dos sin voluntad.-- |
|
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . |
26 |
--La hija es muy mía, con ella me voy a casar, |
|
que una hija que tenía ya la mandaba quemar.-- |
| |
Variantes: -16a --S. m. ll. una c.; -17b queimar sic. Nota: Original ms. de letra de R. Menéndez Pidal.
|
Go Back
|
0159:137 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 8079)
Versión de Santianes del Agua (ay. Ribadesella, p.j. Cangas de Onís, Asturias, España).
Recitada por Laura Llano. Recogida por Silvestre Frade, 19/12/1884 (Archivo: AMP; Colec.: S. Frade (M. Goyri-R. Menéndez Pidal)). Publicada en Romancero asturiano, tomo II (en prensa) y Petersen-Web 2006, Texto. 094 hemist. Música no registrada. |
|
|
--Galanzuca, Galanzuca, hija del conde Galán, |
2 |
¡quién te pudiera tener una noche a mi mandar! |
|
--Eres muy ligero, Carlos, de eso te habías de alabar.-- |
4 |
A la mañana siguiente comenzárase a alabar. |
|
--Que dormí con Galanzuca, hija del conde Galán.-- |
6 |
Un primo que allí tenía quiso parecerle mal. |
|
--Cállese, don Carlos, cállese, que eso no era de contar, |
8 |
que si su padre lo sabe a Galanzuca han de quemar. |
|
--No me da más que la quemen que la dejen de quemar, |
10 |
torres y palacios tengo en donde me resguardar.-- |
|
Supiéralo ya su padre, a Galanzuca van quemar; |
12 |
la acompañan cuatro pajes de los que la querían mal. |
|
Estando cerca del fuego Galanzuca pudo hablar. |
14 |
--¿Adónde tendré los mis pajes, los que yo solía mandar, |
|
que me lleven una carta a Carlos del Montealbar?-- |
16 |
A tiempo llegara un paje, a tiempo comenzó a hablar. |
|
--Escribe, escribe, señora, que pajes no han de faltar.-- |
18 |
Coge un caballo que vuela lo mismo que un gavilán, |
|
tanto corre y tanto vuela que no se puede divisar. |
20 |
Llega al palacio y pregunta por Carlos de Montealbar. |
|
--Dime, dime, pajecillo, qué novedad hay allá. |
22 |
--Malas novedades traigo, malas novedades hay; |
|
van quemar a Galanzuca, a Galanzuca van quemar. |
24 |
--No me da más que la quemen que la dejen de quemar, |
|
torres y palacios tengo en donde me resguardar. |
26 |
Si me lo dices de burla, entra conmigo a almorzar; |
|
si me lo dices de veras, caballos mando ensillar. |
28 |
--Si lo dijere de burla, la carta se lo dirá.-- |
|
Y tanto decía la carta que no se podía escuchar. |
30 |
Vistióse luego de fraile, dispuesto para marchar, |
|
Reventó siete caballos, con el de ocho llegó allá. |
32 |
En cuanto llegó dijera: |
|
--¿Para que se hiciera el fuego y la hoguera que aquí está? |
34 |
--Para quemar a Galanzuca porque embarazada está. |
|
--Galanzuca es chiquitita, necesita confesar.-- |
36 |
--Confesara siete veces, de confesar basta ya. |
|
--Siete no fueran bastantes si no dijera verdad. |
|
(Se puso él a confesarla) |
38 |
--Galanzuca, Galanzuca, vas a decir la verdad, |
|
¿durmiste con algún hombre a tu gusto o a tu pesar? |
40 |
--Durmiera sólo dos noches con Carlos del Montealbar, |
|
una noche en la mi cama y otra en la de su . . . . . . . . . |
42 |
una noche fue mi gusto, otra fuera a mi pesar.-- |
|
Desvistiérase de fraile . . . . . . . . . . . . . . . . . . . |
46 |
--Ese fuego que tenéis, podéis tirar a él un can, |
|
en quemando bien los huesos, al rey irlos presentar, |
48 |
que Galanzuca es mi esposa y yo la voy a llevar.-- |
| |
Notas: Silvestre Frade añade la siguiente "nota" dirigida a J. Menéndez Pidal al remitirle el original ms (de letra de Frade): "Las partes húmedas o climatéricas de este romance, que son tantas, supongo tendrá V. los datos necesarios para que desaparezcan, porque son este y el de Dn. Hueso [La muerte ocultada] los dos únicos que le saben pocas personas y aún no sé qué variantes podré enviarle hasta ver a dos mujeres que le saben. Está en toda su pureza, copiado tal cual me lo dijeron".
|
Go Back
|
0159:138 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 8080)
Versión de Infiesto (ay. Piloña, p.j. Cangas de Onís, ant. Infiesto, Oviedo, Asturias, España).
Recitada por María Muñíz. Recogida por Ramón Menéndez Pidal, 00/00/1909 (Archivo: AMP; Colec.: María Goyri-Ramón Menéndez Pidal). Publicada en Romancero asturiano, tomo II (en prensa) y Petersen-Web 2006, Texto. 071 hemist. Música no registrada. |
|
|
--Galancina, Galancina, hija del conde Galán, |
2 |
¡quién te tuviera tres noches a mi gusto y mi gozar! |
|
--No lo diga usted, don Carlos, que me podrá engañar. |
4 |
--Yo te lo digo de a veras, sin intención de engañar.-- |
|
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . |
|
--Era rubia como el oro y blanca como la leche; |
6 |
en riba de sus pechos lindos los bolos se podían jugar.-- |
|
Al cabo de poco tiempo su padre la mandó encerrar, |
8 |
las niñas de su tiempo la diban a vesitar. |
|
|
|
--Galancina, ¿por qué lloras, quién te ha hecho tanto mal? |
10 |
--Lloro por un caballero que me ha hecho una maldad, |
|
y mi padre, esta noche, me va a mandar quemar. |
12 |
--escribe, Galancina, una carta, que yo se la voy a llevar; |
|
pa arriba he de correr mucho, pa abajo he de volar, |
14 |
como soy niña chiquita, poco me he de cansar.-- |
|
Al llegar a los montes ha encontrado un moral, |
16 |
y de allí pronto vio los palacios de don Carlos de Montalbar. |
|
--Dime, pajarillo, |
18 |
¿qué hay de nuevo por la tierra, qué hay de nuevo por la mar? |
|
--Tenga usted, don Carlos, esta carta, que le dirá la verdad: |
20 |
que a su novia Galancina esta noche la van a quemar.-- |
|
Siete caballos tenía, todos mandó aparejar; |
22 |
todos siete reventaron, no siendo el caballo de mar. |
|
--Caballo mío, caballo, . . . . . . . . . . . . . . . . . . . |
24 |
la cebada de ocho días hoy te la vas a tomar, |
|
y unas herraduras nuevas hoy te las vas a gastar.-- |
26 |
Ha llegado don Carlos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . |
|
--¿Por qué queman tanta leña, por quién hacen tanto hogar? |
28 |
--Por una hija que tengo, que me ha hecho gran maldad. |
|
--Esta hija está muy tierna, va muy mal por confesar. |
30 |
--Confiésela usted, don Carlos, que le dirá la verdad.-- |
|
Ha entrado don Carlos a la habitación donde Galancina está: |
32 |
--Dime, dime, Galancina, qué te ha dado de señal. |
|
--Me ha dado anillo de oro, que con él he de quemar.-- |
34 |
La ha cogido de la mano y al caballo la fue a montar, |
|
ha montado a caballo y de esta manera a su padre: |
36 |
--Padre, si usted tiene más hijas, cuide de ellas si quiere cuidar, |
|
que a la Galancina conmigo la he de llevar.-- |
|
¡Válgame la Virgen pura, válgame la del Pilar! |
| |
Nota: Original ms. de letra de R. Menéndez Pidal.
|
Go Back
|
0159:139 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 8333)
[0149 Galiarda y Florencios, contam.]
Versión de Sisterna (parr. Santa María de Sisterna, ay. Ibias, p.j. Cangas del Narcea, ant. Cangas de Tineo, Asturias, España).
Recitada por Belarmina Sal González (83a en 1991). Recogida por Anita Gavela, Juan José Pérez, Jesús Suárez López y Roberto Gavela Sal, en dos ocasiones, 02/08/1991+00/08/2003 (Colec.: Gavela Sal). Publicada en SilAstur VI 1997, nº 14:31, pp. 175-176 (notación musical). Reeditada en Petersen-Web 2006. Texto © R. Gavela Sal. Reproducida con permiso del recolector. 110 hemist.
Música registrada.
|
|
|
--Julianita, Julianita hija del conde Galán, |
2 |
quién te me diera tres noches todas tres al mióu mandar. |
|
--Tres noches a un caballero no se las puedo negar, |
4 |
sólo que después los hombres luego se van a alabar. |
|
--¡Cuchillos hieran mis pechos si yo me fuera a alabar!-- |
6 |
Otro día por la mañana don Carlos se fue a alabar: |
|
--Dormí con la mejor dama que habita en este lugar; |
8 |
en la tabla de sus pechos, dos hombres pueden jugar.-- |
|
Unos dicen "¿Quién sería?", otros dicen "¿Quién será?, |
10 |
si sería la Galanzuca, hija del conde Galán." |
|
Su padre, desque lo supo, ya la mandara llamar |
12 |
y mandó que la quemaran entre fuego de alquetrán. |
|
--Pajes míos, pajes míos los que coméis de mi pan, |
14 |
si me fuerais a avisar a Carlos de Montealbán.-- |
|
--Buenos días, señor don Carlos, qué tal y cómo le va? |
16 |
--¿Como queda, paje mío, qué me cuentas por allá? |
|
--Yo le traigo una noticia que le causará pesar: |
18 |
a su amiga Julianita mañana la van quemar. |
|
--Si la queman, que la quemen, que la dejen de quemar, |
20 |
mujeres n` el mundo hay muchas, no quedo yo por casar.-- |
|
El paje, desque esto oyó, ya se pusiera a llorar. |
22 |
--¿Por qué lloras, paje mío?, no tienes por qué llorar: |
|
si te mordieron mis perros, yo los mandaré matar; |
24 |
si te pegan mis criados, yo los mando castigar. |
|
--No me mordieron sus perros, no los mande usted matar; |
26 |
ni me pegan sus criados, no los mande castigar. |
|
Yo lloro por Julianita, que era mi prima carnal.-- |
28 |
Tenía sus ropas de seda, púsolas de cardenal |
|
tenía el caballo ensillado, lo mandó desensillar |
30 |
y mandó ensillar la mula como la de un cardenal. |
|
Cuando llegara hasta allí la niña iban quemar. |
32 |
--Esta niña es muy joven, es muy joven pa quemar, |
|
esta niña es muy joven, va muy mal sin confesar. |
34 |
--Ya la confesaron siete, con usted ocho serán; |
|
ya la confesaron siete, verdad no quiso contar. |
36 |
--Dime, dime, Julianita, dime, dime la verdad, |
|
dime, dime qué te dieron para dejarte engañar. |
38 |
--Dieronme una cinta de seda que conmigo va a quemar, |
|
dieronme un anillo de oro que conmigo va a quemar. |
40 |
--Y con eso, Julianita, un besito me has de dar. |
|
--No lo quiera el rey del cielo ni la Virgen del Pilar, |
42 |
donde Carlos puso el labio que lo pose un cardenal.-- |
|
La cogiera y la besara y la puso en su robán: |
44 |
--Quedad con Dios los señores, justicias d` este lugar, |
|
servides vos más pa burro que esta niña pa quemar.-- |
46 |
Bien lo viera la su madre altas torres donde está: |
|
--Si la llevas por criada, sus ropitas le he de dar, |
48 |
si la llevas por esposa, vuelve que la voy dotar. |
|
--Padres que quemades hijas ¿cómo las podéis dotar?-- |
50 |
Al cabo de siete leguas la niña rompió a llorar. |
|
--¿Por qué lloras, vida mía?, no tienes por qué llorar. |
52 |
--Mas quería ser quemada en el fuego de alquetrán |
|
que no verme yo aquí sola en poder de un cardenal. |
54 |
--No llores más, vida mía, que con don Carlos estás.-- |
|
Se abrazaron los dos junto no se pudieron soltar. |
| |
Notas del recolector: -2b Mióu - Mío del dialecto asturiano hablado en la zona de los Tixileiros; -43b Roban Roan. Ruano.
Notas: Véase la versión nº 9385, cantada en 2011 por los recolectores, hijos de Belarmina.
|
Go Back
|
0159:143 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 8997)
Versión de Cangas del Narcea (ay. Cangas del Narcea, ant. Cangas de Tineo, p.j. Cangas del Narcea, ant. Cangas de Tineo, Asturias, España).
Recitada por Justo Martínez González (82a). Recogida por Pere Ferré, Jon Juaristi, Sandra Robertson y Flor Salazar, 02/07/1980 (Archivo: ASOR; Colec.: Encuesta NORTE 80; cinta: 5.2-7.1/B10). Publicada en Petersen-Web 2009, Texto. 134 hemist.
Música registrada.
|
|
|
--Galancina, Galancina hija del conde Galán, |
2 |
¡ay! quien me diera tres noches contigo a mi mandar. |
|
Parécesme hombre ligero no sé si te alabarás; |
4 |
--Con esta espadina de oro con ésta y con un puñal, |
|
con ésta me saquen el alma si no me fuera alabar.-- |
6 |
Y al cabo de los tres días don Carlos se fue alabar: |
|
--Durmí con la mejor niña qu` el mundo pudo criar, |
8 |
era alta como un pino tan fina como un cristal, |
|
arriba de sus pechos blancos cuatro pies pueden jugar.-- |
10 |
La gente desque lo sabe ya se echó a cavilar: |
|
--Si será la Galancina, hija del conde Galán.-- |
12 |
Como la gente es tan mala a su padre lo van contar; |
|
su padre, desque lo sabe, la trataba de quemar. |
14 |
La metió en un cuarto oscuro de los más que pudo hallar |
|
donde no entra sol ni luna ni aires que le hagan mal. |
16 |
Las mocinas de su tiempo la iban a visitar, |
|
y ella que se hallaba sola no hacía más que llorar. |
18 |
Bien la oyera un primo suyo de altas murallas que está |
|
--¿Por qué llora, la mi prima?, por qué tien` tanto pesar? |
20 |
--¿Cómo quieres que no llore si hoy me sacan a quemar? |
|
Si tú fueras pajarito que volaras por la mar |
22 |
me llevarías una carta a don Carlos Montealbán. |
|
--Escríbala la mi prima, que yo se la iré llevar.-- |
24 |
Una la escribió con tinta y otra con sangre moral |
|
y otra con lágrimas tiernas de las que sus ojos dan. |
26 |
--Cuando vayas por los bajos no hagas más que caminar, |
|
cuando vayas por los altos no hagas más que divisar. |
28 |
A la salida de un monte y a la entrada de un lugar, |
|
allí verás los palacios de don Carlos Montealbán.-- |
30 |
Al subir de la escalera a Carlos viera bajar, |
|
--¿Qué hay de nuevo pajarito, qué hay de nuevo por la mar? |
32 |
--La tu esposa Galancina hoy la sacan a quemar. |
|
--Si la queman que la quemen que a mí lo mismo me da, |
34 |
que mujeres en el mundo a mí no me han de faltar. |
|
Sabían a ser tan blanquinas, aun poco más moral. |
36 |
--Si no lo quieres creer aquí traigo la verdad.-- |
|
Tan pronto abrió la carta como la volvió a cerrar. |
38 |
Tenía siete caballos, siete mandó aparejar. |
|
Se vistió de sacerdote y se puso a caminar, |
40 |
y yendo por el camino seis caballos le han reventao |
|
no le ha quedado más que uno para poder caminar |
42 |
--Arre, mi caballo, arre, Dios te me guarde de mal, |
|
qu` estas herraduras nuevas hoy las has despedazar. |
44 |
Siete leguas de camino en hora y media las has de andar, |
|
la cebada de tres días la comerás a cenar.-- |
46 |
Llegó donde está su esposa que ya la iban quemar. |
|
--Buenos días tengan ustedes mañanitas de San Juan, |
48 |
¿Para qué quieren tanta leña no siendo por Navidad? |
|
--Es pa` quemar a una niña que me ha hecho una maldad. |
50 |
--Esa niña es muy joven, no va bien por confesar. |
|
--Ya confesó siete veces ninguna dijo verdad. |
52 |
--Confiésela usted padre si la quiere confesar.-- |
|
L` agarraba de la mano y al pie de un libro misal |
54 |
--Confiésate, Galancina, confiésate la verdad: |
|
¿Tuviste que ver con hombres o con mujeres que hablar? |
56 |
--Ni tuve que ver con hombres ni con mujeres que hablar, |
|
sólo he dormido tres noches con don Carlos Montealbán. |
58 |
--Dime, dime Galancina ¿qué te ha dado de señal? |
|
--Me ha dado un reloj de oro conmigo lo voy quemar. |
60 |
--Dime, dime Galancina ¿qué te dio más de señal? |
|
--Me ha dado un anillo de oro conmigo lo voy quemar. |
62 |
--Dime, dime Galancina ¿qué te dio más de señal? |
|
--Me ha dado un mantón de seda conmigo lo voy quemar.-- |
64 |
La cogía entre los brazos la pone encima el ruán |
|
--Aguarda, Carlos, aguarda que te la voy a dotar. |
66 |
--Yo renuncio de su dote y lo que usted pueda dar, |
|
que una hija que tenía la trataba de quemar.-- |
| |
Notas: El recitador canta los dos primeros versos, advirtiendo ya que su voz no es lo suficientemente buena para cantar. A partir del v. 3, recita el resto del romance. -22 el recitador repite el final del primer hemistiquio tras pronunciar carla en lugar de carta; -24b moral (sic); -35 transcripción literal de lo dicho por Justo, aunque no tiene demasiado sentido; vv. 40-42 el recitador salta dos versos y al darse cuenta del error vuelve atrás para retomarlo nuevamente desde el v. -38 incluyendo los dos versos que había inconscientemente eliminado. Consciente de su error comenta a la receptora: "Póngalo ahora"; -46 el recitador repite el comienzo del primer hemistiquio: Llegó; -62 confunde brevemente el tiempo verbal y dice ha dado, pero rectifica acto seguido e incluye el pretérito, en consistencia con los versos anteriores.
|
Go Back
|
0159:144 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 9023)
Versión de Villares de Abajo (ay. Cabranes, p.j. Cangas de Onís, ant. Infiesto, Asturias, España).
Recitada por Ludivina López López (69a). Recogida en Fondodevila, Ibias, Asturias por J. Antonio Cid, Pere Ferré, Flor Salazar y Ana Vian, 03/07/1980 (Archivo: ASOR). Publicada en Petersen-Web 2009, Texto. 105 hemist.
Música registrada.
|
|
|
La niña va por la arena don Carlos por l` arenal. |
2 |
--Hola, hola, Galanzuca hija del conde Galán, |
|
tres horas a un caballero no se le pueden negar. |
4 |
--Eres muy alabadizo al campo te irías a alabar. |
|
--No hagas caso, Galanzuca, si yo me fuera a alabar |
6 |
me quitarían la lengua y a ti te viene a matar.-- |
|
Pasó por allí un criado que no debía de pasar. |
8 |
--Noticias te traigo, rey, noticias de gran pesar, |
|
que a tu hija Galanzuca, la cogí en mal estar. |
10 |
--Si es verdad lo que me cuentas, yo la mandaré quemar.-- |
|
Mandara siete criados, a leña para quemarla. |
12 |
Él que más pronto volviera le había doblar la soldada. |
|
Ella escribió una carta, |
14 |
una la escribe con tinta y otra con sangre real. |
|
Pasó por allí un criado [. . . . . . . . . . . . . . . . . . .] |
16 |
--¿Quién me diera que esta carta a don Carlos le fuera a llevar?-- |
|
Le decía un primo carnal. |
18 |
--Dame a carta, Galanzuca, que yo te la iré a llegar.-- |
|
--Noticias te traigo, Carlos, noticias de mal pesar |
20 |
que a tu amiga Galanzuca, ya te la van a quemar. |
|
--Si la queman, que la quemen, que la dejen de quemar; |
22 |
entre Francia y Portugal mujeres no han de faltar. |
|
--Si lo dices tú de burla, vámonos a merendar, |
24 |
si tú lo dices de veras, es tiempo de caminar.-- |
|
Quitó vestidos de seda los puso de cardinal. |
26 |
--Caballito, mi caballo, ¡cuánto tenías que andar!, |
|
apretándome la cincha aflojándome el trafal |
28 |
jornada de treinta leguas en una hora te ha de andar. |
|
Si me libras a Galanzuca, a Galanzuca de quemar. |
30 |
hete de aflojar la cincha hete de aflojar el trafal, |
|
hete doblar la cebada que che solía dar.-- |
32 |
Por aquella sierra alante parecía un gavilán; |
|
cuando él llegó ya la iban a quemar. |
34 |
--Deténganse los señores, que esa va sin confesar. |
|
--Ya la confesaron siete con usted ocho serán.-- |
36 |
L` agarraron entre los brazos la llevan al par del altar. |
|
--Dame un beso, Galanzuca, que te libro de quemar. |
38 |
--No lo quiera Dios del cielo ni Santa María del Mar, |
|
donde Carlos puso sus labios que los ponga un cardinal. |
40 |
--¿Qué te ha dado ese don Carlos?, que es un hombre de buen dar.-- |
|
--Me ha dado un anillo de oro que conmigo va quemar. |
42 |
--Dame un beso, Galanzuca, yo te libro de quemar. |
|
--No lo quiera Dios del cielo ni Santa María del Mar, |
44 |
donde Carlos puso sus labios que los ponga un cardinal. |
|
--¿Qué te ha dado ese don Carlos?, que es un hombre de buen dar.-- |
46 |
--Me ha dado un manto de Manila que conmigo va quemar.-- |
|
L` agarrara entre los brazos y la pone en el ruán |
48 |
Sale el rey por la ventana d` esta manera le dicía: |
|
--Si es el diablo que la lleve no la chegues a lograr; |
50 |
si es Carlos de Montealvar dote volverá buscar. |
|
Dou ao diablo o seu dote dote que lle puede dar, |
52 |
que no tenía más que una hija y aquella mandó quemar. |
|
Quédense con Dios, señores, justicia d` este lugar; |
54 |
son ustedes más pa` burros que la niña pa` quemar.-- |
| |
Variantes: -3aDos h.; -6b v. a amargar.
Notas: vv. 1-2: Al final de la recitación, ante unas preguntas aclaratorias, Ludivina acepta y repite que el incipit del romance es: Galanzuca, Galanzuca, / hija del conde Galán, pero no parece acordarse del verso siguiente habitual: Quien te tuviera una noche… ; -8a tal vez su hija; -4b en los apuntes de campo, falta al; -12 más punto v. en los apuntes de campo;-25b,-39b y -44b cardinal sic; -48b dicía (sic). Recogida en Villares de Abajo o en Fondo de Vila.
|
Go Back
|
0159:148 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 9385)
[0149 Galiarda y Florencios, contam.]
Versión de Sisterna (parr. Santa María de Sisterna, ay. Ibias, p.j. Cangas del Narcea, ant. Cangas de Tineo, Asturias, España).
Recitada por Anita Gavela y Roberto Gavela Sal (hermanos). Recogida por Xosé Fernández "Ambás", 00/09/2011 (Colec.: Gavela Sal; cinta: LS109710). Publicada en Petersen Web 2012, Texto. 110 hemist.
Música registrada.
|
|
|
--Julianita, Julianita hija del conde Galán, |
2 |
quién te tuviera tres noches todas tres al mío mandar. |
|
--Tres noches al caballero no se las puedo negar, |
4 |
sólo que después los hombres luego se van a alabar. |
|
--¡Cuchillos hieran mi pecho si yo me fuera a alabar!-- |
6 |
Otro día por la mañana don Carlos se fue a alabar: |
|
--Dormí con la mejor dama que habita en este lugar; |
8 |
del tablero de sus pechos, dos hombres pueden jugar.-- |
|
Unos dicen "¿Quién sería?", otros dicen "¿Quién será?, |
10 |
si será la Galanzuca, la hija del conde Galán." |
|
El padre, desque lo supo, luego la mandó llamar |
12 |
y mandó que la quemaran con fuego de alquetrán. |
|
--Pajes míos, pajes míos los que coméis de mi pan, |
14 |
si me fuerais a avisar a Carlos de Montealbán.-- |
|
--Buenos días, señor don Carlos, qué tal y cómo le va? |
16 |
--Buenos días, paje mío, ¿cómo queda por allá? |
|
--Yo le traigo una noticia que le causará pesar: |
18 |
a su amiga Julianita mañana la quemarán. |
|
--Si la queman, que la quemen, que la dejen de quemar, |
20 |
mujeres n` el mundo hay muchas, no quedaré por casar.-- |
|
El paje, desque esto oyó, luego comenzó a llorar. |
22 |
--¿Por qué lloras, paje mío?, no tienes por qué llorar: |
|
si te mordieron mis perros, yo los mandaré matar; |
24 |
si te pegan mis criados, los mandaré castigar. |
|
--No me mordieron sus perros, no los mande usted matar; |
26 |
ni me pegan sus criados, no los mande castigar. |
|
Yo lloro por Julianita, qu` era mi prima carnal.-- |
28 |
Tenía vestidos de seda, púsolos de cardenal; |
|
tenía el caballo ensillado, lo mandó desensillar |
30 |
y mandó ensillar la mula como la de un cardenal. |
|
En la mula se montara se marchara para allá, |
32 |
cuando llegara hasta allí ya la iban a quemar. |
|
--Esa niña es muy joven, es muy joven pa quemar, |
34 |
esa niña es muy joven, va muy mal por confesar. |
|
--Ya la confesaron siete, con usted ocho serán; |
36 |
ya la confesaron siete, ninguno sacó verdad. |
|
--Dime, dime, Julianita, dime, dime la verdad, |
38 |
dime, dime qué te dieron para poder t`engañar. |
|
--Dieronme una cinta ` seda que conmigo va a quemar, |
40 |
dieronme un anillo de oro que conmigo va a quemar. |
|
--Y con eso, Julianita, un besito me has de dar. |
42 |
--No lo quiera el rey del cielo ni la Virgen del Pilar, |
|
donde Carlos poso el labio que lo pose un cardenal.-- |
44 |
La cogiera, la besara la pusiera en su robán: |
|
--Queden con Dios los señores, justicias d` este lugar, |
46 |
valedes vos más pa burros que esta niña pa quemar.-- |
|
Bien la viera la su madre altas torres donde está: |
48 |
--Si la llevas por criada, sus ropitas le he de dar, |
|
si la llevas por esposa, vuelve que la voy dotar. |
50 |
--Padres que quemades hijas ¿cómo las podéis dotar?-- |
|
Al cabo de siete leguas la niña rompió a llorar. |
52 |
--¿Por qué lloras, vida mía?, no tienes por qué llorar. |
|
--Mas quisiera ser quemada en un fuego de alquetrán |
54 |
que verme aquí yo sola en poder de un cardenal. |
|
--Nada temas, Julianita, que con don Carlos estás.-- |
65 |
Se abrazaron los dos junto no se pudieron soltar. |
| |
Nota: Anita Pérez, hermana del recitador, le acompaña en los primeros 24 versos.
Nota del recitador: -2b Mióu - Mío del dialecto asturiano hablado en la zona de los Tixileiros.
Variantes de la versión de Belarmina Sal González (ficha nº 8333), madre de Roberto y su hermana, de quien ambos aprendieron el romance: -2a te me diera; 3a a un c. ; -5a h. mis pechos; -8a en la tabla; -10a-b sería la G, / hija-11a Su p.; 11b ya la mandara; -12b entre f.; -16a-b Cómo queda, p. m. / qué me cuentas p. a.; -18b la van quemar; -20b no quedo; -21b ya se pusiera; -24b yo los mando c.; -28a-b sus ropas de s. / púsolas ; -31 falta el verso; -32b la niña iban q.; -33a y 34a Esta n.; -34b sin c.; -36b verdad no quiso contar; -38b para dejarte e.; -43a puso; -44b y la puso; -44a-b la c.y la b. / y la puso; -45a -Quedad; -46a servides vos más p. b.; -53a --M. quería; -53b -en el; -54a q. no verme yo aquí s.; -55a --No llores más, vida mía,.
|
Go Back
|
0159:140 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 8615)
Versión de Los Balbases (ay. Los Balbases, p.j. Burgos-3, Burgos, España).
Recitada por Ramona Varas (66a). Recogida por Narciso Alonso Cortés, (Archivo: AMP; Colec.: Alonso Cortés, N.). Publicada en Alonso Cortés 1906, pp. 9-10. 086 hemist. Música registrada. |
|
|
Nochebuena, Nochebuena, que es Pascua de Navidad, |
2 |
cuando condes y condesas a misa del gallo van. |
|
Unos a otros se dicen: "Arbola en cintilla está." |
4 |
Estando un dia cenando, su padre la dirá: |
|
--Boca mala, boca mala, boca mala sin verdad; |
6 |
lo que tienes en el vientre, ¡oh! ¿qué padre le has de dar? |
|
Si quieres muerte de fuego, si la quieres de puñal, |
8 |
si la quieres de agua que es más dulce de pasar. |
|
--No quiero muerte de fuego ni tampoco de puñal; |
10 |
quiero que me mate el cielo y la Santa Trinidad. |
|
¡Ouién tuviera un pajecito de esos que comen mi pan, |
12 |
para escribir a Oliveros a Oliveros el del Mar!-- |
|
Estándolo diciendo, por la puerta le vio entrar: |
14 |
--Escriba cartas, señora, que yo las iré a llevar; |
|
siete caballos que tengo yo los he de reventar.-- |
16 |
Vuelan uno, vuelan dos, vuelan todos a la par. |
|
--Cartas te traigo, Oliveros, de gran tristeza y pesar, |
18 |
que a tu querida la infanta, mañana la han de quemar. |
|
--Que la quemen, que la dejen, ¿á mí qué cuidao me da? |
20 |
--Sólo lo del vientre siento, que viene desangre rial. |
|
--Si lo dices en fiestas, entra, muchacho, a almorzar, |
22 |
y si lo dices de veras, vamos aprisa a ensillar. |
|
--Yo no lo digo en fiestas, que ella en el fuego ha de entrar.-- |
24 |
Se ha salido del palacio, para el convento se va; |
|
sacó un vestido de seda, de fraile le fue a tomar. |
26 |
--Buenos dias, el buen rey, y su corona rial: |
|
me han dicho que tié usté una hija que usté la quiere quemar. |
28 |
Si no se ha confesado déjela usté confesar. |
|
--Confesar, se ha confesado, que ella en el fuego ha de entrar. |
30 |
--Si no se ha reconciliado deje usté reconciliar. |
|
--Entre, fraile, y reconcilie; mire que no ha de tardar.-- |
32 |
Estando doña Arbola puestecita ante el altar, |
|
con el rosario en la mano que ya le iba a en-comenzá. |
34 |
--Por Dios te pido, mi niña, que me digas la verdad. |
|
--La verdad le digo, padre, que Oliveros el del Atar. |
36 |
--Por Dios te pido, mi niña, que un beso me dejes dar. |
|
--Quítese de ahí, frailecito, frailecito regular; |
38 |
donde Oliveros besó denguno más ha besar. |
|
--¿Dónde está el anillo de oro que yo te di al abrazar?-- |
40 |
A estas palabras que ha oído desmayada cayó atrás. |
|
La ha cogido de la mano, para el palacio se van. |
42 |
--El rey casará sus hi[j]as, que esta casadita está.-- |
|
Como mujer y marido para el palacio se van. |
| |
Notas de A. Cortés: Sabido es que este romance pertenece al ciclo carolingio; es el del Conde Claros de Montalban, y de él hay versiones portuguesas, catalanas y asturianas. De las que yo publico, las dos primeras se asemejan bastante a la del Cancionero de 1550. Merece observarse que la infanta (Galanzuca y Galancina en Asturias), se llama en una de estas doña Arbola, nombre proferido en la poesía popular de Castilla; y que el protagonista (Conde Claros), es en ambas Oliveros, por un caso de contaminación. En la tercera, incompleta, los nombres son respectivamente Doña Clara y don Carlos de Amor o de Montealvar, este último como en Portugal y Asturias. Título original: La infanta seducida.
|
Go Back
|
0159:141 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 8616)
Versión de Los Balbases (ay. Los Balbases, p.j. Burgos-3, Burgos, España).
Recitada por Atanasia Balbás (61a). Recogida por Narciso Alonso Cortés, (Archivo: AMP; Colec.: Alonso Cortés, N.). Publicada en Alonso Cortés 1906, p. 10-11. 066 hemist. Música registrada. |
|
|
Tres hijas tenía un rey todas tres en un igual, |
2 |
todas visten un vestido, todas calzan un calzar, |
|
todas tres van a paseo por las orillas del mar. |
4 |
La más pequeñita de ellas se quedó un poquito atrás, |
|
las hermanas van diciendo, diciendo, diciendo van: |
6 |
--Si la infanta está preñada, ¿qué castigo la darán? |
|
¡Mi Dios, si la quemarían! ¡Mi Dios, si la quemarán! |
8 |
--Si tuviera un pajecito de esos que suelo dar pan. |
|
--¿Qué me quiere usted, señora, que me quiere usted mandar? |
10 |
--Que llevaras esta carta a Oliveros el del Mar. |
|
Vestido de seda tiene, de fraile le va a tomar.-- |
12 |
Da vueltas por el palacio y a Oliveros va a encontrar: |
|
--Novedades traigo a usted de alegría o de pesar, |
14 |
que a su querida la infanta se la tratan de quemar.-- |
|
Por onde no le ve gente corre como un gavilán, |
16 |
por onde le ve la gente bien a poco a poco va. |
|
Ya pasaron por la hoguera donde la van a quemar. |
18 |
--Aguárdense ustés un poco, que se quié reconciliar. |
|
--De curas y religiosos bien confesadita va; |
20 |
ella, la picaronaza, no lo quiere declarar.-- |
|
Ya caminan pa, la iglesia, ya caminan, ya se van; |
22 |
la ha encontrado de rodillas !a cara para el altar, |
|
con el rosario en la mano haciendo penitencia está; |
24 |
la ha cogido de la mano y al confesonario va. |
|
--Eso que ties en el vientre ¿qué padre lo piensas dar? |
26 |
--No lo pienso dar más padre que Oliveros el del Mar. |
|
--Si eso de verdad dices un abrazo me habrás de dar. |
28 |
--No lo quiera Dios del cielo ni la Reina Magestad, |
|
que a un frailecito de misa yo le hubiera de abrazar; |
30 |
adonde besó Oliveros no besa ninguno más.-- |
|
La ha cogido en el caballo ya camina, ya se va; |
32 |
ya pasaron por la hoguera donde la van a quemar. |
|
--El rey que case a sus hijas, que esta casadita va.-- |
| |
Nota de A. Cortés: Estos dos versos se encuentran también en el romance de Doña Alda. Título original: La infanta seducida.
|
Go Back
|
0159:45 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 4883)
Versión de Luena (ay. Luena, p.j. Santander, ant. Villacarriedo, Cantabria, España).
Recogida por Narciso Alonso Cortés, (Colec.: Alonso Cortés, N.). Publicada en Alonso Cortés 1920, p. 221. Reeditada en Cossío 1933-1934, I. XVIII (nº 61), pp. 117-118. 060 hemist. Música registrada. |
|
|
Tres hijas tenía el rey, y todas tres son igual; |
2 |
todas visten de un vestido, todas calzan de un calza |
|
todas van a coger flores la mañana de San Juan; |
4 |
se dicen unas a otras: --La infanta encinta esta ya.-- |
|
--¡Ay, infantita, infantita, cómo te van a quemar! |
6 |
--Que me quemen, que me dejen, a mí lo mismo me da; |
|
lo siento por lo del cuerpo que lo es de sangre real. |
8 |
¡Quién tuviera un pajecito, pajecito a mi mandar, |
|
para escribir una carta a don Pedro Montalván! |
10 |
--Escriba, señora, escriba, el pajecito aquí está.-- |
|
Siete vueltas dio al castillo, con don Pedro vino a dar: |
12 |
--Noticias traigo, don Pedro, noticias le vengo a dar, |
|
que la infanta doña Clara hoy la sacan a quemar. |
14 |
--Si me lo dices de broma, vamonos a merendar, |
|
y si lo dices de veras, vamonos a caminar. |
16 |
--Lea, señor, esta carta y en ella se lo dirán.-- |
|
La madre, que ha oído esto, le ha empezado a gritar: |
18 |
--Hijo, si alzo ties con ella, a ver si la puedes salvar.-- |
|
Se ha vestido de fraile y un caballo fue a montar. |
20 |
Cuando ha llegado a la villa la sacaban a quemar. |
|
--Deténganse, cortesanos, deténgase la hermandad; |
22 |
si esa alma no se confiesa, esa alma se perderá.-- |
|
La arrimó al confesonario, la ha empezado a confesar, |
24 |
y en medio la confesión un beso la quiere dar. |
|
--Poco a poco, fraile mío, poco a poco y no besar.-- |
26 |
La ha cogido por los brazos ya caballo la fue a montar. |
|
--Case el rey las otras hijas, que ésta bien casada está. |
28 |
Tenga por yerno querido a don Pedro Montalván. |
|
Las hogueras tenéis hechas, los perros podéis quemar, |
30 |
y si no quemáis los perros, a las viejas del lugar.-- |
| |
Nota: título original: La infanta seducida
|
Go Back
|
0159:46 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 5405)
Versión de Cañeda (ay. Campoo de Enmedio, p.j. Reinosa, Cantabria, España).
Recogida por José María de Cossío y Tomás Maza Solano, entre 1933-1934 publicada en Cossío 1933-1934, I. XVIII (nº 58), pp. 112-115. 094 hemist. Música registrada. |
|
|
Son las doce de la noche, los gallos quieren cantar, |
2 |
don Carlos se muere de amores que ni puede sosegar. |
|
Vio salir a Claralinda de su palacio real; |
4 |
era hermosa como el oro por su vestir y calzar. |
|
Don Carlos que así la ha visto la llevó para el rosal, |
6 |
y la dice unas palabras que eran para enamorar; |
|
que siete años lleva, siete, que no la deja de amar. |
8 |
Un pícaro de escudero por allí pasó a mirar. |
|
--Por Dios te pido, escudero, nada de esto tú has de hablar, |
10 |
de lo que aquí hubieres visto nada lleves que contar; |
|
te daré mil doblas de oro que en la faldriquera están, |
12 |
la niñita por su parte te dará otro tanto y más.-- |
|
El pícaro de escudero a nadie quiso escuchar; |
14 |
a la puerta de los reyes, allí se fue a pasear. |
|
--No te puedes llamar rey ni rey te puedes llamar, |
16 |
que tu hija Claralinda con Montalvares está.-- |
|
Entran damas, salen damas, dicen que preñada está. |
18 |
--Quién tuviera un pajecito que haya comido mi pan |
|
que le llevara esta carta a mi primo Montalván.-- |
20 |
Esto ha oído un pajecito que allí cerquita lo está. |
|
--Escriba, señora, escriba, que yo se la iré a mandar.-- |
22 |
Por donde le ve la gente poquito a poquito va, |
|
por donde no le ve nadie corre como un gavilán. |
24 |
A las puerta de los reyes allí se fue a pasear. |
|
--No te puedes llamar rey ni rey te puedes llamar, |
26 |
que a tu prima Claralinda hoy la sacan a quemar. |
|
--Si eso es cierto, pajecito, sube, sube a merendar. |
|
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . |
28 |
--Malhaya por la doncella, doncella poco leal, |
|
que mete el pie en el lodo y no le sabe sacar.-- |
30 |
Fuérase para un convento que allí cerquita lo está; |
|
dejó la ropa de rey, la de fraile fue a tomar. |
32 |
Por muy pronto que ha llegado ya la sacan a quemar. |
|
--Paso a paso, la justicia, paso a paso, la hermandad, |
34 |
que niña de quince años no puede ir sin confesar. |
|
--Ya lo he confesado, padre, ya lo he confesado, ya. |
36 |
--Si ha confesado la niña se querrá reconciliar.-- |
|
La ha agarrado de la mano, la llevó para el altar, |
38 |
--Confiesa tú aquí, hija mía, confiesa tú aquí verdad. |
|
--Ya lo he confesado, padre, por el paso que he de dar, |
40 |
que sólo he estado una hora con mi primo Montalván.-- |
|
Eso que oyó el fraile de amores la quiso hablar; |
42 |
ella con su blanca mano un bofetón le fue a dar. |
|
--No me toque ningún hombre, ninguno me ha de tocar; |
44 |
donde Carlos puso su honra nadie tenga más que hablar.-- |
|
La ha agarrado de la mano pa el caballo la llevar. |
46 |
--Los perros de la ribera pueden sacar a quemar; |
|
el rey que case las otras que ésta bien casada va.-- |
| |
Título original: El Conde Claros.
|
Go Back
|
0159:47 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 5406)
Versión de Buyezo (ay. Cabezón de Liébana, p.j. San Vicente de la Barquera, ant. Potes, Cantabria, España).
Recogida por José María de Cossío y Tomás Maza Solano, entre 1933-1934 publicada en Cossío 1933-1934, I. XVIII (nº 59), pp. 115-116. 068 hemist. Música registrada. |
|
|
Las hijas del rey Chiquito todas andan a un igual, |
2 |
todas visten un vestir, todas calzan un calzar, |
|
todas dicen a una voz: --La infanta preñada está. |
4 |
--Si la infanta está preñada caso es que parirá.-- |
|
Vino tiempo y pasó tiempo, que la sacan a quemar, |
6 |
con quince carros de leña y más que van a buscar. |
|
--Quién tuviera un criadito, criadito de mi pan, |
8 |
que me llevase una carta a don Carlos de Montealgar. |
|
--Escríbela, mala hembra, que yo te la iré a llevar.-- |
10 |
Una la escribió con tinta y otra con sangre leal, |
|
y otra la escribió con leche porque viera su pesar. |
12 |
Ha montado en un caballo, parece el viento volar; |
|
por donde no le ve nadie corre como un gavilán. |
14 |
Al salir de un arroyuelo y entrar en un arenal, |
|
se ha encontrado con don Carlos, don Carlos de Montealgar. |
16 |
--Carta le traigo, don Carlos, de alegría o de pesar, |
|
que la infanta Clara-y-linda, hoy la sacan a quemar, |
18 |
con quince carros de leña y más que van a buscar. |
|
--Poco me da que la quemen o la dejen de quemar.-- |
20 |
El paje de que esto oye se ha querido desmayar. |
|
--No te desmayes, pajecito, ni te quieras desmayar, |
22 |
que aunque digo esto de burlas otra queda de pesar; |
|
quitaremos este traje vistamos el regular.-- |
24 |
Por donde no le ve nadie, parece el viento volar; |
|
por de pronto que llegó ya la sacan a quemar. |
26 |
--Deténgase la justicia, confesión la quiero dar. |
|
--Ya confesó siete veces y no ha dicho la verdad. |
28 |
--Confiésela usted, el padre, que acaso se la dirá. |
|
--Que no he dormido con hombre de lo haz que me acuerdo acá, |
30 |
si no es una sola noche, por ser noche de Navidad, |
|
y la dormí con don Carlos don Carlos de Montealgar.-- |
32 |
Él la cogió por un brazo, la llevó al pie del altar. |
|
--El rey que case las otras que ésta bien casada está, |
34 |
y cáselas con dinero que ésta no le pide na.-- |
| |
Título original: El Conde Claros.
|
Go Back
|
0159:48 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 5407)
Versión de Campo de Ebro (ay. Valderredible, p.j. Reinosa, Cantabria, España).
Recogida por José María de Cossío y Tomás Maza Solano, entre 1933-1934 publicada en Cossío 1933-1934, I. XVIII (nº 60), pp. 116-117. 054 hemist. Música registrada. |
|
|
Tres hijas tenía un rey, todas tres a un ventanal; |
2 |
se dicen unas a otras, --Balbina preñada está; |
|
si mi padre lo supiera la sacaría a quemar. |
4 |
--Si tuviera un pajecito que se la fuera a llevar, |
|
una carta que yo escriba a don Carlos de Montealbar.-- |
6 |
Estaba allí un primo suyo, un primo suyo carnal. |
|
--Escribe la carta, prima, que yo se la iré a llevar.-- |
8 |
De noche por los caminos, de día por él jaral; |
|
cuando no le veía gente, corre como un gavilán, |
10 |
y cuando gente le veía poco a poquito se va. |
|
Ya se ha llegado al palacio donde don Carlos está. |
12 |
--Tenga esta carta, don Carlos, de alegría o de pesar; |
|
que a la su dama querida se la sacan a quemar. |
14 |
--Que la quemen o la dejen a mí nada se me da.-- |
|
Siente lo que tiene dentro que será sangre real. |
16 |
Aprisa cogió el caballo para venirla a buscar. |
|
Por muy pronto que ha llegado ya la sacan a quemar. |
18 |
--Deténgase la justicia, deténgase la Hermandad, |
|
que esa doncella que llevan ha de querer confesar. |
20 |
--Confesada ya lo viene, no nos confiesa verdad. |
|
--Si lo viene confesada se querrá reconciliar; |
22 |
deténgase la justicia, deténgase la Hermandad.-- |
|
La ha agarrao de las muñecas a las ancas la llevar. |
24 |
--Quédese con Dios el rey y la su corona real, |
|
que en esa hoguera que han hecho un gato pueden asar; |
26 |
case el rey las otras hijas que ésta bien casada va; |
|
cáselas ambas con duques, que ésta con un duque va.-- |
| |
Título original: El Conde Claros.
|
Go Back
|
0159:42 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 3345)
Versión de Miguelturra (ay. Miguelturra, p.j. Ciudad Real, Ciudad Real, España).
Recitada por Manuela González Sánchez (62a). Recogida por José Manuel Fraile Gil y Álvaro Fernández Buendía, 21/12/1990 (Archivo: ASFG; Colec.: Fraile Gil, J. M.). Publicada en Fraile Gil Rom-Panhisp.-1 1992/5CD, Primera Antología Sonora, v. 2, TECNOSAGA, KPD-(5)10.9004, corte 5.© Fraile Gil. Reproducida aquí con permiso del editor. 060 hemist.
Música registrada.
|
|
|
Lisarda se paseaba por los altos corredores, |
2 |
pasó por allí don Luna y se colmaron de amores. |
|
--Lisarda, si tú quisieras, dormir conmigo una noche. |
4 |
Y Elisarda contesta --(Y) esta noche y otra noche, |
|
pero ha de ser con el conque que no se sepa en la corte.-- |
6 |
A otro día de mañana por la corte se decía: |
|
--Yo dormí con una dama más hermosa no la había.-- |
8 |
Unos decían a voces y otros a voces decían |
|
que si no era Elisalda, una hermana que tenía. |
10 |
Su padre la llama y dice --Hija del alma querida, |
|
si es verdad lo que me han dicho, (y) en una hoguera arderías, |
12 |
pero si fuera mentira, reina de España serías.-- |
|
La encerraron en un cuarto donde bordaba y cosía |
14 |
y la pobre de Elisalda embarazada se hacía. |
|
--Si viniera un pajarito de esos que saben volar, |
16 |
le mandaría una carta al conde del Monte Albar.-- |
|
Ha venido el pajarito en el pico se la da: |
18 |
--De tu querida Elisalda, que te la van a quemar. |
|
--La quemen o no la quemen, a mí poco se me da; |
20 |
siento lo que tiene dentro, que es mi sangre original.-- |
|
Se quita la ropa conde, de fraile se la pondrá; |
22 |
se ha pasado por la plaza donde la van a quemar. |
|
--Retírese la justicia, si se quiere retirar, |
24 |
que esta niña es pequeñita y se quiere confesar. |
|
--Padre, ya me he confesado, me quiero reconciliar. |
26 |
--¿Has amado a algún amante? --Yo a un amante nada más. |
|
--Le has escrito alguna carta? --Yo una carta nada más.-- |
28 |
La ha montado en el caballo y al momento empezó a andar. |
|
--La hoguera se queda echada, que quemen a un animal, |
30 |
que no es delito tan grande para Elisalda quemar.-- |
| |
Notas de Fraile Gil: Copla de Nochebuena. Es muy grande el repertorio romancístico utilizado en Miguelturra como coplas de Navidad; desde el 8 de diciembre (día de las hogueras) hasta el día último del año, la gente comenzaba a reunirse en las casas grandes en las cocinas de gañanes y allí, al son de las zambombas de barro, se cantaban composiciones de asunto religioso o bien profano, como este Conde Claros. |
Go Back
|
0159:2 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 713)
Versión de Pereda de Ancares (ay. Candín, p.j. Ponferrada, ant. Villafranca del Bierzo, comc. Ancares, León, España).
Recitada por Belarmina Fernández (57a) y Aurora Abella (78a). Recogida por Mercedes Cano, Débora Catalán, J. Antonio Cid y Paloma Díaz-Mas, 18/07/1985 (Archivo: ASOR; Colec.: Encuesta LEÓN 85; cinta: 1.18-7.1/A-14). Publicada en TOL I 1991, pp. 87-88. 085 hemist. Música registrada. |
|
|
Cuando Carlos pretendía, no podía sosegar. |
2 |
Aprisa pide caballo; más aprisa se lo dan. |
|
Por donde Carlos pasaba, la gente salía a mirar; |
4 |
también salió Galanzuca, la hija del rey Galán. |
|
--¡Qué buen cuerpo tienes, Carlos, pa con los moros pelear! |
6 |
--Aún lo tengo mejor para contigo me hallar. |
|
--Si ese gusto tienes, Carlos, vamos al arenal.-- |
8 |
Tres noches `tuvieron allí, allí en el arenal: |
|
Una fue de gusto y otras dos de gran pesar. |
|
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . |
10 |
Un día estando comiendo, el rey empezó a hablar: |
|
--¿Cuála es una de mis hijas, que ella preñadita está?-- |
12 |
Miran una para l`otra a todas (les) pareció mal, |
|
no siendo la Galanzuca que encomenzó a llorar. |
14 |
--¡Aprisa, aprisa, criados, aprisa leña juntad |
|
para el medio de la plaza, que la vamos a quemar!-- |
16 |
--¿Cuál es uno de mis pajes, de esos que comen el pan, |
|
que me llevara una carta a Carlos de Montealbar? |
18 |
--Escríbala usted, señora, que yo se la voy llevar. |
|
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . |
|
--Nuevas te traigo, don Carlos, nuevas de grande pesar, |
20 |
que a tu novia Galanzuca te la sacan a quemar. |
|
--Si la queman, que la quemen, que la dejen de quemar, |
22 |
mujeres hay por el mundo, una no me ha de faltar; |
|
y si lo dices de veras, nos ponemos a sentar; |
24 |
y si lo dice en broma, es tiempo de caminar.-- |
|
Se quitó el traje de rey, lo puso de cardenal. |
26 |
Por aprisa que llegaron, ya la iban a quemar. |
|
--Esperen, esperen, señores, que muere sin confesar. |
28 |
--Siete confesiones lleva, no quiere decir la verdad. |
|
--Espero en Dios de los cielos que a mí me la va a contar.-- |
30 |
--La cogiera por la mano y la llevó al altar. |
|
--¿Has dormido con alguno de risas o de verdad? |
32 |
--No he dormido con ninguno, de risas ni de verdad; |
|
sólo he dormido tres noches con Carlos de Montealbar, |
34 |
una fue de mi gusto, otras dos de gran pesar.-- |
|
La cogiera entre los brazos y la puso en el ruán. |
36 |
Sale la boca rota de su madre diciendo sin parar: |
|
--Si la llevas por amores, déjala que la vamos a quemar; |
38 |
si la llevas por esposa, sus ropas vuelve a buscar. |
|
--¡Oh, malhaya la su ropa y el dote que le va a dar, |
40 |
por donde la niña vaya ropa non le ha de faltar! |
|
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . un niño vio pasar. |
42 |
--¿De quién eres, niño hermoso, que bien te sabes pasear? |
|
--Yo soy su nieto, mi abuelo, que usted me quiso quemar. |
| |
Go Back
|
0159:3 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 714)
Versión de Candín (ay. Candín, p.j. Ponferrada, ant. Villafranca del Bierzo, comc. Ancares, León, España).
Recitada por María Abella López (83a) y María Fernández Abella (44a). Recogida por Paul Bénichou, Mercedes Cano, J. Antonio Cid y Concha Enríquez de Salamanca, 17/07/1985 (Archivo: ASOR; Colec.: Encuesta LEÓN 85; cinta: 1.17-7.1/B-06 y B-03). Publicada en TOL I 1991, pp. 88-90. 122 hemist. Música registrada. |
|
|
Don Carlos sale de paseo con las campanillas en su ruán; |
2 |
toda la gente salía por las ventanas mirar, |
|
también salió Galanzuca, la hija del rey Galán: |
4 |
--¡Qué buen cuerpo tienes, Carlos, para con el moro pelear! |
|
--Mejor lo tengo, Galanzuca, para contigo me holgar. |
6 |
--Si ese gusto tienes, Carlos, vamos al arenal.-- |
|
Tres noches `tuvieron alí, tres noches n`arenal; |
8 |
una fuera de su gusto, y dos fueron de pesar. |
|
Al cabo de los tres días |
10 |
un paje del rey por allí vieron pasar. |
|
--Calla, calla, Galanzuca, que a tu padre se lo he de contar. |
12 |
--No se lo cuentes, (que) cien doblones te voy (a) dar. |
|
--No te quiero doblones, tu padre me los dará.-- |
14 |
El paje baja pola carretera, Galanzuca por el arenal; |
|
cuando el paje ya llegó, Galanzuca en casa está |
16 |
[--Noticia le traigo] |
|
que su hija Galanzuca estaba en el arenal.-- |
18 |
El rey las juntó a todas de esta manera les hablaba: |
|
--¿Cuál de las mis tres hijas, ella preñadita está?-- |
20 |
Miran unas para otras, a todas les pareció mal; |
|
no siendo Galanzuca, que comenzara a llorar. |
22 |
Luego saltara su madre, mala lengua y mal hablar: |
|
--Apañái leña, mis criados, que la vamos a quemar.-- |
|
| (En un cuartito la encerraron.) |
|
24 |
--¡Quién me diera un pajarcito de los que me comen pan, |
|
que esta carta me llevaran a Carlos de Montealbar! |
26 |
--Escríbala usted, señora, que yo se la iré a llevar.-- |
|
--Buenas te traigo, don Carlos, buena expresión de pesar; |
28 |
que a tu novia Galanzuca ya te la van a quemar. |
|
--Si lo digues de veras, anda, vamos a merendar; |
30 |
si lo dices de risas, es tiempo de caminar, |
|
si la queman, que la quemen, que la dejen de quemar, |
32 |
que mujeres por el mundo para mí no han de faltar.-- |
|
Sacó una carta del bolsillo, a Carlos se la fue a entregar. |
34 |
Quitó las ropas de seda y vistió las de cardenal; |
|
por aquellas veigas verdes corre más que un gavilán. |
36 |
Por aprisa que llegó, ya la iban a quemar. |
|
--¡Paren, paren con la niña, que ella va sin confesar!-- |
38 |
Y luego salta su madre, mala lengua y mal hablar: |
|
--Siete confesores tuvo y no contó la verdad. |
40 |
--¡Esperen, Dios de los cielos, que a mí me la ha de contar!-- |
|
La cargara así en sus brazos y la puso en el altar. |
42 |
--¿Has dormido con alguno, de risas o de verdad? |
|
--No he dormido con ninguno, ni risas ni de verdad, |
44 |
nada más que unas tres noches con Carlos de Montealbar, |
|
una fuera de mi gusto, y dos fueron de pesar. |
46 |
--En el mirar de los ojos, ¿a quién te parecerá? |
|
En el mirar de los ojos, a Carlos de Montealbar. |
48 |
--N`el apretar de la mano ¿a quién te parecerá? |
|
--N`el apretar de la mano, a Carlos de Montealbar.-- |
50 |
La agarrara entre los brazos y la puso en su rubán; |
|
por aquellas veigas verdes corre máis que un gavilán. |
52 |
Y luego salta su madre, mala lengua y mal hablar: |
|
--Si la llevas por esposa, las ropas vuelve buscar; |
54 |
si la llevas por querida, trae, que la vamos quemar. |
|
--¡Madre que quema a una hija poco le tendrá que dar! |
56 |
siete vestidos tiene hechos y siete tiene a cortar, |
|
el día de la su boda todos los ha de estrenar. |
|
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . |
58 |
Por la puerta del rey la espada iban a jugar. |
|
--¿De quién será ese niño que tan bien la espada sabe jugar? |
60 |
--Yo soy su nieto, mi abuelo, que usted quería quemar. |
|
--Si eres mi nieto, muchas cosas te voy dar. |
62 |
--Yo no le quiero `e sus cosas, mi padre tiene que dar; |
|
¡Padres que queman una hija, no tendrán mucho que dar! |
| |
Go Back
|
0159:4 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 715)
Versión de Moldes (ay. Barjas, p.j. Ponferrada, ant. Villafranca del Bierzo, comc. Valcarce, León, España).
Recitada por Sofía Vicín García (74a). Recogida por Concha Enríquez de Salamanca, Paloma Díaz-Mas, José Luis Forneiro y Aurelio González, 14/07/1985 (Archivo: ASOR; Colec.: Encuesta LEÓN 85; cinta: 8.14-7.1/B-05). Publicada en TOL I 1991, pp. 90-91. 105 hemist. Música registrada. |
|
|
N`el campo de Verde Olivo don Carlos de Montealvar, |
2 |
Carlos tenía la capa, la niña el verde brial. |
|
Pasó por allí un hombre que ahorraba de llegar. |
4 |
--Cousas que esta noite pasan ao rei heinllas de contar, |
|
cousas que esta noite pasan ao rei hasllas de negar.-- |
6 |
Se echaron a caminar, |
|
la niña por el camino y el hombre por l`arenal. |
8 |
Llegara antes la niña que el hombre a ca de seu pai. |
|
--Cousas le traigo meu rei, cousas de grande pesar. |
10 |
--Ou me queiman o castillo, ou me rouban a ciudad. |
|
--Nin lle queiman o castillo, nin lle rouban a ciudad, |
12 |
a sua filla Aneluca estalle con Carlos de Montealvar. |
|
--Prendeime a ese galaciño, nunca me contou verdad. |
14 |
--Que me prendan, que me deixen, que me volvan a prendar, |
|
que me prendan, que me deixen, Aneluca encinta está.-- |
16 |
Dos criados que tenía los mandaba a llamar. |
|
--Criados míos, criados, |
18 |
vade buscar rama para la quemar mañana.-- |
|
Su madre daba unas voces que al alto `el cielo iban dar. |
20 |
--¡Dios me diera un pajarcillo, que algún día lle dein pan, |
|
para mandarle una carta a Carlos de Montealvar.-- |
22 |
Respondió un sobrino, que en altas torres estaba. |
|
--Haga la carta, mi tía, que yo se la iré a llevar. |
24 |
--Si lo encuentras duermiendo, dejaraslle despertar; |
|
si lo encuentras misando, dejaraslle salir, |
26 |
y si lo encuentras comiendo, dejaraslle terminar.-- |
|
A buena hora llegar que salía de misar. |
28 |
--Cartas lle traigo, don Carlos, cartas de grande pesar. |
|
--¿Qué cartas serán aquesas que a mí me darán pesar?, |
30 |
¿ou me queiman o castillo ou me rouban la ciudad? |
|
--Nin lle queiman o castillo nin lle roban la ciudad, |
32 |
a su amiga Analuca iban para la quemar. |
|
--Si me lo dices de risas, yo me andara a xantar; |
34 |
si me lo dices de veras, vámonos a caminar. |
|
--Si no me quiere creer, coja la carta y mire.-- |
36 |
Se quitó el traje de cura se puso el de cardenal. |
|
Llegando a la puerta de ella, iban para la quemar. |
38 |
--Esa nena que allí queiman muy mal vai sin confesar. |
|
--Llamaron curas y flaires y a ningún contou verdad. |
40 |
--Me la dejaran a mí y a mí me la contará.-- |
|
La cogiera por la mano y la subiera al altar. |
42 |
--Dime ahora, Analuca, si estás en pecado mortal. |
|
--Tres noches dormí con Carlos de Montealvar: |
44 |
Una fue a contra gusto, dos fueron de voluntad. |
|
--Dame un beso, Analuca, yo a tu padre irei hablar. |
46 |
--No lo quiera Dios del cielo ni la Virgen del Pilar, |
|
donde Carlos puxo os labios, que los ponga un cardenal. |
48 |
--Por este anillo que traigo, soy Carlos de Montealvar.-- |
|
La cogiera por la mano y al caballo la subió. |
50 |
--Si la llevas por esposa, joyas le podemos dar; |
|
si la llevas por querida, rayos te la van quemar. |
52 |
--Non quero joyas de naide, joyas teño que lle dar: |
|
¡Padres que queiman ás fillas poucas joyas pueden dar! |
| |
Go Back
|
0159:5 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 716)
[0366 Conde Claros preso, contam.]
Versión de Quilós (ay. Cacabelos, p.j. Ponferrada, ant. Villafranca del Bierzo, comc. Cacabelos, León, España).
Recitada por Remedios Canedo (65a) y Carmen Canóniga González (73a). Recogida por Aurelio González, Olimpia Martínez, José Ramón Prieto y Mª José Querejeta, 16/07/1982 (Archivo: ASOR; Colec.: Encuesta NOROESTE 82; cinta: 3.16-7.2/A-14). Publicada en TOL I 1991, pp. 91-93. 103 hemist. Música registrada. |
|
|
Don Carlos va de paseo, don Carlos de Montealbar; |
2 |
las criadas y doncellas todas salen a mirar, |
|
también salió Galanzuca por un balcón a mirar. |
4 |
--¡Qué cuerpo llevas, don Carlos, qué cuerpo pa enamorar! |
|
--También yo llevo cuerpo para con damas hablar.-- |
6 |
Don Carlos tiende la capa, Galanzuca su breal. |
|
Pasó por allí un buen hombre, que no debía pasar. |
8 |
--No diga nada, buen hombre, que yo le voy regalar: |
|
de tres coronillas de oro a mitad le voy a dar; |
10 |
Galanzuca, que es más rica, algo más le podrá dar.-- |
|
Aquel buen hombre el camino, Galanzuca el pedregal; |
12 |
llegó antes Galanzuca que aquel hombre dé verdad. |
|
--Nuevas le traigo, buen rey, nuevas de grande pesar: |
14 |
que a su hija Galanzuca n` alto monte la vi quedar |
|
y quedaba ella sola con Carlos de Montealbar, |
16 |
y, si no me lo quiere creer, |
|
dentro de cuatro meses Galanzuca encinta está. |
18 |
--Manden, prender ese hombre, no me cuente la verdad, |
|
que mi hija Galanzuca en alto palacio está.-- |
20 |
--Manden soltar ese hombre, que me dice la verdad, |
|
que mi hija Galanzuca yo la tengo de quemar. |
22 |
--Yo no siento que me quemen ni me dejen de quemar, |
|
lo que siento es lo que llevo dentro; que muere sin bautizar. |
24 |
Suban, suban, mis criados, suban, sin ningún tardar, |
|
voy a escribir una carta a Carlos de Montealbar. |
26 |
--Escríbala usted, mi prima, que yo se la iré a llevar.-- |
|
--Nuevas le traigo, don Carlos, nuevas de grande pesar, |
28 |
que su novia Galanzuca se la llevan a quemar. |
|
--Yo no siento que la quemen ni la dejen de quemar, |
30 |
que para mí en Castilla mujeres no han de faltar. |
|
Si me lo dices de bromas, ven conmigo a almorzar; |
32 |
si me lo dices de veras, mi caballo subreal.-- |
|
--Usted, como madre vieja, un consejo me ha de dar |
34 |
¿qué vestido me pongo para ir a presentar? |
|
--Quita el traje de paisano, ponte el de cardenal.-- |
36 |
Cuando llegó allí, ya la iban a quemar. |
|
--¿Dónde llevan a esa niña, que muere sin confesar? |
38 |
--Siete frailes la confiesan y no dice la verdad. |
|
--Que conmigo serán ocho y a mí me la ha de dar.-- |
40 |
Y la cogió de la mano y la llevó hacia el altar. |
|
--En el sexto mandamiento ¿qué tienes que confesar? |
42 |
--Cinco noches he dormido con Carlos de Montealbar; |
|
tres han sido por mi gusto, dos contra mi voluntad. |
44 |
--Alza los ojos al cielo y verás con quién estás. |
|
--En el vestir me pareces, me pareces cardenal; |
46 |
en las manos me pareces a Carlos de Montealbar.-- |
|
La montó en su caballo y con ella marchó ya. |
48 |
--Si la llevas por esposa, joyas la iré a buscar; |
|
si la llevas por querida, nunca la puedas gozar. |
50 |
--¡Padres que quemáis los hijos, qué joyas les vais a dar!; |
|
siete vestidos tengo hechos, otros siete sin cortar, |
52 |
otros siete estoy cortando, otros siete en el telar, |
|
¡padres que quemáis los hijos, qué joyas les vais a dar! |
| |
Nota: Los versos 1-21 corresponden a lo que denominamos Conde Claros preso aunque Armistead y Costa Fontes los llaman "Conde Claros y la princesa acusada. [B10] La confusión arranca de que la tradición combina libremente (y de maneras varias) motivos del viejo romance cíclico.
. |
Go Back
|
0159:6 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 717)
[0149 Galiarda y Florencios and 0149 Galiarda y Florencios + 0469 Infanta preñada, contam.]
Versión de Robledo de Sobrecastro (ay. Puente de Domingo Flórez, p.j. Ponferrada, comc. Carucedo, León, España).
Recitada por José Fernández Álvarez (85a). Recogida por José Antonio Blanco, Javier Ormazábal, Sandra Robertson y Isabel Rodríguez, 16/07/1982 (Archivo: ASOR; Colec.: Encuesta NOROESTE 82; cinta: 6.16-7.2/B-10 y 6.16-7.1/A-08). Publicada en TOL I 1991, pp. 93-94. 084 hemist. Música registrada. |
|
|
--¡Buen caballo trae, don Carlos, para con moros pelear! |
2 |
--También traigo buenos labios para las chicas besar. |
|
--No hables tanto, don Carlos, es muy pronto el alabar. |
4 |
--He dormido con la mejor chica, la gala de este lugar.-- |
|
Unos dicen: "¿Quién sería?", y otros dicen: "¿Quién será?" |
6 |
--La hija del rey Galvano o n`el mundo no hay verdad.-- |
|
Su padre, cuando lo supo, luego las mandó juntar: |
8 |
--¿Cuál de vosotras, mis hijas, la que encinta vos halláis?-- |
|
Respondió la más pequeña, la que no debía de hablar: |
10 |
--Elenita estaba encinta, padre, vámosla a quemar, |
|
con siete carros de leña y otros tantos de metal.-- |
12 |
--¡Si estuviera un pajarito que anduviese a mi mandar |
|
para mandarle una carta a Carlos del Montealbar!-- |
14 |
La palabra no está dicha, el pajarito allí está: |
|
--Escribe la carta, Elena, que yo se la iré a llevar. |
16 |
--Si don Carlos está en misa, tú lo dejarás rezar; |
|
si don Carlos `stá comiendo, lo dejarás acabar.-- |
18 |
Cuando el pajarito llegó, de misa salían ya: |
|
--Nuevas te traigo, don Carlos, nuevas de mucho pesar, |
20 |
que Elena, blanca y hermosa, ya quedan para quemar. |
|
--Tanto me da que la quemen, que la dejen de quemar.-- |
22 |
El pajarito, al oír esto, pronto se tiró a llorar. |
|
--No llores, hombre, no llores, ¡valga Dios tanto llorar!, |
24 |
aunque una palabra digo, otra queda en el pensar.-- |
|
--Vosotros, como mujeres viejas, ¿qué consejo nos vais a dar |
26 |
pa rescatar a una joven que quedan para quemar? |
|
--Quita tu ropa de conde, vístete de cardenal, |
28 |
como que eres sacerdote que la vas a confesar.-- |
|
Cuando don Carlos llegó, a quemarla iban ya. |
30 |
--Espérese la justicia, justicia de este lugar, |
|
que esa joven que ahí llevan va muy mal sin confesar. |
32 |
--Confesadita ya está, le falta reconciliar.-- |
|
La llevaron a la iglesia, junto al pico del altar. |
34 |
--¡Jura, perra traidora, jura lo que has que jurar, |
|
si has dormido con conde alguno o has tenido el pensar! |
36 |
--Ni he dormido con ninguno, ni he tenido el pensar, |
|
más que una noche o dos con Carlos de Montealbar, |
38 |
y me parece que es este que lo conozco en l`hablar.-- |
|
Por bajo de la mantilla un beso le fue a dar. |
40 |
--Si la llevas por esposa, Dios te la ayude a gozar; |
|
si la llevas por manceba, el fuego te la ha quemar. |
42 |
--¡Padres que queman sus hijos mal dote les van a dar! |
| |
Nota: Galiarda y Florencios, vv 1-6.
. |
Go Back
|
0159:7 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 718)
[0149 Galiarda y Florencios and 0149 Galiarda y Florencios + 0469 Infanta preñada, contam.]
Versión de Chano (ay. Peranzanes, p.j. Ponferrada, ant. Villafranca del Bierzo, comc. Fornela, León, España).
Recitada por María Ramón Abella (70a). Recogida por Pilar Aragón, José Luis Forneiro, Aurelio González y Esther San-Pastor, 18/07/1985 (Archivo: ASOR; Colec.: Encuesta LEÓN 85; cinta: 6.18-7.1/B-07). Publicada en TOL I 1991, pp. 94-95. 085 hemist. Música registrada. |
|
|
Cuando venía don Carlos, don Carlos de Montealbar, |
2 |
lleva campanillas de oro para mejor resonar. |
|
Bien lo oyera Galanzuca, la hija del rey Galán, |
4 |
bien lo oyera Galanzuca, de altas torres donde está. |
|
| (Tuvo una entrevista con él y durmió con ella) |
|
|
Otro día por la mañana don Carlos se fue a alabar: |
6 |
--He dormido co` una niña que en el mundo he visto tal, |
|
los ojos de su cara . . . . . . . . . . . . . . . . . . . |
8 |
y los dientes de su boca, menuditos como el sal, |
|
y encima de sus pechos los naipes pueden jugar.- |
10 |
Bien lo oyera el rey su padre. |
|
Tenía tres hijas y las tres mandó llamar. |
12 |
--¿A cuál de las tres mis hijas, a cuál preñadita está?-- |
|
Miran unas para otras, de ellas palabra no sal; |
14 |
si no fuera Galanzuca, que empezó a llorar. |
|
--Aprisa, aprisa, criados, . . . . . . . . . . . . . . . . . . . |
16 |
traer tres carros de leña para mandarla quemar.-- |
|
| (Ella corriendo escribió una carta al criado que tenía y la fue a llevar al pueblo de don Carlos de Montealbar) |
|
|
Por unas vegas pa arriba parecía un gavilán, |
18 |
por otras para abajo parece que quier volar. |
|
Cuando llegó a su pueblo, don Carlos de misa sal. |
20 |
--Buenos días, don Carlos, --Buenos, buenos, ¿usted qué trae? |
|
--Que a su novia Galanzuca que la iban a quemar. |
22 |
--Si la queman, que la quemen, si no, la dejen quedar; |
|
bien larga era Castilla, mujeres no han de faltar; |
24 |
pero ¿lo dices de mentira o lo dices de verdad? |
|
--No lo digo de mentira, que lo digo de verdad, |
26 |
aquí traigo en el bolsillo quien le cuente la verdad.-- |
|
Aún no empezó a leer y a su casa se va. |
|
| (Él se vistió de cardenal. Cogen cada uno su caballo, a fuego, y llegan onde la chica; ya estaba la hoguera para quemarla) |
|
28 |
--Deténgase la justicia, la vara de este lugar, |
|
que esta niña es muy joven y va mal sin confesar. |
30 |
--Ya se confesó a tres frailes, ya pudo contar verdad. |
|
--Ella tiene un pecadito que a mí me lo ha de contar.-- |
|
| (Y entonces fue al confesionario con ella) |
|
32 |
--¿Pecaste con algún hombre de veras o de verdad? |
|
--No pequé con ningún hombre de veras y de verdad, |
34 |
si no fue tres noches, tres, con Carlos de Montealbar; |
|
la primera fue a mi gusto y las dos a mi pesar, |
36 |
la primera fue en su capa, las dos en mi verde brial. |
|
--Para que Dios te perdone, un besito me has de dar. |
38 |
--Eso no lo quiera Dios ni la Virgen del Pilar, |
|
donde Carlos puso sus labios lo ponga ningún cardenal.- |
|
| (Entonces él se quitó la sotana y se presenta al rey) |
|
40 |
--Si la llevas por querida, de ella veas mal gozar; |
|
si la llevas por esposa, las ropas vuelve a buscar. |
42 |
--Bien larga era Castilla, ropas no han de faltar; |
|
quien mandó quemar la niña, las ropas puede quemar. |
| |
Nota: Galiarda y Florencios, vv. 1-9.
. |
Go Back
|
0159:8 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 719)
Versión de Trascastro (ay. Peranzanes, p.j. Ponferrada, ant. Villafranca del Bierzo, comc. Fornela, León, España).
Recitada por Elisa Ramón (62a). Recogida por Diego Catalán, J. Antonio Cid, Flor Salazar, Ana Valenciano, Diego Catalán y Cruz Montero, en dos ocasiones, 18/07/1977+13/08/1988 (Archivo: ASOR; Colec.: Encuesta NORTE 77; cinta: `Trascastro-A` 16 y 1/B-10). Publicada en TOL I 1991, pp. 96-97. 099 hemist. Música registrada. |
|
|
Campanillas toca el rey, campanillas a la par. |
2 |
Todas damas y doncellas todas salían a mirar; |
|
también salía Galanzuca, la hija del rey Galán, |
4 |
también salía Galanzuca, que en el mundo no la hay. |
|
Estando jugando al naipe, don Carlos se fue alabar: |
6 |
--Tuve que ver con una niña que en el mundo no la hay; |
|
los dientes tiene menudos, menuditos como el sal, |
8 |
d` arriba de los sus pechos los naipes pueden jugar.-- |
|
Unos decían: "¿Quién sería?", y otros dicen: "¿Quién será?, |
10 |
¿si sería Galanzuca, la hija del rey Galán, |
|
si sería Galanzuca, que en el mundo no la hay?" |
12 |
El rey tenía tres pajes, uno de ellos lo fue a contar. |
|
--¿A cuál de las tres, mis hijas, a cuál preñadita estáis?-- |
14 |
Miraba una pa la otra sin palabritas (ni) hablar; |
|
si no fuera Galanzuca, que encomenzara a llorar. |
16 |
--¡Troparme tres carros de leña, otros tantos de metal, |
|
pa(ra) quemar a Galanzuca, la hija del rey Galán!-- |
18 |
--¿A cuál de los mis criados, el que me coméis el pan, |
|
me queréis llevar una carta a Carlos de Montalbán?-- |
|
| (Y el más chiquitino de ellos dijo:) |
|
20 |
--Escríbala, señora, escríbala, que yo os la iré a llevar.-- |
|
Por aquellas vegas arriba pa(r)ece que quiere volar, |
22 |
y por aquellas abajo parecía un gavilán. |
|
--¡Albízaras, el don Carlos, albízaras de pesar, |
24 |
(que) van quemar a Galanzuca, la hija del rey Galán. |
|
--Si la queman, que la quemen, que la dejen de quemar, |
26 |
Castilla bien grande era, mujeres no han de faltar. |
|
Si lo dices de mentira, es hora de ir a almorzar; |
28 |
si lo dices de verdad, es hora (ya) de caminar.-- |
|
--Si no lo quiere creer, |
30 |
aquí le traigo en mi bolsillo, que le cuente la verdad.-- |
|
Aún no tenía la carta abierta, luego la volviera a cierrar. |
32 |
Por aquellas vegas arriba pa(r)ece que quiere volar, |
|
y por aquellas abajo parecía un gavilán. |
34 |
Cuando llegara a su tierra, ya la iban a quemar. |
|
--Deténgase, la justicia, la vara de este lugar, |
36 |
esta chica era muy joven, iba mal por confesar, |
|
y lo que lleva en el vientre iba mal por bautizar.-- |
38 |
La cogiera entre sus brazos, la pusiera en el ruan. |
|
--Ahora, por penitencia, (y) un besito me has de dar. |
40 |
--No lo quiera Dios del cielo ni Santa María de la Mar, |
|
donde don Carlos puso la boca no la ponga un cardenal. |
42 |
--Quédese con Dios, la justicia, la vara de este lugar, |
|
esta chica era muy mía, conmigo la he de llevar |
44 |
y lo que lleva en el vientre padre a mí me ha de llamar. |
|
--Si la llevas por amiga, mal de ella veas gozar; |
46 |
si la llevas por esposa, las ropas vuelves buscar. |
|
--Si usted la viste de seda, yo la visto de sayal. |
48 |
Válgame Nuestra Señora, Santa María de la mar, |
|
el que mandó quemar la niña la ropa mande quemar, |
50 |
que si va vestida de seda, la vestiré de sayal. |
| |
Go Back
|
0159:9 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 720)
[0366 Conde Claros preso and 0469 Infanta preñada, contam.]
Versión de Susañe del Sil (ay. Palacios del Sil, p.j. Ponferrada, ant. Murias de Paredes, comc. Ribas del Sil, León, España).
Recitada por Clotilde González (52a). Recogida por Ángeles Gasset, Francisco Mendoza Díaz-Maroto, Margarita Morton y Isabel Rodríguez, 30/06/1980 (Archivo: ASOR; Colec.: Encuesta NORTE 80; cinta: 4.30-6.2/B-10). Publicada en TOL I 1991, pp. 97-99. 112 hemist. Música registrada. |
|
|
Don Carlos, con amores, no podía sosegar; |
2 |
se fue a la calle arriba, donde las damas están. |
|
Se cogió con Clarailinda, al jardín del rey se van; |
4 |
el conde tendió su capa, Clarailinda su sayal. |
|
Pasó por allí un caballero, que no debía de pasar, |
6 |
que todo lo que allí ve al rey se lo va a contar: |
|
--Nuevas le traigo, buen rey, nuevas de grande pesar, |
8 |
que vuestra hija Clarailinda, ay, encinta os está.-- |
|
De siete hijas que tenía, todas las mandó llamar; |
10 |
él las llama una a una, ellas vienen par a par. |
|
--¿Cuáles estas, las mis hijas, que encinta os estáis?-- |
12 |
Miran unas pa las otras, empezaron a negar; |
|
si no fuera Clarailinda, que se había echao a llorar. |
14 |
La encerraron en un cuarto para llevarla a quemar. |
|
--Si hubiera por allí un paje de esos que yo daba pan, |
16 |
mandaría llevar la carta a Carlos de Montealbar. |
|
--Escríbala, la señora, que yo se la iré a llevar.-- |
18 |
Mitad escribió con tinta, la otra con sangre real. |
|
Por aquellas vegas arriba corría más que un gavilán. |
20 |
Por aprisa que llegó, don Carlos de misa sal. |
|
--Nuevas le traigo, don Carlos, nuevas de grande pesar, |
22 |
que su novia Clarailinda hoy la iban a quemar. |
|
--Si la queman, que la quemen, a mí lo mismo me da, |
24 |
que mujeres por el mundo para mí no han de faltar.-- |
|
En oyendo esto el paje, se había echado a llorar. |
26 |
--¿Tú me lo dices de faulas, o lo dices de verdad? |
|
que si lo dices de faulas, nos iremos a almorzar; |
28 |
si lo dices de verdad, es hora de caminar. |
|
--Tenga usted, lea la carta, la carta se lo dirá.-- |
30 |
Empezó a leer la carta, no la pudo terminar. |
|
--Vamos, vamos a mi madre, que un consejo me ha de dar. |
32 |
--Quita tus ropas de seda y pon las de cardenal.-- |
|
Por aquellas vegas abajo corría más que un gavilán. |
34 |
--Deja el caballo que corra y ponte en el ruán.-- |
|
Por aprisa que llegó, ya la iban a quemar. |
36 |
--Pare, pare, la justicia y toda la hermandad, |
|
que la chica es muy joven y aún va sin confesar.-- |
38 |
--Siete curas la confiesan, de ninguno sal verdad. |
|
--Si la confiesan siete curas, ahora va un cardenal.-- |
40 |
La cogiera entre sus brazos, la pusiera en el altar: |
|
--¿Has dormido con alguno, a tu gusto, a tu pesar? |
42 |
--No he dormido con ninguno, ni a mi gusto ni al pesar, |
|
si no fueran las tres noches con Carlos de Montealbar, |
44 |
una ha sido a mi gusto y otras dos a mi pesar. |
|
--Pues ahora, de penitencia, un besito me has de dar. |
46 |
--No lo quiera Dios del cielo ni la Virgen del Pilar |
|
donde puso Carlos boca que la ponga un cardenal.-- |
48 |
Oyendo esto el caballero, se había echado a llorar. |
|
--Quede con Dios la justicia y toda la hermandad, |
50 |
que la chica más bonita hoy la iban a quemar. |
|
--Si la llevas por amiga, no la llegues a gozar; |
52 |
si la llevas por esposa, vuélvele por el dotal. |
|
--¡Padres que quemáis hijas, qué dote le queréis dar! |
54 |
Caballero que la lleva no te tiene que le dar. |
|
--Si les vuelves a llamar padres, la cabeza te he cortar. |
56 |
--Tú la cortes o no la cortes, padres les he de llamar. |
|
¡Válganos Nuestra Señora y la Virgen del Pilar! |
| |
Nota: Los versos 1-13 corresponden a lo que denominamos Conde Claros preso aunque Armistead y Costa Fontes los llaman "Conde Claros y la princesa acusada. [B10] La confusión arranca de que la tradición combina libremente (y de maneras varias) motivos del viejo romance cíclico.
. |
Go Back
|
0159:10 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 721)
Versión de Sorbeda (ay. Páramo del Sil, p.j. Ponferrada, comc. Ribas del Sil, León, España).
Recitada por Francisca Barreiro (87a). Recogida por Paul Bénichou, Raquel Calvo, Concha Enríquez de Salamanca y Beatriz Mariscal, 18/07/1985 (Archivo: ASOR; Colec.: Encuesta LEÓN 85; cinta: 3.18-7.1/A-06). Publicada en TOL I 1991, pp. 9-100. 110 hemist. Música registrada. |
|
|
--¡Qué buen cuerpo tienes, Carlos, para con los toros torear! |
2 |
--Mejor la tengo, niña, para con usté abrazar. |
|
--Si ese gusto tienes, Carlos, vamos al arenal.-- |
4 |
Ella tiende la mantilla y él tiende el bragal. |
|
Estando en estas razones, un paje por allí va a pasar. |
6 |
--Una moneda te doy, si al rey no le vas a contar. |
|
--Juramento tengo hecho a su majestad, |
8 |
to lo que vea de sus hijas nada le puedo ocultar.-- |
|
El paje va por la carretera y la princesa por el arenal. |
10 |
Cuando llegó el rey a sus hijas fue llamar. |
|
Llamó a todas sus hijas, y todas le contestan: "papá". |
12 |
Pasaron unos días y el rey volvió a sus hijas a llamar. |
|
--¿Cuál de las tres, mis hijas, preñaditas estáis?-- |
14 |
Unas miran pa las otras y a todas les parece mal; |
|
a no ser la más pequeña, que emprincipió a llorar. |
16 |
--Si te encuentras preñadita, te mandaré a quemar.-- |
|
La encerró en una habitación por si acaso se podía escapar. |
18 |
--¿Quién me llevará una carta a Carlos de Montealbar?-- |
|
Un paje que pasó: --Escríbala usted, que yo se la iré a llevar.-- |
20 |
La mitad fue con tinta, la otra mitad con sangre real. |
|
--Si está almorzando, le dejas almorzar; |
22 |
si está en misa, le dejas terminar.-- |
|
Cuando llegó a la iglesia, salía en el portal. |
24 |
--Buenos días, ¿que traes tan temprano por aquí? |
|
--Que su novia la infantina la van a sacar a quemar. |
26 |
--Si la queman, que la quemen, |
|
que mujer en el mundo no haden de faltar. |
28 |
Si lo dices de bromas, vamos a almorzar; |
|
si lo dices de veras, vamos a caminar. |
30 |
--Aquí tiene esta carta, que ella se lo dirá.-- |
|
Por aquellos campos abajo corría más que un gavilán. |
32 |
Cuando llegó a la ciudad la sacaban a quemar. |
|
--Deténganse, los señores, que esa niña va sin confesar. |
34 |
--Siete curas la confesaron y a ninguno quiso contar verdad, |
|
--Espero a Dios de los cielos, que a mí me la ha de contar.-- |
36 |
La agarró de los brazos y la puso en el altar. |
|
--¿Dime niña, dime niña, preñadita de quién estás? |
38 |
--Estoy de Carlos de Montealbar, |
|
dos veces a mi gusto y otra a mi pesar. |
40 |
--Levanta los ojos arriba y verás con quien estás. |
|
--N`el apretar de las manos me pareces a Carlos ` Montealbar.-- |
42 |
La agarró en el brazo y la puso en el caballo. |
|
Por dar rabia a su madre por el palacio la fue a pasar. |
44 |
--Si la llevas por engaño, aquí no vuelvas jamás; |
|
si la llevas por esposa, las ropas vuelve a buscar. |
46 |
--El galán que la lleva |
|
siete vestidos tiene hechos y otros siete pa cortar.-- |
48 |
Pasaron siete años y un niño por allí fue a pasear. |
|
--Dime niño, dime niño, dime de quien serás. |
50 |
--Soy su nieto, mi abuelo, el que usted quería quemar. |
|
--Si eres mi nieto, pasa, que te daré de almorzar. |
52 |
--Déme su caballo, mi abuelo, que yo se lo [s]abré montar. |
|
--Pasa, pasa, mi nieto, que todo te he de dar. |
54 |
--Déme su espada, mi abuelo, que yo la sabré manejar. |
|
--Pasa, pasa, mi nieto, que yo todo te he de dar. |
56 |
--Nada le quiero, mi abuelo, |
|
que todo eso mi padre también me lo puede dar.-- |
| |
Go Back
|
0159:11 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 722)
Versión de Caboalles de Arriba (ay. Villablino, p.j. Villablino, ant. Murias de Paredes, comc. Laciana, León, España).
Recitada por Aquiles Álvarez (68a). Recogida por Julio Camarena, 02/05/1985 (Archivo: ASOR; Colec.: Camarena, J.; cinta: 2A-264). Publicada en TOL I 1991, pp. 100-102. 092 hemist. Música registrada. |
|
|
--Serenita cae la nieve, serenita cae en el mar, |
2 |
esta noche, Delgadina, contigo me he de acostar. |
|
--No lo querrá Dios del cielo ni la Virgen del Pilar.-- |
4 |
A otro día por la mañana don Carlos se fue a alabar. |
|
--Dormí con la mejor moza que había en este lugar.-- |
6 |
Unos dicen: "¿Quién sería?"; otros dicen: "¿Quién será?, |
|
¿si será la Delgadina, la del corazón leal? |
8 |
El buen rey, que se enteró, sus hijas mandó juntar. |
|
--¿Cuál de las tres mis hijas, cuál es la que encinta está, |
10 |
la que ha dormido tres noches con Carlos de Montealbar?-- |
|
Se miran unas pa otras y se echaron a llorar. |
12 |
--Delgadina, Delgadina, Delgadina es la que está, |
|
la que ha dormido tres noches con Carlos de Montealbar.-- |
14 |
Entonces el rey a su hija mandó encerrar. |
|
--¿Cuál de los tres mis criados, cuál de mí se dolerá, |
16 |
para llevarle una carta a Carlos de Montealbar? |
|
--Escríbela, Delgadina, que yo te la iré a llevar.-- |
18 |
Por aquellas sierras arriba corre más que un gavilán. |
|
Siete vueltas dio al palacio sin saber por donde entrar; |
20 |
de las siete pa las ocho una criada vio asomar. |
|
--. . . . . . . . . esta carta a Carlos de Montealbar, |
22 |
que a su novia Delgadina ya se la van a quemar. |
|
--Si la queman, que la quemen, a mí lo mismo me da, |
24 |
España es bien larga y ancha, mujeres no han de faltar.-- |
|
| (Entonces dice su madre:) |
|
|
--Quítate ese vestido y ponte el de cardenal, |
26 |
quita la silla del negro y pónsela en el ruan. |
|
--Prepárate, mi caballo, ya te puedes preparar, |
28 |
jornada de catorce leguas n`hora y media la has de andar.-- |
|
Cuando Carlos llegó al palacio, ya la iban a quemar. |
30 |
--Deténgase, la justicia, deténgase, la hermandad, |
|
que esta niña es muy joven y mal confesadita va. |
32 |
--Confiésela, padre cura, confiésela, padre real. |
|
--Dime niña, dime niña, ¿por qué te van a quemar? |
34 |
--Porque he dormido tres noches con Carlos de Montealbar; |
|
una ha sido de mi gusto y otras a mi pesar. |
36 |
--Ahora, de penitencia, un besito me has de dar. |
|
--No lo querrá el Dios del cielo ni la Virgen del Pilar, |
38 |
donde Carlos puso boca no la ponga un cardenal. |
|
--Deténgase, la justicia, deténgase, la hermandad, |
40 |
que esta niña es muy mía, nadie me la quita ya. |
|
--Si la llevas por esposa, vuélvete por el dotal; |
42 |
si la llevas por amiga, Dios te la depare mal. |
|
--¡Padres que queman sus hijas, qué dote les podrán dar! |
44 |
¡Si tiene ella más hacienda que nunca podrá mirar, |
|
tiene ella más vestidos que nunca podrá gastar, |
46 |
y tiene ella más doblones que nunca podrá gastar! |
| |
Go Back
|
0159:12 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 723)
[0469 Infanta preñada, contam.]
Versión de San Miguel de Laciana (ant. Villablino, ant. Murias de Paredes, comc. Laciana, León, España).
Recitada por Vicenta Caballero de Francos (29a). Recogida en Cerredo (Asturias) por Eduardo Martínez Torner, 00/00/1916 (Archivo: AMP; Colec.: Torner, E. M.). Publicada en TOL I 1991, pp. 102-103. 120 hemist. Música registrada. |
|
|
Un rey tenía tres hijas muy queridas y estimadas; |
2 |
la más chiquitina de ellas Casildita se llamaba. |
|
Un día, estando en la mesa, su padre la reparaba. |
4 |
--¿Por qué me repara, padre, por qué tanto me repara? |
|
--Casildita, hija mía, la basquiña se levanta, |
6 |
el sastre que la cortó ni otra corte ni otra haga, |
|
las tijeras se le troncen y el dedal también le caiga.-- |
8 |
Casildita, desque esto oye, de la mesa se levanta; |
|
y al bajar las escaleras con su tía se encontraba. |
10 |
--Dime, Casildita, dime, Casildita de mi alma, |
|
eso que del cuerpo llevas, dime qué padre le das. |
12 |
--Esto que del cuerpo llevo buen padre se le ha de dar. |
|
¡Quién tuviera un pajecito de esos que saben volar |
14 |
que me llevara esta carta a mi primo Montalbán! |
|
--Escribe, sobrina, escribe, paje no te ha de faltar.-- |
16 |
Sólo escribió tres renglones para más pronto acabar; |
|
uno lo escribió con tinta y otro con sangre real |
18 |
y otro lo escribió con leche para darle más pesar. |
|
Pronto estaba el pajecito, que la carta fue a llevar. |
20 |
Siete vueltas dio al palacio sin tener por donde entrar; |
|
de las siete pa las ocho con el conde fue a dar. |
22 |
--Bienvenido sea, el conde, bienvenido sea acá. |
|
--Bienvenido, pajecito, ¿qué nuevas te traen acá? |
24 |
--Que a la buena Casildita hoy se la van a quemar. |
|
--Si me lo dices de broma, vámonos a merendar; |
26 |
si me lo dices de veras, vámonos a caminar. |
|
--Si usted no lo quier creer, la carta se lo dirá.-- |
28 |
Se puso a leer la carta y no la pudo acabar. |
|
Manda a sus pajecitos los caballos ensillar. |
30 |
Miraban a uno y a otro cuál será el más alazán. |
|
--Caballo, si eres caballo, esta noche has de volar; |
32 |
si rompes las herraduras, de oro te las he de echar, |
|
el pienso de siete noches mañana lo comerás.-- |
34 |
Montan los dos a caballo, comienzan a caminar, |
|
ni preguntan por mesón, tampoco por hospital, |
36 |
preguntan por un convento de un tío suyo carnal. |
|
--Déme usté un hábito, tío, por amor y caridad, |
38 |
que la buena Casildita la voy a reconciliar.-- |
|
Al subir las escaleras con la justicia fue a dar. |
40 |
--Deténgase, la justicia, deténgase, la realdad, |
|
que a la buena Casildita la voy a reconciliar.-- |
42 |
--Más te valiera, buen padre, más te valiera callar, |
|
que con siete confesó, con niguno la verdad. |
44 |
--Pues conmigo han de ser ocho y a mí me la dirá.-- |
|
La ha agarrado de la mano y para el altar se va. |
46 |
--Dime, Casildita, dime, dime toda la verdad, |
|
eso que en el cuerpo llevas dime qué padre le das. |
48 |
--Esto que en el cuerpo llevo buen padre se le ha de dar: |
|
Mañanitas de San Juan, debajo de un olivar, |
50 |
debajo `e un olivo verde con mi primo Montalbán.-- |
|
El conde, que estó oye, l`hábito arrojó al altar. |
52 |
La ha agarrado de la mano y para fuera se va; |
|
la ha metido en un coche para su casa llevar. |
54 |
--Case usted, buen rey, sus hijas, que esta bien casada va. |
|
--Si la llevas por criada, su soldada le has de dar; |
56 |
si la llevas por querida, mátala en un regueral; |
|
si la llevas por esposa, ven luego por el dotal. |
58 |
--La niña no quiere dote, buen dote tiene ella ya; |
|
¡padre que quema a sus hijas, qué dote les ha de dar!-- |
60 |
Todos dicen a una voz: "Dios te la deje gozar". |
| |
Go Back
|
0159:13 Conde Claros en hábito de fraile (á+estróf.) (ficha no.: 724)
Versión de Colinas del Campo de Martín Moro (ay. Igüeña, p.j. Ponferrada, comc. Boeza, León, España).
Recitada por Antonia Oliva Díez Prado (70a). Recogida por Mikel Bilbao, J. Antonio Cid, Maite Manzanera y Dolores Sanz, 11/07/1985 (Archivo: ASOR; Colec.: Encuesta LEÓN 85; cinta: 9.11-7.3/A-08). Publicada en TOL I 1991, pp. 103-104. 085 hemist. Música registrada. |
|
|
Estando la Elisada sentada en los corredores, |
2 |
vino el conde de Montealbar y le pidió los amores. |
|
--Yo no se los puedo dar, porque soy tierna y muy niña, |
4 |
y si en mi casa lo saben, luego me van a matar. |
|
--Si usted me da los amores, nadie se enterará, |
6 |
ni en su casa ni en la mía se van a enterar ya.-- |
|
Pasaron los nueve meses, por el pueblo se corría |
8 |
que el conde de Montealbar con la Elisada dormía. |
|
Y esto que lo oye el padre de los corredores de arriba: |
10 |
--Si fuera cierto lo que dicen eso de la hija mía, |
|
si eso fuera cierto, yo viva la quemaría.-- |
12 |
Y le dio unos tormentos que Dios a nadie se los daría: |
|
meterla en un pozo de agua que la sangre le podría. |
14 |
Y allí estuvo tres días, |
|
hasta que fueron a ver unos primos que tenía |
16 |
y un hermano que le llamaban Maldades. |
|
--Asómate, la Elisada, cara de (no sé qué), |
18 |
que mañana a las nueve te venimos a quemar. |
|
--Si me queman, que me quemen, a mí lo mismo me da, |
20 |
lo que siento es lo del vientre, que muere sin bautizar. |
|
¡Si tuviera un pajarito |
22 |
que me llevara una carta al conde de Montealbar! |
|
--Si quieres un pajarito, a tu disposición está ya.-- |
24 |
Coge el pájaro la carta y se marchaba pa allá. |
|
A la puerta el monasterio tres caballeros están. |
26 |
--¿Quién de los tres caballeros es el conde de Montealbar? |
|
--¿Qué quiere usted, pajarito, del conde de Montealbar? |
28 |
--Yo a usted no lo quiero nada, la carta se lo dirá.-- |
|
Luego leyó la carta y se pone a pensar. |
30 |
--Si la queman, que la quemen, a mí lo mismo me da, |
|
lo que siento es lo del vientre, que de mi sangre será.-- |
32 |
Se vistió de capuchino y se marchó para allá; |
|
por aprisa que llegó, ya la iban a quemar. |
34 |
--Deténgase, la justicia, deténgase, la hermandad, |
|
que la Elisada es muy joven y se quedrá confesar.-- |
36 |
--Ven acá, la Elisada, ven acá, la hija mía, |
|
¿por qué te van a quemar? |
38 |
--Por tres noches que dormí con el conde de Montealbar |
|
y un beso que le di cuando él iba a marchar. |
40 |
--¿Cómo no escribes una carta al conde de Montealbar? |
|
--Ya le escribí una carta, pero eso lo mismo da. |
42 |
--¡Cómo le va a dar lo mismo, si a tus plantas lo tie(ne)s ya! |
|
Deténgase, la justicia, deténgase, la hermandad, |
44 |
que la Elisada es muy mía y me la voy a llevar. |
| |
Go Back
|
0159:14 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 725)
[0149 Galiarda y Florencios and 0469 Infante preñada, contam.]
Versión de Mena (ay. Cabrillanes, p.j. León, ant. Murias de Paredes, comc. Babia, León, España).
Recitada por Adela de Castro Pérez (19a). Recogida por Eduardo Martínez Torner, 00/00/1916 (Archivo: AMP; Colec.: Torner, E. M.). Publicada en TOL I 1991, pp. 105-106. 111 hemist. Música registrada. |
|
|
--Galancina, Galancina, hija del conde Galán, |
2 |
¡quién te mi diera tres noches a mi gusto y mi mandar!-- |
|
Después de las tres noches don Carlos se fue a alabar: |
4 |
--Dormí con la mejor moza que en el mundo se ha criar; |
|
era alta como un pino, blanca como un cristal, |
6 |
encima sus pechos blancos los naipes se pueden jugar.-- |
|
La gente, como es tan mala, a su padre lo fue a contar. |
8 |
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . en un cuarto la mandó encerrar, |
|
adonde no entra sol ni luna, ni aire que le haga mal. |
10 |
Las vecinas de su tiempo la iban a visitar, |
|
todas salían diciendo: --Galancina encinta está.-- |
12 |
En cuanto quedaba sola no cesaba de llorar. |
|
La oye un primo suyo de altas murallas del mar. |
14 |
--Dime, la mi prima, dime, . . . . . . . . . . . . . . . . . . . |
|
¿Por qué tienes tanta pena, por qué tienes tanto pesar? |
16 |
--¡Oh, quién fuera pajarillo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . |
|
que me llevara esta carta a Carlos de Montealbar! |
18 |
--Escríbela tú, mi prima, que yo te la iré a llevar.-- |
|
Una la escribió con tinta y otra con sangre moral |
20 |
y otra con lágrimas tiernas de sus ojos derramar. |
|
--Anda, pajarillo, anda, . . . . . . . . . . . . . . . . . . . |
22 |
cuando vayas por los llanos no hagas más que navegar; |
|
cuando vayas por el monte, anda, que ya llegarás.-- |
24 |
A la salida de un monte y a la entrada de un lugar |
|
se encontró con el palacio de Carlos de Montealbar. |
26 |
--Dime, pajarillo, dime, ¿qué hay, qué hay por allá? |
|
--Si se lo digo, don Carlos muy bien no le ha sonar, |
28 |
que a su novia Galancina hoy la sacan a quemar. |
|
--Si la sacan, que la saquen, que a mí nada se me dá, |
30 |
que la España es muy grande, mujer no me ha de faltar, |
|
si había de ser más blanca, será un poco más moral.-- |
32 |
Le entregó la carta; apenas abrir, apenas cerrar, |
|
siete caballos tenía, todos siete mandó ensillar. |
34 |
Todos siete reventaron a no ser el caballo del mar. |
|
--Anda, mi caballo, anda, ya te puedes preparar, |
36 |
la cebada de ocho días hoy te la doy a cenar, |
|
la jornada de treinta leguas en hora y media la has de andar.-- |
38 |
Cuando iba por el camino, la leña que vio juntar. |
|
--¿Pa qué juntan tanta leña a no ser por Navidad? |
40 |
--Es pa quemar una niña, que me ha hecho una maldad. |
|
--Esa niña es muy nueva y hay que la confesar. |
42 |
--Ya confesó siete veces la mentira y la verdad. |
|
Confiésela usted, don Carlos, si la quiere confesar.-- |
44 |
La cogió de la mano y la llevó junto a el altar. |
|
--No me digas la mentira, ni me niegues la verdad, |
46 |
¿cuántas noches has dormido con Carlos de Montealbar? |
|
--He dormido tres noches, una a mi gusto, dos a mi pesar. |
48 |
--Dime, dime qué te ha dado, qué te ha dado de señal. |
|
--Me ha dado un anillo de oro, conmigo le voy (a) quemar; |
50 |
me ha dado un manto de seda, conmigo le voy (a) quemar. |
|
--Dame un beso de tu cara, yo te libraré de mal. |
52 |
--¡Válgame Dios del cielo y la Virgen del Pilar, |
|
que por dar un beso a un hombre me dejan de quemar! |
54 |
--La niña es mía conmigo la voy (a) llevar. |
|
--Si la lleva usted, don Carlos, muy bien se la voy (a) dotar. |
56 |
--¡Oh, mal haya el dote que usted le iba a dar, |
|
que una hija que tiene ya la quería quemar! |
| |
Nota: Galiarda y Florencios, vv 1-11.
|
Go Back
|
0159:15 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 726)
Versión de Villargusán (ay. San Emiliano, ant. La Majúa, p.j. León, ant. Murias de Paredes, comc. Babia, León, España).
Recitada por Araceli Álvarez (65a). Recogida por Mikel Bilbao, Cruz Montero, Silvia Roubaud y Ana Valenciano, 12/07/1985 (Archivo: ASOR; Colec.: Encuesta LEÓN 85; cinta: 9.12-7.2/A-06). Publicada en TOL I 1991, pp. 106-107. 092 hemist. Música registrada. |
|
|
Cuando don Carlos de amor no podía descansare |
2 |
mandó empedrear las calles con piedras de empedrear. |
|
Al ruido de las piedras salen todos a mirare; |
4 |
también salió Galancina, la hija del rey Galán, |
|
que se ha enamorado de ella don Carlos de Montealbar. |
6 |
--Galancina, Galancina, ¡quién te pudiera agarrar |
|
cuatro noches a mi gusto, aunque fueran a tu pesar! |
8 |
--Tú las hallarás, don Carlos, si las supieras callar. |
|
--Sí las callo, Galancina, que no son cosas de hablare.-- |
10 |
A otro día don Carlos ya se empezaba a alabare |
|
que había dormido con la chica más rubia de aquel lugare. |
12 |
Unos dicen: "¿Quién sería?; y otros dicen: "¿Quién será?, |
|
¿si será la Galancina, la hija del rey Galán?" |
14 |
Y algunos, que lo sabían, a su padre ya se lo iban a contare. |
|
Mandó llamar a sus hijas casadas y sin casare. |
16 |
--Sentáivos en estas sillas, que vos quiero preguntare: |
|
¿Cuál ha sido la que ha dormido con Carlos de Montealbare?-- |
18 |
Se miran unas pa otras, como se solían mirar; |
|
y enseguida la culpadina fue la que rompió a llorare. |
20 |
--No llores, hija, no llores, que te vamos a quemar. |
|
--Si hubiera aquí un criado, de esos que comen el pan, |
22 |
yo le escribiera una carta a Carlos de Montealbar. |
|
--Un criado aquí está, ¿qué le quieres mandar? |
24 |
--Toma, llévale esta carta a Carlos de Montealbar. |
|
Si está almorzando, no lo dejes acabar; |
26 |
si va a misa, no lo dejes ir allá.-- |
|
Por mucho que corrió, don Carlos de misa sal. |
28 |
--Noticias te doy, don Carlos, noticias te vengo a dar, |
|
que a tu novia Galancina ya la iban a quemare. |
30 |
--Si la queman, que la quemen, que a mí lo mismo me da, |
|
el mundo bien grande es, mujeres no han de faltar. |
32 |
Toma, leye ahí esta carta que te dirá la verdad.-- |
|
Cuando leía la carta las lágrimas a rodare. |
34 |
De siete caballos que tenía mandó aparejar el rubán. |
|
--Anda, mi caballo, anda, que te he de reventar, |
36 |
en hora y media de tiempo siete leguas has de andar.-- |
|
Y aquellos campos abajo corre más que un gavilán. |
38 |
Y por mucho que corrió ya la iban a quemar. |
|
--Deténganse los señores, vecinos de este lugar, |
40 |
que aquí queman una niña, la queman sin confesar. |
|
--Ella confesada está, si ella dijo la verdad.-- |
42 |
La agarró por los brazos y la puso en el ruán. |
|
--Si la llevas por criada, por Dios la dejes quemar; |
44 |
si la llevas por esposa, que vuelva por el caudal. |
|
--A don Carlos de Montealbar no le hace falta dinero, |
46 |
padres que quemáis los hijos ¿qué dote les queréis dar? |
| |
Go Back
|
0159:16 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 727)
[0366 Conde Claros preso, contam.]
Versión de Vegapujín (ay. Murias de Paredes, p.j. León, ant. Murias de Paredes, comc. Omaña, León, España).
Recitada por Benedicta García (59a). Recogida por J. Antonio Cid, María José Setefilla Navarro, Isabel Rodríguez y Eduardo Siverino, 29/06/1980 (Archivo: ASOR; Colec.: Encuesta NORTE 80; cinta: 8.29-6.2/A-12). Publicada en TOL I 1991, p. 108. 056 hemist. Música registrada. |
|
|
. . . . . .las cosas que son del rey no se deben de callar. |
2 |
--Albricias le traigo al rey, albricias le vengo a dare, |
|
que una hija que ha tenido no la ha sabido guardar, |
4 |
que la quedó disfrutando don Carlos de Montealbar. |
|
--Se engaña, el cazador, que mi hija en casa está ya. |
6 |
--Si no lo quiere creer, nueve meses lo dirá.-- |
|
--Prepárate, la mi hija, que te vamos a quemar. |
8 |
--¿Quién llevara una carta a don Carlos de Montealbar?-- |
|
La oyó un pajecito de los que le comían pan. |
10 |
--Escríbale usted la carta, que yo se la iré llevar.-- |
|
Cuando iba por tierra cuesta corría como un gavilán, |
12 |
cuando iba por tierra llana no se le veía andar. |
|
Cuando llegó a su casa, don Carlos de misa sal. |
14 |
--¿Qué noticias hay, pajecito, qué noticias hay de allá? |
|
--Que a la (no sé cómo se llama) hoy la sacan a quemar. |
16 |
--Que la quemen, que la dejen, a mi qué cuidado me da, |
|
lo que siento es lo que va en el vientre, que es de mi sangre real. |
18 |
Si lo dices de broma, vente conmigo a almorzar; |
|
si lo dices de veras, echemos a caminar. |
20 |
--Sea de bromas, sea de veras la carta se lo dirá.-- |
|
Comenzó a leer la carta, así comenzó a llorar. |
22 |
Se fue para la cuadra donde su caballo está. |
|
--Come, caballito, come, come hasta reventare, |
24 |
que las veintiuna leguas qu` hay n`hora y media las hay que andare.-- |
|
Cuando llegan a palacio, ya la sacan a quemar. |
26 |
--Deténgase la justicia, deténgase para atrás, |
|
que esa niña que va ahí se quiere reconciliar. |
28 |
--Sea de cura o sea de fraile, ella reconciliada ya está. |
|
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . |
| |
Nota: Los versos 1-7 corresponden a lo que denominamos Conde Claros preso aunque Armistead y Costa Fontes los llaman "Conde Claros y la princesa acusada. [B10] La confusión arranca de que la tradición combina libremente (y de maneras varias) motivos del viejo romance cíclico.
. |
Go Back
|
0159:17 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 728)
[0366 Conde Claros preso, contam.]
Versión de Brañuelas (ay. Villagatón, p.j. Astorga, comc. Cepeda, León, España).
Recitada por Maximina (98a). Recogida por Michelle Débax, Ángeles Gasset, Flor Salazar y Eduardo Siverino, 01/07/1980 (Archivo: ASOR; Colec.: Encuesta NORTE 80; cinta: 4.1-7.1/A-12; B-01 y B-07). Publicada en TOL I 1991, pp. 109-110. 125 hemist. Música registrada. |
|
|
De amores muere don Carlos, que no puede asosegar; |
2 |
y da un brinco de su cama, y la fizo retembrar. |
|
Se iba para la cuadra, donde su caballo está; |
4 |
lo cargó de cascabeles, que no cabía tumar; |
|
quitó herraduras de hierro, de plata las puso ya. |
6 |
Por la calle donde él iba paece que trescientos van. |
|
Toas las damas y doncellas le salen a vesitar; |
8 |
también sale Galanzuca, la hija del rey Galán. |
|
--¡Qué cuerpo llevas, don Carlos, para con moros pelear! |
10 |
--Mejor lo llevo, señora, pa con doncellas hablar.-- |
|
La agarrara por la mano, fueran pa junto a un rosal. |
12 |
Por allí pasó un hombre, que no tenía que pasar, |
|
que cosas que del rey viera no se las podía callar. |
14 |
Don Carlos, de que lo vio, luego con él se fue a estar |
|
que cosas que del rey viera que no se las había contar. |
16 |
--Tengo juramento hecho y a la Virgen del Pilar, |
|
que cosas que del rey viera no se las puedo negar.-- |
18 |
El padre, de que lo supo, luego se portó muy mal: |
|
que mandaba ajuntar leña para la chica quemar. |
20 |
La encerraron n`una habitación, dentro de una escuridad. |
|
Todas las damas y doncellas la iban a vesitar; |
22 |
unas le llevaban vino y otras le llevaban pan |
|
y otras le llevaban nuevas que la iban a quemar. |
24 |
--¡Si tuviera aquí un pajecito, de los que comen mi pan, |
|
que me llevara esa carta a Carlos de Montealbar!-- |
26 |
Todavía no lo ha dicho, que el pajecito allí está: |
|
--Escríbale usted, señora, que yo se la iré llevar. |
28 |
--Con que lo encuentras durmiendo, déjalo que espertará |
|
y si lo encuentras en misa, déjalo que ya saldrá.-- |
30 |
Cuando el pájaro llegó, don Carlos de misa sal. |
|
--Nuevas le traigo, don Carlos, nuevas de muy gran pesar, |
32 |
que a su novia Galanzuca hoy la sacan a quemar. |
|
--Que la quemen, que la dejen, a mí nada se me da, |
34 |
mujeres hay por el mundo, una no me faltará.-- |
|
El chico se dio la vuelta y se revolvió a llorar. |
36 |
Don Carlos, de que lo vio, luego principió a hablar. |
|
--Tú si lo dices en chanzas, vente conmigo a almorzar; |
38 |
y, si lo dices de veras, es hora de caminar. |
|
--Si no lo quieres creer, lee la carta y lo verás.-- |
40 |
Agarró la carta y no la pudo acabar. |
|
Iban para la cuadra donde su caballo está. |
42 |
--Come, come, mi caballo, que ya no vales pa más, |
|
la jornada de cuatro horas n`hora y media la has de andar.-- |
44 |
Cuando don Carlos llegó, ya la llevan a quemar. |
|
| (Y como era un cardenal dijo) |
|
|
--Deténganse las justicias y toda la autoridad, |
46 |
que esa niña que allí llevan la llevan por confesar. |
|
--Confesadita ya va, es que no dice verdad.-- |
48 |
La agarraba por la mano, la lleva pa`l pie de altar. |
|
--¿Por qué te queman, la niña, por qué te van a quemar? |
50 |
--Porque he dormido dos noches con Carlos de Montealbar, |
|
que si él estuviera aquí n` algo me había remediar. |
52 |
--Alza los ojos arriba y verás con quién estás.-- |
|
Alzó los ojos arriba (y vio que yera él). |
54 |
--No tengas pena ninguna, que no te van a quemar.-- |
|
La agarraba por la mano, la saca del pie del altar, |
56 |
se diba para el sitio donde la iban a quemar: |
|
--Queden con Dios, las justicias y toda la autoridad, |
58 |
quede con Dios usted, padre, ¡a ve` a quien van quemar! |
|
--Si la llevas por criada, no me la has de despreciar, |
60 |
si la llevas por esposa, buen dote la tengo dar. |
|
--No la llevo por criada, que por esposita va; |
62 |
yo, pa donde la llevo, dote no le ha de faltar. |
|
¡Padres que queman sus hijos, qué dotes les podrán dar! |
| |
Nota: Los versos 1-19 corresponden a lo que denominamos Conde Claros preso aunque Armistead y Costa Fontes los llaman "Conde Claros y la princesa acusada. [B10] La confusión arranca de que la tradición combina libremente (y de maneras varias) motivos del viejo romance cíclico.
. |
Go Back
|
0159:18 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 729)
[0366 Conde Claros preso and 0469 Infanta preñada, contam.]
Versión de Villameca (ay. Quintana del Castillo, p.j. Astorga, comc. Cepeda, León, España).
Recitada por Rosa Suárez Fernández (73a). Recogida por Raquel Calvo, Mariano de la Campa, Diego Catalán y Ana Valenciano, 01/12/1984 (Archivo: ASOR; Colec.: Encuesta LEÓN 84; cinta: 3.2-12.1/A-06 y B-01). Publicada en TOL I 1991, pp. 110-112. 090 hemist. Música registrada. |
|
|
|
|
Todas las doncellas salen a mirare; |
2 |
también salió Galanzuca tapada con su bridial. |
|
--¡Qué buen cuerpo llevas, don Carlos, para poder pelear. |
4 |
--Mejor lo traigo, señora, para con damas hablare.-- |
|
Se ha montado en su caballo, siete leguas caminare. |
6 |
Debajo de un pino verde se paran a descansare; |
|
don Carlos tiró el capote, la niña tiró el bidrial. |
8 |
Y estando en estas razones, un cazador vio pasare. |
|
--Cazador, si viste algo, al rey no se lo has contare. |
10 |
--Yo todo lo que haiga visto al rey se lo he de contar.-- |
|
El cazador por la arena, la niña po`l arenal; |
12 |
cuando el cazador allega, la niña en casa está ya. |
|
--Noticias te traigo, [rey], noticias de un gran pesare, |
14 |
la tú hija Galanzuca con Carlos la vi estare. |
|
--La mi hija Galanzuca dentro del palacio está. |
16 |
--Pues que estea, que no estea, [que estea,] que deje de estare, |
|
la tu hija Galanzuca con Carlos la vi estare.-- |
18 |
Dentro de nueve meses Galanzuca encinta está. |
|
--¿Cuál de vosotras con Carlos habéis estado? |
20 |
Luego la más pequeña, luego emprincipia jurare, |
|
que ella no había sido, como Cristo está en l`altare. |
22 |
--Cualquiera que haya sido, ya la iremos a quemare, |
|
con veinte carros de leña que tengo en mi corral.-- |
24 |
La pobre de Galanzuca luego empezó a llorare. |
|
--¡Si viniera un pajarillo de aquellos que le doy pan!-- |
26 |
Apenas lo había dicho, el pajarito allí está: |
|
--¿Que me quiere, Galanzuca, qué me mandas, que aquí está? |
28 |
--Que me lleves esta carta a Carlos de Montealbare.-- |
|
El pajarito cuando llega, ya iba a desayunar. |
30 |
--Noticias traigo, don Carlos, noticias de un gran pesare, |
|
que a tu esposa Galanzuca ya la iban a quemar. |
32 |
--Aparéjame el caballo, ése que más suele andare. |
|
Arre, caballito, arre, que te tengo arreventare, |
34 |
jornada de siete días n`hora y media la has andare.-- |
|
Cuando don Carlos allega, ya la iban a quemare. |
36 |
--Deténgase, la justicia, deténgase un poco más, |
|
esa niña, que va ahí, aún está por confesare. |
38 |
--Confesada ya está ya, que no dice la verdad.-- |
|
| (Él se puso a confesarla.) |
|
|
--Sólo he dormido tres noches con Carlos de Montalbare. |
40 |
--Echa los ojos arriba y verás con quíen estás. |
|
--Los ojos se me parecen a Carlos de Montalbare. |
42 |
--Si la llevas por hija, no la llegues a gozare; |
|
si la llevas por esposa, vuélvete por el dotale. |
44 |
--Buen dote tiene en mi casa si ella la sabe arreglare; |
|
¡padres que quemáis los hijos, ¿qué dote les queréis dare? |
| |
Nota: Los versos 1-21 corresponden a lo que denominamos Conde Claros preso aunque Armistead y Costa Fontes los llaman "Conde Claros y la princesa acusada. [B10] La confusión arranca de que la tradición combina libremente (y de maneras varias) motivos del viejo romance cíclico.
. |
Go Back
|
0159:19 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 730)
Versión de Felechares de la Valdería (ay. Castrocalbón, p.j. La Bañeza, comc. Valdería, León, España).
Recitada por Ramona Pedrosa Carrecedo (79a). Recogida por Pilar Aragón, Michelle Débax, Antonio Lorenzo y Beatriz Mariscal, 14/07/1985 (Archivo: ASOR; Colec.: Encuesta LEÓN 85; cinta: 3.14-7.1/A-11 y B-01). Publicada en TOL I 1991, pp. 112-113. 096 hemist. Música registrada. |
|
|
Paseándose anda don Carlos por el su palacio real; |
2 |
todas damas y doncellas se salían a mirar, |
|
también salió Blancaiflor, tapada con su floreal. |
4 |
Y don Carlos que la vio con ella se fuera a hablar; |
|
entre unas palabras y otras la llevó pal pie un rosal. |
6 |
Don Carlos tendió la capa y Blancaflor tendió su floreal. |
|
Pasara por allí un hombre, que no debía pasar. |
8 |
--Yo todo lo que haiga visto al rey cuenta le he de dar. |
|
--Quite usté, el buen rey, la corona, bien la puede usted quitar, |
10 |
que una de las sus tres hijas encinta la tiene ya.-- |
|
S` otro día de mañana las mandaran ajuntar. |
12 |
--¿Cuál de las tres mis hijas cuál es la que encinta está?-- |
|
Miraban unas a otras y ninguna quiso hablar; |
14 |
saltara la más pequeña, la que debía callar: |
|
--Es mi hermana Blancaiflor, porque ella muy triste está. |
16 |
--Acostadvos, mis criados, y mañana madrugar, |
|
para ir por leña al monte para Blancaiflor quemar. |
18 |
--¡Si viniera un pajarcito, de esos que suelen hablar |
|
que le llevara unas letras a don Carlos de Montealbar!-- |
20 |
Aún la palabra no es dicha, ya el pajarcillo allí está. |
|
--Escribe, Balncaiflor, escribe, que yo se la iré a llevar.-- |
22 |
El pájaro que allí llega, don Carlos de misa sal. |
|
--Tenga don Carlos la nueva que Blancaiflor le manda.-- |
|
| (La cogió y la abrió y supo que había en ella) |
|
24 |
Fuera para casa don Carlos y con su madre empezó a hablar: |
|
--Usted, como madre vieja, un consejo me ha de dar, |
26 |
que a mi esposa Blacaiflor hoy la sacan a quemar. |
|
--Si la quieres por esposa, no la dejarás quemar; |
28 |
--quítate el traje de conde y vístete de zurdián, |
|
coge el caballo de rienda y empieza a caminar. |
30 |
--Caballo, mío caballo, hoy mucho tienes que andar. |
|
--Si tú me das la cebada y me aprietas el pedernal, |
32 |
jornada de quince días en hora y media la he de andar.-- |
|
Le puso la rienda al caballo y empezó a caminar. |
34 |
Don Carlos que allí llega, ya la sacan a quemar. |
|
--Deténgase la justicia, deténganse todos, |
36 |
que esa niña que va ahí aún va por confesar. |
|
--Confesada ya voy, padre, me falta reconciliar.-- |
38 |
La agarró por un brazo y la puso junto al altar. |
|
--Jura ahí tú, perra traidora, lo que tengas de jurar, |
40 |
si has dormido con alguno o tienen algún pesar. |
|
--No he dormido con ninguno ni tengo ningún pesar; |
42 |
sólo he estado una tarde con don Carlos Montealbar. |
|
--Dame un besito, la niña, y te libraré de quemar. |
44 |
Alza los ojos, la niña, y verás con quien estás.-- |
|
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . |
|
--Si la llevas por esposa, bájala, que la tengo dotar; |
46 |
si la llevas por esclava, déjala, que la hemos ` quemar. |
|
--La llevo por esposa y por esposa leal, |
48 |
padres que quemáis las hijas, ¿qué dote le queréis dar? |
| |
Go Back
|
0159:20 Conde Claros en hábito de fraile (á+estróf.) (ficha no.: 731)
Versión de Santa María del Páramo (ay. Santa María del Páramo, p.j. La Bañeza, comc. El Páramo, León, España).
Recogida en La Cueta por Bárbara Fernández, Salvador Rebés, y Maximiano Trapero, 12/07/1985 (Archivo: ASOR; Colec.: Encuesta LEÓN 85; cinta: 7.12-7.2/A-21 y B/01). Publicada en TOL I 1991, pp. 113-114. 080 hemist. Música registrada. |
|
|
Paseábase Elisada por sus altos corredores, |
2 |
y el conde de Montealbar quiso tratarla de amores: |
|
--¿Si quisieras, Elisada, aceptar a mis amores? |
4 |
--No señor, que soy muy niña y lo sabrán en la corte. |
|
--¡Juro la cruz de mi espada, juro la cruz de mi vida |
6 |
que no se ha de saber nada ni en tu corte ni en la mía!-- |
|
Al cabo de nueve meses, en el pueblo se decía |
8 |
que el conde de Montealbar con la Elisada dormía. |
|
Su padre, que estaba oyendo desde la sala de arriba: |
10 |
--¿Qué es eso de mi Elisada, qué es eso, la hija mía?, |
|
que si eso fuera verdad, yo viva la quemaría.-- |
12 |
El castigo que la dio, ese Dios no lo da a nadie, |
|
fue de meterla en un pozo, que se le pudra la sangre. |
14 |
La fueron a visitar dos o tres primos carnales |
|
y un hermano que tenía que le llamaban Maldades. |
16 |
--Asómate en hora mala, cara de quitar pesares, |
|
para mañana a las nueve vendremos a quemarte. |
18 |
--Si me queman, que me abrasen, que a mí no me importa na(da), |
|
lo que siento es lo del vientre, que muere sin bautizar. |
20 |
¡Si tuviera un pajarito, de esos que yo echaba pan, |
|
para escribir una carta al conde de Montealbar! |
22 |
--Si quieres un pajarito, a tus pies lo tienes ya.-- |
|
Coge el pájaro la carta y se va pa la ciudad. |
24 |
Al llegar al monasterio (y) tres caballeros están. |
|
--¿Cuál de esos tres caballeros es el conde Montealbar? |
26 |
--¿Qué quiere ese pajarillo del conde de Montealbar? |
|
--Yo a usted no le quiero nada, el papel se lo dirá. |
28 |
--Si la queman, que la abrasen, que a mí no me importa na(da), |
|
lo que siento es lo del vientre, que de mi sangre será.-- |
30 |
Se vistió de capuchino y se fue pa la ciudad; |
|
y al llegar al monasterio, ya la iban a quemar. |
32 |
--Deténgase, la justicia, la vara de la hermandad, |
|
que la Elisada es muy niña y se querrá confesar.-- |
34 |
--Dime tú, Elisada mía, ¿por qué te van a quemar? |
|
--Por un beso que le di al conde de Montealbar. |
36 |
--¿Y por qué no escribes carta al conde de Montealbar? |
|
--Sí señor, ya se la he escrito, pero no, lo mismo me da. |
38 |
--¿Por qué te va a dar lo mismo si a tus pies lo tienes ya? |
|
Deténgase, la justicia, la vara de la hermandad, |
40 |
que la Elisada es muy mía y me la voy a llevar. |
| |
Nota: la versión se encuentra en unos papeles manuscritos en los que se anotaron varios romances tradicionales que fueron enviados a la señora Adelaida Valero Taladrid (79a), natural de la Cueta, desde Santa María del Páramo. |
Go Back
|
0159:21 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 732)
[0469 La infanta preñada and 0075 Delgadina, contam.]
Versión de Villanueva del Pontedo (ay. Cármenes, p.j. León, ant. La Vecilla, comc. Los Argüellos, León, España).
Recitada por María Rosa González (22a). Recogida en En lugar no determinado de Asturias por Aurelio de Llano Roza de Ampudia, entre 1920-1929 (Archivo: AMP; Colec.: María Goyri-Ramón Menéndez Pidal). Publicada en TOL I 1991, pp. 115-116. 075 hemist. Música registrada. |
|
|
Un rey tenía tres hijas, las quería y las amaba; |
2 |
la más chiquitita de ellas Delgadina se llamaba. |
|
--Vengan acá, las mis hijas casadas y por casar, |
4 |
¿cuál es la que ha dormido, con Carlos de Montalbán? |
|
--Cuatro noches he dormido cuatro, que no dormí más, |
6 |
que dos fueron a mi gusto y otras dos a mi pesar.-- |
|
Ya mandara a sus criados preparar leña para la quemar. |
8 |
Un hermano que tenía no la quería muy mal, |
|
mandó escribir una carta, deprisa y no de vagar. |
10 |
Por unas vegas abajo corre más que un gavilán. |
|
Siete vueltas dio al palacio, no encontró por donde entrar; |
12 |
de las siete pa las ocho un portero vio asomar. |
|
--La tu esposa Galanzuca te la sacan a quemar. |
14 |
--Si la sacan, que la saquen, a mí lo mismo me da; |
|
pésame lo que tien dentro, que es de mi sangre real. |
16 |
Si me lo dices de chanza, vámonos a merendar; |
|
si me lo dices de veras, vámonos a caminar. |
18 |
--Coge la carta en las manos, la carta te lo dirá.-- |
|
Mandó ensillar un caballo, deprisa y no de vagar; |
20 |
mandó ensillar la babiana porque ésta corría más. |
|
--Caballo, caballo mío, te tengo de reventar, |
22 |
en hora y media de tiempo siete leguas me has de andar.-- |
|
--Señores, los de la hoguera, los que en la hoguera estáis, |
24 |
. . . . . . . . . . . . déjenmela confesar. |
|
--Confesada ya está, padre, mas no dice la verdad. |
26 |
--Si está confesada, déjenmela reconciliar.-- |
|
Se la cogió entre los brazos y la puso en el altar. |
28 |
--En pago de penitencia un besito me has de dar. |
|
--No lo querrá Dios del cielo ni la Virgen del Pilar, |
30 |
que en el mirar me pareces a Carlos de Montealbán.-- |
|
La cogió entre los brazos y la puso en el ruan. |
32 |
--Señores, los de la hoguera, los que en la hoguera estáis, |
|
quémense ustedes, si quieren, y, si no, quemen un can. |
34 |
--Si la llevas por criada, le pagarás la soldá(da); |
|
si la llevas por esposa, ven acá por el dotal. |
36 |
--¡Válgame Dios de los cielos y la Virgen del Pilar, |
|
que aquí la perdono yo por la leche que me diera |
38 |
también por los nueve meses que en el vientre me trajera! |
| |
Go Back
|
0159:22 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 733)
[0469 La infanta preñada, contam.]
Versión de La Seca [de Alba] (ay. Cuadros, p.j. León, comc. La Robla, León, España).
Recitada por Irene Fernández Machín (19a). Recogida por Eduardo Martínez Torner, 00/00/1916 (Archivo: AMP; Colec.: Torner, E. M.). Publicada en TOL I 1991, pp. 116-117. 098 hemist. Música registrada. |
|
|
Tres hijas tenía el rey muy queridas y estimadas, |
2 |
sólo andaba por saber cuál es la que encinta estaba. |
|
Se miran unas a otras, todas echan a llorar; |
4 |
salta la más chiquitina: --Blancaflor es la que está.-- |
|
Blancaflor, que esto oye, enseguida echa a llorar. |
6 |
--Prepararos, mis criados, pa mañana madrugar, |
|
para ir a atropar leña para Blancaflor quemar.-- |
8 |
Ya la cogen por la mano y la llevan a encerrar. |
|
--Criados, los mis criados, los que me coméis el pan, |
10 |
dir a llevar esta carta a Carlos de Montearbal. |
|
--Escribe, escribe, galana, y no escribas de tardar, |
12 |
la leña ya está atropada, la paja van a atropar.-- |
|
No preguntó por el vino, ni preguntó por el pan; |
14 |
por los campos donde diba corre más que un gavilán. |
|
Cuando llegó para allá, de misa salían ya. |
16 |
--Noticias te traigo, Carlos, noticias de gran pesar, |
|
que a tu amiga Blancaflor te la llevan a quemar. |
18 |
--¿Qué cuidado me da mí que la lleven a quemar?, |
|
que mujeres en el mundo para mí no han de faltar. |
20 |
Si es que de averas lo dices, trataré de caminar, |
|
y si lo dices de chunga, entra y vamos a almorzar. |
22 |
--Tan de veras te lo digo como Cristo está en altar; |
|
si no lo quieres creer, aquí te traigo señal.-- |
24 |
Apenas cogió la carta, Carlos comenzó a llorar. |
|
Deseguida entró en la cuadra donde sus mulas están. |
26 |
--Comer a prisa, mis mulas, que buen trote vos he dar, |
|
jorná de cuarenta días n`hora y media la heis de andar.-- |
28 |
Se viste de sacerdote y caminó para allá; |
|
reventó cincuenta mulas y el caballo principal. |
30 |
Cuando llegó para allá, ya la iban a quemar. |
|
--Deténgase, la josticia, deténgase, la hermandad, |
32 |
que esa niña que usted lleva la llevan por confesar. |
|
--Confesada ya va, padre, sólo no diz la verdad. |
34 |
--¿Cuántas noches has dormido con Carlos de Montearbal? |
|
--Cuatro noches, padre mío, cuatro noches y na más; |
36 |
dos han sido de mi gusto, las otras dos de pesar.-- |
|
Ya la agarró por la mano y la llevó a confesar. |
38 |
--Dame un beso, Blancaflor, y no te dejo quemar. |
|
--No lo querrá Dios del cielo ni la Virgen del Pilar, |
40 |
donde Carlos puso boca nadie a ponerla vendrá. |
|
--Si me hubieras dado el beso, ya te dejaba quemar, |
42 |
y como no me lo has dado, conmigo te he de llevar.-- |
|
Ya la coge entre los brazos y la puso en el sillar. |
44 |
--Mire, la su hija, padre, con su marido va ya. |
|
--Si la llevas por amiga, no la llegues a gozar; |
46 |
si la llevas por criada, le pagarás la soldá; |
|
si la llevas por esposa, vuelve a casa po`l dotal. |
48 |
--¡Padres que queman hijas, qué dote les quieren dar, |
|
si con lo que a mi me sobra para ella ha de bastar! |
| |
Go Back
|
0159:23 Conde Claros en hábito de fraile (ó+á) (ficha no.: 734)
[0149 Galiarda y Florencios, contam.]
Versión de Manzaneda de Torío (ay. Garrafe de Torío, p.j. León, comc. Torío, León, España).
Recitada por Tomasa González (89a). Recogida por Joaquín González Cuenca, Maite Manzanera, Beatriz Mariscal y José Ramón Prieto, 13/07/1985 (Archivo: ASOR; Colec.: Encuesta LEÓN 85; cinta: 3.13-7.1/B-04). Publicada en TOL I 1991, pp. 117-119. 157 hemist. Música registrada. |
|
|
Estando la Galanzuca sentadita en su balcón, |
2 |
pasa por allí don Carlos ya le llama la atención: |
|
--Galanzuca, Galanzuca, hija del conde Galán, |
4 |
¡quién te pudiera traer una noche nada más! |
|
--Si el caballero lo calla, una ni dos no será.-- |
6 |
Se avisan para la noche, juntos se van a acostar. |
|
Y eso del amanecer, Galanzuca dirá: |
8 |
--Váyase, Carlos, vaya, váyase, Carlos, ya, |
|
que ya va viniendo el día y aquí nos conocerá.- |
10 |
Al salir de la ciudad y al entrar en l`arrabal, |
|
se encontró con un amigo, que tenía en la ciudad. |
12 |
--¿Dónde estabas, Carlos, que yo te he ido a buscar, |
|
pa cenar una merienda, en mi compaña merendar? |
14 |
--Me dormí con una chica, la mejor de la ciudad.-- |
|
Luego dicen: "¿Quién sería?"; luego dicen: "¿Quién será?, |
16 |
¿si sería Galanzuca, hija del conde Galán?" |
|
--Si su padre lo supiera, luego la manda quemar.-- |
18 |
Su padre, desque lo supo, luego la mandó cargar |
|
de grillos y de cadenas, no se podía moldear. |
20 |
--Criados, los mis criados, los que me coméis el pan, |
|
irme a buscar la leña para Galanzuca quemar. |
22 |
--¿Quién me llevará una carta a Carlos de Montealbar?-- |
|
La escribe por lo callando y a un primo suyo la da. |
24 |
La primera letra la ha hecho con tinta, la segunda con sangre real, |
|
la tercera con leche de sus pechos, para darle más pesar. |
26 |
--Aquí te traigo, don Carlos, alegría o gran pesar, |
|
que a la tu novia Galanzuca la llevan a quemar. |
28 |
--Si la queman, que la quemen, que a mí lo mismo me da, |
|
que damas hay por el mundo, pa mí no me han de faltar. |
30 |
Si me lo dices de a chanzas, nos iremos a almorzar; |
|
si me lo dices de a veras, nos vamos a caminar. |
32 |
--Que lo creas, que lo dejes, la carta te lo dirá.-- |
|
Saca la carta del bolso y a don Carlos se la da. |
34 |
Al momento que empieza a leerla, pronto se echó a llorar. |
|
Y se va para su casa, donde su madre está. |
36 |
La madre, como es tan buena, un consejo le da: |
|
--Quítate ese vestido, hijo, y ponte el de sayal, |
38 |
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . que así no te conocerán. |
|
Y se va para su cuadra, donde su caballo está. |
40 |
--Caballo mío, caballo, ya te puedes preparar, |
|
jornada de siete días n`hora y media la has de andar.-- |
42 |
Va por los campos arriba, corre más que un gavilán; |
|
por los de abajo, más que polvos de aquidrán. |
44 |
Por aprisa que llegó, ya la iban a quemar. |
|
--Deténganse, los señores, justicia de ese lugar, |
46 |
que esa niña que ahí queman la tienen que confesar. |
|
--Confesada ya está, padre, no quiere decir verdad; |
48 |
confiésela usté otra vez, acaso se la dirá.-- |
|
La cogiera entre los brazos, la pusiera en el altar. |
50 |
--¿Qué pecados tienes, niña, que te iban a quemar? |
|
¿has dormido con curas o con frailes o con otro regular? |
52 |
--Yo no he dormido con curas ni con frailes, ni con ningún regular, |
|
sólo una triste noche con Carlos de Montealbar. |
54 |
--¿Tienes más pecados, niña, o de qué más te acusar? |
|
--No tengo más pecados, padre, o de qué más me acusar. |
56 |
--Pues en pago `e penitencia un besito me has de dar. |
|
--No lo querrá el Dios del Cielo ni la Virgen del Pilar |
58 |
que ande Carlos puso boca un fraile fuera a besar. |
|
En las manos me pareces, en los ojos mucho más. |
60 |
--Pues sí te parezco, niña, pa decirte la verdad.-- |
|
La cogiera entre los brazos, la pusiera en el rubián. |
62 |
--Quédense con Dios, señores, justicia de ese lugar, |
|
esa hoguera, que allí tienen, echen un pavito a asar, |
64 |
y si no, quémense ellos, que a mí lo mismo me da, |
|
que la niña Galanzuca no ha nacido pa quemar, |
66 |
ha nacido pa ser esposa de Carlos de Montealbar. |
|
--Pues si llevas por esposa, vuélvete por el dotar. |
68 |
--¡Padres que quemáis las hijas qué dotes les queréis dar!-- |
|
Siete años tardó Galanzuca de volver en ca su padre; |
70 |
de los siete pa los ocho Galanzuca vuelve allá, |
|
con dos niñas por la mano, parecían un cristal. |
72 |
Su padre, desque la vio, se las quería quitar. |
|
--No me las quitará, padre, no me las quitará tal, |
74 |
que la madre de estas niñas la quería usted quemar.-- |
| |
Nota: Galiarda y Florencios, vv 1-17.
|
Go Back
|
0159:24 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 735)
Versión de Cerulleda (ay. Valdelugueros, p.j. León, ant. La Vecilla, comc. Los Argüellos, León, España).
Recitada por Elena Álvarez (82a). Recogida por José Manuel Fraile Gil, Almudena Jimeno, Joaquín Serrano y Elena Tirado, 29/06/1985 (Archivo: ASOR; Colec.: Encuesta LEÓN 85; cinta: 7.29-6.2/B-05). Publicada en TOL I 1991, pp. 119-120. 026 hemist. Música registrada. |
|
|
Don Carlos anda de amores que no puede sosegar. |
2 |
Aprisa pide el caballo, aprisa pide el calzar, |
|
aprisa pide la espada para con moros pelear. |
4 |
Con la fuerza que llevaba damas salen a mirar; |
|
también salió Galanzuca, hija del conde Adar. |
6 |
--Mala cara trae, don Carlos, para con moros pelear. |
|
--Mejor la traigo, muchacha, para con damas estar. |
8 |
--Conmigo estuviera usted, si lo supiera callar. |
|
--Yo, callarlo, sí señora, que a mí cuenta me tendrá.-- |
10 |
A otro día por la mañana don Carlos salió y dice: |
|
--Dormí con la mejor moza que había en este lugar.-- |
12 |
Unos dicen: "¿Quién sería?"; y otros dicen: "¿Quién será?, |
|
¿si será la Galanzuca, hija del conde de Adar?" |
| |
Go Back
|
0159:25 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 736)
Versión de Llamazares (ay. Valdelugueros, p.j. León, ant. La Vecilla, comc. Los Argüellos, León, España).
Recitada por Laurentina Orejas (80a). Recogida por Mariano de la Campa, Michelle Débax, Salvador Rebés y Flor Salazar, 11/07/1985 (Archivo: ASOR; Colec.: Encuesta LEÓN 85; cinta: 7.11-7.2/A-06). Publicada en TOL I 1991, pp. 120-121. 110 hemist. Música registrada. |
|
|
La gente como es tan mala empezaba a murmurar: |
2 |
Si sería Galanzuca, si será, si no será. |
|
Cuando su padre lo supo, sus hijas mandó llamar. |
4 |
--Vengan acá, las mis hijas, casadas y por casar, |
|
¿cuála fue la que ha dormido con Carlos de Montealbar?-- |
6 |
Se miran unas a otras y se vuelven a mirar; |
|
Galanzuca, la culpable, luego se ha echado a llorar. |
8 |
La encerró en un cuarto escuro, nada de comer le da. |
|
Y saliendo para fuera sus criados fue a llamar: |
10 |
--Vengan aquí, mis criados, los que coméis del mi pan, |
|
los que bebéis del mi vino, los que en mi casa es estar, |
12 |
irme a buscar leña pa Galanzuca quemar.-- |
|
Y en uno que ella confiaba luego le mandó llamar, |
14 |
y le ha entregado una carta pa Carlos de Montealbar. |
|
Cuando el criado llegaba, don Carlos iba a almorzar. |
16 |
--No se detenga, señor, no se detenga a almorzar, |
|
que la niña que usted quiere hoy se la van a quemar. |
18 |
--Que la quemen, que la dejen, ¿qué cuidado se me da?, |
|
si mujeres por el mundo para mí no han de faltar. |
20 |
Si me lo dices de veras, nos iremos para allá; |
|
si me lo dices de broma, entraremos a almorzar. |
22 |
--Si no lo quieres creer, la carta te lo dirá.-- |
|
Metió la mano en el bolso y a don Carlos se la da. |
24 |
Don Carlos, que la leyó, pronto tiró la cuchar, |
|
y bajando pa la cuadra donde su caballo está: |
26 |
--Come, mi caballo, come, que hoy te tengo reventar, |
|
que en hora y media que falta quince leguas has de andar.-- |
28 |
En aquel momento el caballo empezó a hablar: |
|
--Apriéteme usted la cincha y déame usted más cebá, |
30 |
que en hora y media que falta quince leguas he de andar.-- |
|
Se metió en un cuarto oscuro y se vistió de seglar. |
32 |
Por aquella cuesta arriba corre más que un gavilán, |
|
por la otra para bajo más que el fuego de alquitrán. |
34 |
Cuando don Carlos llegaba ya la iban a quemar. |
|
--Deténganse, los señores, deténganse para atrás, |
36 |
esa niña que ustés llevan la llevan por confesar. |
|
--Confesada ya está, padre, ella dirá la verdad; |
38 |
confiésela usted mejor, que a usted se lo dirá.-- |
|
Cogiéndola por el brazo fue y la puso en el altar. |
40 |
--¿Qué has hecho tú, Galanzuca, para llevarte a quemar? |
|
¿dormiste con algún cura o con otro de mi igual? |
42 |
--No dormí con ningún cura ni con otro de su igual, |
|
sólo he dormido dos noches con Carlos de Montealbar. |
44 |
En las manos se parece, y en la cara mucho más, |
|
en las manos se parece a Carlos de Montealbar.-- |
46 |
Cogiéndola por el brazo se la puso en el rubial. |
|
--Señores, los de la hoguera, echen un perrito a asar, |
48 |
echen uno de los tuyos, que a ella falta no le hará. |
|
--Si la llevas por esposa, vuelve por el dote atrás. |
50 |
--No necesitaba dote para llevarla a quemar.-- |
|
Al cabo de siete años volvió Galanzuca allá, |
52 |
con dos niñas de la mano más hermosas que un rosal. |
|
El padre, que vio las niñas, una le quiere quitar. |
54 |
--No se la daré yo, padre, no se la tengo de dar, |
|
que a la madre de estas niñas usted la quiso quemar. |
| |
Go Back
|
0159:26 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 737)
Versión de Valdorria (ay. Valdepiélago, p.j. León, ant. La Vecilla, comc. Boñar, León, España).
Recitada por Valbino González (75a). Recogida por José Manuel Fraile Gil, Almudena Jimeno, Joaquín Serrano y Elena Tirado, 29/06/1985 (Archivo: ASOR; Colec.: Encuesta LEÓN 85; cinta: 7.29-6.1/A-10 y B-01). Publicada en TOL I 1991, pp. 121-122. 088 hemist. Música registrada. |
|
|
--Galanzuca, Galanzuca, hija del conde Galán, |
2 |
¡quién pudiera estar contigo una noche y no tardar!-- |
|
Más luego durmió con ella, más luego se fue a alabar. |
4 |
Ya lo supiera el buen rey, sus hijas mandó llamar. |
|
--Criados, los mis criados, los que me coméis el pan, |
6 |
id a llamar las mis hijas, casadas y por casar.-- |
|
Desque las tie todas juntas las principió a preguntar. |
8 |
Miraban unas a otras, se ponían colorás; |
|
Galanzuca está culpada, luego se echara a llorar. |
10 |
--Criados, los mis criados, los que me coméis el pan, |
|
id a troparme la leña pa Galanzuca quemar. |
12 |
--Criados, los mis criados, los que a mí me visitáis, |
|
id a llevarle esta carta a Carlos de Montalbán.-- |
14 |
Cuando la carta llegó, don Carlos de misa sal. |
|
--Buenos días, caballero. --Y por allá ¿qué tal van? |
16 |
--Buenos quedaron todos, buenos y sin novedad; |
|
a tu novia Galanzuca te la iban a quemar. |
18 |
--Si la queman, que la quemen, a mí nada se me da. |
|
--Si no lo quieres creer, la carta te lo dirá.-- |
20 |
Más luego cogió la carta, más luego se echó a llorar. |
|
Quitó el vestido de seda, puso uno de un padre abad; |
22 |
deja el caballo que vuela, coge la mula que va. |
|
Cuando don Carlos llegó, ya la iban a quemar. |
24 |
--Deténganse, los señores, justicia en este lugar, |
|
esa niña que ustés queman estará sin confesar. |
26 |
--Confesada sí lo está, mas no dice la verdad. |
|
--Déjenmela a mí, señores, que acaso me lo dirá.-- |
28 |
La cogiera entre sus brazos, la principió a preguntar: |
|
--¿Qué pecados tienes, niña, que te iban a quemar? |
30 |
--No tengo ni más ni menos, no tengo menos ni más, |
|
porque he dormido tres noches con Carlos de Montalbán, |
32 |
no tengo ni más ni menos, no tengo menos ni más. |
|
--Y ahora, de penitencia, un besito me has de dar. |
34 |
--No lo querrá Dios del cielo ni la Virgen del Pilar, |
|
donde Carlos puso boca que un fraile fuera a besar. |
36 |
¡Qué manos tan parecidas a Carlos de Montalbán! |
|
--Si te lo parecen, hija, te parecen la verdad.-- |
38 |
La cogiera entre sus brazos, al caballo iba a montar. |
|
--Mira, cómo va la puta, la puta con su galán. |
40 |
--Deja la puta que vaya, que con su marido va. |
|
--Si con su marido va, que aguarde por el dotal. |
42 |
--Padres que quemáis las hijas, ¿qué dotes les queréis dar? |
|
Esa lumbre que ustés tienen echen un carnero a asar, |
44 |
pa quemar a Galanzuca y ésa no vale ya. |
| |
Go Back
|
0159:27 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 738)
Versión de Cubillas de Rueda (ay. Cubillas de Rueda, p.j. León, ant. Sahagún, comc. Rueda, León, España).
Recitada por Audimia Reyero Martínez (72a). Recogida por Julio Camarena, Paloma Esteban, Antonio Lorenzo y Isabel Rodríguez, 11/07/1985 (Archivo: ASOR; Colec.: Encuesta LEÓN 85; cinta: 11.11-7.1/B-06 y 11.11-7.3/A-03). Publicada en TOL I 1991, pp. 123-124. 089 hemist. Música registrada. |
|
|
--Oid todos, mis amigos, estando en buen lugar, |
2 |
dormí con la mejor chica que en España come pan.-- |
|
Unos dicen: "¿Quién sería?", y otros dicen: "¿Quién será?, |
4 |
¿si será la Galanzuca o la hija de don Juan?" |
|
--La Galanzuca, señores, hija del conde Galán.-- |
6 |
Y el conde, de que lo supo, la ha mandado aprisionar; |
|
y la ha cargado de hierros desde el hombro al carcañal. |
8 |
Toditas las sus amigas la iban a visitar. |
|
--Mucho sentimos, señora, mucho sentimos su mal, |
10 |
mucho sentimos, señora, sin poderlo remediar. |
|
--¡Quién me llevara una carta para el conde Montealbar!-- |
12 |
Y lo oyera un primo suyo, que no era primo carnal. |
|
--Escríbala, usted, señora, que yo se la iré a llevar, |
14 |
por un ochavo de vino y por dos onzas de pan.-- |
|
Por un ochavo de vino siete leguas tié que andar; |
16 |
de las siete pa las ocho una torre vio asomar. |
|
--Si aquella torre es de moros, allí me cautivarán; |
18 |
y si es de cristianicos, allí darán vino y pan.-- |
|
Siete vueltas dio al palacio por ver si podía entrar; |
20 |
de las siete pa las ocho con el conde vino a dar. |
|
--Carta le traigo, don Carlos, de muy grande novedad, |
22 |
que a su amiga Galanzuca ya la iban a quemar. |
|
--Si la queman, que la quemen, a mí lo mismo me da, |
24 |
sólo lo del vientre siento, que es de mi sangre real.-- |
|
Se ha metido para adentro, se vistió de padre abad; |
26 |
de ocho caballos que tiene, seis ha mandado ensillar. |
|
Caballo que anda una legua ya le hizo arrodillar; |
28 |
caballo que anda dos, la tierra le hizo besar. |
|
Ya llegaron a la quema donde la iban a quemar. |
30 |
--Alto, alto, la justicia y la vara la maldad, |
|
que esa niña es muy pequeña y se querrá confesar. |
32 |
--Confesada ya está, padre, y no ha dicho la verdad. |
|
--Traigan para acá esa niña, la quiero reconciliar.-- |
34 |
La ha agarrado por la mano, la llevó para el altar. |
|
--Ven acá, perra traidora, tú, lengua sin verdad. |
36 |
--Yo sí he dormido tres noches con el conde Montealbar; |
|
una fue sobre su capa, dos sobre mi breve real; |
38 |
una fue porque yo quise, dos a mal de mi pesar.-- |
|
Y el conde, de que esto oyó, un beso la quiso dar. |
40 |
Volvieron para la quema donde la iban a quemar. |
|
--Esa leña que ahí tienen a los perros puen quemar; |
42 |
y el rey, si tiene más hijas, que las trate de casar, |
|
y que las case con condes, que esta con don Carlos va. |
44 |
--Si la llevas por esposa, Dios te la deje gozar; |
|
si la llevas por esclava, . . . . . . . . . . . . . . . . . . . |
| |
Go Back
|
0159:28 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 739)
Versión de Casasuertes (ay. Burón, p.j. Cistierna, ant. Riaño, comc. Valdeburón, León, España).
Recitada por Marcelina Díaz Rodríguez (77a). Recogida por Débora Catalán, Javier Olmos, Silvia Roubaud y Flor Salazar, 13/07/1985 (Archivo: ASOR; Colec.: Encuesta LEÓN 85; cinta: 1.13-7.1/B-11). Publicada en TOL I 1991, pp. 124-125. 074 hemist. Música registrada. |
|
|
--Galanzuca, Galanzuca, hija del conde Rondal, |
2 |
¡si anduvieras una noche o dos o tres a ti mandar!-- |
|
Luego se anduvo alabando |
4 |
que había dormido tres noches con la mejor moza que hay. |
|
Unos dicen: "¿Cuála es?"; otros que cuála será. |
6 |
"Si será la Galanzuca, su padre la quemará". |
|
--Vení aquí, las tres mis hijas, las que coméis del mi pan, |
8 |
las que bebéis del mi vino por un vaso de cristal, |
|
¿cuála de vosotras fue |
10 |
la que ha dormido tres noches con Carlos de Montelbar?-- |
|
La Galanzuca, acusada, luego se echara a llorar. |
12 |
Y la metiera en un cuarto para llevarla a quemar. |
|
Se asomara a una ventana a ver quién vía pasar. |
14 |
Pasaba un hermano suyo, pues ¿quién había de pasar? |
|
--Que me llevara una carta a Carlos de Montelbar. |
16 |
--Escríbela, mala hembra, que yo se la iré a llevar.-- |
|
La escribiera con su sangre para mayor pena dar. |
18 |
--La tu novia Galanzuca su padre la va a quemar. |
|
--Si la quema, que la queme, a mí lo mismo me da, |
20 |
mujeres en este mundo para mí no han de faltar. |
|
Si me lo dices en chanzas, entraremos a almorzar; |
22 |
si me lo dices de veras, caballo mando ensillar. |
|
--Si no me quieres creer, la carta te lo dirá.-- |
24 |
Se puso a leer la carta, luego se echara a llorar. |
|
--Caballo, mío caballo, bien te puedes preparar, |
26 |
siete leguas de jornada en hora y media has de andar.-- |
|
En el medio del camino un convento vio asomar. |
28 |
Allí se vistió de fraile, se vistió de padre abad. |
|
--¿Dónde llevan a esa niña? la llevan sin confesar. |
30 |
--Confesada la llevamos, no nos dice la verdad. |
|
--Confesada va la niña, la quiero reconciliar. |
32 |
La su hija Galanzuca yo ahora la quiero llevar. |
|
--Si la llevas por amiga, no te llegue a la ciudad; |
34 |
Si la llevas por esposa, Dios te la deje gozar.-- |
|
Ya diera a luz dos niñas, son más finas que un cristal. |
36 |
Luego de que fueron grandes, su padre por una va. |
|
--No la lleva, padre mío, no se la dejo llevar, |
38 |
cuando la tenía en mi vientre usted me quería quemar. |
| |
Go Back
|
0159:29 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 740)
[0149 Galiarda y Florencios, contam.]
Versión de Vierdes (ay. Oseja de Sajambre, p.j. Cistierna, ant. Riaño, comc. Sajambre, León, España).
Recitada por Jacinta Redondo (20a). Recogida por Ramón Menéndez Pidal, 02/09/1909 (fecha deducida) (Archivo: AMP; Colec.: María Goyri-Ramón Menéndez Pidal). Publicada en TOL I 1991, pp. 125-126. 095 hemist. Música registrada. |
|
|
--Galancina, Galancina, hija de un conde galán, |
2 |
¡quién estuviera tres noches a tu gusto y mi mandar! |
|
--Si tú durmieras conmigo ya te podías alabar. |
4 |
--Si supieras que me alabo, mátame con un puñal, |
|
--Si con un puñal te mato, con otro te han de matar.-- |
6 |
Ya pasaron las tres noches, don Carlos se fue alabar: |
|
--Dormí con la mejor dama que el mundo puede criar, |
8 |
es tan alta como un pino y blanca como un rosal, |
|
entre dos sus pechos lindos cuatro bien pueden jugar.-- |
10 |
La gente, como es tan mala, al padre le van contar. |
|
El padre, desque lo supo, la ha tratado de encerrar, |
12 |
donde no le diera el sol ni agua que le hiciera mal. |
|
Las amigas de su tiempo la iban a visitar: |
14 |
--¿Por qué lloras, Galancina? --Porque tengo de llorar: |
|
Hoy me vino la sentencia, mañana me van quemar.-- |
16 |
--Dime, dime, Galancina, ¿quién te hizo tal maldad? |
|
--Yo sólo dormí tres noches con don Carlos Montealbar; |
18 |
la primera fue a la fuerza y dos son de voluntad.-- |
|
Dicen unas contra otras: --Galancina encinta está. |
20 |
--¡Oh quién fuese pajarillo, oh quién supiese volar, |
|
para escribirle una carta a don Carlos Montealbar! |
22 |
--Escríbela tú, mi prima, que yo se la iré a llevar; |
|
si pa arriba corro mucho, pa abajo tengo volar.-- |
24 |
Cuatro vueltas dio al palacio sin las puertas encontrar; |
|
luego al dar las cinco vueltas, don Carlos sonó llamar. |
26 |
--¿Qué hay de bueno, pajarillo, que hay de bueno por el mar? |
|
--Yo, si a usted se lo dijera, mucho no le ha de gustar, |
28 |
que a su novia Galancina mañana la van quemar. |
|
--Si la queman, que la quemen, a mí no me da mucho más, |
30 |
que el mundo, como es tan largo, novia no me ha de faltar, |
|
si ha ser un poco más blanca, será un poco más moral.-- |
32 |
Pronto que coge la carta, pronto la vuelve a posar; |
|
ocho caballos tenía, ocho mandó aparejar |
34 |
y los siete reventaron antes del puerto llegar. |
|
--Caballo mío, caballo, Dios te libre de algún mal, |
36 |
que unas herraduras nuevas bien me las has de gastar, |
|
la jornada de ocho días hoy me le tienes que andar |
38 |
y la cebada de ocho días hoy la tienes pa cenar.-- |
|
--Buenas tardes, caballero. --Felices las vengo a dar, |
40 |
¿cómo hace usted tanta leña no siendo por Navidad? |
|
--Voy a quemar una hija, que me ha hecho mucho mal. |
42 |
--Esa hija es muy joven pa morir sin confesar. |
|
--Confiésela usted, don Carlos, si la quiere confesar, |
44 |
que si usted se lo confiesa, usted se la ha de llevar. |
|
--Dime, dime, Galancina, ¿quién te ha hecho tanto mal? |
46 |
--Sólo he dormido tres noches con don Carlos Montealbar, |
|
la primera fue por fuerza y las dos de voluntad. |
48 |
--Dime, dime, Galancina, qué te dejó de señal. |
|
--Me dejó un manto de seda, conmigo lo he de quemar. |
50 |
--Dime, dime, Galancina, si te ha dejado algo más. |
|
--Me ha dado un anillo de oro, conmigo le voy llevar. |
52 |
--Buenos días, Galancina, que tú mía serás ya. |
| |
Nota: Galiarda y Florencios, vv 1-12.
|
Go Back
|
0159:30 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 741)
[0149 Galiarda y Florencios, contam.]
Versión de Ribota (ay. Oseja de Sajambre, p.j. Cistierna, ant. Riaño, comc. Sajambre, León, España).
Recitada por María Redondo. Recogida por Diego Catalán y Álvaro Galmés, 00/08/1946 (Archivo: AMP; Colec.: María Goyri-Ramón Menéndez Pidal). Publicada en TOL I 1991, pp. 127-128. 099 hemist. Música registrada. |
|
|
--Galancina, Galancina hija del conde Galán, |
2 |
¡quién te tuviera tres noches a mi gusto y mi mandar! |
|
--Si tres noches me tuvieras, bien te habrías de alabar. |
4 |
--Con este puñal me mato, con este y otro tal, |
|
con este puñal me mato, si yo me ha alabar.-- |
6 |
Al cabo de las tres noches, don Carlos se fue a alabar: |
|
--Dormí con la mejor moza que el cielo podía criar, |
8 |
era de alta como un pino, de blanca como un rosal |
|
y arriba sus pechos lindos cuatro podían jugar.-- |
10 |
La gente, como es tan mala, al padre lo fue a contar. |
|
Su padre, desque lo supo, luego la mandó encerrar, |
12 |
donde no viera sol ni luna ni agua que la hiciese mal. |
|
Las muchachas de su tiempo la iban a vesitar. |
14 |
Dicen unas contra otras: --Galancina encinta está.-- |
|
Galancina, estando sola, no cesaba de llorar. |
16 |
--¿Ay, qué tiene la mi prima, que tiene tanto pesar? |
|
--Que me ha venido una carta, mañana me van quemar. |
18 |
¡[Ay quién] fuera un pajarillo y ay quién pudiera volar, |
|
para escribir una carta a Carlos de Montealgar! |
20 |
--Escríbela tú, mi prima, que yo se la iré a llevar, |
|
pa arriba he de correr mucho y pa abajo he de volar; |
22 |
y tú, como muchacha joven, dote no te ha de faltar.-- |
|
A la salida de un monte y a la entrada de un moral |
24 |
se alcuentra con el palacio de Carlos de Montealgar. |
|
--Buenos días, señor Carlos. --Buenos días y a la paz, |
26 |
¿qué hay de bueno por la tierra y de malo por el mar? |
|
--Poco de bueno, don Carlos muy bien no le ha de gustar. |
28 |
Tome usted esta carta y ella dirá la verdad.-- |
|
Tan pronto como la vio, tan pronto volvió a cerrar. |
30 |
Ocho caballos tenía, ocho mandó aparejar; |
|
y unos siete arreventaron, menos caballo de mar. |
32 |
--Caballo mío, caballo, Dios te me libre de mal, |
|
que la ornada `e veinte leguas hoy te la tienes que andar, |
34 |
la cena de ocho noches hoy te la vas a cenar. |
|
--Buenos días, señor Carlos. --Buenos días y a la paz |
36 |
¿cómo tiene tanta leña no siendo por Navidad? |
|
--Para quemar una hija que me ha hecho una maldad. |
38 |
--Esa hija está muy tierna para ir sin confesar. |
|
--Confiésela usted, don Carlos, si la quiere confesar; |
40 |
tres confesiones la hice y a ninguna la verdad.-- |
|
Y la cogió por la mano y la llevó junto al misal. |
42 |
--No me digas la mentira, ni me niegues la verdad, |
|
dime, dime, Galancina, si has tenido algún galán. |
44 |
--Sólo he estado tres noches con Carlos de Montealgar. |
|
--Dime, dime, Galancina, si te dio alguna señal. |
46 |
--Me ha dado un anillo de oro, conmigo lo he de quemar. |
|
--Dime, dime, Galancina, si te ha dado algo más. |
48 |
--Me ha dado un manto de seda, conmigo le he de quemar. |
|
--Dame un beso de tus labios que de ésta te voy (a) librar. |
50 |
¡Para una hija que tenía, buen dote le quería dar! |
| |
Nota: Pronuncia ornada , por jornada , por ultracorrección (Sajambre conserva como j- la F- latina).
Nota: Galiarda y Florencios, vv 1-12. |
Go Back
|
0159:31 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 742)
Versión de Caldevilla (ay. Posada de Valdeón, p.j. Cistierna, ant. Riaño, comc. Valdeón, León, España).
Recitada por Juliana García Pérez (67a). Recogida por Marisa Argüelles, Nicolás Miñambres, Antonio Sánchez y Elena Tirado, 06/07/1985 (Archivo: ASOR; Colec.: Encuesta LEÓN 85; cinta: 6.6-7.2/A-04). Publicada en TOL I 1991, pp. 128-130. 116 hemist. Música registrada. |
|
|
--Galancina, Galancina, hija de un conde Galán, |
2 |
¡quién te tuviera tres noches al tu gusto, al mi gozar!-- |
|
Al cabo de las tres noches don Carlos se fue a alabar: |
4 |
--Dormí con la mejor dama que el mundo puede criar; |
|
es de alta como un pino, de fina como un coral, |
6 |
y entre sus dos lindos pechos cuatro juegan a juegare.-- |
|
La gente, como es tan mala, a su padre fue a enterar. |
8 |
Su padre, de que lo supo, luego la mandó a encerrar |
|
donde no vea sol ni luna ni vino que le haga mal. |
10 |
Las amigas de su pueblo la iban a visitar; |
|
dicen unas a las otras: "Galancina encinta está." |
12 |
Galancina estando sola no cesaba de llorar. |
|
De que lo supo su prima luego la fue a visitar: |
14 |
--¿Qué tienes, prima, mi prima, que no cesas de llorar? |
|
--¡Ay, quién fuera pajarito, ay, quién pudiera volar, |
16 |
para llevarle una carta a don Carlos Montealbar! |
|
--Escríbela tú, mi prima, que yo se la iré a llevar, |
18 |
por arriba corro mucho, por abajo he de volar.-- |
|
Y al pasar aquellos montes y al cruzar al arenal, |
20 |
se encontró con los palacios de don Carlos Montealbar. |
|
--Buenos días, señor conde. --Buenos días a la par, |
22 |
¿qué hay de bueno por la tierra, qué hay de malo por el mar? |
|
--No hay de bueno por la tierra ni de malo por el mar, |
24 |
que a su novia Galancina mañana la irán quemar. |
|
--Si la queman, que la quemen, que a mí lo mismo me da, |
26 |
que España, como es tan grande, novia no me ha de faltar. |
|
--Tenga, conde, lea esa carta, que ahí le dirá la verdad.-- |
28 |
Tan pronto como la abrió, pronto la volvió a cerrar. |
|
Ocho caballos que tiene, ocho mandó aparejar; |
30 |
siete se le reventaron, le quedó el caballo `el mar. |
|
--Anda, caballo, anda, Dios te me libre de mal, |
32 |
la cebada de ocho días hoy te la vas a cenar, |
|
unas herraduras nuevas hoy te las vas a gastar, |
34 |
de jornada treinta leguas hoy te las tienes que andar.-- |
|
Al pasar aquellos montes y al cruzar el arenal, |
36 |
se encontró con una ermita, se vistió de capellán. |
|
--Buenos días, señor conde. --Buenos días a la par. |
38 |
--¿Pa qué tiene tanta leña, no siendo por Carnaval? |
|
--Para quemar una hija que me ha hecho una maldad. |
40 |
--Esa hija será tierna para ir sin confesar, |
|
deme licencia, buen conde, para irla a confesar. |
42 |
--La mi licencia, buen rey, por suya la tiene ya, |
|
tres confesiones le han hecho y a ninguna la verdad. |
44 |
--No me digas la mentira ni me niegues la verdad, |
|
dime, Galancina, dime, ¿qué te ha dado de señal? |
46 |
--Me ha dado un anillo de oro que conmigo irá a quemar. |
|
--Dime, Galancina, dime, ¿qué te ha dado de señal? |
48 |
--Me ha dado un mantón de seda que conmigo irá a quemar. |
|
--Dime, Galancina, dime, sino te ha dado algo más. |
50 |
--Me ha dado palabra humana que no me había de olvidare. |
|
--Dame un beso, Galancina, si tú me lo quieres dar. |
52 |
--Yo no beso al señor cura ni tampoco al capellán, |
|
que tengo el amor muy firme en don Carlos Montealbar.-- |
54 |
Ya la pone por la mano y a su padre le fue a enseñar. |
|
--Cáselas todas con condes, que ésta con un conde va; |
56 |
que para ser hija suya, ¡buen dote le quería dar!-- |
|
Ya la pone en el caballo, la llevó a Montealbar. |
58 |
Le echan perros, le echan galgos, no le pudón alcanzar. |
| |
Go Back
|
0159:33 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 1679)
Versión de Ferreiros de Balboa (ay. Becerreá, p.j. Lugo, ant. Becerreá, Lugo, España).
Recitada por Balbina López (66a). Recogida por Raquel Calvo, Débora Catalán, Diego Catalán, Bárbara Fernández y Salvador Rebés, 13/07/1983 (Archivo: ASOR; Colec.: Encuesta GALICIA 83; cinta: 1.13-7.1-B9). Publicada en RT-Galicia 1998, pp. 196-198. 134 hemist. Música registrada. |
|
|
Don Carlos anda de amor, no se puede tolerar, |
2 |
con ferraduras de aceiro y clavos de pedrenal; |
|
con el ruido que hacía sale la gente a mirar, |
4 |
también saliera Analuca, hija del conde Galán. |
|
--¡Quién me diera, Analuquiña, unha noite ó meu mandar! |
6 |
--Unha noite a un caballero non se lle pode negar, |
|
unha noite a un caballero se non te foras a alabar. |
8 |
--Con una espada me corten, con outra de máis cortar, |
|
se de amores que eu tuvera nunca me fun a alabar.-- |
10 |
Inda ben non o fixera, ya se fuera a alabar |
|
a un corro de señores que na plaza vira estar. |
12 |
--Escuchen esto, señor[es], señor[es] de este lugar, |
|
que gocein a mellor dama que se crió no lugar.-- |
14 |
Unos dicen:«¿Quién sería?»; otros dicen:«¿Quién será? |
|
¿Si sería Analuquiña, hija del conde Galán?» |
16 |
--¿Cal de vosotras, mis hijas, estades embarazadas?-- |
|
Miran unas para as otras, se soltaran a risar; |
18 |
en sendo Analuquiña, que se soltou a llorar. |
|
--` Causa lle é a roupiña que mal amañada está. |
20 |
--Aprisa, criados míos, aparellaime o ruán, |
|
el sábado cortai a leña pra o domingo a queimar. |
22 |
--¡Se tuvera aquí un paxín de aqueles que eu lle[s] den pan |
|
pra lle mandar unha carta a Carlos de Montealvar! |
24 |
--Escribe, Analuca, escribe, qu` o paxín á porta está. |
|
Una escríbela con tinta y otra con sangre real, |
26 |
y otra con leche de pecho pa le dar más pesar.-- |
|
--Cartas lle traigo, don Carlos, cartas de grande pesar. |
28 |
--¿Qué cartiñas serán esas que a mí me traigan pesar? |
|
Ou te morderon mis perros ou trataron de ladrar, |
30 |
ou chas deron meus criados ou trataron de chas dar. |
|
--Nin me morderon seus perros nin trataron de ladrar, |
32 |
nin mas deron seus criados nin tiñan por que mas dar, |
|
choro por Analuquiña, que queda pra ir a queimar. |
34 |
--Aprisa, criados míos, aparellaime o ruán.-- |
|
Por aquelas veigas verdes parecía un gavilán. |
36 |
Por axiña que anduvera, ya a estaban pra a queimar, |
|
tiña un pecín descalzo e o outro pra descalzar. |
38 |
--Yo no siento que me quemen ni que dejen de quemar, |
|
siento por el del vientre, que es hijo de muy buen pai. |
40 |
--Esa palabra, Analuca, ha quitar de te queimar. |
|
Deténgase usted, justicia, justicia diste lugar, |
42 |
esta niña é muy nueva, va muy mal sin confesar. |
|
--Sete curas, sete flaires, a ningún contou verdad.-- |
44 |
La agarrara entre los brazos, la subiera al altar. |
|
--¿Cantos besos deche a un home, a un home diste lugar? |
46 |
--Eu besos sólo den dous a Carlos de Montealvar, |
|
uno ha sido a mi gusto y otro ha sido a mi pesar. |
48 |
--¿Que che deu, Analuquiña, que che deu pra te engañar? |
|
--Deume un vestido de seda que conmigo han de queimar. |
50 |
--¿Que che deu, Analuquiña, que algo máis che había dar? |
|
--Deume unhos zapatos de seda que conmigo se han queimar.-- |
52 |
La agarrara entre los brazos y la subiera al ruán. |
|
--Quédense con Dios, cornudos, cornudos diste lugar, |
54 |
que esta niña é muy nueva, non naceu pra a queimar. |
|
--Se a levas pola levar, o lume cha irá queimar; |
56 |
se a levas por esposa, o dote virás `scapar. |
|
--Se a levo pola levar, o lume non a ha queimar, |
58 |
se a levo por esposa, roupa non lle m`ha faltar. |
|
Padres que criai-las fillas, ¿que dotes lles podeis dar?-- |
60 |
E anduveron sete leguas sin malhaya fala dar, |
|
al cabo de sete leguas se soltara a llorar. |
62 |
--¿Por qué lloras, Analuca, por qué dejas de llorar? |
|
--Porque non sei pra onde von nin pra onde eu irein parar. |
64 |
--Lévate don Carlos, nena, don Carlos de Montealvar, |
|
ben ves aqueles balcois donde t`has apasear, |
66 |
onde ves aqueles perros, pronto lle[s] has dar pan, |
|
onde ves aqueles criados, pronto lles has mandar. |
| |
Go Back
|
0159:35 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 1681)
[0149 Galiarda y Florencios, contam.]
Versión de Soutelo (parr. Piquín, ay. Ribeira de Piquín, ant. Meira, p.j. Fonsagrada, Lugo, España).
Recitada por María Antonia Álvarez (45a). Recogida por Aníbal Otero Álvarez, 00/00/1928 (fecha deducida) (Archivo: AMP; Colec.: Otero, A. (M. Goyri-R. Menéndez Pidal)). Publicada en RT-Galicia 1998, pp. 200-201. 102 hemist. Música registrada. |
|
|
--¡Julianita, Julianita, hija del buen rey Galán, |
2 |
Dios te me diera tres horas, tres horas a mi mandar! |
|
--Tres horas a un caballero no se le pueden negar, |
4 |
pro los hombres son traidores, luego se van a alabar. |
|
--No temas, ay Julianita, no temas a que haga tal; |
6 |
con esta espada me maten, con esta ou con otra tal, |
|
con esta espada me maten cuando eu me vaya a alabar.-- |
8 |
Inda bien no lo había hecho, cuando se fuera a alabar |
|
que durmira cunha nena, na villa non hai outra tal. |
10 |
Unhos dicen: "¿Quén sería?"; outros dicen: "¿Quén será?" |
|
i outros dicen: "Julianita, hija del buen rey Galán." |
12 |
Su padre, desque lo supo, triminara de a queimar, |
|
y ha llamado cuatro mozos para la leña cortar. |
14 |
--Dios me diera un pajarito de los que saben volar, |
|
para mandar una carta a Carlos de Montealvar. |
16 |
--Escríbela pronto, prima, que yo te la iré llevar.-- |
|
Y al llegar a los palacios donde se iba a pasear. |
18 |
--Abrízaras, ay don Carlos, de tristura e de pesar, |
|
quedan cortando na leña para Juliana queimar. |
20 |
--No se me da que la quemen ni que le hagan otro mal, |
|
dáseme por aquel vientre, que era de sangre real.-- |
22 |
Estando en estas razones, el paje empieza a llorar. |
|
--¿Por qué lloras, pajercito, o por qué es tanto llorar? |
24 |
Si te han hecho mal mis perros, yo los mandaré matar, |
|
si te han hecho mal mis criados, los mandaré castigar. |
26 |
--No me han hecho mal sus perros, no los mande usted matar, |
|
ni tampoco sus criados, no los mande castigar, |
28 |
que `o lloro por Julianita porque la van a queimar. |
|
--Desensíllame el caballo y vuélvemelo a ensillar.-- |
30 |
Quitou zapatiños d`ouro e púxoos de cordobán, |
|
quitou vestido de seda e púxoo de cardenal. |
32 |
Y al llegar a los campos donde la iban queimar: |
|
--Dio-los guarde a ustedes, señores, alcaldes de este lugar, |
34 |
¿para quién es esa hoguera o qué ahí quieren quemar? |
|
--Es pra doña Julianita, hija del buen rey Galán. |
36 |
--Esa niña es muy joven, no va bien sin confesar.-- |
|
--La confiesan siete frailes i-a ningún contou verdad; |
38 |
Confiésela usted, padre, que acaso la contará.-- |
|
La cogiera de la mano, la llevó al pie del altar. |
40 |
--¿Que che deu, ay Julianita, don Carlos pra te engañar? |
|
--Deume un vestido de seda, conmigo ha d`ir a queimar. |
42 |
--¿Que che deu máis, Julianita, don Carlos pra te engañar? |
|
--Deume unhos zapatos d`ouro, conmigo han d`ir a queimar. |
44 |
--Si me dejas darte un beso, te libro de todo mal. |
|
--No lo quiera Dios del cielo ni los santos del altar, |
46 |
donde Carlos puxo os labios que los ponga un cardenal.-- |
|
La cogiera en sus brazos, la poniera en el ruán. |
48 |
--Quédense con Dios, señores, alcaldes de este lugar, |
|
que esta nena es muy mía, con ela me vou casar.-- |
50 |
Bien lo vira ir su padre de altos palacios que está. |
|
--Da la vuelta, caballero, que te la quiero dotar. |
52 |
--No quiero que usted la dote ni que le haga otro mal, |
|
para mí y para ella haciendas no han de faltar, |
54 |
ni tampoco llaves de oro, las que pueda manejar.-- |
|
Anduviera siete leguas sin con ella palabra hablar; |
56 |
desde las siete a las ocho, la niña empieza a llorar. |
|
--¿Por qué lloras, Julianita, o por qué es tanto llorar? |
58 |
--Más quixera ser queimada en un fuego de alquitrán, |
|
que no verme en estos montes en brazos de un cardenal. |
60 |
--No llores, no, Julianita, que ya no es tiempo de llorar, |
|
que el que te lleva en sus brazos es Carlos de Montealvar. |
| |
Nota: Galiarda y Florencios, vv 1-11.
|
Go Back
|
0159:40 Conde Claros en hábito de fraile (ó-e+í-a+á) (ficha no.: 2961)
Versión de Robregordo de la Sierra (ay. Robregordo, p.j. Colmenar Viejo, ant. Torrelaguna, Madrid, España).
Recitada por María Martín González (53a en 1989). Recogida por José Manuel Fraile Gil, Juan Manuel Calle Ontoso, Susana Weich-Shahak, Álvaro Fernández Buendía y Marcos León Fernández, en dos ocasiones, 06/09/1989+02/06/1994 (Archivo: ASFG; Colec.: Fraile Gil, J. M.; cinta: 1989: M-52 y M-60). Publicada en Fraile Gil 1991, pp. 48-49 y Fraile Gil MT 12/CD, Madrid Tradicional. Antología v. 12, TECNOSAGA, WKPD-10/2023, corte 2, © Fraile Gil. Reproducida aquí con permiso del editor. 070 hemist.
Música registrada.
|
|
|
Se pasea Giselita por los amplios corredores |
2 |
con sus vestidos de gala arrastrando los faldones |
|
el conde de Montealbar la ha pretendido en amores. |
4 |
--No señor, que soy muy niña, que se diría en las cortes.-- |
|
(Y) en las cortes se decía y el día de mañana |
6 |
que el conde de Montealbar ha dormido con la dama, |
|
--Que si Giselita fuese, sería reina en Castilla |
8 |
pero como no lo fuera su castigo llevaría. |
|
--Si bajara un pajarito de los que pican el pan, |
10 |
escribiría una carta al conde de Montealbar.-- |
|
Ya ha bajado el pajarito que Dios le mandó bajar: |
12 |
--Escríbala usted, señora, yo se la iré a llevar. |
|
--Si le encuentras paseando, no le dejes pasear; |
14 |
si le encuentras merendando no le dejes merendar.-- |
|
Ha llegado en los momentos que vino de pasear. |
16 |
--¿Qué quiere este pajarito que a mí me quiere hablar? |
|
--Yo no quiero nada, conde, mi carta se lo dirá.-- |
18 |
Coje la carta en sus manos y ha empezado a letrear |
|
que a Giselita la queman que Gisela van a quemar. |
20 |
Ha cogido su caballo, vestido de cura va |
|
y de prisa que llevaba se ha puesto lo de alante atrás. |
22 |
Ha llegado en los momentos que la iban a quemar. |
|
--¡Ay, que pare la justicia la vara de la humildad, |
24 |
que Giselita es muy niña y se querrá confesar.-- |
|
Salta su padre y madre --Gisela está confesá.-- |
26 |
--¡Ay, qué lástima de niña, yo me la quiero llevar; |
|
si sus padres me la diesen, yo me la quiero llevar.-- |
28 |
La ha cogido en su caballo y por el camino van; |
|
(y) en la mitad del camino la ha empezado a preguntar: |
30 |
--¿Cuántos besos te habrán dado los mocitos de tu edad?-- |
|
--Tan sólo me ha dado uno el conde de Montealbar, |
32 |
que dicen que era muy bueno, para mí lo ha hecho muy mal.-- |
|
--No lo habrá hecho tan malo cuando en su caballo va. |
34 |
(Y) en la iglesia más cercana allí nos van a casar.-- |
|
Y vivieron muy felices pa toda su eternidad. |
| |
Variantes de la grabación publicada en 1991 (hecha en 06/09/1989 por Fraile Gil, Fernández Buendía y León Fernández): -2b sus f.; tras el v. -6 ha dormido con la dama / la flor de la maravilla.//; -7 fuera; -8 no lo es; -9a Si viniera un p.; -11ab falta; tras el -19: --Si la queman, que la quemen / a mí lo mismo me da;// lo único que me importa / que es mi sangre real.--//; -24a saltan; -26 falta. -30a el medio del. Lo vuelven a grabar Fraile Gil, Calle Ontoso y Weich-Shahak en 1994. El texto transcrito y la fecha corresponden a la versión sonora disponible aquí.
|
Go Back
|
0159:147 Conde Claros en hábito de fraile (á+estróf.) (ficha no.: 9378)
Versión de Canencia de la Sierra (Madrid, España).
Recitada por Justa Domingo Fernández (58a). Recogida por José Manuel Fraile Gil, 14/07/1990 (Archivo: ASFG; Colec.: Fraile Gil, J. M.). Publicada en Fraile Gil MT 6-7, Madrid Tradicional. Antología vol. 7, cara B, banda 1, TECNOSAGA 1991, VPD-10.2074, cara/banda B/1. © Fraile Gil. Reproducida aquí con permiso del editor. 069 hemist.
Música registrada.
|
|
|
Estaba la niña Lisalda sentadita en sus sillones |
2 |
bordando paños de seda y un dibujo de bordones. |
|
El conde de Montebral la ha pretendido en amores. |
4 |
--Soy muy joven, ¿qué dirían en las cortes?, |
|
en el día de mañana, en las cortes ¿qué dirían?-- |
6 |
Su padre lo estaba oyendo no muy lejos estaría: |
|
--Y si eso fuese verdad, vivita te quemaría, |
8 |
y si eso fuese mentira, reina palacio te haría.-- |
|
--Si tuviera un pajarito de estos que saben hablar, |
10 |
le mandaría una carta al conde de Montebral |
|
y en la carta le diría |
12 |
que de su novia Lisalda la sacan para quemar.-- |
|
Al decir estas palabras el pajarito ya va: |
14 |
--¿Qué me quieres, qué me mandas qué me quieres tú mandar? |
|
--Que lleves esta cartita al conde de Montebral. |
16 |
Si le ves que está almozando, no le dejes terminar, |
|
y si le ves que va a misa, no le dejes penetrar.-- |
18 |
Al llegar a la ciudad el conde a misa va. |
|
Le ha agarrado de la capa y ha tirado para atrás: |
20 |
--Que tengo esta cartita |
|
que es de su novia Lisalda que la sacan a quemar. |
22 |
--Si la queman, que la abrasen, a mí no me importa na. |
|
Lo que en su vientre siento no poderlo bautizar.-- |
24 |
Se viste de sacerdote y se va para la ciudad. |
|
Al llegar a la ciudad la sacan para quemar. |
26 |
--Deténgase a la justicia |
|
que esta niña es chiquitita y se quiere confesar |
28 |
y si está ya confesada, se requiere confesar.-- |
|
La ha montado en su caballo y se va para la ciudad. |
30 |
--A la mitad del camino le ha empezado a preguntar: |
|
--Dime tú, niña Lisalda, ¿cuántos amores van ya? |
32 |
--Amores nada más uno con el conde Montebral; |
|
lo cual que han sido muy falsos falsos ya no caben más.-- |
34 |
Echa una mirada al cielo y ha empezado a llorar. |
|
--No llores, Lisalda mía, no llores por caridad; |
36 |
que en llegando a la ciudad nos tendremos que casar.-- |
| |
Notas: Al cantar se repiten todos los primeros hemistiquios. Además, el verso -8 lo repitió entero.
|
Go Back
|
0159:32 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 1678)
Versión de Santa Mariña de Froxás (parr. San Martiño, ay. Viana do Bolo, ant. Viana, p.j. Pobra de Trives, ant. Viana do Bolo, Ourense, España).
Recitada por Alicia Martínez (46a). Recogida por Diego Catalán, Ana Maria Martins, Teresa del Río y Ana Valenciano, 06/07/1981 (Archivo: ASOR; Colec.: Encuesta NORTE 81; cinta: 5. 6-7.1-A8). Publicada en RT-Galicia 1998, pp. 195-196. 068 hemist. Música registrada. |
|
|
En el jardín de la reina hay una herba muy mala, |
2 |
toda mujer que la pisa pronto sale embarazada. |
|
Tenía un padre tres hijas; |
4 |
un día vindo de misa su padre las reparara. |
|
--¿Cuál é das tres miñas fillas é a que está preñada?-- |
6 |
Miran unas para otras, ninguna decía nada; |
|
la más pequeña de ellas pronto encomenzó a llorar. |
8 |
--No llores, hija querida, no llores, hija del alma, |
|
que hoy voy a cortar la leña para mañana quemarte. |
10 |
--Tanto me da que me quemen, como que me vai quemar, |
|
sólo siento por lo do vientre, que era de sangre legal.-- |
12 |
Escribió unas letras, letras de gran pesar; |
|
| (le dio a un pajarito diciéndole:) |
|
|
--Lléveme estas letras a Carlos de Montealvar; |
14 |
si me lo pillas comiendo, me lo dejarás acabar; |
|
si me lo pillas dormiendo, lo dejarás espertar. |
16 |
--¿Qué haces ahí, pajarito, que no acostumbras a estar? |
|
--Tráigoche letriñas, letriñas de gran pesar, |
18 |
que hoy fueron cortar la leña para mañana quemarla. |
|
--Tanto me da que ma queimen, como que ma van queimar, |
20 |
sólo siento por lo do vientre, que era de sangre legal. |
|
--Maldita sean los hombres y en quien ellos se ha de fiar, |
22 |
saben hacer el daño, no lo saben remediar.-- |
|
--Usted, por ser más vella, algún consello me iba a dar. |
24 |
--Coge la ropa de fraile, deja la ropa de militar, |
|
di que eres un confesor que la vas a confesar.-- |
26 |
Pronto que llegó ya la iban a quemar. |
|
--Véngase un poco, . . . . . . . . . . . . . . . . . . . |
28 |
que alma que vai pra outro mundo, vai muy mal sin confesar. |
|
--Oh, qué larga confesión, oh, qué confesión tan larga, |
30 |
o la llevan los demonios, o Carlos de Montealvar. |
|
--Se a levas por muller, vólvelle por la dotal; |
32 |
pero se a levas por puta, malos ojos che han queimar. |
|
--Quedaivos con Dios, cornudos, cornudos de este lugar, |
34 |
o pai que queima as fillas, mal lle pode dar el dotal. |
| |
Go Back
|
0159:34 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 1680)
Versión de Quintela do Pando (ay. Viana do Bolo, ant. Viana, p.j. Puebla deTrives, ant. Viana do Bolo, Ourense, España).
Recitada por Carmen Nogueiras. Recogida por Alfonso Hervella Courel, (Archivo: AMP). Publicada en RT-Galicia 1998, pp. 198-200. 122 hemist. Música registrada. |
|
|
--¡Lenzoquiña, Lenzoquiña, filla del conde Riale, |
2 |
quen me dera estar tres horas, tres horas ó teu mandare! |
|
--Tres horas non eran nada pra o qu` eu tiña que deseare.-- |
4 |
Don Carlos, com` es chiquillo, logo s`iría a alaudare. |
|
--Con esta espada me maten, con otra me van cortare, |
6 |
de sete damas que eu teño si ningunha me hei d`alaudare.-- |
|
El dicho non fuera dicho, á plaza se foi sentare. |
8 |
--Esta noite durmín cunha que en mi vida he visto tale: |
|
delgadiña da cintura que s`ablanca cunha manhe, |
10 |
os olliños da súa cara relumbran com` un cristale, |
|
os dentiños da súa boca, menudiños como o sale.-- |
12 |
Unhos dicen: "¿Quen sería?", i outros dicen: "¿Quen seráe? |
|
Ha ser a filla Lenzuca, filla do conde Riale." |
14 |
Desque su padre lo sopo, sus hijas mandó llamare. |
|
--Vinde aiquí vos, miñas fillas, que vos quero perguntare |
16 |
cuál de vos estáis preñadas, pra vos mandar retirare.-- |
|
Miran unhas cara as outras, Lenzoquiña a suspirare. |
18 |
--¿Por qué lloras, Lenzoquiña, sin tener por qué llorare? |
|
Hoxe van cortar a leña pra pasado te queimare. |
20 |
--Nin se me dá que me queimen nin que me vaian queimare, |
|
dáseme polo do vientre, que era de sangre riale. |
22 |
¡Quen me dera un paxariño dos qu` algún día dinll` o pane!-- |
|
A palabra no era dita i o paxariño alí estae. |
24 |
--¿Qué me manda usted, señora, que eu veño ó seu mandare? |
|
--Que lle me leves estas cartas a don Carlos de Montalvánhe, |
26 |
unha escrita en letra fina y autra de sangre riale; |
|
si lo hallaras durmiendo, lo dejarás descansare; |
28 |
si lo hallaras comiendo, lo dejarás acabare; |
|
si lo hallaras jogando, no le días más lugare.-- |
30 |
El pajarcito que llega, don Carlos de misa sale. |
|
--Aquí che traigo, don Carlos, cartas de muito pesare, |
32 |
qu` a túa esposa Lenzoquiña che queda pra cha queimare. |
|
--Nin se me dá que ma queimen, nin que ma vaian queimare, |
34 |
dáseme polo do vientre, que era de sangre riale. |
|
--¡Raios te partian, don Carlos, corpo de gran falsedade, |
36 |
en quen empleou a miniña toda súa virxinidade! |
|
--Cálate tu, meu criado, non me fagas tanto male, |
38 |
aunqu` o digo de palabra, outro queda de voluntade.-- |
|
--Mi madre, por ser mi madre, algún consejo m`ha dare. |
40 |
--Si tú eres meu fillo, cu`ela te m`has casare; |
|
si tú eres meu fillo, non ma deixes abrasare.-- |
42 |
Vestira roupa de seda, zapatos de cordobanhe, |
|
y montara en su caballo, vola com` un gavilanhe. |
44 |
Llegó al medio de la plaza, xa estaban pra lla queimare. |
|
--¡Deténgase la justicia, deténgase la hermandade! |
46 |
que esa niña es chiquita y vai mal sin confesare. |
|
--Siete flaires la confiesan, a ningún contou verdai.-- |
48 |
Colleu a nos brazos, al confesor fue a llevar. |
|
--Dime, nena, si tu fuches forzada d`home, |
50 |
ou fuches do teu querer. --Non foi unha vez, |
|
que foi dúas ou tres con don Carlos de Montalvanhe. |
52 |
--Dam` un biquiño, miniña, don Carlos aiquí che estae. |
|
--Nin lo pirmitirá Dios nin a Virgen del Pilare.-- |
54 |
La cogiera en los brazos y al caballo vai montare. |
|
E logo lle comenzaron a decir os do lugare: |
56 |
--Si a levas por esposa, non cha han deixar gozare, |
|
si a levas por esclava, logo cha han de quitare. |
58 |
--Non a levo por esclava, qu` a levo por esposa. |
|
S`hoxe lle queren ir á boda, mañana se vai casare. |
60 |
Adiós, os cornudos todos, cornudos de este lugare, |
|
unha nena hermosa, aquela querías queimare. |
| |
Go Back
|
0159:43 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 3768)
Versión de Izcala (ay. Topas, p.j. Salamanca 1, ant. Salamanca, Salamanca, España).
Recitada por Gonzalo Martín. Recogida por Dámaso Ledesma, 11/08/1905 (Archivo: AMP; Colec.: Ledesma, D.). Publicada en Petersen-Web 2002, Texto. Reeditada en Petersen-Web 2000-2007, Texto. 072 hemist. Música registrada. |
|
|
Paseábase Lisarda por los altos corredores |
2 |
cobijada con el manto que le arrastran los galones. |
|
Pasa por allí don Lunas quebrantándola de amores. |
4 |
--¡Oh, quién llegara a Lisarda esta noche a tus ardores! |
|
--Tú llegarás, caballero, esta noche u otra noche. |
6 |
Ha de ser con condición que no se sepa en la corte.-- |
|
Desotro día a la mañana en la corte se decía: |
8 |
--Yo dormí con una dama más hermosa no la había.-- |
|
Todos decían a una voz que la Lisarda sería, |
10 |
y si no era la Lisarda, otra hermana que tenía. |
|
Pasan meses, vienen meses, pasan meses, vienen días |
12 |
y la triste la Lisarda embarazada salía. |
|
La metieron para un cuarto no más que la lumbre ardía; |
14 |
se empezaba a desnudar, |
|
quitaba ropa negra, de fraile se la pondrán. |
16 |
Se ha asomado a una ventana y al cielo empezó a clamar: |
|
--Si viniera un pajarito de esos que saben volar, |
18 |
que le llevara una carta al conde de Montalvar.-- |
|
Ha bajao un ángel del cielo |
20 |
--Trae esa carta, Lisarda, que yo te la iré a llevar; |
|
siete leguas en contorno en un minuto lo he de andar.-- |
22 |
--Nuevas le traigo, don Lunas, si las quisieras escuchar: |
|
la lumbre se quedó ardiendo para Lisarda quemar.-- |
24 |
Cuando ha llegado don Lunas ya la sacan a quemar. |
|
--Espérense los señores, si se quieren esperar, |
26 |
que la Lisarda es muy joven, se ha de querer confesar.-- |
|
--Confesada ya estoy, padre, que quiero reconciliar.-- |
28 |
Se pone a reconciliar y le empieza a preguntar: |
|
--¿Has amado más amores que al conde de Montalvar? |
30 |
--No los he amado, mi padre, ni pretendo de amar más. |
|
--¿Has amado alguna carta al conde de Montalvar? |
32 |
--Ayer tarde mandé una, pero a él poco se le da. |
|
--Algo se le dará cuando a tus pies está.-- |
34 |
--Apártense los señores, si se quieren apartar |
|
que la Lisarda es mi esposa, con ella me he de casar. |
36 |
Todos somos pecadores, también ella ha de pecar.-- |
| |
Nota: -13b no más, dudosa lectura; -31a amado sic.
|
Go Back
|
0159:1 Conde Claros en hábito de fraile (polias.+á) (ficha no.: 155)
Versión de Navas de San Antonio (ay. Navas de San Antonio, p.j. Segovia, Segovia, España).
Recitada por Eduvigis Puente (61a) y Pilar Ayuso (56a). Recogida por Raquel Calvo, Javier Ormazábal, Dolores Sanz, Blanca Urgell y Ana Valenciano, 07/07/1982 (Archivo: ASOR; Colec.: Encuesta SEGOVIA 82; cinta: 1.7-7.3/B-05). Publicada en TRC-Segovia 1993, pp. 19-20. 080 hemist. Música registrada. |
|
|
Paseábase Elisada por sus altos corredores |
2 |
y el conde del Montealvar quiso tratarla de amores. |
|
--Si quisiera mi Elisada, aceptar a mis amores. |
4 |
--No, señor, yo soy muy niña y lo sabrán en mi corte. |
|
--Juro la cruz de mi espada, juro la cruz de mi vida, |
6 |
que no se ha de saber nada, ni en tu corte ni en la mía.-- |
|
A eso de los nueve meses por el pueblo se decía |
8 |
que el conde de Montealvar con la Elisada dormía. |
|
El padre, que lo está oyendo, desde la sala de arriba: |
10 |
--¿Qué es eso de la Elisada, qué es eso de esa hija mía? |
|
Que si eso fuera verdad, yo viva la quemaría.-- |
12 |
El castigo que la dio el que Dios no le da a nadie, |
|
fue de meterla en un pozo, que se la pudra la sangre. |
14 |
La fueron a visitar dos o tres primos carnales, |
|
un hermano que tenía, que le llamaban "Maldades". |
16 |
--Asómate, boca negra, cara de quitar pesares, |
|
que mañana a las nueve, pues vendremos a quemarte. |
18 |
--Si me queman, que me abrasen, a mí no me importa na; |
|
lo que siento es lo del vientre, que muere sin bautizar. |
20 |
¡Si tuviera un pajarito de esos que yo echaba pan |
|
para escribir una carta al conde del Montealvar!. |
22 |
--¿Qué quieres que al pajarito, que a tus piés le tienes ya?-- |
|
Coge el pájaro la carta y se va pa la ciudad. |
24 |
Al llegar al monasterio, tres caballeros están. |
|
--¿Cuál de estos tres caballeros es el conde el Montealvar? |
26 |
--¿Qué quiere este pajarillo al conde del Montealvar? |
|
--Yo a usted no le quiero nada, el papel se lo dirá. |
28 |
--Si la queman, que la abrasen, a mi no me importa na; |
|
lo que siento es lo del vientre, que es de mi sangre leal.-- |
30 |
Se vistió de capuchino y se fue pa la ciudad, |
|
al llegar al monasterio, ya la iban a quemar. |
32 |
--Deténgase la justicia, la vara de la maldad, |
|
que la Elisada es muy niña y se querrá confesar.-- |
34 |
--Dime tú, Elisada mía, por qué te quieren quemar. |
|
--Por un beso que le di al conde del Montealvar. |
36 |
--¿Y tú no le escribes carta al conde del Montealvar? |
|
--Sí, señor, sí se la he escrito, pero lo mismo me da. |
38 |
--¿Cómo te va a dar lo mismo, si a tus piés le tienes ya?-- |
|
Deténgase la justicia, y la vara de la maldad, |
40 |
que la Elisada es muy mía y me la voy a llevar. |
| |
Variantes -10a ¿q. e. e. de mi E.?. |
Go Back
|
0159:44 Conde Claros en hábito de fraile (ó-e+í-a+á) (ficha no.: 4530)
Versión de Alpuente (ay. Alpuente, p.j. Lliria, ant. Chelva, comc. Los Serranos, Valencia, España).
Recitada por Pilar Villar (65a) y Ramona Villar (63a). Recogida por Amparo Rico Beltrán, 25/05/1997 publicada en Rico Beltrán 2000, "Recopilación de romances de Alpuente (Valencia)", p. 241. Reproducida aquí con permiso de su editor. 032 hemist. Música registrada. |
|
|
Estaba Griselda haciendo sus labores |
2 |
y por allí pasó el rey y la ha pretendido en amores. |
|
--No quiero, que soy muy niña y lo dirás en la corte.-- |
4 |
Al otro día mañana en la corte así decía: |
|
--He dormido con una dama la flor de las maravillas.-- |
6 |
Su padre que estaba allí de esta manera decía: |
|
--Si será mi hija Griselda, si será mi hija querida, |
|
y si esto fuera mentira de mi reino gozaría.-- |
10 |
Ha llegado a su casa y se lo ha preguntado |
|
y el rostro en la cara no lo ha podido negar. |
12 |
--Súbete en ese caballo, . . . . . . . . . . . . . . . . . . . |
|
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . |
|
--Párese usté por justicia y sabrá lo que es mandar. |
14 |
que esa niña es lo mejor y se habrá de confesar. |
|
--Confiesa su padre y madre está confesada ya |
16 |
na más (. . . . . . . . .) que es de mi sangre real. |
|
--Si usted me la diera a mí, . . . . . . . . . . . . . . . . . . . |
|
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . |
| |
Nota de la editora: Este romance trunco, del que mis informantes no recuerdan exactamente el comienzo ni el final ("el padre entrega la muchacha al pretendiente porque está embarazada") contiene tres rimas diferentes que hacen pensar en una posible contaminación de romances, aunque Pilar y Ramona, en un momento en que la rima en -á y la situación de la muchacha les tentaba a trasladarse al romance de "La condesa de Olivares", se dan cuenta de su error y niegan tal contaminación haciendo notar las diferencias entre ambos romances.
|
Go Back
|
0159:52 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 6026)
[0255 Apuesta ganada and 0469 Infanta preñada, contam.]
Versión de N/A (facticia)* (Portugal).
Documentada en o antes de 1851. Publicada en Almeida Garrett 1843; 1851; 1851, II 192-203 y Braga 1867a, 156-157; Hardung 1877, II, 121-122; RGP I 1906, (reed. facs. 1982) 356-364. Reeditada en Lima 1959a, 72-76; Redol 1964, 288-290; Pinto-Correa 1984, 179-184; Viana 1985,119-124; Costa Dias 1988, 107-110; Pinto-Correa 1987a, 362-366 y 366-367; Pinto-Correia (1994) 235-238 y 238-9 y RºPortTOM 2000, vol. 1, nº 119, pp. 241-244. © Fundação Calouste Gulbenkian. 144 hemist. Música no registrada. |
|
|
--Quero fazer uma aposta, ou eu não sei apostar: |
2 |
Claralinda há-de ser minha antes do galo cantar. ... |
|
--Apostar, apostareis, mas não haveis de ganhar; |
4 |
que é discreta a Claralinda, ninguém na pode enganar.-- |
|
Não quis ali dizer nada, não quis ali mais falar; |
6 |
vestiu trajos de donzela e se pos a caminhar. |
|
Lá estava a Claralinda de seu balcão a mirar. |
8 |
--Que donzela tão bonita! quem é, e o que vem buscar? |
|
--É a tecedeira, senhora, que vem das praias do mar; |
10 |
tem a sua teia urdida, e a falta vem-na buscar. |
|
--Aí tenho a falta, donzela, mas `inda está por dobar. |
12 |
--Senhora, que se faz tarde, e eu não posso esperar: |
|
de noite pelos caminhos donzelas não hão-de andar. |
14 |
--Para honra da donzela, aqui hoje há-de poisar. |
|
--Tendes criados tão moços, tão atrevidos do olhar. |
16 |
--Para honra da donzela, no meu quarto há-de ficar.-- |
|
A donzela, de contente, à noite não quis cear; |
18 |
tinha sono, tanto sono, que se quis logo deitar. |
|
Lá por essa noite adiante Claralinda de gritar. |
20 |
--Cala-te, ó Claralinda, não te queiras difamar, |
|
que eu sou de nobre gente e contigo hei-de casar: |
22 |
fia-te nesta palavra de Dom Claros de Além Mar.-- |
|
Passados são tantos dias, tão compridos de esperar: |
24 |
não voltou a tecedeira, mas a teia ia a dobrar. |
|
Aos sete para oito meses o pai à mesa a jantar. |
26 |
--Claralinda, Claralinda, que feio é o teu trajar! |
|
--Não diga tal, senhor pai; ninguém lhe oiça tal falar; |
28 |
não sou eu, é da vasquinha que é mal feita e dá mau ar.-- |
|
Mandou chamar alfaiates para se desenganar, |
30 |
disseram uns para os outros: --Não tem falta a saia tal. |
|
Não há ali mais que dizer não há mais que perguntar. |
32 |
--Prepara-te, ó Claralinda, que amanhã vais a queimar. |
|
--Não se me dá que me matem, que me levem a queimar, |
34 |
dá-se-me deste meu ventre que é de sangue real! |
|
Haverá por aí um pajem que o meu pão queira ganhar, |
36 |
e que me leve esta carta a Dom Claros de Além-Mar?-- |
|
Aparece um pajenzito, discreto no seu falar. |
38 |
--Aqui está um mensageiro que o recado quer levar. |
|
--Se o meu pão queres comer, a toda a pressa hás-de andar, |
40 |
e entregarás esta carta a Dom Claros de Além-Mar.-- |
|
--Que quereis, ó pajenzito, que vindes aqui buscar? |
42 |
--Trago uma carta, senhor, novas de muito pesar, |
|
novas lhe trago, más novas da sua amiga leal. |
44 |
Hoje se lhe ajunta a lenha, amanhã vai a queimar.-- |
|
Ele pôs-se a ler a carta, não a podia acabar; |
46 |
as lágrimas eram tantas que o faziam cegar. |
|
--Oh lá, oh lá, escudeiros, os cavalos a ferrar; |
48 |
jornada de quatro dias esta noite se há-de andar.-- |
|
Chega a um convento de frades, estava o sino a dobrar. |
50 |
--Por quem dobra o sino, padre, por quem está a tocar? |
|
--É a infanta Claralinda que se está a agonizar. |
52 |
Ontem juntaram-lhe a lenha, hoje a levam a queimar.-- |
|
Era quase manhã clara, mandou seus pajens deitar, |
54 |
vestiu-se em trajos de frade foi-a ao caminho esperar. |
|
--Parem lá os da justiça, justiça de mau pesar, |
56 |
que a menina que aí levam `inda vai por confessar.-- |
|
Deixaram-no ao bom do frade para a infanta confessar. |
58 |
Mal se ele viu só com ela, de amores lhe foi falar. |
|
--Venha cá, minha menina, que a quero confessar, |
60 |
no primeiro mandamento um beijinho me há-de dar. |
|
--Não permita Deus do céu, nem os santos do altar! |
62 |
onde Claros pôs a boca, não me há-de um frade beijar. |
|
--Venha cá, minha menina, que a quero confessar, |
64 |
no segundo mandamento, um abraço me há-de dar. |
|
--Vai-te na má hora, frade, que a mim não hás-de chegar; |
66 |
que a mim nunca chegou homem, senão `inda mal pesar! |
|
senão só esse Dom Claros, Dom Claros o de Além Mar, |
68 |
que, por meus grandes pecados, por ele vou a queimar!-- |
|
Dom Claros que tal ouviu, não pode o riso ocultar. |
70 |
--Por esse riso que dais, sois Dom Claros de Além Mar. |
|
--Cala-te, ó Claralinda, que te venho libertar, |
72 |
já está tecida a teia, vamo-la agora a curar.-- |
|
Tomou-a logo nos braços poseram-se a caminhar, |
74 |
estava perto o convento, viram-no os pajens chegar. |
|
Chegavam, não chegariam a justiça de bradar. |
76 |
--Nas ancas de meu cavalo, menina, haveis de montar.-- |
|
Assim foi livre a infanta por Dom Claros de Além-Mar. |
| |
Nota: Apuesta ganada, vv 1-24; Infanta preñada, vv. 25-31. Notas del editor de RºPortTOM 2000: (por su extensión, han de consultarse en el enlace; mi base de datos limita a 10,000 los caracteres permitidos en una entrada).
|
Go Back
|
0159:53 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 6027)
[0255 Apuesta ganada and 0469 Infanta preñada, contam.]
Versión de Portugal s. l. (Portugal).
Documentada en o antes de 1853. Publicada en ms. de Almeida Garrett, incluído en el `Cancioneiro de Romances Xácaras e Solaos`, depositado en la sala Ferreira Lima de la Fac. de Letras de la Universidad de Coimbra, pp.. 65-68 y 71-83. Reeditada en RºPortTOM 2000, vol. 1, nº 119a, pp. 245-247. © Fundação Calouste Gulbenkian. 120 hemist. Música no registrada. |
|
|
--Quero fazer uma aposta, ou eu não sei apostar, |
2 |
de dormir com Mariana antes do galo cantar. |
|
--Tal coisa não faças, filho, que a não hás-de ganhar, |
4 |
Mariana é mui sisuda e não se deixa enganar.-- |
|
Pos-se em trajos de donzela, ao jardim foi passear. |
6 |
--Quem é aquela donzela que além anda a passear? |
|
--É a tecedeira, senhora, que vem das praias do mar. |
8 |
Tem a sua teia urdida, e a falta vem-na buscar. |
|
--Essa falta eu a tenho, mas `inda está por dobar. |
10 |
--Dobe-a já, minha senhora, trate de a mandar dobar. |
|
--Donzela, pelo caminho, mal à noite heis-de passar. |
12 |
Para honra da donzela, nesta casa dormirá. |
|
--Tendes criados maganos, receio me façam mal. |
14 |
--Para honra da donzela, no meu quarto dormirá.-- |
|
A donzela de contente, à noite não quis cear, |
16 |
mas lá pela noite adiante, Mariana quis gritar. |
|
--Cala-te, ó Mariana, não te queiras difamar, |
18 |
que eu sou de nobre gente, hei-de contigo casar. |
|
Aos sete para os oito meses, se teu pai ja reparar, |
20 |
mandarás uma cartinha, a Dom Carlos de Além-mar.-- |
|
Aos sete para os oito meses, o pai à mesa a jantar: |
22 |
--Mariana, Mariana, tua saia parece mal! |
|
--Não diga tal, senhor pai, por quem é, não diga tal; |
24 |
não é de mim, é da saia, que é mal feita e veste mal.-- |
|
Mandou a chamar alfaiates para se desenganar. |
26 |
Disseram uns para os outros: --Não tem falta a saia tal. |
|
--Confessa-te, ó Mariana, trata de te confessar, |
28 |
que hoje te ajuntam a lenha, amanhã te hão-de queimar. |
|
--Haverá por `i um pajem que o meu pão queira ganhar? |
30 |
Vá-me levar esta carta a Dom Carlos de Além-mar.-- |
|
Aparece um pajenzito, discreto no seu falar. |
32 |
--Aqui está um mensageiro que o recado quer levar. |
|
--Se o meu pão queres comer, a toda a pressa hás-de andar, |
34 |
vai-me levar esta carta a Dom Carlos de Além-mar. |
|
Se o achares a dormir, deixa-lo-ás acordar; |
36 |
se o achares acordado, a carta lhe hás-de entregar.-- |
|
--Novas lhe trago, senhor, da sua amiga leal: |
38 |
dos sete para oito meses, seu pai a manda queimar. |
|
--Malfadada, Mariana, que te levam a queimar! |
40 |
Mal estreado do teu ventre que leva sangue real!-- |
|
Vestiu-se em trajos de frade, ao caminho a foi esperar |
42 |
e, em chegando ao pé dela, aos criados foi falar. |
|
--A menina que aí levais, ainda vai por confessar. |
44 |
--Pois confesse-a, senhor padre, enquanto vamos jantar. |
|
--Venha cá, minha menina, que a quero confessar: |
46 |
no primeiro mandamento, um beijinho me há-de dar. |
|
--Não permita Deus do céu, nem os santos do altar, |
48 |
que onde Carlos pös sua boca, não há-de pör nenhum frade. |
|
--Venha cá, minha menina, que a quero confessar: |
50 |
no segundo mandamento, um abraço me há-de dar. |
|
--Não permita Deus do céu, nem os santos do altar, |
52 |
que onde Carlos pös sua boca, não ha-de pör nenhum frade.-- |
|
Dom Carlos que tal ouvia, não pode o riso parar. |
54 |
--Pelo risinho que dais, sois Dom Carlos de Além-mar. |
|
--Sim, senhora, sou Dom Carlos, que vos venho libertar.-- |
56 |
Tomou-a logo nos braços, puseram-se a caminhar. |
|
Correm dalém os criados e puseram-se a gritar: |
58 |
--Senhor padre, deixe a moça, que a manda seu pai queimar. |
|
--Pois vão dizer a seu pai que a venha ele cá buscar, |
60 |
que co` este faim de prata, a alma lhe hei-de atravessar.-- |
| |
Nota: Apuesta ganada, vv 1-18; Infanta preñada, vv. 19-26. Variantes: 3-4 Não apostes, ó meu filho, / não te metas a apostar / que Mariana é discreta, / não a podes enganar. - Castelo Branco. -6 Quem bate à minha porta, / quem me vem importunar? - Minho 7-8 Tecedeira sou, senhora, / de las areias do mar; / a teia tenho urdida / a seda venho-a buscar. - Trás-os-Montes. 10-11 Dilate-se, ó menina, / que ainda está por dobar / donzelas pelo caminho / de noite parecem mal - Beira Baixa. -16 Lá por essa noite velha / Mariana de queixar. - Minho. -17a --Não te queixes, Mariana. -21b Seu pai que a estava a mirar. - Coimbra. Entre -21 e -22 O que mira senhor pai, / o que está a olhar? -22 Eu miro-te, minha filha, / Que pareces prenha estar. - Coimbra. 22-23 Que é isso, Mariana, que te faz assim estar? / Não é nada senhor pai, / É a vasquinha mal talhada - Porto. -24 Este enchume, senhor pai, é da saia mal trajar. - Coimbra. 25-26 Mandou logo vir dous chastres / cada um de sua casa. / A vasquinha, não tem nada. / A menina está pejada - Porto. Disseram um para o outro: / --Esta saia não tem nada. / Ao fim de nove meses / Ela verá será abaixada. - Coimbra. 27-28 Olá, olá, meus criados, / a lenha ao monte a apanhar / que amanhã por estas horas / vai Mariana a queimar. - Castelo Branco. -28 Prepara-te, minha filha, / Que amanhã vais a queimar. - Coimbra. Entre 28 e 29 --Não se me dá que me queimem / que me tornem a queimar; / dá-se-me deste meu ventre, / que ele é de sangue real. - Coimbra. 29-30a --Não há por aí um pajem / que se doia de meu mal, / e esta carta me leve - Ponte de Lima. 29-30 --Quem me dera aqui um pajem / que me fora ao meu mandar, / que me levasse esta carta / a Dom Carlos de pesar. - Minho. -32 Aqui me tem minha senhora, / para o que me ordenar - Coimbra. 34b de pesar - Coimbra. 35-36 Se o achares a passear / deixá-lo ás assentar, / se o achares a dormir / daixa-lo-ás acordar - Faial. Se ele estiver a dormir / tratem de o acordar, / se ele estiver a jantar / não o deixem [acordar]/acabar. - Castelo Branco. Entre -36 e -37 se o achares a jantar, / deixá-lo-ás acabar. - Faial. Entre -37 e -38 --Que fazeis aqui, ó pajem, / que vindes aqui buscar? 37-38 --Novas de muito pesar: / A sua amada menina / Amanhã vai a queimar - Faial. Trago uma carta, senhor, / novas de muito pesar / [a] /Meniná com quem dormiu / vai amanhã a queimar - Castelo Branco. Entre -38 e -39 Ele pos-se a ler a carta / não a podia acabar, / as lágrimas eram tantas / que se podia lavar. - Faial. Que o faziam cegar - Faial. Entre -40 e -41 Olá, olá, meus criados / os cavalos a ferrar / jornada de quinze dias / esta noite se há-de andar - Castelo Branco. -41 Logo se vestiu de frade / Ao campo a foi esperar -Coimbra. Entre -42 e -43 Ó da justiça d` el- rei / Alto lá, façam parar. - Coimbra. Pare la co` essa liteira / e façam-na já parar: - Castelo Branco. -43 Que a menina que aí levam / ainda vai por confessar - Castelo Branco. -45 Diga-me, minha menina, / por que vai a queimar - Porto. Diga-me, minha menina, / verdade me há-de falar, - Coimbra. Entre -45 e -46 Se tem amores com clérigos / Ou com frades mal pesar. - Coimbra. --Porque dormi uma noite / com D.Carlos dalém mar. -Porto. Não tenho amores com clerigos, nem frades de mal pesar. / Tive amores com Dom Carlos, / Por isso vou a queimar. - Coimbra e Castelo Branco. -48 Que onde o meu bem pos a boca / não me há-de um frade beijar. - Ponte de Lima. Venha um frade babujar. - Porto. -54 Pelo sorriso que dais / Dom Carlos me faz lembrar - Castelo Branco. Nesse sorriso que dais / sois Dom Carlos d` alem mar. - Trás-os-Montes. -55 Pois Dom Carlos sou eu mesmo / e contigo hei-de casar. - Castelo Branco e Coimbra. Nesta lição de Coimbra acaba o romance aqui. --Eu Dom Carlos sou, menina, / sou Dom Carlos d` alem mar - Trás-os-Montes. 56-57 Nas ancas do meu cavalo, / menina, haveis de montar / senhora das minhas quintas, / rainha de meu caudal. -59 Agora diga a seu pai, / que a venha cá buscar. -Trás-os-Montes.
|
Go Back
|
0159:54 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 6028)
[0149 Galiarda y Florencios and 0469 Infanta preñada, contam.]
Versión de N/A (facticia)* (Portugal).
Documentada en o antes de 1867. Publicada en Braga 1867a, 79-83; Hardung 1877, I. 188-192; RGP I 1906, (reed. facs. 1982, 364-368. Reeditada en Nascimento 1982, 150-152; Pinto-Correia 1987a, 246-248; Pinto-Correia 1994, 159-160 y RºPortTOM 2000, vol. 1, nº 120, pp. 248-249. © Fundação Calouste Gulbenkian. 116 hemist. Música no registrada. |
|
|
Estando Dona Silvana, mais Dom Carlos Montealbar, |
2 |
debaixo de uma roseira, debaixo de um rosal, |
|
passou por ali um pagico, que nunca ele passasse. |
4 |
--Pagico, do que hás visto a el-rei não vás contar, |
|
que eu te dou a minha chave, quanto puderes levar; |
6 |
e da parte da senhora o que ela te quiser dar. |
|
--Não quero ouro, nem prata, se ouro e prata me heis dar; |
8 |
quero guardar lealdade a quem a devo guardar.-- |
|
Pajem, como ignorante, a el-rei o foi contar, |
10 |
à casa dos estudantes onde estava a estudar. |
|
--Deus vos salve, senhor rei, e a vossa coroa real; |
12 |
lá deixei o conde Carlos com a princesa a folgar. |
|
--Se à puridade o dissesses tença te havia de dar; |
14 |
mas pois tão alto falaste, alto hás-de ir a enforcar. |
|
--Ganhaste, mexeriqueiro, com o teu mexericar. |
16 |
--Ganhei a morte, senhora, e a vida me podeis dar. |
|
--Se ela está na minha mão, a vida não te hei-de dar; |
18 |
para outra não fazeres já irás a degolar, |
|
e ao rabo do meu cavalo te mandarei arrastar.-- |
20 |
Aos sete para oito meses seu pai que a estava a mirar. |
|
--Que me mira, senhor pai, que tanto me está a mirar? |
22 |
--Eu miro-te, minha filha, que me pareces pejada. |
|
--Cale-se daí, meu pai, que é das saias mal talhadas.-- |
24 |
Mandou chamar dois obreiros a quem ele mais amava, |
|
olharam um para o outro: --Estas saias não tem nada! |
26 |
--Cal`-te, cal`-te, minha filha, amanhã serás queimada! |
|
--Não se me dá que me queimem, que me tornem a queimar; |
28 |
dá-se-me deste meu ventre que é de sangue real. |
|
Ai quem me dera um pagico que me fora bem mandado, |
30 |
que me levara uma carta a Dom Carlos Montealbar. |
|
--Escreva, minha senhora, enquanto eu vou jantar. |
32 |
--Se ele estiver a dormir façam-no logo acordar, |
|
se ele estiver a comer não o deixem acabar.-- |
34 |
--Aqui lhe trago, senhor, novas de grande pesar, |
|
que a sua bela menina amanhã vai a queimar.-- |
36 |
Jornada de trinta léguas temo-la nós para andar. |
|
Era meia noite em ponto Dom Carlos a repousar. |
38 |
chamou um dos seus criados o que lhe era mais leal, |
|
lhe aparelhasse um cavalo dos que tem melhor andar; |
40 |
doze campainhas d` ouro lhe pusesse ao peitoral. |
|
--Onde vás tu, ó Dom Carlos, sozinho por esse andar?-- |
42 |
Vestiu-se em trajos de frade ao caminho foi esperar. |
|
--Cesse, cesse, senhor conde, cesse se há-de cessar, |
44 |
que a menina que aí vai `inda está por confessar. |
|
--Confesse-a, senhor padre, enquanto eu vou jantar. |
46 |
--Diga-me, minha menina, verdade me há-de falar: |
|
se algum dia teve amor a leigo, crelgo, ou a frade? |
48 |
--Nunca tive amor a crelgo, nem a leigo, nem a padre; |
|
tive amores com Dom Carlos, por isso vou a queimar.-- |
50 |
No primeiro mandamento o padre nada lhe disse; |
|
no meio da confissão um beijinho lhe pediu. |
52 |
--Cesse, cesse, senhor padre, cesse se há-de cessar, |
|
onde Dom Carlos beijou ninguém mais há-de beijar. |
54 |
--Esse sou, minha senhora, que a venho aqui buscar.-- |
|
Tomou-a logo nos braços, puseram-se a caminhar; |
56 |
correm dalém os criados e puseram-se a gritar. |
|
--Senhor padre, deixe a moça, que a manda seu pai queimar! |
58 |
--Pois vão dizer a seu pai, que a venha daqui tirar.-- |
| |
Nota: Galiarda y Florencios, vv 1-19; Infanta preñada, vv 20-25.
Nota del editor de RºPortTOM 2000: Versão factícia composta, segundo Braga (1867), a partir de versões da Beira Alta e do Porto.
|
Go Back
|
0159:128 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 6102)
[0255 Apuesta ganada, contam.]
Versión de Portugal s. l. (Portugal).
Documentada en o antes de 1958. Publicada en Leite de Vasconcellos 1958-1960, I, 115-117. Reeditada en Pinto-Correia 1987a, 411-413; Pinto-Correa 1994, 268-269 y RºPortTOM 2000, vol. 1, nº 195, pp. 355-357. © Fundação Calouste Gulbenkian. 112 hemist. Música no registrada. |
|
|
--Uma aposta hei-de fazer, aposta que hei-de ganhar, |
2 |
hei-de falar com Mariana, antes de o galo cantar. |
|
--Essa aposta não a faças, bem escusas apostar, |
4 |
a Mariana é sisuda e não se deixa enganar. |
|
--Vou vestir-me de donzela, ao quintal hei-de ir passear.-- |
6 |
--Oh! Que donzela é aquela, que além anda a passear? |
|
--Sou tecedeira, senhora, lá das ondilhas do mar, |
8 |
que a teia fica urdida e a falta venho buscar. |
|
--Essa falta aqui a tenho, mas ainda está por dobar. |
10 |
--Dobe-a, minha senhora, trate de a mandar dobar, |
|
que donzelas p`los caminhos, de noite, parece mal. |
12 |
--Cala-te tu, ó donzela, em minha casa dormirás. |
|
--Tem muitos criados, senhora, receio me façam mal. |
14 |
--Cala-te tu, ó donzela, no meu quarto dormirás.-- |
|
A donzela, de contente, de noite não quis cear. |
16 |
Lá pela noite adiante Mariana quis gritar. |
|
--Cala-te, linda Mariana, não te queiras difamar, |
18 |
eu sou de gente mui nobre e contigo hei-de casar.-- |
|
E passados alguns meses seu pai deu em reparar: |
20 |
--Confessa-te, Mariana, trata-te de confessar, |
|
pois que vão buscar a lenha, amanhã te vão queimar. |
22 |
--Não se me dá que me queimem, nem me deixem por queimar, |
|
dá-se-me deste meu ventre que leva sangue real. |
24 |
--Não haverá um rapazinho [. . . . . . . . . . . .] |
|
que o meu pão queira comer e o meu dinheiro ganhar, |
26 |
que me levasse esta carta ao nobre conde Esbaltar?-- |
|
Desceu um anjo do céu, logo com grande pesar: |
28 |
--Aqui está um rapaz [. . . . . . . . . . . . . . . . . . .] |
|
que seu pão quer comer e o seu dinheiro ganhar. |
30 |
--Leva-me esta cartinha ao nobre conde Esbaltar. |
|
Se o achardes a jantar, deixai-o vós repousar, |
32 |
se o achardes a passear, carta lhe ireis entregar.-- |
|
Foi o rapaz em boa hora que o achou a passear. |
34 |
--Guarde Deus Vossa Alteza, mais a vossa bizarria. |
|
--Guarde Deus o rapazinho, mais a sua cortesia. |
36 |
Que notícias me trazeis da minha amiga leal? |
|
--As novidades que eu trago esta carta lho dirá.-- |
38 |
E pondo-se a ler a carta e de contino a chorar: |
|
--Alto, alto, meus criados! meus cavalos a ferrar, |
40 |
que jornada de oito dias têm esta noite p`r`a andar.-- |
|
Quando ia no caminho, Mariana ia a queimar. |
42 |
--Esperem! Essa senhora `inda vai por confessar! |
|
--Confesse-a, senhor padre, enquanto vamos jantar. |
44 |
--Confesse-se, boa menina, faça confissão geral, |
|
que ao primeiro mandamento, oh, que abraço, me há-de dar! |
46 |
--Não permita Deus do Céu, nem os santos do altar, |
|
onde o conde pôs os braços o frade não há-de prantar. |
48 |
--Confesse-se, boa menina, faça confissão geral, |
|
que ao segundo mandamento oh que beijo me há-de dar! |
50 |
--Não permita Deus do Céu, nem os santos do altar, |
|
onde o conde pôs a boca frade não há-de prantar!? |
52 |
Por esse ar de riso par`ceis-me o conde Esbaltar! |
|
--Eu sou, minha menina, que aqui a venho buscar, |
54 |
com meus cavalos à dextra, ferraduras à s avessas. |
|
Diga ao pai desta senhora que a venham aqui buscar, |
56 |
eu, com este meu alfange, aqui o hei-de passar. |
|
As terras que a vêem ir não a hão-de ver voltar.-- |
| |
Nota: Apuesta ganada, vv 1-18. .
|
Go Back
|
0159:129 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 6103)
[0149 Galiarda y Florencios, contam.]
Versión de Portugal s. l. (Portugal).
Documentada en o antes de 1958. Publicada en Leite de Vasconcellos 1958-1960, I, 82-83. Reeditada en Pinto-Correia 1987a, 319-320; Pinto-Correa 1994, 206-207 y RºPortTOM 2000, vol. 1, nº 196, pp. 357-358. © Fundação Calouste Gulbenkian. 073 hemist. Música no registrada. |
|
|
Andando Brancalinda no jardim a passear: |
2 |
--Quem me dera uma só hora com Brancalinda falar. |
|
--U~` hora não era nada, se se num fosse gabar. |
4 |
--Dês que nasci até `gora nunca vi coisa mais bela. |
|
E diz o irmão mais velho: --Quem foi? Quem seria ela? |
6 |
Responde o irmão mais novo: [. . . . . . . . . . . . . . . . . . .] |
|
--Nossa irmã Brancalinda que não há oitra na terra. |
8 |
Diz o irmão mais velho: --Deve-se mandar queimar. |
|
--Mandá-la queimar não mandes, deve-la deixar casar. |
10 |
Brancalinda ouviu isto, foi-se fechar a chorar: |
|
--Quem me dera um irmão que me fosse bem leal, |
12 |
que levasse uma carta para carta dalém do mar.-- |
|
Responde o irmão mais novo: --Dá cá, qu`eu ta vou levar. |
14 |
--`Inda és muito criança, não lhe saberás falar. |
|
--Ensina-me, ó Brancalinda, como lh` eu hei-de falar! |
16 |
--S`ele estiver a dormir, `spera qu`ele há-de acordar; |
|
s` ele estiver a jantar, à mesa lha vai levar; |
18 |
e s` ele andar a passear, melhor lhe podes falar.-- |
|
Fui uma maré tão boa, qu`ele andava a passear. |
20 |
--Aqui tem, senhor Dom Carlos, carta de grande pesar, |
|
sua querida Brancalinda lá la mandam a queimar. |
22 |
--Não se me dá que a queime`, nem que a deixe` de queimar, |
|
só me dá do ventre dela que leva sangue real. |
24 |
--Tu estás vestido de duque, p`ra padre te vai mudar, |
|
vai-lhe sair ao encontro, pede-lhe para a confessar. |
26 |
--Arreda, justiça, arreda, ou t` eu faço arredar, |
|
qu`essa menina qu`aí levas `inda vai por confessar. |
28 |
--Confesse-a, ó senhor padre, depressa, não devagar, |
|
que estão as fogueiras acesas que se não vão apagar. |
30 |
--Confesse-se, ó menina, que tem bem que confessar, |
|
no meio da confissão um abraço m` há-de dar. |
32 |
--Foi juramento que eu fiz, a que não posso faltar: |
|
braços que abraçaram condes não são p`ra abraçar um frade. |
34 |
--Confesse-se, menina, confesse-se, que tem bem que confessar, |
|
no resto da confissão três beijinhos me há-de dar. |
36 |
--A boca que beijou conde não é p`ra beijar um frade; |
|
o anel deste meu dedo que me vai a condenar.-- |
|
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . |
| |
Nota: Galiarda y Florencios, vv 1-9.
|
Go Back
|
0159:130 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 6104)
[0255 Apuesta ganada and 0149 Galiarda y Florencios, contam.]
Versión de Portugal s. l. (Portugal).
Documentada en o antes de 1852. Publicada en Ribeiro 1852, 561. Reeditada en RºPortTOM 2000, vol. 1, nº 197, pp. 358-360. © Fundação Calouste Gulbenkian. 132 hemist. Música no registrada. |
|
|
Minha mãe, fiz uma aposta, espero de a ganhar; |
2 |
que hei-de enganar Mariana antes do galo cantar. |
|
--Mariana é sisuda, não lhe podereis falar. |
4 |
--Vestir-me-ei de donzela, pôr-me-ei a passear, |
|
que ela sedas tem urdidas lá nas areias do mar.-- |
6 |
--Que donzela será `quela, que além anda a passear? |
|
--Tecedeira sou, senhora, muito longe deste mar, |
8 |
que as teias deixei urdidas e sedas venho buscar. |
|
--As sedas, que buscar vindes ainda estão por dobar. |
10 |
--Dobai-as vós, ó senhora, depressa e não devagar, |
|
que donzelas a desoras da noite parecem mal. |
12 |
--Vinde ajudar-me, donzela, depressa e não devagar. |
|
--Haverá por lá donzeis, que de mim queiram zombar. |
14 |
--Não temais que em nossa casa ela razão vos há-de dar, |
|
e é noite na minha cama, comigo haveis de ficar.-- |
16 |
Lá pela noite adiante Mariana quis gritar. |
|
--Não grites, ó Mariana, não te queiras difamar. |
18 |
--Saí já da minha cama ou eu me vou levantar. |
|
--Não faças bulha, não faças, não te queiras defamar. |
20 |
--Sois mui guapo e mui novo, logo vos ides gabar. |
|
--Sou discreto, ó Mariana, palavra nem hei-de dar; |
22 |
sou filho de nobre sangue, contigo hei-de casar.-- |
|
Ao outro dia no jogo logo se foi a gabar, |
24 |
que enganou uma donzela antes do galo cantar. |
|
Olharam uns para os outros: --Quem será? Quem não será? |
26 |
Se ela for Mariana, seu pai a manda queimar.-- |
|
Quando a verdade souberam logo lho foram contar. |
28 |
Virou-se o pai para a filha e assim lhe entrou a falar: |
|
--Estas barbas venerandas tu vieste envergonhar; |
30 |
já não és a minha filha, já te podes aprontar; |
|
hoje te apanham a lenha amanhã te vão queimar. |
32 |
--Deixa-me ir por aqui abaixo ao meu jardim passear, |
|
quero ver se alguém assoma que a nova possa levar.-- |
34 |
Desceu um anjo do céu, que a veio confortar. |
|
--Aqui tendes esta carta p`ra o conde de Montelavar. |
36 |
Se ele estiver dormindo deixá-lo-eis acordar; |
|
se ele estiver jantando deixá-lo-eis acabar; |
38 |
mas se ele andar no passeio lha podereis entregar.-- |
|
--Tardes alegres tenhais, ó conde de Montealvar. |
40 |
--Donde sois, ó muchachinho, que tão bem sabeis falar? |
|
Já se vós me dereis novas do meu amor tão leal! |
42 |
--Aqui tendes esta carta, ó conde de Montealvar. |
|
Abride, senhor, e lede, pôr-vos-eis logo a chorar! |
44 |
Hoje lhe apanham a lenha, amanhã a vão queimar. |
|
--Ala, ala, meus criados! Cavalos vão a ferrar, |
46 |
com ferraduras de bronze, que se não possam gastar, |
|
que jornada de oito dias numa noite se há-de andar.-- |
48 |
Foi-se o conde para dentro, de frade se foi mudar, |
|
pois, assim,a sua amada há-de mais certo livrar. |
50 |
--Parem com essa liteira senão fá-la-ei parar, |
|
que a donzela, que vai dentro, `inda vai por confessar. |
52 |
--Confessai-a, senhor frade, enquanto vamos jantar. |
|
--Nada temais, ó donzela, fazei confissão geral |
54 |
e no meio da confissão um beijo me haveis de dar. |
|
--Ó frade, tu estás doido, ou estás para endoidar: |
56 |
onde o conde pôs a boca não é para frade beijar! |
|
--Mas não conheces o frade que assim te está a falar? |
58 |
Sou o teu conde, que venho aqui só para te livrar. |
|
Sai daí dessa liteira, meu cavalo vem montar. |
60 |
Vamos! upa! avante! avante! Vamos a bom galopar! |
|
--E debalde Mariana por aqui ando a buscar. |
62 |
Já ando mais que cansado sem a poder encontrar. |
|
Por aqui ninguém acaso Mariana viu passar? |
64 |
--Sabei, ó dom cavaleiro, que eu aqui a vi passar, |
|
montada d` ancas e um frade, num cavalo a galopar, |
66 |
mas iam com tanta aguiça que longe devem de estar.-- |
| |
Nota: Apuesta ganada, vv. 1-20; Galiarda y Florencios, vv. 21-27.
|
Go Back
|
0159:131 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 6105)
[0255 Apuesta ganada and 0149 Galiarda y Florencios, contam.]
Versión de Portugal s. l. (Portugal).
Documentada en o antes de 1908. Publicada en Marto 1908, 27-29. Reeditada en RºPortTOM 2000, vol. 1, nº 198, pp. 360-361. © Fundação Calouste Gulbenkian. 070 hemist. Música no registrada. |
|
|
--Já hoje fiz uma aposta e espero de a ganhar: |
2 |
dormir com Mariana até o galo cantar. |
|
--Não apostes, ó meu filho, não a poderás ganhar, |
4 |
que Mariana é sisuda, não te há-de querer falar. |
|
--Hei-de me vestir de donzela ao quintal hei-de ir passear.-- |
6 |
--Que donzelinha é aquela que passeia no pomar? |
|
--Donzelinha sim, senhora, que vem das partes do mar. |
8 |
Tenho a teia urdida, as faltas venho buscar. |
|
--As faltas, donzelinha, as faltas lhe vou eu dar. |
10 |
--Depressa, minha senhora, depressa e não devagar! |
|
Que as tardes são pequenas e tenho jornada a andar. |
12 |
--Cale-se lá, donzelinha, que ao meu quarto irá ficar.-- |
|
Lá pela noite adiante, Mariana se pôs a chorar. |
14 |
--Não chores, Mariana, não te ponhas a chorar; |
|
sou filho de gente nobre contigo me hei-de casar. |
16 |
--Você é rapaz novo ao jogo se vai gabar; |
|
e ao cabo de nove meses ao meu pai vem contar.-- |
18 |
--Luxa, luxa, Mariana, que eu te fazerei luxar; |
|
hoje se apanha a lenha e amanhã te vais queimar. |
20 |
--Não tenho pena de morrer nem tão-pouco de me queimar, |
|
tenho pena do meu ventre que me traz sangue real. |
22 |
Já por aqui não há um anjo que a coroa queira ganhar, |
|
que vá levar esta cartinha ao conde de Monte Calvário. |
24 |
--Escreva a carta, minha senhora, que a carta lhe vou levar. |
|
--Se ele estiver a dormir, deixará-o acordar; |
26 |
se ele estiver a jantar, deixará-o acabar; |
|
se ele estiver a passear, ir-lha-há entregar. |
|
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . |
28 |
--Meus criados se vão vestir e meus cavalos ferrar; |
|
com ferraduras de bronze que se não possam gastar. |
30 |
--Parem lá essa caleça, senão faço-a eu parar, |
|
que essa menina que aí vai, `inda vai por confessar. |
32 |
Confesse-se, minha menina, confesse-se bem confessada, |
|
que no meio da confissão, um beijinho me há-de dar. |
34 |
--Olha o maroto do padre p`ra que lh`havia de dar? |
|
Onde o conde pôs as mãos não é para o padre beijar.-- |
| |
Nota: Apuesta ganada, vv. 1-15; Galiarda y Florencios, vv. 16-17. Nota del editor de RºPortTOM 2000: Omitimos as seguintes didascálias: antes de -1 Era uma vez um princípe que disse para a mãe; entre -2 e -3: E a mãe; entre -4 e -5: Ele; entre -5 e -6: A princesa quando viu uma donzela passeando no pomar, perguntou; entre -6 e -7: Disse o princípe; entre -8 e -9: Diz-lhe Mariana; entre -17 e -18: Efectivamente, quando o pai soube, disse à filha; entre -23 e -24: Apareceu-lhe um anjo que lhe disse; entre -24 e -25: E Mariana avisou o anjo, dizendo-lhe; entre -27 e -28: O anjo entregou a carta e o princípe; entre -29 e -30: Quando o princípe disfarçado em padre, vinha ter com Mariana, encontrou-a no caminho, por onde ía a ser queimada, e chegando-se ao carro onde ela ía disse; entre -33 e -34: E ela que o não conhecia.
|
Go Back
|
0159:132 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 6106)
[0255 Apuesta ganada and 0149 Galiarda y Florencios, contam.]
Versión de Portugal s. l. (Portugal).
Documentada en o antes de 1930. Publicada en Nunes 1930, 267. Reeditada en RºPortTOM 2000, vol. 1, nº 199, pp. 362-363. © Fundação Calouste Gulbenkian. 096 hemist. Música no registrada. |
|
|
--Aposto, minha mãe, aposto, aposto e quero apostar: |
2 |
hei-de dormir com Mariana, antes do galo cantar. |
|
--Essas apostas, meu filho, não nas queiras apostar; |
4 |
Mariana é discreta, não se deixa enganar.-- |
|
Despiu o fato de conde, o de donzela foi tomar. |
6 |
Onde s` ele havia d` ir pôr? No pátio dela a passear. |
|
--Que donzela é aquela no meu pátio a passear? |
8 |
--Sou uma tecedeira, senhora, daquela banda do mar; |
|
tenho a teia para urdir, a falta venho buscar. |
10 |
--Suba, suba para cima, que nós estamos a jantar. |
|
--A senhora tem criados, de mim hão-de querer zombar. |
12 |
--Suba, suba para cima, no meu quarto dormirá, |
|
fechadinha a sete chaves, que ninguém lá entrará.-- |
14 |
Quando foi por noite adiante, Mariana dava ais. |
|
--Cala-te, ó Mariana, que eu contigo hei-de casar. |
16 |
Antes do sol arraiar, logo ele se foi gabar. |
|
--Dormi co` a cara mais linda que havia em Portugal. |
18 |
--Quem seria, quem será, que se deixou enganar? |
|
Foi a Dona Mariana de Dom Carlos de Montalvar. |
20 |
Estava dali uma tia, logo se pôs a chorar. |
|
--Olha lá, ó Mariana, que te deixaste enganar, |
22 |
hoje te vão cortar lenha, amanhã te vão queimar. |
|
--Não se me dá que me queimem, que me deixem de queimar, |
24 |
quanto tenho no meu ventre é tudo sangue real: |
|
não hav`rá nem um `strangeirinho que meu pão queira ganhar?-- |
26 |
Desceu um anjo do céu: --O seu pão vou eu ganhar. |
|
--Vá-me levar esta carta a Dom Carlos de Montalvar; |
28 |
se ele estiver a jantar, anjo, deixa-o acabar, |
|
se ele estiver a dormir, anjo, deixa-o acordar; |
30 |
se ele andar a passear, anjo, vai logo entregar.-- |
|
Foi em tão boa hora qu` ele andava a passear. |
32 |
Assim que se pôs a ler, logo se pôs a chorar. |
|
--Ala, ala, meus criados, meus cavalos vão ferrar, |
34 |
com ferraduras de bronze, que não hajam de quebrar, |
|
jornada de trinta léguas `inda hoje temos que andar.-- |
36 |
Despiu o fato de conde, o de um frade foi tomar. |
|
Onde s` ele havia d` ir pôr? Onde ela havia de passar. |
38 |
--Olhe lá, ó mulherzinha, olhe lá cá para trás: |
|
essa menina qu` í leva, `inda vai por confessar. |
40 |
--Confesse-a, ó senhor padre, que nós vamos `ó jantar. |
|
--Confesse-se, minha menina, e queira-se confessar; |
42 |
lá no meio da confissão um beijinho me há-de dar. |
|
--Nunca Deus tal permita, nem a Virgem do altar, |
44 |
onde Dom Carlos pôs boca não é p`ra frade beijar.-- |
|
Ele começou a sorrir, Mariana a duvidar. |
46 |
--Pelo sorrir me parece Dom Carlos de Montalvar. |
|
--Sou eu sim, minha menina, que a venho aqui buscar; |
48 |
diga agora `ós seus tios que a venham aqui queimar.-- |
| |
Nota: Apuesta ganada, vv. 1-15; Galiarda y Florencios, vv. 16-19.
|
Go Back
|
0159:133 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 6107)
[0469 Infanta preñada, contam.]
Versión de Portugal s. l. (Portugal).
Documentada en o antes de 1913. Publicada en Thomás (1913) 29-31. Reeditada en Pinto-Correia 1987a, 470-471; Pinto-Correa 1994, 307-308 y RºPortTOM 2000, vol. 1, nº 200, pp. 363-364. © Fundação Calouste Gulbenkian. 064 hemist. Música no registrada. |
|
|
Três fontes que há em Braga todas três de águas claras, |
2 |
meninas que bebam delas logo ficam desmaiadas, |
|
bebeu lá a Dona Aurelia por ser a mais estimada. |
4 |
Com seu pai se senta à mesa sua saia arregaçada. |
|
--O que é isso, Dona Aurelia, que me pareces pejada? |
6 |
--Nada disso é, meu pai, é da saia arregaçada. |
|
--Venham já três alfaiates, dos melhores que há em Braga.-- |
8 |
Três alfaiates chegaram, logo a saia foi virada. |
|
--Esta saia está perfeita, não tem erro, não tem nada; |
10 |
é a menina que a veste que parece estar pejada. |
|
--Dona Aurelia, toma conta amanhã vais a queimar. |
12 |
--Não se me dá que me queimem nem do meu triste penar; |
|
quem me dera agora aqui quem me podia salvar!-- |
14 |
Ela depois se ficou tristinha e desconsolada; |
|
caminhou para o seu quarto de oiro e prata lavrada. |
16 |
--Quem tivera aqui um moço que quisesse ganhar pão, |
|
p`ra me levar uma carta ao conde de Montalvão! |
18 |
--Escreva, menina, escreva, máguas do seu coração, |
|
que a carta será entregue ao conde de Montalvão.-- |
20 |
--Aqui tem, ó senhor conde, carta de muito pesar, |
|
pois a sua namorada, hoje a levam a queimar!-- |
22 |
Vestiu-se logo de frade, ao caminho a foi esp`rar; |
|
fez parar os que a levavam para a fogueira a queimar. |
24 |
--Parem homens de justiça que vos quero já falar: |
|
essa mulher que aí levam `inda vai por confessar. |
26 |
--Confessai-a, senhor frade, enquanto vamos jantar.-- |
|
No meio da confissão Dona Aurelia que jurava |
28 |
que eram artes do demónio o ser donzela e pejada! |
|
O frade se pôs a rir ao ouvir a confissão. |
30 |
--Não conheces, meu amor, o conde de Montalvão? |
|
Pois o conde sou eu mesmo que te ouvi de confissão, |
32 |
e contigo vou casar, prenda do meu coração!-- |
| |
Nota: Infanta preñada, vv 1-10.
|
Go Back
|
0159:134 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 6108)
[0255 Apuesta ganada and 0149 Galiarda y Florencios, contam.]
Versión de Portugal s. l. (Portugal).
Documentada en o antes de 1913. Publicada en Thomás 1913, 36-39. Reeditada en Nascimento 1982, 155-156; Pinto-Correia 1987a, 380-382; Pinto-Correa 1994, 247-248 y RºPortTOM 2000, vol. 1, nº 201, pp. 364-365. © Fundação Calouste Gulbenkian. 102 hemist. Música no registrada. |
|
|
--Eu fiz hoje uma aposta, espero de a ganhar, |
2 |
de dormir com Mariana até o galo cantar. |
|
--Não apostes, ó meu filho que não poderás ganhar, |
4 |
pois Mariana é sisuda, não te há-de q`rer falar. |
|
--Vou-me vestir de donzela e ao pomar lhe irei falar.-- |
6 |
--Que donzelinha é aquela que anda no nosso pomar? |
|
--Sou donzela, sim senhora e lá das bandas do mar; |
8 |
tenho a teia a urdir, as faltas vou procurar. |
|
--Espera aí, donzelinha, que as faltas eu te vou dar. |
10 |
--Depressa, minha senhora, depressa, não devagar |
|
porque a noite vai chegando, jornada tenho de andar. |
12 |
--Cala-te aí, donzelinha, que ao meu quarto vais ficar.-- |
|
A donzela de contente nem à noite quis cear; |
14 |
lá pela noite adiante Marianinha a gritar. |
|
--Cala-te aí, Mariana, não te queiras difamar |
16 |
que eu sou filho de homem nobre contigo hei-de casar. |
|
--Você que é rapaz novo ao jogo se vai gabar. |
18 |
--Tenho feito um juramento, pela hóstia consagrada, |
|
menina com quem eu durma de nunca ser difamada. |
20 |
Lá se ficou Mariana muito triste, a suspirar: |
|
ao cabo dos oito meses ao pai o foram contar. |
22 |
--Galanduchas, minha filha, quem te causou tanto mal? |
|
Hoje se apronta a lenha, amanhã vais a queimar. |
24 |
--Não se me dá de morrer nem também d` ir a queimar: |
|
dá-se-me só do meu ventre que leva sangue real. |
26 |
Já aqui não há um pobre que o meu pão queira ganhar; |
|
que me levasse uma carta, ao conde de Montalvar? |
28 |
--Escreva, minha senhora, depressa, não devagar, |
|
que a carta será entregue, ao conde de Montalvar. |
30 |
--Se ele estiver a dormir, deixai-o vós acordar; |
|
se ele estiver a jantar, deixai-o vós acabar; |
32 |
se ele andar no jardim, então lha podereis dar. |
|
--Deus vos salve, meu senhor, que andais a passear! |
34 |
--Vinde com Deus, irmãozinho, que tão bem sabeis falar; |
|
que notícias me trazeis, ao meu coração leal? |
36 |
--Sim senhor, trago notícias, e uma carta p`ra lhe dar: |
|
a mulher com quem dormiu, amanhã vai a queimar. |
38 |
Tirou-lhe logo a carta, pôs-se a ler e a chorar. |
|
--Tragam já o meu cavalo, de bronze mo vão ferrar: |
40 |
jornada de cinco dias, hoje mesmo a hei-de andar. |
|
Vestiu-se em traje de frade, pela estrada a caminhar, |
42 |
encontrou-se c` os algozes que a menina iam queimar. |
|
--A menina que levais, `inda vai por confessar. |
44 |
--Confessai-a, senhor frade, depressa, não devagar. |
|
No meio da confissão, a menina a reparar. |
46 |
--Pelo rir me `stais parecendo o conde de Montalvar! |
|
--Sou o conde, sim senhora, que a venho resgatar, |
48 |
duma morte tão tirana que seu pai lhe qu`ria dar! |
|
--Vão-se embora, meus criados, saudades a minha mãe: |
50 |
digam também a meu pai, quando por mim perguntar, |
|
que eu me fui receber, com o conde de Montalvar.-- |
| |
Nota: Apuesta ganada, vv. 1-17; Galiarda y Florencios, vv. 18-21.
|
Go Back
|
0159:39 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 2614)
[0469 Infanta preñada, contam.]
Versión de Ribeira de Areias (c. Velas, isla de S. Jorge, Açores, reg. Açores, Portugal).
Recitada por Bárbara de Azevedo (c. 90a) y Mariana da Conceição. Recogida por Mariana da Conceição, (Colec.: Teixeira Soares de Sousa, J.). Publicada en Braga 1982, (reed. facs. de Braga 1869), 243-246; Hardung 1887, I. 195-198; Soares de Sousa 1902, 298-301; RGP I 1906, (Braga 1982) 399-402. Reeditada en Redol 1964, 255-256; Pinto-Correia 1987a, 464-465; Cortes-Rodrigues 1987, 220-222; Pinto-Correia 1994, 304 y Carinhas 1995, II 9-10 y Costa Fontes 1997b, Índice Temático (© HSA: HSMS), pp. 70-71, B4; RºPortTOM 2000, vol. 1, nº 193, p. 353-354. 076 hemist. Música registrada. |
|
|
--Claralinda está doente? Vejo-a tão descorada. |
2 |
--Foi de um pucarinho de água que bebeu na madrugada.-- |
|
Seu pai, tanto que o soube, logo a mandou sangrar. |
4 |
Mandou chamar três donzelas p`ra com Claralinda estar, |
|
donde vinha uma delas mui liberal no falar: |
6 |
--Claralinda está pejada, já o não pode negar.-- |
|
Seu pai, quanto que o soube, logo a mandou matar. |
8 |
Todos os primos e primas lá a foram visitar. |
|
--Todos os primos e primas aqui me vêm visitar; |
10 |
só não há um primo de alma que se doa do meu mal, |
|
que me vá levar uma carta a João de Gibraltar.-- |
12 |
Respondeu-lhe o mais moço, o mais moço que ali estava: |
|
--Ó prima, aprontai a carta, quero-vo-la ir levar; |
14 |
se a jornada é de dez dias, numa hora a quero andar.-- |
|
Quando ele lá chegou `stavam à mesa a jantar; |
16 |
arrojaram-se as cadeiras para o senhor se assentar. |
|
--Venho aqui com uma carta, não me quero assentar. |
18 |
Claralinda está doente, seu pai a manda matar. |
|
--Eu não se me dá que a mate, nem que a mande matar; |
20 |
dá-se-me do ventre dela, que é filho de tão bom pai.-- |
|
Respondera sua mãe, a sua mãe, que ali estava: |
22 |
--Se isso tem algum remédio, filho, trata de lho dar. |
|
--Eu não lhe sinto remédio; que remédio lhe hei-de dar? |
24 |
--Despe o vestido de seda e veste hábito saial; |
|
dize que és um clérigo, que a queres confessar.-- |
26 |
Quando ele lá chegou já estavam p`ra matar. |
|
Já o teatro está feito para ir a degolar. |
28 |
--Tate, tate, bons algozes, que eu quero aí chegar, |
|
que ela é menina e moça, terá de que se acusar. |
30 |
Primeiro lhe perguntou: --Vós a quem deveis amar? |
|
--Primeiro a Jesus do céu e a João de Gibraltar. |
32 |
--Os senhores dão licença? Deixem-m` a ir confessar.-- |
|
Ela pede sacramentos, tem tempo de se emendar. |
34 |
Entram pela porta travessa, saíram pela principal. |
|
--Embarque-se, senhora, embarque-se, vamos para Gibraltar! |
36 |
Fica-te embora, meu sogro, aqui não quero tornar; |
|
toda a filha da fortuna comigo queira embarcar. |
38 |
A nossa cama está feita sobre as ondas do mar.-- |
| |
Nota: Infanta preñada, vv 1-6.
Título original en el Índice Temático: B4. CONDE CLAROS VESTIDO DE FRADE (Á) (SGA= Bl2). Conde Claros em hábito de frade en RºPortTOM 2000.
|
Go Back
|
0159:127 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 6101)
Versión de Ribeira de Areias (c. Velas, isla de S. Jorge, Açores, reg. Açores, Portugal).
Recitada por Bárbara de Azevedo (c. 90a) y Mariana da Conceição. Recogida por Mariana da Conceição, (Colec.: Teixeira Soares de Sousa, J.). Publicada en Braga 1869, (reed. facs. 1982), 246-249; Hardung 1887, I. 192-195; Soares de Sousa 1902, 301-304; RGP I 1906, (reed. facs. 1982) 402-404. Reeditada en Redol 1964, 590-591; Pinto-Correia 1987a, 271-272; Cortes-Rodrigues 1987, 223-225; Pinto-Correia 1994, 175-176 e Carinhas 1995, II. 10-11 y RºPortTOM 2000, vol. 1, nº 194, p.. © Fundação Calouste Gulbenkian. 082 hemist. Música no registrada. |
|
|
Claralinda está presa, seu pai a manda matar, |
2 |
seu tio a veio ver, seu primo a visitar. |
|
--Muito me pesa, prima, muito me pesa o seu mal. |
4 |
--Assim ele me não pese, e não me pode pesar, |
|
que o que anda em meu ventre é filho de bom pai. |
6 |
Não se me dá de morrer, que eu nasci para acabar, |
|
dá-se-me do meu filhinho que outra mãe não há-de achar. |
8 |
Não haver anjo no céu, para carta me levar, |
|
a portos da Inglaterra, a Dom Carlos Montealvar.-- |
10 |
Apareceu um pombinho, na janela foi poisar. |
|
--Dai-me cá essas cartas que eu quero-as ir levar, |
12 |
a portos de Inglaterra, a Dom Carlos Montealvar, |
|
viagem de outo dias, numa hora se há-de passar.-- |
14 |
Entrando pelo palácio, senhores à mesa a jantar. |
|
--Aprontem-se as cadeiras, para o senhor se assentar. |
16 |
--Não se aprontem as cadeiras que eu não me venho assentar, |
|
aqui tendes estas cartas, tratai já de as passar, |
18 |
Claralinda está presa, seu pai a manda matar.-- |
|
Entrou de ler logo as cartas, entrou de as passar, |
20 |
as lágrimas eram tantas que eram de par a par. |
|
Respondeu a sua mãe, lá da sala onde estava: |
22 |
--Anda, filho, anda, filho, se tem remédio vai dar. |
|
--Como pode ter remédio, se ele já não tem lugar? |
24 |
--Mete-te pelo convento, veste-te em trajo de frade, |
|
que ela é moça, é menina, há-de ter que confessar, |
26 |
debaixo da confissão, nada se pode negar.-- |
|
--Ó justiça, ó justiça, vós podeis bem descansar, |
28 |
Claralinda é menina, há-de ter que confessar. |
|
Diga-me a minha menina, a quem deve de amar. |
30 |
--Eu amo a Deus do céu, e a Dom Carlos Montealvar, |
|
lá lhe mandei umas cartas, não lhe puderam chegar. |
32 |
--Diga-me a minha menina, a quem deve de amar, |
|
debaixo de confissão, se um beijo me pode dar. |
34 |
--Não permita Deus do céu, nem os santos do altar, |
|
onde o Conde pôs os beiços que os ponha nenhum frade. |
36 |
Nem vos posso dar um beijo, porque eu vou a matar. |
|
--Dê-me a menina um beijo, que já não vai a matar.-- |
38 |
Pusera-a no seu cavalo, tratou já de caminhar. |
|
Passara por uma rua, a mãe à janela estava. |
40 |
--Deus te guie cavaleiro, Deus te queira guiar, |
|
que livraste Claralinda dela não ir a queimar.-- |
| |
Notas del editor de RºPortTOM 2000: La atribución a Bárbara o Mariana es sólo una probablilidad. En todo caso, Mariana da Conceição recogió la versión para la colección de João Teixeira Soares de Sousa. No verso -33 do original figura bejo; foi corrigido por se tratar de uma gralha.
|
Go Back
|
0159:119 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 6093)
Versión de Faro s. l. (c. Faro, dist. Faro, Algarve, Portugal).
Documentada en o antes de 1882. Publicada en Reis Dâmaso 1882, 215-216; Athaide Oliveira 1905, (reed. facs. 198?) 332-334; RGP I 1906, (reed. facs. 1982) 384-387. Reeditada en Anastácio 1985, 117-118; Pinto-Correia 1987a, 276-278 y 278-280; Pinto-Correia 1994, 178-179 y 180-181] y RºPortTOM 2000, vol. 1, nº 185, pp. 341-342. © Fundação Calouste Gulbenkian. 101 hemist. Música no registrada. |
|
|
--Lisarda, amor Lisarda, Lisarda, amor primeiro, |
2 |
se tu me deras um beijo, Lisarda amor verdadeiro. |
|
--Não te dou, nem um nem dois, nem um nem dois te hei-de dar, |
4 |
que eu não quero que depois tu de mim te vás gabar. |
|
--Eu já fiz um juramento, protesto de o não cobrar; |
6 |
menina com quem eu durma nunca a hei-de difamar.-- |
|
Mas no fim de três meses para o jogo se foi gabar. |
8 |
Os seus manos que ali estavam disseram um para o outro: |
|
--Será a mana Lisarda ou não?-- [. . . . . . . . . . . . . . . . . . .] |
10 |
Quando vieram para casa, à mãe o foram contar. |
|
Sua mãe, assim que tal soube, Lizarda mandou fechar. |
12 |
Quando o pai chegou a casa também lho foram contar. |
|
O seu pai, assim que o soube, Lisarda mandou queimar. |
14 |
Estando Lisarda fechada, triste, triste, agoniada, |
|
ela chegou à janela. --Quem o meu pão quiser ganhar, |
16 |
esta carta há-de entregar ao meu conde de Mont` Alvar.-- |
|
Apareceu-lhe um menino de sete anos, mais não. |
18 |
--Ó menina, eu levo a carta escrita no coração. |
|
--Se ele estiver jantando, deixa-o primeiro acabar, |
20 |
se ele estiver dormindo, deixa-o primeiro acordar.-- |
|
Logo foi fortuna minha encontrá-lo a passear. |
22 |
--Pegue lá, ó seôr conde, esta carta de pesar, |
|
que lhe manda sua amada pois ela vai a queimar. |
24 |
--Tanto se me dá que a queimem como a deixem de queimar, |
|
a pena que meu coração sente é seu ventre sangue real levar. |
26 |
Ala lá, os meus criados, os cavalos vão ferrar, |
|
com ferraduras de cobre que é p`ra assim se não gastar, |
28 |
e jornada de oito dias que nós temos para andar. |
|
Ele se vestiu de padre ao caminho a foi esperar. |
30 |
--Alto aí, parai justiça, senão eu te faço parar; |
|
essa menina que aí levam ainda vai por confessar. |
32 |
--Pois confesse-a o seôr padre, enquanto nós vamos jantar. |
|
--Ajoelhe-se, ó menina, faça o seu pelo sinal, |
34 |
que no meio da confissão um beijinho me há-de dar. |
|
--Não permita Deus dos céus nem nos santos do altar, |
36 |
boca que um conde beijou padre nenhum há-de beijar. |
|
--Ajoelhe-se, ó menina, faça o seu pelo signal, |
38 |
que no fim da confissão um abraço me há-de dar. |
|
--Não permita Deus dos céus nem nos santos do altar, |
40 |
corpo que um conde abraçou padre nenhum há-de abraçar.-- |
|
O padre então se sorriu pregando os olhos no chão. |
42 |
--Esse rir, ó seôr padre, esse rir de mangar |
|
parece-me a mim ser do meu conde de Mont` Alvar. |
44 |
--É verdade, ó menina, prenda do meu coração. |
|
--Se tu eras o meu conde para que me fizeste zangar? |
46 |
--Calai-vos, menina, que foi para t` exp`rimentar, |
|
manda chamar os teu manos, que te vão agora acusar; |
48 |
manda chamar tua mãe, que te mande agora fechar; |
|
manda chamar teu pai, que te mande agora queimar; |
50 |
e manda chamar a justiça que te venha aqui buscar, |
|
que amanhã por estas horas na igreja havemos de estar.-- |
| |
Nota: Galiarda y Florencios, vv 1-10. Nota del editor de RºPortTOM 2000: Correia (1987a y 1994), edita, em textos independentes, as divergentes fixações, da mesma versão, estabelecidas por Reis Dâmaso (1882) e Oliveira (1905)/Oliveira (198?), se bem que para a versão de Reis Dâmaso (1882) recorra a Anastácio (1985).
|
Go Back
|
0159:120 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 6094)
[0149 Galiarda y Florencios, contam.]
Versión de Lagoa s. l. (c. Lagoa, dist. Faro, Algarve, Portugal).
Documentada en o antes de 1882. Publicada en Dâmaso (1882) 203-204; Athaide Oliveira 1905, (reed. facs. 198?) 335-336; RGP I 1906, (reed. facs. 1982) 390-392. Reeditada en Anastácio 1985, 115-116; Pinto-Correia 1987a, 274-275; Pinto-Correia 1994, 177-178 y RºPortTOM 2000, vol. 1, nº 186, pp. 343-344. © Fundação Calouste Gulbenkian. 063 hemist. Música no registrada. |
|
|
Estando Dona Galançua pela sua varanda a passear, |
2 |
por ali passou Dom Carlos, Dom Carlos de Mont`alvar. |
|
--Que linda menina esta para comigo brincar! |
4 |
--Brincaria toda a tarde se te não fosses gabar.-- |
|
No outro dia, pela manhã, ao bilhar se foi gabar. |
6 |
--Eu brinquei com uma menina que no mundo não há tal.-- |
|
Olharam uns para os outros: --Quem será, quem não seria? |
8 |
--É Dona Galançua, filha d`el-rei Cardeal. |
|
--Pelas minhas barbas juro que ao pai hei-de ir contar. |
10 |
Aqui venho, ó seôr rei, tristes novas lhe quero dar, |
|
sua filha Galançua com Dom Carlos foi brincar. |
12 |
--Se não tivesse lenha colhida já a mandava matar, |
|
como tenho lenha colhida já a mando queimar. |
14 |
--Não se me dá de morrer nem tão-pouco d` acabar, |
|
só se me dá do meu ventre que leva sangue real. |
16 |
Tenho aqui uma carta, não tenho quem ma vá levar.-- |
|
Veio um anjo do céu a terra: --Senhora, eu vou levar. |
18 |
--Se o achares dormindo, deixai-o acordar; |
|
se o achares jantando, deixai-o acabar.-- |
20 |
Em tão boa hora foi que o achou a passear. |
|
Logo que pegou na carta logo se pôs a chorar. |
22 |
--Corram, corram, meus criados, os que estão aos meus mandados, |
|
a ferrar os meus cavalos, com ferraduras de bronze, |
24 |
que esta noite, toda a noite, quinze léguas têm que andar.-- |
|
Chegando ao convento onde ela ia a queimar. |
26 |
--Arreda, justiça, arreda, senão faço-a arredar, |
|
que essa menina que aí vai ela vai por confessar. |
28 |
--Se sois vós o confessor ide-a já a confessar.-- |
|
No meio da confissão um beijo lhe quis dar. |
30 |
--Não permita Deus d`Arcelo nem a sua coroa real |
|
que mais ninguém ponha a boca, senão Dom Carlos de Mont` Alvar |
32 |
[. . . . . . . . . . . . . . . . . . .] que da morte me veio livrar.-- |
| |
Nota: Galiarda y Florencios, vv 1-9.
|
Go Back
|
0159:121 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 6095)
Versión de Lagoa s. l. (c. Lagoa, dist. Faro, Algarve, Portugal).
Documentada en o antes de 1901. Publicada en Nunes 1900-1901, 161-163; Athaide Oliveira 1905, (reed. facs. 198?) 327-330; RGP III 1909 (reed. facs. 1985) 431; Anastácio 1985, 121-122; Pinto-Correia 1987a, 280-282; Pinto-Correia 1994, 181-182. Reeditada en RºPortTOM 2000, vol. 1, nº 187, pp. 344-345. © Fundação Calouste Gulbenkian. 085 hemist. Música no registrada. |
|
|
Estando Dona Ablançua no seu jardim a ser`nar, |
2 |
quem logo ali passaria? Dom Carlos de Montealvar. |
|
--Oh, mas que linda menina para comigo brincar! |
4 |
--Eu, sim, brincava, Dom Carlos, mas não te havias gabar. |
|
--Juro ao corte desta espada de tal me não gabar. |
6 |
--Arriba, arriba, Dom Carlos, toda a noite a brincar!-- |
|
Já era quasi manhã, Dom Carlos dali saiu |
8 |
[. . . . . . . . . . . . . . . . . . .] e foi à praça passear. |
|
--Deus vos salve, meus senhores, já vos trago que contar: |
10 |
eu brinquei c` uma menina, no mundo não há igual.-- |
|
Estavam dois conselheiros chegados à casa real. |
12 |
--Quem seria, quem não seria? Filha d`el-rei Cardeal. |
|
--Alvíss`ras, ó meu el-rei, que eu novas vos quero dar: |
14 |
sua filha Ablançua com Dom Carlos a brincar. |
|
--Tivesse eu lenha acolhida, já a mandava queimar, |
16 |
como não a tenho acolhida, já a mandarei buscar. |
|
Criados e meus criados, os que estão ao meu mandar, |
18 |
vão buscar lenha ao mato p`r`à princesa se ir queimar. |
|
--Não se me dá que me matem nem que me queiram matar, |
20 |
que eu tenho, em meu ventre, parte de sangue real. |
|
Quem tivesse um criado meu que o pão quisesse ganhar, |
22 |
que uma carta me levasse a Dom Carlos de Montealvar. |
|
--Escreve a carta, Ablançua, que o criado te vai levar. |
24 |
--Se ele estiver jantando, deixai-o vós acabar; |
|
se ele estiver dormindo, deixai-o vós acordar; |
26 |
se ele andar passeando, podes logo entregar.-- |
|
Foi o anjo em tão boa hora que ele andava a passear; |
28 |
mal que ele pegou na carta, logo se pôs a chorar. |
|
--Criados e meus criados, os que estão ao meu mandar, |
30 |
vão selar os meus cavalos, não se queiram demorar, |
|
que viagem de quinze dias, numa noite se há-de andar.-- |
32 |
Vestiu-se em traje de frade, logo tratou de abalar; |
|
quando chegou ao caminho, a justiça que encontrava. |
34 |
--Arreda, justiça, arreda, senão vos faço arredar, |
|
que a menina que aí vem, ainda vem por confessar. |
36 |
--Se vós és um confessor, bem me podeis confessar.-- |
|
No meio da confissão um beijo lh` ele quis dar. |
38 |
--Alto lá, ó senhor frade, não se queira adiantar, |
|
quem em Dom Carlos pôs boca, outro não se há-de gabar. |
40 |
--Eu Dom Carlos sou, princesa, que vos venho aqui livrar. |
|
Arreda, justiça, arreda, senão vos faço arredar: |
42 |
vão dizer ao cão do pai que o venha agora buscar, |
|
que eu monto-a no meu cavalo e vou à praça passear.-- |
| |
Nota: Galiarda y Florencios, vv 1-14. Notas del editor de RºPortTOM 2000: Omitimos a seguinte didascália: entre 22 e 23 Veio um anjo do céu mandado. Braga (1909)/Braga (1985) edita apenas 4 hemistíquios desta versão.
|
Go Back
|
0159:122 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 6096)
[0149 Galiarda y Florencios, contam.]
Versión de Loulé s. l. (c. Loulé, dist. Faro, Algarve, Portugal).
Documentada en o antes de 1905. Publicada en Athaide Oliveira 1905, (reed. facs. 198?) 70-73; RGP I 1906, (reed. facs. 1982) 378-382. Reeditada en Anastácio 1985,123-124; Pinto-Correia 1987a, 288-289; Pinto-Correa 1994, 186-187 y RºPortTOM 2000, vol. 1, nº 188, pp. 345-347. © Fundação Calouste Gulbenkian. 109 hemist. Música no registrada. |
|
|
Estando Dona Galaçua, no seu jardim a brincar, |
2 |
passou por ali Dom Carlos, Dom Carlos de Montealbar. |
|
--Oh que linda formosura p`ra comigo ir brincar. |
4 |
--Brincaria sim, senhor, se vos não fosseis gabar. |
|
--Tenho feito juramento, lá nas folhas do missal, |
6 |
menina com quem dormisse de eu a não ir difamar.-- |
|
Dom Carlos dali saiu, ao jogo se foi gabar. |
8 |
--Brinquei com uma menina no mundo não há igual.-- |
|
Dois que estavam mesmo ao pé se puseram a pensar. |
10 |
[. . . . . . . . . . . . . . . . . . .] --Quem será, quem não será? |
|
Talvez Dona Galaçua, filha de sangue real.-- |
12 |
Um primo que estava ali logo se pôs a falar. |
|
--Cala-te, ó amigo meu, ao meu tio hei de contar.-- |
14 |
--Venha cá, senhor meu tio, uma nova lhe vou dar: |
|
Estava Dona Galaçua, no jardim posta a brincar, |
16 |
com um moço ainda novo, Dom Carlos de Montealbar. |
|
--Cala-te, sobrinho meu, que eu a mandarei matar. |
18 |
Se tivera lenha agora, hoje a mandava queimar.-- |
|
Galaçua que isto ouviu logo se pôs a chorar: |
20 |
--Ai quem levara uma carta a Dom Carlos Montealbar!-- |
|
Um anjo do céu falou: --Escreve que a vou levar. |
22 |
--Vai-me levar esta carta a Carlos de Montealbar. |
|
Se ele estiver jantando não o deixes acabar, |
24 |
se ele estiver dormindo manda-o logo acordar, |
|
e se estiver passeando vai-lhe logo a falar.-- |
26 |
Em tão boa hora foi, que ele andava a passear. |
|
--Cartas lhe trago, senhor, cartas de muito pesar, |
28 |
a menina Galaçua amanhã a vão queimar. |
|
--Ala, ala, meus criados, meus cavalos vão ferrar, |
30 |
com ferraduras de bronze que não se hajam d` estragar, |
|
jornada de quinze dias numa noite se há-de andar.-- |
32 |
Ele foi-se a um barbeiro a c`roa mandou rapar, |
|
logo foi-se a um convento, um hábito foi comprar, |
34 |
vestiu-se em trajos de frade e se pôs a caminhar. |
|
--Que é isto? Quem vai aí? Mourinha a confessar! |
36 |
--É uma infeliz menina que seu pai manda queimar. |
|
--Arreda, justiça, arreda, que mando eu desarredar, |
38 |
a menina que aí vai `inda vai por confessar. |
|
--Confesse-a, senhor padre, enquanto vamos jantar, |
40 |
a confissão de quem morre tempo deve demorar. |
|
--Diga lá a confissão, faça o seu «pelo sinal», |
42 |
em seguida à confissão logo um beijo me há-de dar. |
|
--Eu fiz trinta juramentos, lá nas folhas do missal, |
44 |
onde Carlos pôs a boca outro não há-de beijar. |
|
--Diga lá a confissão faça o seu «pelo sinal», |
46 |
lá no meio da confissão um abraço me há de dar. |
|
--Eu fiz trinta juramentos, lá nas folhas do missal, |
48 |
onde Carlos pôs os braços outro não há de abraçar. |
|
--Diga lá a confissão, faça o seu «pelo sinal», |
50 |
lá no fim da confissão a sua mão me há de dar. |
|
Trapos de frade eu vesti para da morte a livrar; |
52 |
dê já a sua mão de prata a Carlos de Montealabr.-- |
|
Tomou-a logo nos braços puseram-se a caminhar. |
54 |
--Senhor frade, deixe a moça, que seu pai manda matar. |
|
--Vão dizer agora ao pai que a venha daqui tirar.-- |
| |
Nota: -52b Montealabr (sic); Galiarda y Florencios, vv 1-17.
|
Go Back
|
0159:123 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 6097)
[0255 Apuesta ganada and 0149 Galiarda y Florencios, contam.]
Versión de Loulé s. l. (c. Loulé, dist. Faro, Algarve, Portugal).
Documentada en o antes de 1905. Publicada en Athaide Oliveira 1905, (reed. facs. 198?) 74-76; RGP I 1906, (reed. facs. 1982) 417-419. Reeditada en Anastácio 1985, 125-126; Pinto-Correia 1987a, 375-377; Pinto-Correa 1994, 244-245 y RºPortTOM 2000, vol. 1, nº 189, pp. 347-348. © Fundação Calouste Gulbenkian. 094 hemist. Música no registrada. |
|
|
--Minha mãe, tenh` uma aposta de perder ou de ganhar: |
2 |
enganar Dona Maria filha do conde real. |
|
--Não apostes, ó meu filho, tu não a hás-de ganhar |
4 |
Dona Maria é honesta, tu a não hás-de enganar.-- |
|
Já se veste de donzela pela rua a passear. |
6 |
--Que donzela é aquela qu` além anda a passear? |
|
--Sou donzela, ó senhora, venho lá do meu tear, |
8 |
tenho de urdir uma teia, fiado eu venho buscar. |
|
--Fiado tenho donzela mas ainda por dobar. |
10 |
--Pois vá dobá-lo a senhora ou o mande já dobar, |
|
donzelas a estas horas p`la rua parece mal. |
12 |
--Cala-te lá, ó donzela, em palácio dormirás. |
|
--Hav`rá lá algum mancebo que de mim queira zombar. |
14 |
--Cala-te, ó donzela, que comigo dormirás.-- |
|
Lá pela noite adiante Dona Maria quis gritar. |
16 |
--Cala-te Dona Maria, não te quero difamar, |
|
qu` eu sou mocito solteir o e contigo hei de casar. |
18 |
--Eu te peço, ó cavaleiro, que não te vás a gabar. |
|
--Pela cruz da minha espada eu me atrevo a jurar.-- |
20 |
Na manhã do outro dia p`r`à praça se foi gabar: |
|
--Dormi com Dona Maria, filha do conde real.-- |
22 |
Los hermanos que isto ouviram a seu pai foram contar. |
|
--Hoje mando buscar lenha, amanhã vai a queimar.-- |
24 |
Dona Maria que ouviu, p`r`à varanda foi chorar: |
|
--Ai quem me dera um criado que meu pão fosse ganhar |
26 |
levando uma carta minha ao conde de Montealbar.-- |
|
Anjo do céu lh` apar`ceu logo se pôs a falar: |
28 |
--Escreva, senhora, a carta que eu já a irei levar. |
|
Mas escreva-a depressa que eu não posso demorar.-- |
30 |
--Novas te trago, Dom Carlos, novas de muito pesar, |
|
que a tua Dona Maria amanhã a vão queimar. |
32 |
--Não se me dá que a queimem, nem que a tornem a queimar, |
|
dá-se-me da formusura que a terra vai gastar. |
34 |
Alto, alto, meus criados meus cavalos vão ferrar, |
|
com ferraduras de bronze p`ra melhor aguentar, |
36 |
jornada de quinze dias numa noite s` há-d` andar.-- |
|
Lá no andar do caminho, a justiça a encontrar. |
38 |
--Arredai-vos, ó justiça, tratai de vos arredar |
|
essa menina qu` í vai eu a quero confessar. |
40 |
--Confessai-a, meu fradinho, enquanto vamos jantar.-- |
|
Lá no meio da confissão um beijinho lhe quis dar. |
42 |
--Alto, alto, ó senhor frade, não se queira adiantar, |
|
onde Dom Carlos beijou, outro não há-de beijar. |
44 |
--Dom Carlos sou eu, menina, Dom Carlos de Montealbar; |
|
eu servi-me destes hábitos p`ra da morte vos livrar. |
46 |
Agora venha comigo, seu pai que a venha buscar, |
|
entrámos p`la porta traseira saímos p`la principal.-- |
| |
Nota: Apuesta ganada, vv. 1-17; Galiarda y Florencios, vv. 18-22.
|
Go Back
|
0159:124 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 6098)
[0255 Apuesta ganada, contam.]
Versión de Monchique s. l. (c. Monchique, dist. Faro, Algarve, Portugal).
Recitada por una mujer. Recogida 31/08/1917 Publicada en Leite de Vasconcellos 1958-1960, I, 114-115. Reeditada en Pinto-Correia 1987a, 409-411; Pinto-Correa 1994, 266-267 y RºPortTOM 2000, vol. 1, nº 190, pp. 348-350. © Fundação Calouste Gulbenkian. 095 hemist. Música no registrada. |
|
|
--Minha mãe, fiz uma aposta de perder ou de ganhar: |
2 |
dormir com Mariana, antes do galo cantar. |
|
--Ó filho, não faças isso, tu perdes mais do que ganhas. |
4 |
--Ou que eu perca, ou que eu ganhe, o meu protesto está feito.-- |
|
Vestiu-se em trajo de donzela, pela rua a passear. |
6 |
Dona Mariana, à janela, posta a prantear. |
|
--Tira-te da rua, donzela, [. . . . . . . . . . . . . . . . . . .] |
8 |
que donzelas pela rua, de noite, parece mal. |
|
--Não me tiro da rua, senhora, [. . . . . . . . . . . . . . . . . . .] |
10 |
que eu sou uma triste tecedeirinha das arenas do mar, |
|
vou buscar fiado p`ra uma teia tapar. |
12 |
--Tira-te da rua, donzela, [. . . . . . . . . . . . . . . . . . .] |
|
que as donzelas pela rua, de noite, parece mal. |
14 |
--Não me tiro da rua, senhora, [. . . . . . . . . . . . . . . . . . .] |
|
que estará lá algum mocito que me queira enxovalhar. |
16 |
--Tira-te da rua, donzela, em meu leito dormirás.-- |
|
Às onze horas da noite, Dona Mariana a prantear. |
18 |
--Tira-te p`ra lá, mocito, não me queiras enxovalhar! |
|
--Cala-te, Dona Mariana, qu`ê contigo hê-de casar. |
20 |
--Diz-me quem és, mocito, não me queiras enxovalhar! |
|
--Ê sou Dom Carlos, senhora, sou Dom Carlos da la Mar. |
22 |
--Tira-te p`ra lá, Dom Carlos, [. . . . . . . . . . . . . . . . . . .] |
|
podem os meus manos venir e ao meu pai irem contar. |
24 |
--Cala-te, Dona Mariana, qu`ê contigo hê-de casar.-- |
|
Logo os seus manos ouviram e ao seu pai foram contar. |
26 |
--Altos, altos, meus criados, que estão ao meu mandar! |
|
Vão roçar mato p`ra Dona Mariana queimar. |
28 |
No outro dia ao meio dia [. . . . . . . . . . . . . . . . . . .] |
|
Dona Mariana, à janela, posta a prantear. |
30 |
--Não haverá p`aí algum mocito que dinheiro meu queira ganhar, |
|
para ir levar uma carta a Dom Carlos da la Mar?-- |
32 |
Desceu um anjo do céu à terra mesmo por Deus o querer mandar. |
|
--Escreva a carta, senhora, que eu a irei levar. |
34 |
--Aqui tem esta carta, vá levar a Dom Carlos de la Mar. |
|
S`ele estiver passeando, trate logo em le falar; |
36 |
s` ele estiver janta[n]do, ele que deixe de jantar; |
|
e s` ele estiver dormindo, tratem de o acordar.-- |
38 |
--Aqui tem esta carta, Dom Carlos, trate já em l`ir olhar. |
|
--Altos, altos, meus criados, os que estão a meu mandado! |
40 |
Vão ferrar aqueles cavalos [. . . . . . . . . . . . . . . . . . .] |
|
com ferraduras de bronze, que de prata não aguentará, |
42 |
que jornadinha de oito dias numa noite s`há-de andar.-- |
|
Vestiu-se em trajo de padre, tratou logo de marchar. |
44 |
Dom Carlos que ia chegando, Dona Mariana que ia a queimar. |
|
--Alto lá, ó justiça, qu`inda não está confessada.-- |
46 |
Lá no meio da confissão um beijinho lhe quis dar. |
|
--Alto lá, ó senhor frade, também tal confiar! |
48 |
Cara que Dom Carlos beija não é p`ra frade beijar! |
|
--Dom Calres sou eu, senhora, sou Dom Calres da la Mar. |
50 |
Além tem aquele cavalo, trate já em se montar, |
|
trago punhais e rebolvos p`ra o seu pai mandar matar.-- |
| |
Nota: Apuesta ganada, vv 1-20. Nota del editor de RºPortTOM 2000: Omitimos a seguinte didascália: depois de -51 Foram-se embora e lá estão casadinhos.
|
Go Back
|
0159:125 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 6099)
[0149 Galiarda y Florencios, contam.]
Versión de S. Braz de Alportel s. l. (c. S. Braz de Alportel, dist. Faro, Algarve, Portugal).
Documentada en o antes de 1901. Publicada en Nunes 1900-1901, 164-165; Athaide Oliveira 1905, (reed. facs. 198?) 330-331; RGP III 1909, (reed. facs. 1985) 431. Reeditada en Anastácio (1985) 119-120); Pinto-Correia 1987a, 282-284 e 290; Pinto-Correa 1994, 182-183 e 187-188 y RºPortTOM 2000, vol. 1, nº 191, pp. 350-351. © Fundação Calouste Gulbenkian. 078 hemist. Música no registrada. |
|
|
Estando Dona Galançua, filha d`el-rei maioral, |
2 |
[. . . . . . . . . . . . . . . . . . .] uma noite a serenar, |
|
viu passar ali Dom Carlos, Dom Carlos de Montealvar. |
4 |
--Oh, mas que bela menina para um homem brincar! |
|
--Uma noite, duas noites, pouco é de aventurar, |
6 |
pois sois moço e menino, à praça te ireis cabar. |
|
--Co` esta me tirem a vida, ou co` outras de mais cortar, |
8 |
donzela com que eu dormisse, quando me eu fosse gabar.-- |
|
No outro dia pela manhã à praça se foi gabar: |
10 |
--Eu dormi co` uma donzela, [. . . . . . . . . . . . . . . . . . .] |
|
clara como um papel, vermelha como um coral.-- |
12 |
Cavaleiros cuidadosos: --Quem seria, quem será? |
|
--Salvo ela, é Galançua, filha d`el-rei maioral.-- |
14 |
Fidalgos que isto ouviram a el-rei foram contar, |
|
que sua filha Galançua com Dom Carlos foi brincar. |
16 |
--Se eu tivesse lenha feita, já a mandava queimar. |
|
--Não se me dá que me queimem, sempre que me queiram queimar, |
18 |
dá-se-me só do meu ventre que leva sangue real. |
|
Ó criados, ó vassalos, os que estão ao meu mandar, |
20 |
levem esta minha carta ao conde de Montealvar: |
|
se ele estiver jantando, deixai-o vós acabar; |
22 |
se ele estiver passeando, podeis logo entregar.-- |
|
Foi em tão boa ocasião que ele andava a passear. |
24 |
--Deus te salve, meu bom conde, Deus te queira a ti salvar; |
|
que vós tendes uma rosa que vo-la querem matar. |
26 |
--Não tenho rosa nenhuma que me hajam de matar; |
|
salvo ela, é Galançua, filha d`el-rei maioral. |
28 |
Se tu me dizes mangando, para dentro vou jantar; |
|
se tu me dizes deveras, cavalos mando selar. |
30 |
--É verdade, meu bom conde, isto que vim entoar. |
|
--Ó criados, ó vassalos, os que estão ao meu mandar, |
32 |
ferrem-me aqueles cavalos com ferraduras de bronze, |
|
que viagem de quinze dias esta noite vão andar.-- |
34 |
Em chegando à corte vestiu-se em trajo de frade |
|
e foi logo a palácio para lá a confessar. |
36 |
--Em caso de penitência, um beijo m` haveis de dar. |
|
--Tenho feito juramento, protesto de não faltar, |
38 |
donde o conde pôs a boca de mais nenhum me tocar. |
|
--Este sou, minha menina, este sou, meu coração, |
40 |
que te venho aqui buscar por mulher que amiga não.-- |
| |
Nota: Galiarda y Florencios, vv 1-15. Nota del editor de RºPortTOM 2000: Athaide Oliveira 1905, (reed. facs. 198?) edita parcialmente esta versão. RGP III 1909 (reed. facs. 1985) edita apenas 4 hemistíquios desta versão. Pinto-Correia (1987 y 1994) editam, em textos independentes, as divergentes fixações da mesma versão, estabelecidas por Nunes 1900-1901 e Athaide Oliveira 1905, (reed. facs. 198?), se bem que para a Nunes 1900-1901 recorra a Anastácio 1985.
|
Go Back
|
0159:110 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 6084)
[0149 Galiarda y Florencios, contam.]
Versión de Elvas s. l. (c. Elvas, dist. Portalegre, Alto Alentejo, Portugal).
Documentada en o antes de 1885. Publicada en Pires 1885g, XV; Pires 1900-1901b, 109-111; Pires 1899-1902, (reed. en 1982) 43-44; RGP I 1906, (reed. facs. 1982) 376-378; Pires 1920, 46-49 (reed. en 1986, 67-68). Reeditada en Pinto-Correia 1987a, 284-286; Pinto-Correa 1994, 183-185 y RºPortTOM 2000, vol. 1, nº 176, pp. 328-329. © Fundação Calouste Gulbenkian. 088 hemist. Música no registrada. |
|
|
--Felizarda, Felizarda, Felizarda, meus amores, |
2 |
quem me dera dormir `ma noite entre vossos bastidores. |
|
--Dormira uma, dormira, duas, se não se fora gabar, |
4 |
à mesa dos estudantes, à mesa de meu pai estar. |
|
--Tenho feito juramento, nas cruzes da minha espada, |
6 |
donzela com quem eu durma de nunca ser difamada.-- |
|
Ainda bem não era manhã já se tinha ido a gabar, |
8 |
à mesa dos estudantes, à mesa de seu pai estar. |
|
O pai, que isto ouvia, Felizarda manda queimar. |
10 |
--Já não tenho um criado que me valha em meus males. |
|
--Aqui me tendes, senhora, para o que vos prestar. |
12 |
--Vai-me levar esta carta a Carlos de Montalvar, |
|
se o achares deitado deixa-o bem levantar, |
14 |
se o achares jantando deixa-o bem acabar, |
|
se o achares passeando vai-lha logo entregar.-- |
16 |
Em tão boa hora foi, que ele estava a passear. |
|
--Novas lhe trago Dom Carlos, novas de muito pesar, |
18 |
a sua amada menina seu pai a manda queimar. |
|
--Não se me dá que a queimem, nem que a vão já queimar, |
20 |
dá-se-me só do seu ventre, que leva sangue real.-- |
|
Começou a ler a carta ele se pôs a chorar. |
22 |
--Ó criados, ó criados, meus cavalos a ferrar, |
|
com ferraduras de bronze, que se não possam gastar, |
24 |
jornada de cinco dias numa noite se há-de andar.-- |
|
Ele foi a um convento um `scapulario foi buscar. |
26 |
Lá no meio do caminho a justiça via andar. |
|
--Pare aí, ó justiça, que eu a mando parar, |
28 |
que essa menina que levam ainda vai por confessar. |
|
--Confesse-a senhor padre, enquanto vamos jantar. |
30 |
--Confesse-se bem, menina, saiba-se bem confessar, |
|
que no meio da confissão um abraço me há-de dar. |
32 |
--Não permita o Deus do céu, nem os santos dos altares, |
|
que onde Carlos pôs os braços, de não os pôr nenhum frade. |
34 |
--Confesse-se bem, menina, saiba-se bem confessar, |
|
que no meio da confissão um beijinho me há-de dar. |
36 |
--Não permita o Deus do céu, nem vossa paternidade, |
|
que onde Carlos pôs os lábios de não os pôr nenhum frade. |
38 |
Ai! que pelo rir me parece Dom Carlos Montalvar. |
|
--Dom Carlos sou eu, menina, que a venho aqui buscar, |
40 |
por uma porta saiu, pela outra há-de entrar. |
|
Mande dizer a seu pai que a mande agora queimar, |
42 |
com este punhal de vidro o hei-de atravessar. |
|
--Adeus casa de meu pai, rouxinol canta ao meio dia, |
44 |
eu também tenho um navio pronto a partir para Hungria.-- |
| |
Nota: Galiarda y Florencios, vv 1-8.
|
Go Back
|
0159:111 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 6085)
[0255 Apuesta ganada and 0469 Infanta preñada, contam.]
Versión de Elvas s. l. (c. Elvas, dist. Portalegre, Alto Alentejo, Portugal).
Documentada en o antes de 1901. Publicada en Pires 1900-1901b, 84-86; Pires Pires 1899-1902, (reed. en 1982) 42-43; Pires 1920,42-45 (reed. en 1986, 65-66). Reeditada en Pinto-Correia 1987a, 373-375; Pinto-Correa 1994, 242-244 y RºPortTOM 2000, vol. 1, nº 177, pp. 330-331. © Fundação Calouste Gulbenkian. 104 hemist. Música no registrada. |
|
|
Pus-me a fazer uma aposta, mas eu não soube apostar, |
2 |
de dormir com Mariana antes do galo cantar: |
|
Mariana, tão discreta, não se deixou enganar. |
4 |
foi-se pôr a romeirinha, pela porta a passear. |
|
--Que é isso, Mariana, pela porta a passear? |
6 |
Sou filha da tecedeira, a falta venho buscar. |
|
--A falta tenho-a eu, vamo-nos já a andar.-- |
8 |
Lá pela noite adiante Mariana dava ais. |
|
--Que é isso, Mariana, não te queiras difamar, |
10 |
que teu pai é dos bons homens, contigo me há-de casar.-- |
|
--Que é isso, Mariana, que é isso, filha minha? |
12 |
--Isto é falta da saia, minha mãe bem o sabia.-- |
|
Chamaram o alfaiate: --Que falta tem esta saia? |
14 |
--Esta saia não tem falta, falta terá quem a usa. |
|
--Confessa-te, Mariana, trata de te confessar, |
16 |
que hoje se acarreta a lenha, amanhã te vás queimar. |
|
--Não se me dá que me queimem, nem deixem de me queimar, |
18 |
dá-se-me só do meu ventre, que leva o sangue real. |
|
Quem me dera um menino, de sete anos, mais não, |
20 |
que me levasse uma carta Dom Carlos Montalvão.-- |
|
Desceu um anjo do céu: [. . . . . . . . . . . . . . . . . . .] |
22 |
--Aqui estou, minha senhora, para o que eu lhe prestar. |
|
--Vai-me levar esta carta a Dom Carlos Montalvar. |
24 |
Se o achares dormindo, deixai-o bem acordar; |
|
se ele estiver jantando, deixai-o bem jantar; |
26 |
se o achares passeando, aí lhe podeis falar. |
|
--Novas vos trago, senhor, novas de grande pesar, |
28 |
a vossa dama, senhor, amanhã se vai queimar.-- |
|
Ele estava a ler a carta e os seus olhos a chorar. |
30 |
--Ala, ala, meus criados, meus cavalos a ferrar, |
|
com ferraduras de prata, que não hajam de faltar. |
32 |
Ala, ala, meus criados, meus cavalos a selar, |
|
que jornada de oito dias numa hora se há-de andar.-- |
34 |
Ele que ia ao caminho, a justiça via andar. |
|
--Pára, pára, aí, justiça, senão faço-te parar, |
36 |
que a menina que aí vai, `inda vai por confessar. |
|
--Pois confesse-a, senhor padre, que nós vamos a jantar. |
38 |
--Confesse, menina, confesse, saiba-se bem confessar, |
|
que no meio dos mandamentos um abraço me há-de dar. |
40 |
--Não permita Deus do céu, nem os santos do altar, |
|
que onde Dom Carlos pôs braços os venha um frade pousar. |
42 |
--Confesse, menina, confesse, saiba-se bem confessar, |
|
que do meio da confissão um beijo me há-de dar. |
44 |
--Não permita Deus do céu, nem os santos do altar, |
|
que onde Dom Carlos pôs a boca venha um frade a beijar; |
46 |
já me parece o seu rir de Dom Carlos Montalvar. |
|
--Esse sou, ó minha amada, da morte te vou livrar; |
48 |
diz ao bárbaro de teu pai que te venha aqui buscar; |
|
com este punhal de prata o hei-de assassinar! |
50 |
--Adeus casa de meu pai, onde o galo canta ao meio-dia. |
|
--Venha-se embora, menina, não fale com fantasia, |
52 |
que eu tenho um navio no mar, [. . . . . . . . . . . .] |
|
onde canta o rouxinol, quer de noite quer de dia.-- |
| |
Nota: Apuesta ganada, vv. 1-10;Infanta preñada, vv. 11-14.
|
Go Back
|
0159:112 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 6086)
[0149 Galiarda y Florencios, contam.]
Versión de Elvas s. l. (c. Elvas, dist. Portalegre, Alto Alentejo, Portugal).
Documentada en o antes de 1902. Publicada en Pires 1899-1902. (reed. en 1982) 176; Pires 1920, 187-189, (reed en 1986, 130. Reeditada en Pinto-Correia 1987a, 286-287; Pinto-Correa 1994, 185-186 y RºPortTOM 2000, vol. 1, nº 178, pp. 331-332. © Fundação Calouste Gulbenkian. 069 hemist. Música no registrada. |
|
|
--Galanducha, Galanducha, filha do duque d` Alvar, |
2 |
quem me dera estar `ma hora a teu mandar. |
|
--`Starás uma, estarás duas, se te não fores gabar. |
4 |
--Dom Carlos que dali saía logo se foi a gabar |
|
a uma casa de jogo, onde o pai estava a jogar. |
6 |
O pai, que tal ouviu, em vez de correr saltava, |
|
pegou-lhe pela mão e num quarto a fechava. |
8 |
--Deixa estar, Galanducha, que amanhã serás queimada. |
|
--Grandes prantos, grandes prantos, grandes prantos de pesar, |
10 |
já não há criados que meu pão queiram ganhar.-- |
|
Desce um anjo do céu à terra: --Eu teu pão quero ganhar. |
12 |
--Leva-me esta carta a Dom Carlos de Alvar, |
|
se o achares a dormir deixa-o bem acordar, |
14 |
se o achares a passear já lha podes entregar.-- |
|
Foi em tão boa ocasião que o achou a passear. |
16 |
--Novas te trago, Carlos, novas de grande pesar, |
|
amanhã a Galanducha seu pai a manda queimar. |
18 |
--Alto, alto, meus criados, meus cavalos a ferrar, |
|
com ferraduras de bronze, que se não possam gastar, |
20 |
amanhã por estas horas jornada temos que andar.-- |
|
Dom Carlos que saía, a menina que encontrava. |
22 |
--Alto, alto, meus criados, [. . . . . . . . . . . . . . . . . . .] |
|
fazei lá parar o coche, senão eu o farei parar, |
24 |
que essa menina que aí levam `inda vai por confessar. |
|
--Confesse-a, senhor padre, enquanto nós vamos jantar. |
26 |
--Confesse-se bem, menina, com confissão de pesar, |
|
lá no meio da confissão um abraço me há-de dar. |
28 |
--Mal o haja o seu rir, mais também o seu zombar, |
|
por causa de Dom Carlos meu pai me manda queimar. |
30 |
--Confesse-se bem, menina com confissão de pesar, |
|
lá no meio da confissão um beijinho me há-de dar. |
32 |
--Juro-lhe pela salvação, que o Senhor me há-de dar, |
|
que onde Dom Carlos pôs boca não há-de outro poisar. |
34 |
--Apareça já um padre, que nos venha já casar, |
|
mande recado a seu pai, que nos venha visitar.-- |
| |
Nota: Galiarda y Florencios, vv 1-7.
|
Go Back
|
0159:113 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 6087)
[0255 Apuesta ganada and 0149 Galiarda y Florencios, contam.]
Versión de Tolosa (c. Nisa, dist. Portalegre., Alto Alentejo, Portugal).
Recogida 02/04/1931 Publicada en Leite de Vasconcellos 1958-1960, I, 112-113. Reeditada en Pinto-Correia 1987a, 408-409; Pinto-Correa 1994, 265-266 y RºPortTOM 2000, vol. 1, nº 179, pp. 332-333. © Fundação Calouste Gulbenkian. 070 hemist. Música no registrada. |
|
|
--Aposte, minha mãe, aposte, quer minha mãe apostar? |
2 |
Hei-de dormir com Mariana antes dos galos cantar. |
|
--Essas apostas, meu filho, não quero eu apostar, |
4 |
Mariana é discreta, não se deixa enganar.-- |
|
Despiu o fato de conde, de donzela foi tomar. |
6 |
Onde se havia de ir pôr? No seu pátio a passear. |
|
--Que donzela é aquela, no meu pátio a passear? |
8 |
--Sou tecedeira, senhora, daquelas partes do mar, |
|
tenho a teia urdida, a falta venho buscar. |
10 |
--Suba, suba para cima, minha casa dormirá, |
|
--A senhora tem criados, de mim hão-de querer zombar. |
12 |
--Suba, suba para cima, minha casa dormirá, |
|
fechadinha a sete chaves ninguém lá entrará.-- |
14 |
Por essa noite adiante Mariana dava ais. |
|
Quando de lá saiu, logo se vinha a gabar: |
16 |
dormira co` a cara mais linda que havia em Portugal. |
|
Estava dali uma tia, logo se pôs a chorar. |
18 |
--Mariana, olha p`ra ti, olha para a tua cara, |
|
hoje te ajuntam a lenha, amanhã te vão queimar. |
20 |
--Descera um anjo do céu, o meu pão queira ganhar: |
|
ir-me levar esta carta a Dom Carlos de Montalvar. |
22 |
S`ele estiver a dormir, ó anjo, deixá-lo acordar; |
|
s` ele estiver a jantar, ó anjo, deixá-lo acabar; |
24 |
s` ele andar a passear, ó anjo, ir-la entregar.-- |
|
Em tão boa hora foi, que s` andava a passear. |
26 |
Quando começou a ler, logo se pôs a chorar. |
|
--Ala, ala, meus criados, meus cavalos a ferrar, |
28 |
com ferraduras de bronze que não hajam de quebrar. |
|
Jornada de trinta léguas `inda hoje temos de andar.-- |
30 |
Quando vinha no caminho, já a levavam p`ra matar. |
|
--Essa menina que aí levam `inda vai por confessar. |
32 |
--Confesse-a, ó senhor padre, enquanto vamos a jantar.-- |
|
Lá no meio da confissão um beijo le qu`ria dar. |
34 |
--Onde Dom Carlos pôs a boca não é p`ra frade beijar. |
|
--Sou eu mesmo, minha menina, que a venho aqui buscar.-- |
| |
Variante: 7a. donzila. Nota: Apuesta ganada, vv. 1-14; Galiarda y Florencios, vv. 15-16.
|
Go Back
|
0159:117 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 6091)
[0149 Galiarda y Florencios, contam.]
Versión de Beja s. l. (c. Beja, dist. Beja, Baixo Alentejo, Portugal).
Documentada en o antes de 1955. Publicada en Delgado 1955, II, 135-136; Delgado 1980, II, 160-161. Reeditada en Pinto-Correia 1987a, 300-302; Pinto-Correa 1994, 194-195 y RºPortTOM 2000, vol. 1, nº 183, pp. 338-339. © Fundação Calouste Gulbenkian. 065 hemist. Música no registrada. |
|
|
--Felizarda, Felizarda, Felizarda, meu amor, |
2 |
bem podias, Felizarda, dormir uma noite ao rigor! |
|
--Uma noite, duas, três, se não te fosses gabar |
4 |
à mesa dos estudantes onde o meu pai está a jogar. |
|
--Eu jurei, fiz juramento, à ponta da minha espada: |
6 |
donzela com que eu dormisse de nunca ser difamada.-- |
|
`Inda não era manhã nem o sol bem arraiava, |
8 |
[. . . . . . . . . . . . . . . . . . .] já s` ele estava a gabar |
|
à mesa dos estudantes onde seu pai estava a jogar. |
10 |
O seu pai, que isto ouvia, para casa caminhava. |
|
A filha que seu pai via, a abençoa lhe tomava. |
12 |
--Retira-te, ó minha filha, já te podes retirar |
|
que uma nova me deram. `inda hoje te vais enforcar. |
14 |
--Alto, alto, meus criados, os cavalos a ferrar, |
|
com ferraduras de bronze que não se possam estragar. |
16 |
Vão-me levar esta carta a Dom Carlos de Montalvar; |
|
se ele estiver a dormir, deixem-no, primeiro, acordar; |
18 |
se ele estiver a jantar, deixem-no, primeiro, acabar; |
|
se ele estiver a passear, vão-lha logo entregar.-- |
20 |
--Venho trazer esta carta a Dom Carlos de Montalvar. |
|
--Alto, alto, meus criados, os cavalos a ferrar, |
22 |
com ferraduras de bronze que não se possam estragar, |
|
que a jornada de oito dias `inda hoje se vai andar.-- |
24 |
Dom Carlos chegado à terra, Felizarda a enforcar. |
|
--Parai aí, ó justiça, senão a faço parar, |
26 |
que a menina, que aí vai, `inda está por confessar. |
|
--Confesse-a lá, senhor frade, enquanto nós vamos jantar. |
28 |
--Enjoelhe-se, minha menina, já se pode enjoelhar, |
|
que no meio da confissão um beijinho me há-de dar. |
30 |
--Onde Dom Carlos não põe a boca, menos frade a pode prantar. |
|
Mas, todo o sorrir me parecia o de Dom Carlos de Montalvar. |
32 |
--Este sou, minha querida, que da morte a venho livrar; |
|
vou pedi-la a seu pai para nós irmos casar.-- |
| |
Nota: Galiarda y Florencios, vv 1-9.
|
Go Back
|
0159:118 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 6092)
[0255 Apuesta ganada and 0149 Galiarda y Florencios, contam.]
Versión de Ourique s. l. (c. Ourique, dist. Beja, Baixo Alentejo, Portugal).
Documentada en o antes de 1911. Publicada en Dias 1911, 46-48. Reeditada en Pinto-Correia 1987a, 378-380; Pinto-Correa 1994, 246-247 y RºPortTOM 2000, vol. 1, nº 184, pp. 339-340. © Fundação Calouste Gulbenkian. 096 hemist. Música no registrada. |
|
|
--Ó minha mãe, eu fiz uma aposta, [. . . . . . . . . . . . . . . . . . .] |
2 |
à ponta da minha espada ou hei-de perder ou hei-de ganhar, |
|
de enganar Dona Mariana das Arraiolas do Mar. |
4 |
--Ó meu filho, não apostes que não há-des ganhar; |
|
Dona Mariana é muito séria, não a há-des enganar.-- |
6 |
Ele se vestiu em trajo de donzelinha pela praia a passear. |
|
[. . . . . . . . . . . . . . . . . . .] Ela bem o viu lá andar. |
8 |
--Que fazes tu, donzelinha, pela praia a passear? |
|
[. . . . . . . . . . . . . . . . . . .] --Seu fiado venho buscar. |
10 |
--Meu fiado, não está pronto, mas já se vai aprontar. |
|
Entre, donzelinha. [. . . . . . . . . . . . . . . . . . .] |
12 |
--Não, minha senhora, tenho medo daí estar: |
|
alguns dos seus manos que de mim queira zombar. |
14 |
--Entre, donzelinha, que no meu quarto estará. |
|
--Tenho medo, ó minha senhora! [. . . . . . . . . . . .] |
16 |
Estará aí algum dos seus criados que de mim queira zombar. |
|
--Entre donzelinha, que no meu leito dormirá. |
18 |
--Cale-se, minha senhora, que ninguém há-de dizer tal. |
|
Que eu fiz uma aposta à ponta da minha espada: |
20 |
que donzela que enganasse a não difamasse.-- |
|
`Inda a manhã não vinha rompendo, já se ele ia gabando |
22 |
que tinha dormido com Dona Mariana das Arraiolas do Mar. |
|
Os irmãos ouviram aquilo, o quiseram duvidar; |
24 |
mas pelo sim pelo não, `ó seu pai o foram contar. |
|
--Alto, alto, meus criados!, por isso estão a meu mandado. |
26 |
Vão colher lenha e levem Dona Mariana das Arraiolas do Mar, |
|
[. . . . . . . . . . . . . . . . . . .] que é p`rà queimar.-- |
28 |
E Dona Mariana que isto ouviu à sua janela `somou. |
|
--Não `parcer por aqui um rapazinho, [. . . . . . . . . . . .] |
30 |
que de Deus fosse mandado, que esta carta fosse levar |
|
a Dom Carlos da outra banda do Mar, e meu dinheiro fosse ganhar! |
32 |
--Ó minha senhora, essa carta quero levar |
|
a Dom Carlos das bandas do Mar, e o seu dinheiro quero ganhar. |
34 |
--Se ele estiver dormindo, espera que ele acorde; |
|
se ele estiver jantando, espera qu` ele acabe de jantar; |
36 |
e se estiver passeando, dá-lha, que não há-de acabar.-- |
|
Foi em tão boa hora que estava a passear. |
38 |
--Alto, alto meus criados!, por isso estão a meu mandado. |
|
Peguem-me naqueles cavalos, vão-nos ferrar, |
40 |
com ferraduras de bronze, que se não possam gastar; |
|
que caminho que s` anda em quinze dias `inda hoje temos de andar.-- |
42 |
Chegando ao pé de Dona Mariana e dos criados que a iam matar: |
|
--Alto, alto, meus senhores! Já se podem retirar, |
44 |
que esse [sic] menina que aí vem `inda vai por confessar. |
|
[. . . . . . . . . . . . . . . . . . .] --Pode-a ir confessar, |
46 |
enquanto nós vamos jantar, e o nosso corpo descansar.-- |
|
Ele no meio disto tudo, quando a foi confessar: |
48 |
--Confesse, menina, que bem tem que confessar, |
|
que no meio da confissão um beijinho me há-de dar. |
50 |
--Não permite Deus dar célos, nem sua paternidade, |
|
onde Dom Carlos não pôs boca, menos há-de pôr um frade. |
52 |
--Eu Dom Carlos sou, menina, que da morte te venho livrar.-- |
| |
Variante: 21b. Já se ele ia a gabar. Nota: Apuesta ganada, vv. 1-20; Galiarda y Florencios, vv. 21-24. Nota del editor de RºPortTOM 2000: Omitimos as seguintes didascálias: entre -17 e -18 Pela meia-noite começa a gritar que tinha um homem na sua cama; entre -41 e -42 Disfarçou-se de frade e abalou.
|
Go Back
|
0159:93 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 6067)
Versión de Nave de Haver (c. Almeida, dist. Guarda, Beira Alta, Portugal).
Documentada en o antes de 1957. Publicada en Reinas 1957, 427-429 (versión normativa). Reeditada en Galhoz 1987-1988, 27-28; Pinto-Correia 1987a, 444-446; Pinto-Correa 1994, 289-291 y RºPortTOM 2000, vol. 1, nº 159, pp. 301-302. © Fundação Calouste Gulbenkian. 099 hemist. Música no registrada. |
|
|
--Quero apostar, minha mãe, a perder ou ganhar |
2 |
que engano Mariana antes do galo cantar. |
|
--Não apostes, ó meu filho, nem a perder, nem a ganhar |
4 |
Mariana é secreta, não se deixa enganar. |
|
--Por secreta que ela seja, eu voltinhas lhe hei-de dar.-- |
6 |
Vestiu-se de donzela e à porta lhe foi passear. |
|
--Que donzela será esta que aqui anda a passear? |
8 |
--Donzela serei, senhora, das areinhas do mar; |
|
tenho a teia a tecer, as faltas venho buscar. |
10 |
--As faltas, minha senhora, ainda estão por dobanar. |
|
--Dobanai-as vós, senhora, depressa, não devagar, |
12 |
donzelas pelos caminhos de noite parecem mal. |
|
--Não se dê disso, senhora, que na minha cama dormirá. |
14 |
--Não se me dá de em sua cama dormir, nem sua roupa sujar, |
|
só se me dá dos seus criados, que eles me hão-de criar. |
16 |
--Não se dê disso, senhora, que eu os mandara fechar. |
|
--Por fechados que eles estejam, eles voltinhas lhe hão-de dar.-- |
18 |
A donzela de contente, à noite não quis cear, |
|
só estava para Mariana: --Anda, vamo-nos a deitar! |
20 |
Lá para o meio da noite, Mariana quis gritar: |
|
--Não grites, ó Mariana, não te dês a difamar, |
22 |
que na tua cama tenhas que te há-de aproveitar.-- |
|
E ela lhe pediu por favor que não se fosse a gabar. |
24 |
[. . . . . . . . . . . . . . . . . . .] à corte se foi gabar. |
|
Estava ali mano mais velho, ao pai e à mãe foi contar. |
26 |
--Já nã há quem meu pão coma, nem meu dinheiro queira ganhar, |
|
que vá levar esta carta ao conde de Montalvar.-- |
28 |
Estava ali mano mais novo, como mano de bênção, |
|
pegou na carta e foi levá-la ao conde de Montalvão. |
30 |
--Se o achares a comer, deixarás a acabar; |
|
se o achares a dormir, deixarás o descansar; |
32 |
se o achares a ir à caça, deixarás o ir caçar; |
|
se o achares a comer, deixarás o acabar; |
34 |
se o achares a passear, beija a carta e vai-la dar.-- |
|
--Tome lá esta carta, depressa, não devagar, |
36 |
que os olhos que a anotaram, estão fartos de chorar. |
|
--Cala-te lá, meu menino, já te havias de calar, |
38 |
com este alfange de prata, eu já te mando matar. |
|
--Tome lá esta carta, depressa, não devagar, |
40 |
que os olhos de Mariana, já estão fartos de chorar.-- |
|
Pegou na carta e leu-a, já a não pode acabar. |
42 |
--Ala, ala, meus criados, meus cavalos a selar. |
|
Jornadinha de oito léguas, numa hora se há-de andar.-- |
44 |
Vestiu-se de fradinho e ao caminho os foi esperar. |
|
--Onde levam essa moça que ainda vai por confessar? |
46 |
--Ela confessada está, mas falta-lhe aconselhar. |
|
--Subam-na cá, para o cavalo, que eu não me estou a apear.-- |
48 |
Ao meio da confissão, um beijinho lhe quis dar; |
|
ao fim da confissão, um risinho lhe quis dar. |
50 |
--Por esse risinho que dás pareceis conde Montalvar.-- |
| |
Nota: Apuesta ganada, vv. 1-22Galiarda y Florencios, vv. 23-26. RºPortTOM 2000 edita tanto esta versión normativa de la versión recogida en Nave de Haver, como la transcripción original del recolector, que intenta reflejar los rasgos fonéticos propios del lugar.
|
Go Back
|
0159:94 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 6068)
[0255 Apuesta ganada and 0469 Infanta preñada, contam.]
Versión de Trancoso s. l. (c. Trancoso, dist. Guarda, Beira Alta, Portugal).
Documentada en o antes de 1960. Publicada en Leite de Vasconcellos 1958-1960, II. 484-485. Reeditada en Correia 1987a, 413-415; Pinto-Correa 1994, 269-270 y RºPortTOM 2000, vol. 1, nº 160, pp. 203-204. © Fundação Calouste Gulbenkian. 105 hemist. Música no registrada. |
|
|
--Mamã, eu fiz uma aposta, espero de a ganhar, |
2 |
enganar a Mariana antes do galo cantar. |
|
--Não apostes, não, meu filho, mas não deixes de apostar, |
4 |
Mariana é muito fina, não se deixa enganar. |
|
--Da maneira que a engano ninguém na há-de inventar: |
6 |
vou-me vestir à madama, para o quintal vou passear.-- |
|
--Quem é aquela donzelinha que além anda a passear? |
8 |
--É a filha da tecedeira que o fiado vem buscar. |
|
--Menina, se o não tem dobado, trate de o mandar dobar, |
10 |
que estas meninas de agora, de noite não podem andar. |
|
--Tenho salas e salões aonde a posso mandar deitar! |
12 |
--Nessas salas e salões há pouco que confiar; |
|
só se na cama da menina me deixar ir deitar.-- |
14 |
Das onze para a meia-noite tratou de a apalpar. |
|
--Não sou figo da figueira que me esteja a abocalhar, |
16 |
nem maçã da macieira que me esteja a enxovalhar. |
|
--Cala, cala, ó donzelinha, que contigo hei-de casar. |
18 |
Dos quatro para os cinco meses Mariana apareceu pejada. |
|
--Que tens tu, ó Mariana, de saia tão impinada? |
20 |
Manda chamar o mestre dos mais entendidos: |
|
--Diga-me lá o senhor mestre que erro têm estes vestidos? |
22 |
--Os vestidos não têm erros, o erro é da menina. |
|
--Prepara-te, ó Mariana, bem te podes preparar, |
24 |
hoje vão cortar a lenha, amanhã te vão queimar. |
|
--Já não há um paquetinho que o meu pão queira comer, |
26 |
[. . . . . . . . . . . . . . . . . . .] e o meu dinheiro ganhar, |
|
que fosse levar uma carta a Dom Carlos de Além-Mar? |
28 |
--Escreve lá, ó minha prima, que eu lá ta irei levar. |
|
Se ele estiver a dormir, não deixarei de o acordar; |
30 |
se estiver a jantar, não o deixarei acabar; |
|
se andar a passear, é ocasião de falar. |
32 |
Aqui tem, senhor Dom Carlos, carta de grande pesar: |
|
os seus primeiros amores amanhã vão a queimar. |
34 |
Começou a ler a carta, não a pôde acabar, |
|
que as lágrimas eram tantas que o chão foram regar. |
36 |
--Ala, Ala, meus criados! meus cavalos ide ferrar, |
|
com ferraduras de bronze que se não possam gastar, |
38 |
que jornada de oito dias numa noite se há-de andar. |
|
Chegou ao meio do caminho, já a iam a queimar. |
40 |
--Arreda, arreda, justiça, não deixarás de arredar, |
|
que essa donzela que levas ainda vai por confessar. |
42 |
--Confesse-a lá, senhor frade, enquanto nós vamos jantar. |
|
--Lá nos sete mandamentos não tem que acusar, |
44 |
só dormi uma noite com Dom Carlos de Além-Mar. |
|
--Se isso foi, minha menina, um beijo me há-de dar. |
46 |
--Onde Dom Carlos pôs a boca frade não há-de beijar; |
48 |
Mas pelo rir e chalacear parece Dom Carlos de Além-Mar. |
|
--Sou eu, sou, minha menina, que te aqui venho buscar. |
50 |
Diz ao ladrão do teu tio que te venha aqui trazer; |
|
diz ao ladrão do teu pai que te venha aqui queimar. |
52 |
--Os sinos da minha aldeia bem nos sinto tocar! |
|
--Sentes, sentes, minha menina, para lá não hás-de voltar.-- |
| |
Nota: Apuesta ganada, vv 1-17, Infanta preñada, vv 18-22.. Nota del editor de RºPortTOM 2000:Omitimos a seguinte didascália: entre -18 e -19 Seu pai lhe dizia.
|
Go Back
|
0159:95 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 6069)
[0255 Apuesta ganada and 0149 Galiarda y Florencios, contam.]
Versión de Queimada (c. Armamar, dist. Viseu, Beira Alta, Portugal).
Recogida 23/09/1910 Publicada en Leite de Vasconcellos 1958-1960, I, 103-104. Reeditada en Pinto-Correia 1987a, 397-399; Pinto-Correa 1994, 258-259 y RºPortTOM 2000, vol. 1, nº 161, pp. 304-306. © Fundação Calouste Gulbenkian. 112 hemist. Música no registrada. |
|
|
--Aposto, senhora mãe, qu` eu também hei-d` apostar: |
2 |
hei-d` enganar Mariana antes do galo cantar. |
|
--Tu não apostes, meu filho, nem te dês por apostar, |
4 |
Mariana é sesuda, não na deves enganar. |
|
--Cal`-se lá, minha mãe, já se devera a calar, |
6 |
do modo que hei-d` enganá-la ninguém no há-de inventar. |
|
Hei-de me vestir de dama, no jardim a passear.-- |
8 |
--Oh, que donzela é aquela qu` ali anda a donzelar? |
|
--Eu donzela sou, menina, das bandas dalém do mar, |
10 |
tenho minha teia a urdir, fiado venho buscar. |
|
--Esse fiado, menina, `inda está por dò binar. |
12 |
--Avie-se lá, menina, faça bem por s` aviar, |
|
que já vão sendo bem horas d` eu passar além do mar. |
14 |
--`Inda aqui tenho umas casas para a menina descansar; |
|
`inda ali `stão meus criados para a ir acompanhar. |
16 |
--Os seus criados, menina, comigo vão defamar, |
|
bem pudera ir, menina, aos pés da cama ficar!-- |
18 |
Lá dado à meia-noite, Mariana a gritar. |
|
--Tu não grites, Mariana, nem te dês a defamar. |
20 |
Eu sou Calres de Além-Mar, contigo hei-de casar. |
|
`Inda não era manhã, já s` ele estava a gabar, |
22 |
qu` enganou uma menina, que não havia outra tal. |
|
Donde estavam seus irmãos, aquilo par`cia mal. |
24 |
Foram para sua casa, aflitos, a gritar: |
|
--Adeus, cara de cadela, olhos de gazia real! |
26 |
Diz-me de quem andas grávida, senão irás a queimar. |
|
--Não se me dá que me queimem, nem que me mandem queimar, |
28 |
só se me dá do meu ventre, que é de sangue real. |
|
Oh, quem me dera um pai ou ao menos um criado, |
30 |
que me comesse o meu pão, meu dinheiro a ganhar, |
|
que me levasse esta carta a Dom Carles de Além-Mar! |
32 |
--Escreve-a lá, ó prima, qu` eu lá ta irei levar. |
|
--Diz-me lá, ó chiquete, se la sabes entregar. |
34 |
Se o topares a jantar, deixará-lo acabar; |
|
se o topares a passear, melhor la podes entregar.-- |
36 |
Tão grande foi a fortuna, a passeá`lo achou! |
|
Deitou joelho em terra, sua carta l`entregou. |
38 |
--A menina que enganou amanhã vai a queimar. |
|
--Tu, se mo dizes deveras, mandou-te dar de jantar; |
40 |
se mo dizes a mangar, breve te mando matar. |
|
Ela, ela, meus criados, minhas mulas a ferrar, |
42 |
com ferraduras de bronze que se não possam desgastar! |
|
jornadinha do oito dias numa noite s` há-de andar.-- |
44 |
Chegou ao meio da serra, já encontrou a justiça. |
|
--Arreda, arreda, justiça, senão fazem-t` arredar! |
46 |
A menina que aí levas `inda `stá por confessar. |
|
--Confesse-a aí, fradinho, enquanto vamos jantar. |
48 |
--Subam-ma aqui p`ra cima, farei pola confessar, |
|
eu sou coixo duma perna, não me posso desapear. |
50 |
Confesse-se a mim, menina, a mim s` há-de confessar, |
|
no meio da confissão um beijinho m` há-de dar. |
52 |
--Tate, tate, tal fradinho, tal mandado não farei, |
|
boca que Dom Calres beije não é p`ra frade beijar. |
54 |
--Confesse-se a mim, menina, a mim s` há-de confessar, |
|
nas ancas da minha mula a hei-de pôr a montar. |
56 |
Quero vê`lo atrevido que a aqui virá buscar!-- |
| |
Nota: Apuesta ganada, vv. 1-20Galiarda y Florencios, vv. 21-23 (o 26). -43a do (sic).
|
Go Back
|
0159:96 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 6070)
[0255 Apuesta ganada and 0149 Galiarda y Florencios + 0469 Infanta preñada, contam.]
Versión de Outeiro de Espinho (c. Mangualde, dist. Viseu, Beira Alta, Portugal).
Documentada en o antes de 1958. Publicada en Leite de Vasconcellos 1958-1960, I, 106-108. Reeditada en Pinto-Correia 1987a, 401-403; Pinto-Correa 1994, 261-262 y RºPortTOM 2000, vol. 1, nº 162, p. 306-308. © Fundação Calouste Gulbenkian. 116 hemist. Música no registrada. |
|
|
--Vou-me fazer uma aposta de perder ou de ganhar, |
2 |
de dormir com Mariana antes do galo cantar. |
|
--Não apostes, ó meu filho, nem te botes a apostar, |
4 |
Mariana é muito fina, não se deixa enganar. |
|
--Vou-me vestir de donzela, ao quintal vou passear. |
6 |
--Que donzela seria aquela qu` ali anda a passear? |
|
--Sou uma tecedeirinha nova, das bandas dalém do mar; |
8 |
a teia tenho urdida, a seda venho buscar. |
|
--A seda tenho-a eu, mas `inda está por dobar. |
10 |
--Dobe-a, minha senhora, depressa não devagar, |
|
que as donzelas pela rua, de noite, parecem mal. |
12 |
--Não se aflija, donzela, qu` em minha casa dormirá. |
|
--Casa de muitos criados, algum s` adiantará. |
14 |
--Não se aflija, donzela, que em meu quarto dormirá.-- |
|
A donzela, de contente, nem à noite quis cear. |
16 |
--Vamos à cama, menina, que tenho de madrugar. |
|
Lá pela noite adiante, Mariana dava ais. |
18 |
--`Scuta, `scuta, Mariana, que te mando eu `scutar: |
|
se teu pai nos aqui ouve, aqui nos manda matar; |
20 |
se quiseres alguma coisa, tu me mandarás chamar; |
|
sou este mesmo, senhora, o conde de Montalvar. |
22 |
`Inda o sol não era nado, já se ele tinha gabado |
|
que dormira com Mariana antes do galo cantar. |
24 |
Já ia nos oito meses, já para os nove andava. |
|
--Que é isso, Mariana, que é da saia empinada? |
26 |
--Isto é do alfaiate, que a não sabe talhar. |
|
--Venham cá dois alfaiates tirar o erro à saia. |
28 |
--Esta saia não tem ponta, nem da saia mal talhada... |
|
É certo e mais que certo Mariana andar pejada. |
30 |
--Hoje se ajunta a lenha, amanhã será queimada. |
|
--Não haver um passageiro, que meu pão queira ganhar, |
32 |
que me levara esta carta ao conde de Montalvar! |
|
--`Screva lá, mana minha, depressa, não devagar, |
34 |
qu` aqui `stá um passageiro, já la lá vai entregar. |
|
--Se o achares a dormir, deixarei-lo acordar; |
36 |
se o achares a jantar, deixarei-lo acabar; |
|
se o achares no passeio, lá la ireis entregar.-- |
38 |
--Deus vos salve, meu senhor, no seu passeio real! |
|
--Deus vos salve, passageiro, tão bem me sabeis falar! |
40 |
Que novas me trazeis vós de minha dama real? |
|
--Aqui vos trago uma carta que ela vos fará chorar: |
42 |
hoje se arranja a lenha, amanhã se irá queimar. |
|
--Não se me dá qu` a queimem, nem que deixem de queimar, |
44 |
dá-se-me só do seu ventre que leva sangue real. |
|
Ala, ala, meus criados, meus cavalos a ferrar |
46 |
com ferraduras de bronze que se não possam gastar. |
|
Ferradinhos à s avessas ninguém nos há-de apanhar, |
48 |
que jornada de oito dias `inda hoje hemos de andar.-- |
|
Já iam numa liteira, já iam para a queimar. |
50 |
--Cesse, cesse, essa liteira, senão a faço cessar, |
|
qu` a menina que vai nela `inda vai por confessar. |
52 |
--Confesse-a, senhor fradinho, enquanto vamos jantar. |
|
--Se ele a confissão é d` ano, tem muito que demorar. |
54 |
No meio da confissão um beijinho m` há-de dar. |
|
--Não prometa a Deus do céu nem aos santos do altar, |
56 |
onde conde pô` lo rosto f rade não há-de beijar; |
|
pelo rir me está par`cendo o conde de Montalvar. |
58 |
--Sou este mesmo, senhora, que a venho cá buscar. |
|
Vamos a amontar, menina, e vamos a caminhar. |
58 |
Diga agora ao seu paizinho que a venha cá buscar!-- |
| |
Variantes: -13b algum me afrontará; -16a vamos à cama, senhora; -47 Ferraduras à s avessas / que não nos possam pilhar.// Nota: Apuesta ganada, vv. 1-21, Galiarda y Florencios, vv. 22-23, Infanta preñada, vv 24-29.
|
Go Back
|
0159:97 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 6071)
[0255 Apuesta ganada and 0149 Galiarda y Florencios, contam.]
Versión de Barrô (c. Resende, dist. Viseu, Beira Alta, Portugal).
Recitada por una vieja. Recogida 00/00/1908 Publicada en Leite de Vasconcellos 1958-1960, I, 101-103. Reeditada en Pinto-Correia 1987a, 394-397; Pinto-Correa 1994, 257-258 y RºPortTOM 2000, vol. 1, nº 163, pp. 308-310. © Fundação Calouste Gulbenkian. 130 hemist. Música no registrada. |
|
|
--Minha mãe, faça-m` a ceia depressa, não devagar, |
2 |
que tenho u~a aposta feita de perder ou de ganhar: |
|
de enganar a Imbelina sem ninguém o inventar. |
4 |
--Filho, não faças apostas, deixa-te de apostar, |
|
Imbelina é muito fina, não se deixa enganar. |
6 |
--Do modo que há-de ser, ninguém no há-d` inventar: |
|
hei-de me vestir de dama, ir ao quintal passear.-- |
8 |
--Quem será aquela dama no quintal anda a passear? |
|
--Sou filha da tecedeira, a teia venho buscar, |
10 |
doba, doba, dobadoira, depressa, não devagar! |
|
--Eu tenho belos criados, p`ra com a menina mandar. |
12 |
--Não quero os seus criados, nem neles há que fiar. |
|
Doba, doba, dobadoira, depressa, não devagar! |
14 |
--Também tenho bela roupa para a menina deitar. |
|
--Não quero a sua roupa, nem nela há que fiar. |
16 |
Doba, doba, dobadoira, depressa, não devagar! |
|
--Também tenho bela filha p`ra com a menina deitar.-- |
18 |
Ele, que ouviu isto, não l` apeteceu a cear. |
|
Lá pela noite adiante, Imbelina começou a gritar. |
20 |
--Não chores, ó Imbelina, não te queiras defamar, |
|
eu sou um rapaz solteiro, contigo quero casar.-- |
22 |
`Inda não era bem dia, aos manos se foi gabar, |
|
qu` enganou a melhor moça que havia em Portugal. |
24 |
Dizem os manos uns para os outros: --Quem é? Quem seria ela? |
|
Nossa mana Imbelina, que não há oitra como ela.-- |
26 |
Disseram os manos mais velhos: --Vamo-la nós a matar?-- |
|
O mais novo deles todos: --Vamo-la nós a casar? |
28 |
Com fama de algum dote alguém na há-d` aceitar.-- |
|
Ela, que ouviu isto, p`ra o seu quarto foi chorar. |
30 |
--Quem me dera ter um mano que m` ele fosse leal! |
|
que me fosse levar cartas a duque dalém do mar! |
32 |
--Fá-las lá, ó querida mana, eu lá tas irei levar. |
|
--Tu `inda és muito novo, não le saberás falar. |
34 |
S` ele estiver a dormir, o deixarás acordar; |
|
s` ele estiver a jantar, o deixarás acabar; |
36 |
s` ele andar a passear, é boa maré de le falar. |
|
Em tão boa hora ele foi, que lá andava a passear. |
38 |
--Aceite, real senhor, cartas de grande pesar: |
|
minha mana Imbelina, qu` ela lá vai a queimar. |
40 |
--Não se me dá que a queimem, nem que a deixem de queimar, |
|
dá-se-me do que ela leva, que leva sangue real. |
42 |
Venha cá, ó minha mãe, conselho me venha dar; |
|
a minha querida Imbelina qu` ela lá vai a queimar. |
44 |
--Filho, se estás vestido de duque, de frade te vai mudar, |
|
vai esperá-la ao caminho, que a queres confessar. |
46 |
--Donde vai esta menina, tão nova por confessar? |
|
--Ou tu és amante dela, ou me la queres roubar. |
48 |
--Eu nem sou amante dela, nem vo-la quero roubar, |
|
sou um frade franciscano que a quero confessar. |
50 |
Ajoelhe-s` aqui, menina, que a quero confessar, |
|
no meio da confissão dois abraços m` há-de dar. |
52 |
--Isso não permita Deus, nem nos santos do altar, |
|
abraços que dei a duque não é para padre levar. |
54 |
--Ajoelh-s` aqui, menina, que a quero confessar, |
|
no meio da confissão dois beijinhos m` há-de dar. |
56 |
--Isso não permita Deus, nem nos santos do altar, |
|
beijinhos que dei a duque não é p`ra padre levar. |
58 |
--Tire esse anel do seu dedo, que a vai a condenar. |
|
--Não se me dá que condane, nem que deixe de condenar, |
60 |
aonde eu for morrer, o anel há-de acabar. |
|
--Pelo riso que me dais par`ceis duque dalém do mar. |
62 |
Virias tirar de mim senão p`ra m` experimentar? |
|
--Nem sou padre, nem sou frade, nem na quero confessar, |
64 |
vim aqui unicamente senão p`ra a experimentar. |
|
--Se quijereis a Imbelina, das mãos ma vinde tirar!-- |
| |
Nota: Apuesta ganada, vv. 1-20; Galiarda y Florencios, vv. 21-28. Nota del editor de RºPortTOM 2000: Omitimos as seguintes didascálias: Entre -60 e -61 Ele riu-se; entre -64 e -65 Para a justiça.
|
Go Back
|
0159:98 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 6072)
[0149 Galiarda y Florencios, contam.]
Versión de Resende s. l. (c. Resende, dist. Viseu, Beira Alta, Portugal).
Recitada por una vieja. Recogida 00/00/1908 Publicada en Leite de Vasconcellos 1958-1960, I, 81-82. Reeditada en Pinto-Correia 1987a, 316-318; Pinto-Correa 1994, 208-206 y RºPortTOM 2000, vol. 1, nº 164, pp. 310-311. © Fundação Calouste Gulbenkian. 072 hemist. Música no registrada. |
|
|
--Esta noite, meus senhores, enganei uma donzela, |
2 |
do que eu tive muita pena, muita pena tive dela!-- |
|
Dixeram seus manos todos: --Quem será? Quem será ela? |
4 |
Nossa prima Guilhermina que não há outra na terra!-- |
|
Disse o seu mano mais velho: --Vamo-la nós a matar?-- |
6 |
Disse o seu mano chigante: --Vamo nós a degolá-la?-- |
|
Disse o seu mano mais novo: --Vamo-la nós a casar? |
8 |
Com fama de grande dote, alguém a há-d` aceitar.-- |
|
Sua mana ouvia isto, para o quarto foi chorar. |
10 |
--Quem me dera agora aqui quem ma mim fosse leal! |
|
--`Screve, `screve, minha mana, qu` a carta t` irei levar. |
12 |
--Tu ainda és muito novo, não lhe saberás falar. |
|
Se o achares a dormir, deixará-lo acordar; |
14 |
se o achares a comer, à mesa lha vai levar.-- |
|
--Tamanha a fortuna minha, que o achei a passear! |
16 |
Pegue lá, ó senhor duque, carta de grande pesar: |
|
minha mana Guilhermina que a foram já queimar. |
18 |
--Tanto me dá que a queimem, como a deixem de queimar. |
|
Venha cá, ó minha mãe, que conselho me vem dar? |
20 |
--Andas vestido de duque, de padre te vai mudar. |
|
Vai-lhe sair ao caminho, que a queres confessar. |
22 |
No meio da confissão tu a podes experimentar.-- |
|
--Ó justiça, ó justiça, ó justiça meiroal, |
24 |
essa menina que aí vai `inda vai por confessar. |
|
Venha cá, minha menina, que a quero confessar, |
26 |
no meio da confissão um abraço m` há-de dar. |
|
--Não permita o Deus do céu, nem nos santos do altar, |
28 |
onde o duque pô` los braços oitre não lh` há-d` embarrar. |
|
--Venha cá, minha menina, que a quero confessar, |
30 |
no meio da confissão um beijinho m` há-de dar. |
|
--Foi juramento que fiz aos santinhos do altar, |
32 |
ond` o duque pô` los beiços oitre não lh` há-d` embarrar. |
|
--Venha cá, minha menina, comigo a hê-de levar |
34 |
ao palácio da rainha, lá iremos descansar. |
|
--Meu irmãozinho mais novo comigo hê-de levar, |
36 |
foi o que me livrou à morte, senão eu ia a queimar!-- |
| |
Nota: Galiarda y Florencios, vv 1-8.
|
Go Back
|
0159:99 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 6073)
[0149 Galiarda y Florencios and 0255 Apuesta ganada, contam.]
Versión de S. Cipriano (c. Resende, dist. Viseu, Beira Alta, Portugal).
Documentada en o antes de 1958. Publicada en Leite de Vasconcellos 1958-1960, I, 98-100. Reeditada en Pinto-Correia 1987a, 322-324; Pinto-Correa 1994, 208-210 y RºPortTOM 2000, vol. 1, nº 165, pp. 311-313. © Fundação Calouste Gulbenkian. 142 hemist. Música no registrada. |
|
|
--Deus te salve, ó Albaninha, filha do conde de Alva! |
2 |
--Vem com Deus, Carlos Pinto, presidente da Casa Real! |
|
Quem me dera u~a hora, se se não fora gabar. |
4 |
--Desta espada morra eu ou doutra que melhor cortar, |
|
se eu dormir com Albaninha, se eu dessa me for gabar. |
6 |
Foi o conde para casa [. . . . . . . . . . . . . . . . . . .] |
|
--Venha cá, ó minha mãe, conselhos me venha dar, |
8 |
que eu fiz hoje u~a aposta de perder ou de ganhar, |
|
de dormir com Albaninha antes dos galos cantar. |
10 |
--Num te digo que apostes, nem que deixes a apostar; |
|
Albaninha é muito fina, num se deixará enganar. |
12 |
Veste o meu manto de seda e por cima o meu brilhar, |
|
à porta da Albaninha te vai pôr a passear, |
14 |
fazendo de tecedeirinha nova, lá das Areias do Mar, |
|
que tens a teia urdida e o fiado vais buscar.-- |
16 |
--Demore-se um bocadinho, que ele `inda está por dobar. |
|
--Dobe-o lá, ó menina; depressa, não devagar, |
18 |
que as tardes são uns chizitos, de noite num sei andar. |
|
--Assube cá para cima, [. . . . . . . . . . . . . . . . . . .] |
20 |
mandarei fazê` la ceia, comerá um grande manjar, |
|
mandarei fazê` la cama dormirá de par a par. |
22 |
--Eu assubira, menina, se não fora arrecear, |
|
lá pela noite adiante o seu pai me qu`rer matar. |
24 |
--Eu o susto do meu pai, eu lho vou afiançar: |
|
as chaves das altas torres eu lhas posso entregar.-- |
26 |
Lá pela noite adiante Albaninha deu um ai. |
|
--Tu que tens, ó Albaninha, tu que tens, ó filha minha? |
28 |
--Num se assuste, meu pai, nem se deixe de assustar, |
|
que isto foi um triste sonho que eu teria de passar.-- |
30 |
`Inda não era manhã ele na praça s` andava a gabar, |
|
que dormiu esta noite c` uma moça donzela. |
32 |
--Nunca vi cousa tão doce, nunca vi cousa tão bela!-- |
|
Tinha dois irmãos que ouviram: [. . . . . . . . . . . . . . . . . . .] |
34 |
--Quem seria, quem seria? Quem seria ela? |
|
Seria a nossa Albaninha que num havia outra melhor na terra?-- |
36 |
Dixeram um para o outro: --Vamo-la nós a queimar?-- |
|
Diz um deles: --Vamo-la nós a casar? |
38 |
Com fama de grande dote, alguém no-la há-de aceitar.-- |
|
--Quem me dera um mano que me fora bem leal! |
40 |
cartas ao Carlos Pinto ele fora à s Areias do Mar levar! |
|
--Fala lá, ó Albaninha, depressa, num devagar, |
42 |
que a jornada de três dias numa hora a quero andar. |
|
--Serás muito novinho, num lhe saberás falar. |
44 |
Se o achares a dormir, deixá-lo-ás acordar; |
|
se o achares à mesa, à mesa lha ireis levar.-- |
46 |
Foi tamanha a sua fortuna que o achou a passear. |
|
--Deus te salve, conde-de-rei, presidente da Casa Real! |
48 |
--Donde sereis vós, menino, que tão bem sabeis falar? |
|
--Sou mano da vossa conversada Albaninha, bei-la, lá vai a queimar. |
50 |
--Se soubesse que era verdade, ia-te dar de jantar; |
|
se soubesse que era mentira, mandava-te já matar! |
52 |
--Se quereis sabê` la verdade. [. . . . . . . . . . . . . . . . . . .] |
|
--Venha cá, ó minha mãe, conselhos me venha dar, |
54 |
que a minha conversada Albaninha, bê-la, lá vai a queimar. |
|
--Veste-te, meu filho, de frade, e pede para a confessar. |
56 |
No meio da confissão tu a podes experimentar.-- |
|
--Donde vais, ó justiça, ó justiça general? |
58 |
Onde levais essa menina que `inda vai por confessar? |
|
--Num sejas tu amante dela, que no-la venhas furtar. |
60 |
--Confesse-se lá, menina, depressa, não devagar, |
|
no meio da confissão um beijinho me há-de dar. |
62 |
--Nem Deus há-de permitir, nem os santos do altar, |
|
aonde Carlos pôs a boca o frade não se há-de gabar! |
64 |
--Confesse-se lá, menina, depressa, não devagar, |
|
no meio da confissão um abraço me há-de dar. |
66 |
--Nem Deus há-de permitir, nem os santos do altar; |
|
onde Carlos abraçou frade num há-de abraçar. |
68 |
--Confesse-se lá, menina, depressa, não devagar, |
|
no meio da confissão uma prenda me há-de dar. |
70 |
--Nem Deus há-de permitir, nem os santos do altar, |
|
onde acabar Albaninha a lembrança há-de acabar. |
72 |
--Pois eu sou o mesmo Carlos que te venho resgatar, |
|
aos palácios de teu pai nós hemos de ir passear.-- |
| |
Nota: Galiarda y Florencios, vv. 1-4 y 30-38; Apuesta ganada, vv. 5-29. Nota del editor de RºPortTOM 2000: Omitimos as seguintes didascálias: Antes de -1 Era uma menina que se chamava Albana. Estava uma vez à janela e passou o filho do conde e disse-lhe; entre -15 e -16 Aqui o povo diz que ele foi em figura de tecedeira; entre -18 e -19 Ela reconheceu-o; entre -38 e -39 Eles foram para casa. Diz ela ao irmão mais novo; entre -59 e -60 A justiça deixou e ele foi-a confessar.
|
Go Back
|
0159:100 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 6074)
[0255 Apuesta ganada and 0149 Galiarda y Florencios, contam.]
Versión de Ervedosa do Douro (c. S. João da Pesqueira, dist. Viseu, Beira Alta, Portugal).
Recogida 00/00/1908 Publicada en Leite de Vasconcellos 1958-1960, I, 105-106. Reeditada en Pinto-Correia 1987a, 399-401; Pinto-Correa 1994, 260-261 y RºPortTOM 2000, vol. 1, nº 166, pp. 313-315. © Fundação Calouste Gulbenkian. 120 hemist. Música no registrada. |
|
|
--Minha mãe, faça-ma ceia depressa, não devagar, |
2 |
que eu tenho uma aposta feita de perder ou de ganhar: |
|
de enganar a Albaninha antes de os galos cantar. |
4 |
--Não apostes, ó meu filho, e nem deixes de apostar, |
|
qu` Albaninha é muito fina, não se deixa inganar. |
6 |
--Di o modo que há-de ser ninguém há-d` adivinhar: |
|
hei-de-me vestir de dama, ao jardim vou passear. |
8 |
--Oh, que linda dama ali anda no jardim a passear! |
|
--Sou filha da tecedeira, fiado venho buscar. |
10 |
Avie-se lá, ó menina, depressa, não devagar, |
|
que eu sou menina nova, de noite não sei andar. |
12 |
--Também tenho bons criados p`ra a menina acompanhar. |
|
--Eu sou menina nova: em moços não confiar! |
14 |
--Também tenho aí boa cama p`ra com minha filha ficar. |
|
A dama que ouviu isso, já nem quije cear. |
16 |
Lá pela noite adiante Albaninha fez gritar. |
|
--Não grites, ó Albaninha, não te queiras defamar, |
18 |
que eu sou um rapaz solteiro, contigo posso casar. |
|
`Inda não era bem dia, ` ó jogo se foi gabar, |
20 |
qu` enganou uma menina mais linda de Portugal. |
|
Dixe um irmão para outro: --Quem foi ou quem seria? |
22 |
--Foi a nossa Albaninha que não há outra na freguesia... |
|
Dixe o irmão mais velho: --Vamo-la nós a matar? |
24 |
Dixe o irmão chigante: --Vamo-la nós degolar? |
|
Dixe o irmão mais novo: --Demos-lhe um dote p`ra se casar.-- |
26 |
--Oh, quem me dera um irmão que m` ele fosse leal, |
|
que me levasse esta carta ao palácio de Montalvar! |
28 |
--Faze-a lá, ó Albaninha, depressa, não devagar, |
|
a jornada de três dias em três horas a hei-d` andar. |
30 |
--Ainda és muito novo, não le saberás falar. |
|
Se ele estiver a dormir, deixarás-i-o acordar; |
32 |
se ele estiver a jantar, deixarás-i-o acabar; |
|
se ele andar a passear, a carta vai entregar.-- |
34 |
--Tu de quem és, ó menino, que tão bem sabes falar? |
|
--Sou irmão da Albaninha, que amanhã vai a queimar. |
36 |
--Não quero saber de Albaninha, nem dela me hei-de importar, |
|
só me dá do ventre dela, que leva sangue real.-- |
38 |
Ele foi para casa, com a mãe se foi `conselhar. |
|
--Minha mãe, dê-m` um conselho, um conselho me há-de dar, |
40 |
a pobre da Albaninha amanhã vai a queimar. |
|
--Veste-te de padre, meu filho, e a podes ir confessar, |
42 |
no meio da confissão a podes experimentar.-- |
|
--Onde levais essa menina, tão nova, por confessar? |
44 |
--Confesse-a lá, ó padre, depressa, não devagar, |
|
que a lenha está a arder, o lume está-se a apagar. |
46 |
--Confessa-te lá, menina, depressa, não devagar, |
|
no meio da confissão um beijinho me hás-de dar. |
48 |
--Não permita Deus do céu, nem os santos do altar, |
|
boca que conde beijou não é p`ra o padre beijar. |
50 |
--Confessa-te lá, menina, depressa, não devagar, |
|
no meio da confissão um abraço me hás-de dar. |
52 |
--Não permita Deus do céu, nem os santos do altar, |
|
braços que o conde abraçou não são para o padre abraçar. |
54 |
--Confessa-te lá, menina, depressa, não devagar, |
|
no meio da confissão esse anel me hás-de dar. |
56 |
--Não permita Deus do céu, nem os santos do altar, |
|
anel que o conde me deu não é para o padre gozar. |
58 |
--Ala, ala, meu cavalo, lá p`r`à s bandas do mar! |
|
Dize agora aos teus manos que te venham cá buscar! |
60 |
Também tenho facas de bronze p`ra mil facadas lhe dar!-- |
| |
Nota: Apuesta ganada, vv. 1-18; Galiarda y Florencios, vv. 19-25
|
Go Back
|
0159:101 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 6075)
[0255 Apuesta ganada and 0469 Infanta preñada + 0169 Hermana cautiva, contam.]
Versión de Mondim da Beira (c. Tarouca, dist. Viseu., Beira Alta, Portugal).
Recogida 29/08/1877 Publicada en Leite de Vasconcellos 1881, 15-19; Leite de Vasconcellos 1938, 959-962; Leite de Vasconcellos 1958-1960, 95-97. Reeditada en Guerreiro 1976, 35; Guerreiro 1982, 33; Pinto-Correia 1987a, 369-371; Pinto-Correa 1994, 240-241 y RºPortTOM 2000, vol. 1, nº 167, pp. 315-317. © Fundação Calouste Gulbenkian. 096 hemist. Música no registrada. |
|
|
--Apostou a senhora mãe, ou a perder ou ganhar, |
2 |
como enganava Mariana antes do galo cantar. |
|
--Cala-te lá, ó meu filho, ninguém te ouça dizer tal; |
4 |
Mariana é muito fina, não se deixa enganar. |
|
--Hei-de-me vestir de dama e pôr a passeiar.-- |
6 |
--Que donzela será aquela que anda a passeiar? |
|
--Sou filha da tecedeira, [. . . . . . . . . . . . . . . . . . .] |
8 |
que a teia espera urdida, e a seda venho buscar. |
|
--A seda ali a tenho, mas ainda está por dobar. |
10 |
--Mande-a dobar depressa que não eja devagar, |
|
que as donzelas de noite pelo caminho parece mal. |
12 |
--No lugar de minha cama, donzela pode ficar. |
|
--No lugar da sua cama não poderei eu ficar, |
14 |
que estejam lá seus criados que me possam afrontar. |
|
--Meus criados não `stão cá, que já os mandei para o mar.-- |
16 |
Lá pela noite adiante Mariana gritos dava. |
|
--Cala-te lá, Mariana, não queiras difamar, |
18 |
que eu Dom Carlos sou, menina, contigo hei-de casar.-- |
|
Indo para os nove meses, teu pai te há-de perguntar: |
20 |
--Que é isso, Mariana, que te levanta a saia? |
|
--Ou a roda é mal talhada, ou a prega é mal assente.-- |
22 |
Mandou o pai chamar dois mestres em quem se muito fiava. |
|
Olharam um para o outro, armaram uma risada. |
24 |
--Confessa-te, Mariana, [. . . . . . . . . . . . . . . . . . .] |
|
que hoje te cortam a lenha, amanhã te vão queimar. |
26 |
--Não se me dá que me queimem, nem que me queiram queimar, |
|
só se me dá do meu ventre, que leva sangue real.-- |
28 |
Foi-se a casa de uma viúva em quem muito se fiava. |
|
--Se por `i houvesse um chiquito, que ele muito caminhara, |
30 |
que me levara uma carta a Dom Carlos de-la-Mar: |
|
se o topar a passeiar, carta lhe pode entregar; |
32 |
se o topar a jantar, deixarei-lo abancar; |
|
se o achasse a dormir deixasse-lo recordar.-- |
34 |
O chiquito, pelo muito caminhar, atopou-o a passeiar. |
|
--Tome lá, senhor Dom Carlos, esta carta de muito pesar.-- |
36 |
Saltou a ler a carta, seus olhinhos a chorar; |
|
mandou chamar seus criados que os cavalos fossem ferrar, |
38 |
com ferraduras de bronze, que se não pudessem gastar, |
|
que a jornada é de três dias e esta noite se há-de andar. |
40 |
--Donde levam essa menina, que `inda vai por confessar? |
|
--Confesse-a, senhor padre, enquanto vamos jantar. |
42 |
--No meio da confissão um beijinho lhe quero dar. |
|
--Cale-se lá, senhor padre, ninguém lhe oiça dizer tal; |
44 |
quem Dom Carlos beijou mais ninguém há-de beijar. |
|
--Eu Dom Carlos sou, menina, que a aqui venho buscar; |
46 |
se o seu pai apar`cer na terra, eu o mandarei queimar.-- |
|
Pegou nela e aventou com ela para palácio. |
48 |
--Se vens para minha filha, anda cá para os meus braços: |
|
se vens para minha nora entra cá para esse palácio.-- |
| |
Nota: Apuesta ganada, vv. 1-18; Infanta preñada, vv. 19-23; Hermana cautiva, vv. 48-49. Notas del editor de RºPortTOM 2000: -10b eja ~ nanja. Guerreiro (1976) e Guerreiro (1982) editam apenas 4 versos desta versão.
|
Go Back
|
0159:102 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 6076)
Versión de Tarouca s. l. (c. Tarouca, dist. Viseu, Beira Alta, Portugal).
Documentada en o antes de 1958. Publicada en Leite de Vasconcellos 1881, 23-25; Leite de Vasconcellos 1938, 965-967; Leite de Vasconcellos 1958-1960, 97-98. Reeditada en Pinto-Correia 1987a, 371-373; Pinto-Correa 1994, 241-242 y RºPortTOM 2000, vol. 1, nº 168, pp. 317-318. © Fundação Calouste Gulbenkian. 066 hemist. Música no registrada. |
|
|
--Que senhora é aquela das bandas de além do mar? |
2 |
--Tecedeira sou, senhora, a teia venho buscar. |
|
--A seda ali a tenho, senhora, está por dobar. |
4 |
--Mandai-a dobar, senhora, enquanto vamos ceiar. |
|
--No cabo da minha cama você pode descansar. |
6 |
--Táte, táte, Mariana, não te queiras difamar, |
|
que eu sou o menino Dom Carlos, contigo hei-de casar.-- |
8 |
Lá junto aos nove meses, teu pai te há-de perguntar: |
|
--Que é isso, Mariana, dessa saia alevantada? |
10 |
É do refego mal assente e da saia mal talhada.-- |
|
Mandou chamar os mestres todos em quem se ele mais fiava. |
12 |
Olharam uns para os outros, armaram uma risada. |
|
--Esta saia não tem erro, essa saia não tem nada; |
14 |
a senhora Dona Mariana, a menina, anda pejada. |
|
--Amanhã se corta a lenha, e depois se vai queimar. |
16 |
--Não haverá por `i um chiquito que me comesse o meu pão, |
|
que me entregasse esta carta a Dom Carlos do Marão? |
18 |
Se o achardes a dormir, deixarei-lo acordar, |
|
se o achardes a comer, deixarei-lo acabar; |
20 |
se o achardes a passear, esta carta lhe entregai.-- |
|
Ele assim que a lá viu chamou por seus criados. |
22 |
--Ala, ala, meus chiquitos, meus cavalos a ferrar, |
|
com ferraduras de bronze, que se não hão-de desgastar; |
24 |
uma jornada de oito léguas, numa noite se há-de andar. |
|
--Tenha mão, ó justiça, tenha mão, venha devagar, |
26 |
que essa menina que aqui vai, `inda vai por confessar.-- |
|
--Confesse-se a mim, menina, que a aqui venho esperar, |
28 |
dentro daquela capela, detrás d` aquele olival. |
|
Persine-se lá, menina, torne-se a persinar, |
30 |
no meio da confissão um beijinho me há-de dar. |
|
--Boca que Dom Carlos beijou, nenhum frade há-de beijar. |
32 |
--Quem quiser a Mariana, das mãos ma há-de tirar; |
|
quem quiser a Mariana, primeiro lhe há-de custar.-- |
| |
Nota: Apuesta ganada, vv. 1-7; Infanta preñada, vv. 8-14. Nota del editor de RºPortTOM 2000: Omitimos a seguinte didascália: entre -24 e -25 Dom Carlos na ocasião em que Mariana ía a queimar.
|
Go Back
|
0159:103 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 6077)
[0255 Apuesta ganada and 0149 Galiarda y Florencios, contam.]
Versión de Tinalhas (c. Castelo Branco, dist. Castelo Branco, Beira Baixa, Portugal).
Recitada por Maria Guilhermina (41a). Documentada en o antes de 1954. Publicada en Dias Martins 1954, 257-260. Reeditada en Galhoz 1987-1988, 30-31; Pinto-Correia 1987a, 442-444; Pinto-Correa 1994, 288-289 y RºPortTOM 2000, vol. 1, nº 169, pp. 318-319. © Fundação Calouste Gulbenkian. 102 hemist. Música no registrada. |
|
|
--Esta noite fiz uma aposta protesto de a ganhar: |
2 |
de enganar a Mariana antes do galo cantar. |
|
--Essa aposta não a faço que não é capaz de a ganhar. |
4 |
Mariana é discreta não se deixa enganar. |
|
--Hei-de me vestir com um trajo e ao jardim vou passear |
6 |
Mariana é cumprimenteira logo me vem a cumprimentar. |
|
--Que donzela é esta que ao jardim vem passear? |
8 |
--É a tecedeira Mariana, que vem das bandas do mar, |
|
tem a teia em falta e a falta vem a buscar. |
10 |
--Suba as escadas acima comigo se irá deitar.-- |
|
A donzela de contente já nem quis cear. |
12 |
Lá pela noite adiante Mariana queria gritar. |
|
--Cala-te aí, Mariana, bem te podes calar, |
14 |
que eu sou filho de gente, contigo posso casar.-- |
|
Ao outro dia, à s seis horas, já ele se estava a gabar. |
16 |
--Esta noite dormi eu com uma cara bem bela!-- |
|
Disseram uns para os outros: --Jesus! quem seria ela?-- |
18 |
Ajuntaram-se todos três e ao seu pai foram contar. |
|
--Prepara-te, ó Mariana, bem te podes preparar, |
20 |
hoje te arrancam a lenha amanhã te vão queimar. |
|
--Não se me dá que me queimem nem que me mande queimar, |
22 |
só tenho pena do meu ventre que leva sangue real. |
|
Quero aqui um menino de sete anos e mais não, |
24 |
que me vá levar esta carta ao conde de Montalvão. |
|
--Aqui tem o menino de sete anos e mais não. |
26 |
Se me quer alguma coisa escreva no coração. |
|
--Vá-me levar esta carta ao conde de Montalvão. |
28 |
Se o encontrar a dormir deixe-o primeiro acordar; |
|
se o encontrar a jantar deixe-o primeiro acabar. |
30 |
Se o encontrar a passear então é que é o falar.-- |
|
--Oh, que sorte foi a minha que o achei a passear! |
32 |
Bons dias, meu senhor! Só Deus o pode guardar! |
|
--Deus te guarde, meu menino, que tão bem sabes falar! |
34 |
--A menina com quem dormiu amanhã a vão queimar. |
|
--Alto, alto, meus criados, meus cavalos vão ferrar, |
36 |
com ferraduras de bronze para não se poder gastar |
|
que a jornada de oito dias numa noite se há-de andar.-- |
38 |
--Alto, ó meus senhores, a menina está por confessar. |
|
--Confesse-a o senhor padre enquanto vamos almoçar. |
40 |
--Confesse-se lá, menina, faça uma confissão bem feita, |
|
lá no meio da confissão, dá-me a sua mão direita. |
42 |
--Lá isso não faço eu, nem aos santos do altar, |
|
que onde Conde pôr a mão não há-de frade prantar. |
44 |
--Confesse-se lá, menina, trate de se confessar, |
|
lá no meio da confissão um beijinho me há-de dar. |
46 |
--Isso não faço eu, nem aos santos do altar, |
|
onde o Conde pôr o beiço não há-de frade prantar. |
48 |
O ar de rir que me deste parece Conde de Montalvar. |
|
--É esse mesmo, menina, que da morte a vem livrar. |
50 |
Amonte-se agora menina queira-se agora amontar, |
|
diga ao ladrão do seu pai que a venha agora a queimar.-- |
| |
Nota: Apuesta ganada, vv. 1-14; Galiarda y Florencios, vv. 15-18.
|
Go Back
|
0159:104 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 6078)
[0255 Apuesta ganada and 0149 Galiarda y Florencios, contam.]
Versión de Póvoa da Atalaia (c. Fundão, dist. Castelo Branco, Beira Baixa, Portugal).
Recitada por Ana Augusta Nabais (40a). Documentada en o antes de 1954. Publicada en Dias Martins 1954, 260-264. Reeditada en Galhoz 1987-1988, 28-30; Pinto-Correia 1987a, 449-451; Pinto-Correa 1994, 293-294 y RºPortTOM 2000, vol. 1, nº 170, pp. 320-321. © Fundação Calouste Gulbenkian. 103 hemist. Música no registrada. |
|
|
--Minha mãe, faça-me a ceia depressa, não devagar, |
2 |
que eu tenho uma aposta feita de perder ou de ganhar, |
|
de enganar a Alvaninha antes do galo cantar. |
4 |
--Deixa-te de apostas, meu filho, de apostas, de apostar, |
|
que Alvaninha é muito fina não se deixa enganar. |
6 |
--Da maneira que há-de ser ninguém a há-de salvar. |
|
Hei-de enganar a Alvaninha antes do galo cantar. |
8 |
Hei-de-me vestir de dama para o jardim vou a passear.-- |
|
--Oh! que madama tão linda ali anda a passear! |
10 |
--Sou filha da tecedeira o tear venho a buscar. |
|
--O tear que a menina quer ainda está por acabar. |
12 |
Espere aí um bocadinho que o há-de levar. |
|
--Eu sou uma triste dama de noite não posso andar! |
14 |
--Tenho criados e criadas para a menina acompanhar. |
|
--Nesses criados e criadas `inda não há que fiar! |
16 |
Tenho camas estofadas para a menina se deitar. |
|
--Nessas camas estofadas `inda não há que fiar. |
18 |
--Tenho corchas e lençóis para a menina se deitar. |
|
--Nessas corchas e lençóis `inda não há que fiar. |
20 |
--Tenho cama de cidadão para comigo a deitar.-- |
|
Ela deu de contente já não quis cear. |
22 |
Lá pela noite adiante Alvaninha a gritar. |
|
--Cala-te, ó Alvaninha, que te estás a desfamar. |
24 |
`Inda sou rapaz novo, `inda te posso aproveitar. |
|
--Só lhe peço, ó Dom Calros, que não se vá a gavar. |
26 |
`Inda não era manhã e na praça o estava a contar. |
|
--Esta noite dormi eu com uma bonita donzela! |
28 |
Desde que nasci `inté agora nunca vi coisa mais bela.-- |
|
Onde estavam dois irmãos. [. . . . . . . . . . . . . . . . . . .] |
30 |
--Seria a nossa Alvaninha que não há outra na terra?-- |
|
Disse o mais velho para o mais novo: --Vamo-la nós a queimar.-- |
32 |
Disse o mais novo para o mais velho: --Vamo-la nós, a casar.-- |
|
--Quem me dera um irmão que me fosse bem leal, |
34 |
que me levasse esta carta ao Dom Calros de Portugal. |
|
--Vai escreve-la, ó minha mana, que eu ta vou lá entregar. |
36 |
Diz-me lá, ó minha mana, como é que a hei-de entregar? |
|
--Se ele estiver a dormir espera, deixa-o acordar. |
38 |
Se ele andar a passear aí la hás-de entregar.-- |
|
--Alto, alto, ó Dom Calros alto, alto se quer altar. |
40 |
Cartas da nossa Alvaninha que amanhã vai-se queimar. |
|
--Tanto se me dá que a queimem como deixem de a queimar. |
42 |
O diabo das mulheres nos homens se vão fiar. |
|
Altos, altos, meus criados, meus cavalos vão ferrar |
44 |
que jornada de um mês numa hora a vamos andar.-- |
|
--Altos, altos, meus senhores, altos se querem altar: |
46 |
essa donzela que aí vai `inda está por confessar. |
|
Lá no meio da confissão um beijinho me há-de dar. |
48 |
--Isso é que eu não permeto nem aos santos do altar. |
|
Onde Dom Calros pôs o beiço não é para frade prantar. |
50 |
--Cala-te aí, ó Alvaninha, tudo isso me há-des dar. |
|
O teu irmão mais novo para casa o vamos levar. |
52 |
O teu irmão mais velho amanhã vai-se queimar.-- |
| |
Nota: Apuesta ganada, vv. 1-24; Galiarda y Florencios, vv. 25-32.
|
Go Back
|
0159:105 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 6079)
[0469 Infanta preñada, contam.]
Versión de Salvaterra do Extremo (c. Idanha-a-Nova, dist. Castelo Branco, Beira Baixa, Portugal).
Documentada en o antes de 1948. Publicada en Lopes Dias 1948, 49-52. Reeditada en RºPortTOM 2000, vol. 1, nº 171, pp. 321-322. © Fundação Calouste Gulbenkian. 090 hemist. Música no registrada. |
|
|
No quintal da Dona Ausência `stá uma árvore bem plantada, |
2 |
aquela que bulir nela logo ficará ocupada. |
|
Dona Ausência buliu nela, por ser a mais desgraçada. |
4 |
Lá no fim de sete meses já seu pai a reparava. |
|
--O que é isso, ó Dona Ausência, o que é isso dessa saia? |
6 |
--Esta saia não tem nada, o que está é mal talhada. |
|
Mandou chamar três mestras das melhores que havia em Braga. |
8 |
--Vejam lá, senhoras mestras, o que é isso dessa saia. |
|
--Esta saia não tem nada. Ela está mui bem talhada, |
10 |
lá no fim de nove meses ela será igualada. |
|
--Prepara-te, ó Dona Ausência, já te podes preparar, |
12 |
que hoje cortam a lenha amanhã te vão a queimar. |
|
Assomou-se a uma janela que deitava para o chão. |
14 |
--Há por aí algum pastor que queira comer do meu pão, |
|
que queira ir levar cartas ao Conde de Montalvão? |
16 |
--Aqui está um pastorinho que quer comer do seu pão, |
|
que quer ir a levar cartas ao Conde de Montalvão. |
18 |
--Se o achares a dormir deixa-o acordar, |
|
se o achares a comer deixa-o acabar, |
20 |
se o achares a passear cartas lhe irás entregar. |
|
Foi em tão boa hora que o achou a passear. |
22 |
--Cartas trago, senhor Conde, cartas de muito pesar, |
|
a pobre da Dona Ausência amanhã a vão queimar. |
24 |
--Não se me dá que a queimem nem que deixem de a queimar, |
|
dá-se-me só do seu ventre que leva sangue real. |
26 |
Não fosse ela tão tola, não se deixasse enganar. |
|
Mas dali por um momento começou a considerar. |
28 |
--Alto, alto, meus criados, meus cavalos a ferrar, |
|
com ferraduras de bronze que esta noite temos de andar |
30 |
lonjura de sete léguas, e numa hora se há-de andar. |
|
Tinham tudo preparado para a irem a queimar. |
32 |
--Alto, alto, meus senhores, má acção vão praticar, |
|
que essa senhora que aí vai, ela vai por confessar. |
34 |
--Confesse-a, senhor vigário, enquanto vamos almoçar. |
|
--Confesse-se, menina, confesse-se, confesse-se até acabar, |
36 |
que no meio da confissão um beijinho me há-de dar. |
|
--Não permita, Deus do céu, nem os santos do altar, |
38 |
que onde um Conde pôs a boca um frade venha a beijar. |
|
--Confesse-se, menina, confesse-se, confesse-se até acabar, |
40 |
que no meio da confissão um abraço me há-de dar. |
|
--Não permita, Deus do céu, nem os santos do altar, |
42 |
que onde um Conde pôs os braços um frade venha a abraçar. |
|
Montou-a no seu cavalo à sua terra a foi levar. |
44 |
--Acompanhai-me, ó cavaleiros, se me quereis acompanhar.-- |
|
Apenas chegou à sua terra, assim se foram casar. |
| |
Nota: Infanta preñada, vv 1-10.
|
Go Back
|
0159:106 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 6080)
[0149 Galiarda y Florencios, contam.]
Versión de Beira Baixa s. l. (dist. Castelo Branco, Beira Baixa, Portugal).
Documentada en o antes de 1867. Publicada en Braga 1867a, 83-86; Hardung 1877, I 198-201; RGP I 1906, (reed. facs. 1982) 368-371. Reeditada en Nascimento 1982, 152-154; Pinto-Correia 1987a, 269-271; Pinto-Correa 1994, 174-175 y RºPortTOM 2000, vol. 1, nº 172, pp. 323-324. © Fundação Calouste Gulbenkian. 104 hemist. Música no registrada. |
|
|
--Ó Lisarda, ó Lisarda, ó Lisarda meus amores, |
2 |
quem dormira uma só noite convosco nesses alvores. |
|
--Dormiríeis uma ou duas se não vos fosses gabar. |
4 |
--Tenho feito juramento na folhinha do missal, |
|
menina com quem dormir de eu a não ir difamar. |
6 |
Ainda não era manhã ao jogo se foi gabar. |
|
--Dormi esta noite com uma, não há na corte uma igual!-- |
8 |
Puseram-se uns para os outros: --Quem seria? Quem será?-- |
|
Aonde estava um irmão à mãe o veio contar, |
10 |
a mãe assim que o soube logo a mandou fechar. |
|
O pai perdeu confiança, lenha lhe mandou cortar. |
12 |
--Ó Lizarda, ó Lizarda, o pai te manda queimar. |
|
--Não se me dá que me queime, nem que me mande queimar; |
14 |
dá-se-me deste meu ventre que leva sangue real. |
|
Chegou a uma janela mui triste do coração. |
16 |
--Haverá por `i um pajem o qual queira do meu pão, |
|
que esse levasse uma carta ao conde de Montalvão? |
18 |
Apareceu-lhe um menino de sete anos e mais não. |
|
--Eu lha levarei, senhora, escrita no coração. |
20 |
--Se o achares a dormir deixa-o primeiro acordar; |
|
se o achares à janela, cartas lhe vás entregar. |
22 |
Foi fortuna do menino à janela o ir achar. |
|
--Cartas lhe trago, senhor, cartas de muito pesar; |
24 |
menina com quem dormistes amanhã a vão queimar. |
|
Não se lhe dá que a queimem, nem que a levem a queimar; |
26 |
dá-se-lhe só do seu ventre que leva sangue real. |
|
--Ala, ala, meus criados, cavalos ide ferrar, |
28 |
com ferraduras de bronze que não se hajam de gastar. |
|
Jornada de outo dias esta noite se há-de andar. |
30 |
Vestiu-se em trajos de frade começou a caminhar; |
|
quando chegou ao pé dela então já a iam queimar. |
32 |
--Quéde, quéde essa justiça, senão a farei quedar, |
|
a menina que aí levam ainda vai por confessar. |
34 |
--Confessai-a, senhor padre, enquanto vamos jantar; |
|
a confissão é de um ano, ela há-de-se demorar. |
36 |
--Venha cá, minha menina, faça confissão geral, |
|
no meio da confissão um beijinho me há-de dar. |
38 |
--Tenho feito juramento na folhinha do missal, |
|
boca que beijou o conde frade não há-de beijar. |
40 |
--Venha cá, minha menina, que a quero confessar; |
|
no meio da confissão um abraço me há-de dar. |
42 |
--Não permita Deus do céu nem os santos do altar, |
|
braços que o conde abraçaram frades não hão-de abraçar. |
44 |
Começa-se ele a sorrir no meio da confissão. |
|
--Pelo rir estás parecendo o Conde de Montalvão! |
46 |
--Esse sou, minha senhora, criado para a salvar. |
|
Montou-a no seu cavalo, foi à pressa a caminhar, |
48 |
quando veio a justiça não a puderam alcançar. |
|
--Digam agora a seus manos que a venham cá acusar; |
50 |
digam agora a sua mãe que a venha cá fechar; |
|
digam também a seu pai que a mande agora queimar! |
52 |
Vai na minha companhia para com ela casar.-- |
| |
Nota: Galiarda y Florencios, vv 1-10.
|
Go Back
|
0159:107 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 6081)
[0366 Conde preso and 0469 Infanta preñada, contam.]
Versión de Oliveira de Azeméis s. l. (c. Oliveira de Azeméis, dist. Aveiro, Beira Litoral, Portugal).
Documentada en o antes de 1958. Publicada en Leite de Vasconcellos 1958-1960, I, 79-80. Reeditada en Pinto-Correia 1987a, 261-262; Pinto-Correa 1994, 169-170 y RºPortTOM 2000, vol. 1, nº 173, pp. 324-325. © Fundação Calouste Gulbenkian. 068 hemist. Música no registrada. |
|
|
--Onde vai a Belassena, desta manhã de geada? |
2 |
--Quer tu visses, quer não visses, a meu pai não digas nada. |
|
Atrevido, confiado, a meu pai o foi dizer, |
4 |
à aula dos estudantes, onde ele estava a escrever. |
|
Logo veio para casa, logo se me pôs a mirar. |
6 |
--Que me mira, senhor pai, que tanto me está mirando? |
|
--Eu miro-te, ó Belassena, que me pareces pijada. |
8 |
--Não é disso, senhor pai, é da saia mal talhada.-- |
|
Mande chamar três obreiros, daqueles que eu mais amava. |
10 |
Vieram os três obreiros: --Esta saia não tem nada; |
|
saiba Vossa Majestade que a menina é pijada. |
12 |
--Prepara-te, ó Belassena, se te há-des preparar, |
|
amanhã por estas horas teu corpo vai a queimar. |
14 |
--Quem me dera um paigete, um paigete com vagar, |
|
mandava escrever a Dom Carlos novas de grande pesar. |
16 |
--Escreva, senhora, escreva, escreva se há-de escrever, |
|
jornadinha de três dias eu tenho para fazer. |
18 |
--Se mo dizes a brincar, eu vou-te dar de jantar; |
|
se mo dizes deveras, eu viro-me já a chorar.-- |
20 |
Mandou tirar o jantar para fingir que comia, |
|
mas as lágrimas eram tantas que pela mesa corriam. |
22 |
Mandou fechar o seu quarto, para fingir que dormia, |
|
mas os soluços eram tantos que até palácio tremia. |
24 |
Entrou sua mãe para dentro: --Que é isto, ó meu filho? |
|
--Novas de grande pesar: amanhã uma mana minha vai a queimar. |
26 |
Ala, ala, meus criados, meus cavalos a ferrar, |
|
com ferraduras de bronze para breve passear. |
28 |
Ponham-se à porta da igreja onde Belassena passar.-- |
|
--Cessa, cessa, justiça, cessa, se há-des cessar. |
30 |
--Ou vocês são amantes dela, ou nos a querem furtar. |
|
--Eu não sou amante dela, nem vos a quero furtar, |
32 |
eu sou um padre franciscano que a quero confessar. |
|
--Confessa, padre, confessa, confessa se há-des confessar, |
34 |
que no fim da confissão dois beijinhos te hei-de dar.-- |
| |
Nota: Conde preso, vv. 1-4; Infanta preñada, vv 5-11. Nota del editor de RºPortTOM 2000: Omitimos a seguinte didascália: depois de -34 E o rei que estava vestido de padre fugiu com ela a cavalo.
|
Go Back
|
0159:108 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 6082)
[0255 Apuesta ganada and 0149 Galiarda y Florencios, contam.]
Versión de Coja (c. Arganil, dist. Coimbra, Beira Litoral, Portugal).
Documentada en o antes de 1958. Publicada en Leite de Vasconcellos 1958-1960, I, 109-110. Reeditada en Pinto-Correia 1987a, 403-405; Pinto-Correa 1994, 263-264 y RºPortTOM 2000, vol. 1, nº 174, pp. 325-327. © Fundação Calouste Gulbenkian. 123 hemist. Música no registrada. |
|
|
--Uma aposta tenho, madre, a perder ou a ganhar, |
2 |
enganar a Mariana antes do galo cantar. |
|
--Não apostes, ó meu filho, não te deites a apostar, |
4 |
que Mariana é séria, não se deixa enganar. |
|
--Do modo que me eu visto Mariana hei-de enganar: |
6 |
hei-de me vestir de madama, para o jardim passear; |
|
Mariana, em me lá vendo, logo me vai falar.-- |
8 |
--Que donzela será aquela que além anda a passear? |
|
--Sou uma tecedeira nova, das praias de além do mar, |
10 |
tenho a teia urdida, fiado venho buscar. |
|
--Valha-me Deus, ó donzela, que ainda está por doubar. |
12 |
--Doube-a lá, senhora, depressa, não devagar, |
|
que isto donzelas, de noite, por estradas, parecem mal. |
14 |
--Tenho pretas e criadas para consigo mandar. |
|
--Onde há pretas e criadas há bem pouco que fiar; |
16 |
lá no meio do caminho bem me podem falsear. |
|
--Tenho colchas e colchinhas para consigo deitar.-- |
18 |
A donzela, de contente, nem à noite quis cear. |
|
--Vamo-nos deitar, senhora, se nos havemos de ir deitar, |
20 |
sábado de Nossa Senhora, não queira mais trabalhar.-- |
|
Lá junto à meia-noite Mariana quis gritar. |
22 |
--Não grites, ó Mariana, não te deites a infamar, |
|
que eu sou Dom Carlos de Além-Mar, contigo hei-de casar.-- |
24 |
Saiu por a porta fora, à taberna se foi gabar, |
|
que dormiu com uma menina como por aqui não havia. |
26 |
Olharam uns para os outros: --Quem seria? Quem será? |
|
--Só sendo a Mariana, filha do conde real.-- |
28 |
Lá estava um tio dela qu` ó irmão o foi contar. |
|
--Cala-te lá, meu irmão, não me queiras mais contar, |
30 |
hoje se faz a lenha, amanhã se irá queimar.-- |
|
A filha, que isto ouviu, pôs-se à janela a contar. |
32 |
--Não se me dá que me queimem, nem que me hajam de queimar, |
|
dá-se-me só do meu ventre que leva sangue real. |
34 |
Não haverá um pajenzito que meu pão queira ganhar, |
|
me vá levar esta carta a Dom Carlos de Além-Mar?-- |
36 |
Desceu um anjo do céu: --O teu pão quero ganhar. |
|
--Vai-me levar esta carta a Dom Carlos de Além-Mar. |
38 |
Se o achares a jantar, deixá-lo-ás acabar; |
|
se o achares a dormir, deixá-lo-ás repousar; |
40 |
se o achares a passear, então lhe ireis entregar.-- |
|
Foi tanta a sua fortuna que o achou a passear. |
42 |
--Venha com Deus, ó Dom Carlos, ó Dom Carlos de Além-Mar. |
|
--Venha com Deus, pajenzito, que tão bem sabe falar. |
44 |
Que é das novas que me dá da minha amada real? |
|
--Leia lá essa carta, que essa carta lho dirá. |
46 |
--Ala, ala, meus criados, mandem ferrar os cavalos, |
|
com ferraduras de bronze que não hajam de quebrar. |
48 |
Jornada de oito dias numa noite se há-de andar.-- |
|
Quando lá chegaram, já ia para queimar. |
50 |
--Cesse, cesse essa liteira, senão eu a farei cessar, |
|
que a menina que vai dentro ainda vai por confessar. |
52 |
--Confesse-a lá, meu padre, enquanto vamos jantar. |
|
--Venha cá, minha menina, que a quero confessar, |
54 |
no meio da confissão um beijinho me há-de dar. |
|
--Onde o duque pôs a boca frades não hão-de beijar. |
56 |
Por esse seu falar, parece Dom Carlos de Além-Mar. |
|
--Isso sou, minha menina, da morte a venho livrar, |
58 |
meta-se nessa liteira e faça-se caminhar. |
|
Diga ao ladrão de seu pai que a venha cá buscar. |
60 |
Se ele à minha terra for, [. . . . . . . . . . . . . . . . . . .] |
|
--Não faça isso, senhor, que isso me há-de custar, |
62 |
porque eu sou sua filha e custei-lhe a criar.-- |
| |
Nota: Apuesta ganada, vv. 1-23; Galiarda y Florencios, vv. 24-28.
|
Go Back
|
0159:109 Conde Claros en hábito de fraile (á) (ficha no.: 6083)
[0469 Infanta preñada, contam.]
Versión de Coimbra s. l. (c. Coimbra, dist. Coimbra, Beira Litoral, Portugal).
Documentada en o antes de 1867. Publicada en Braga 1867a, 87-89; Hardung 1877, I. 202-204; RGP I 1906, (feed. facs. 1982) 382-384. Reeditada en Nascimento 1982, 154-155; Pinto-Correia 1987a, 462-464; Pinto-Correa 1994, 303 y RºPortTOM 2000, vol. 1, nº 175, pp. 327-328. © Fundação Calouste Gulbenkian. 066 hemist. Música no registrada. |
|
|
A cidade de Coimbra tem uma fonte de água clara; |
2 |
as moças que bebem nela logo se vêem pejadas. |
|
Dona Areria bebeu nela logo se viu ocupada. |
4 |
Estando com seu pai à mesa seu pai que muito a mirava. |
|
--Dona Areria, Dona Areria, parece que estás pejada? |
6 |
--A culpa é dos alfaiates, que talharam mal a saia. |
|
Chamaram-se os alfaiates à sua sala fechada, |
8 |
olharam uns para os outros: --Esta saia não tem nada. |
|
Ao cabo de nove meses ela será abaixada. |
10 |
Arrecolheu-se ao seu quarto muito triste, desmaiada. |
|
--Dona Areria, Dona Areria, amanhã serás queimada. |
12 |
--Não se me dá que me queimem, que me tornem a queimar; |
|
dá-se-me deste meu ventre que é de mui nobre linhagem. |
14 |
Oh quem me dera um criado que me comera o meu pão; |
|
que me levara uma carta ao conde de Montalvão! |
16 |
--Escreva, menina, escreva, escreva do coração, |
|
que eu lhe levarei a carta ao conde de Montalvão. |
18 |
--Aqui tem, ó senhor conde, carta de muito pesar; |
|
menina com quem dormiu ela aí vem a queimar. |
20 |
--Se tu me dizes deveras, cavalos mando aprontar; |
|
a jornada de oito dias ainda hoje se há-de andar. |
22 |
Lá ao fim de nove léguas liteiras se hão-de encontrar. |
|
Vestiu-se em trajos de frade ao caminho a foi esperar; |
24 |
em chegando ao pé dela aos criados foi falar. |
|
--Pára, pára, ó da liteira, que eu te farei parar; |
26 |
a menina que vem dentro, ela vem por confessar. |
|
--Diga-me, minha menina, verdade me há-de falar, |
28 |
se teve amores com clérigos ou com frades, mal pesar? |
|
--Não tive amores com clérigos, nem frades de mal pesar; |
30 |
tive amores com Dom Carlos, por isso vou a queimar. |
|
--Lá no meio da confissão um beijinho me há-de dar. |
32 |
--Onde o conde pôs a boca padre algum lhe há-de tocar. |
|
--Pois Dom Carlos sou eu mesmo e contigo hei-de casar.-- |
| |
Nota: Infanta preñada, vv 1-10.
|
Go Back
|
0159:84 Conde Claros en hábito de fraile (á+é-a) (ficha no.: 6058)
[0149 Galiarda y Florencios, contam.]
Versión de Baião s. l. (c. Baião, dist. Porto, Douro Litoral, Portugal).
Recitada por una rapaza que lo oyó a una vieja. Documentada en o antes de 1958. Publicada en Leite de Vasconcellos 1958-1960, I, 66-67. Reeditada en Correia 1987a, 303-305; Pinto-Correia 1994, 196-197 y RºPortTOM 2000, vol. 1, nº 150, pp. 187-189. © Fundação Calouste Gulbenkian. 096 hemist. Música no registrada. |
|
|
--Imbulina, Imbulininha, filha do conde-real, |
2 |
quem me dera u~a hora, hora de te eu ir falar! |
|
--U~` hora não era nada, se te não foras gabar. |
4 |
--Desta espada morrei eu, ou doutra que mais cortar, |
|
se eu dormir com Imbulina, se eu dessa me for gabar!-- |
6 |
`Inda não era bem dia, já s` ele andava a gabar |
|
aos irmãos da Imbulina qu` andavam a passear. |
8 |
--Esta noite, meus senhores, dormi eu c` u~a donzela, |
|
[de`]s que nasci até agora nunca vi cousa mais bela!-- |
10 |
Olhou um irmão para o oitro : --Q`ais foi, q`ais será ela? |
|
--Nossa mana Imbulina, que não há oitra na terra! |
12 |
Dixe o irmão mais velho: --Vamo-la nós a queimar?-- |
|
Responde o mano mais novo: --Vamo-la nós a casar? |
14 |
Ou com fama ou com dote, alguém na há-de lograr.-- |
|
Imbulina, que ouviu isto, p`ra o seu quarto foi chorar. |
16 |
--Quem me dera um irmão qu`a mim me fosse leal! |
|
que me fosse luvar cartas aos duques dalém do mar!-- |
18 |
O mano mais novo ouviu: --`Screve, que eu tas vou levar. |
|
--Tu, como `inda és criança, não le saberás falar. |
20 |
Se o topares a dormir, deixará-lo acordar; |
|
se o topares a jantar, diz-le que le queres falar.-- |
22 |
Deu-me Deus por fortuna incontrá-lo a passear. |
|
--Pegue lá, ó senhor duques, cartas de grande pesar. |
24 |
Os seus primeiros amores amanhã vão a queimar. |
|
--Não se me dá que os queimem, nem que deixem de queimar, |
26 |
dá-se-me do ventre dela, que leva sangue real. |
|
Ande cá, ó minha mãe, conselhos me venha dar; |
28 |
os meus primeiros amores amanhã vão a queimar. |
|
--Se andas vestido de duque, de padre te podes mudar.-- |
30 |
--Pára, pára, procissão, que te mando eu parar! |
|
Essa menina que aí vai `inda vai por confessar. |
32 |
Ande cá, minha menina, que a quero confessar, |
|
no meio da confissão um abraço m` há-de dar. |
34 |
--Não permita Deus do céu, nem nos santos do altar, |
|
abraços que dei ao duque mais ninguém nos há-de dar. |
36 |
--Pára, pára, procissão, que te mando eu parar! |
|
Essa menina que aí vai `inda vai por confessar. |
38 |
Ande cá, minha menina, que a quero confessar, |
|
no meio da confissão beijinhos me há-de dar. |
40 |
--Não permita Deus do céu, nem nos santos do altar, |
|
beijos que dei ao duque mai` ninguém nos hei-de dar. |
42 |
--Pára, pára, procissão, que te mando eu parar! |
|
Essa menina que aí vai `inda vai por confessar. |
44 |
Ande cá, minha menina, que a quero confessar, |
|
no meio da confissão um anel me há-de dar. |
46 |
--Não permita Deus do céu, nem nos santos do altar, |
|
anel que me deu o duque mai` ninguém no hei-de dar; |
48 |
adonde eu for morrer o anel há-de acabar!-- |
| |
Nota: Galiarda y Florencios, vv 1-14.
|
Go Back
|
0159:85 Conde Claros en hábito de fraile (á+é-a) (ficha no.: 6059)
[0149 Galiarda y Florencios, contam.]
Versión de Baião s. l. (c. Baião, dist. Porto, Douro Litoral, Portugal).
Recogida 00/00/1908 Publicada en Leite de Vasconcellos 1958-1960, I, 67-68. Reeditada en Pinto-Correia 1987a, 305-306 (Pinto-Correia 1994, 197-198) y RºPortTOM 2000, vol. 1, nº 151, pp. 289-290. © Fundação Calouste Gulbenkian. 088 hemist. Música no registrada. |
|
|
--Imbelina, Imbelina, filha do conde-real, |
2 |
quem me dera ocasião, u~` hora de te ir falar! |
|
--Ele u~` hora não é nada, se te nu~ foras gabar. |
4 |
--Desta `spada morra eu, ou doutra de mais cortar, |
|
s` eu dormir com Imbelina, eu dessa me for gabar!-- |
6 |
`Inda não era bem dia, já se lá `ndava a gabar |
|
aos irmãos da Imbelina qu` andavam a passear. |
8 |
--Esta noite, meus senhores, eu dormi c` u~a donzela; |
|
dês que nasci até `gora nunca vi coisa tão bela!-- |
10 |
Viraram-se uns para os outros: --Quem seria? Quem foi ela? |
|
--Foi nossa mana Imbelina, que não há oitra na terra!-- |
12 |
Disse o mano mais velho: --Vamo-la nós a queimar?-- |
|
E disse o mais novo: --Vamo-la nós a casar? |
14 |
Ou com dote ou com fama, alguém na há-de lograr.-- |
|
Imbelina, qu` ouviu isto, para o seu quarto foi chorar. |
16 |
--Quem me dera um irmão, que me ele fora leal, |
|
que me fora levar cartas ao duque dalém do mar!-- |
18 |
Di`-lo mais novo: --Escreve, qu` eu tas vou levar. |
|
--Mas tu, como és criança, num le saberás falar. |
20 |
Se o achares a dormir, deixarás-lo acordar; |
|
se o achares a jantar, poderás-la entregar.-- |
22 |
Deu-le Deus por fortuna de o encontrar a passear. |
|
--Aqui tem, ó senhor duque, cartas de grande pesar. |
24 |
Sua querida Imbelina amanhã vai a queimar. |
|
--Nem se me dá que a queime`, como deixe` de queimar, |
26 |
dá-se-me do ventre dela que leva sangue real. |
|
Venha cá, ó minha mãe, conselho me venha dar, |
28 |
minha querida Imbelina amanhã vai a queimar. |
|
--S` andas vestido de duque, de padre te vai mudar: |
30 |
à serrinha de tal banda experimenta-a por confessar.-- |
|
--Venha cá, minha menina, que a quero confessar, |
32 |
no meio da confissão um beijinho me há-de dar. |
|
--Não permita Deus do céu, nem nos santos do altar, |
34 |
beijos que eu dei a duque a mais ninguém nos hei-de dar. |
|
--Venha cá, minha menina, que a quero confessar, |
36 |
no meio da confissão um abraço me há-de dar. |
|
--Não permita Deus do céu, nem nos santos do altar, |
38 |
abraços que eu dei a duque a mais ninguém nos hei-de dar. |
|
--Anel que le deu o duque atire co` ele ao mar, |
40 |
não no traga no dedo `inda para mais pesar! |
|
--Anel que me deu o duque nem no dei nem no hei-de dar, |
42 |
aonde eu for morrer o anel há-de acabar. |
|
--Imbelina, Imbelina, da morte t` hei-de eu livrar, |
44 |
pois eu sou o mesmo duque que t` andava a namorar.-- |
| |
Nota: Galiarda y Florencios, vv 1-14.
|
Go Back
|
0159:86 Conde Claros en hábito de fraile (á+á-a) (ficha no.: 6060)
[0149 Galiarda y Florencios and 0469 Infanta preñada, contam.]
Versión de Frejão (c. Baião, dist. Porto, Douro Litoral, Portugal).
Documentada en o antes de 1958. Publicada en Leite de Vasconcellos 1958-1960, I, 68-70. Reeditada en Correia 1987a, 257-259; Pinto-Correa 1994, 167-168 y RºPortTOM 2000, vol. 1, nº 152, pp. 190-192. © Fundação Calouste Gulbenkian. 097 hemist. Música no registrada. |
|
|
--Onde vais, ó Madassena, com esta manhã de neve, |
2 |
teu cabelo penteado, teu coração tão alegre? |
|
--Quer vós visses, quer não visses, a meu pai não vás contar; |
4 |
darei-vos tanto dinheiro, que o não podeis gastar.-- |
|
Ah, maroto, confiado, que a meu pai foste contar, |
6 |
à mesa dos estudantes, onde estavam a jogar! |
|
Comeu c` o seu pai à mesa, seu pai muito estranhava. |
8 |
--Que esmira, meu pai, que esmira? Que tanto me está a esmirar? |
|
--Admiro-te, ó Madassena, que me pareces pejada. |
10 |
--Não se engane, meu paizinho, que é da saia mal talhada; |
|
mande-me chamar dois mestres daqueles que eu mais amava. |
12 |
--Ó senhor mestre alfaiate, olhe-me aqui esta saia. |
|
--O erro que a saia tem, da barriga é causada.-- |
14 |
Seu pai se ergueu donde `stava, lhe deu uma bofetada. |
|
Debruçou-se p`r`à janela, lá começou de chorar. |
16 |
--Apronta-te, ó Madassena, que amanhã vais a queimar.-- |
|
Ela, que isso ouviu, e que se pös a chorar. |
18 |
Onde `stavam dois `studantes que gostavam de a amar. |
|
--Tu que tens, ó Madassena, que tanto `stás a chorar? |
20 |
--Eu que hei-de ter, ó amante, que amanhã vou a queimar! |
|
Que há-de ser do senhor conde, que amanhã vou a queimar? |
22 |
--Escreve já cartinhas, depressa, não devagar, |
|
que eu serei o mesmo próprio que lá lhas irei levar; |
24 |
primeiro nos há-de dizer como lh` eu hei-de falar. |
|
--S` ele estiver a dormir, espera que ele há-de acordar; |
26 |
se ele estiver à mesa, melhor lhe podes falar.-- |
|
--Oh, em que hora eu vim achar senhor conde a passear! |
28 |
Pegue lá, ó senhor conde, faça favor de pegar, |
|
cartinhas da Madassena que amanhã vai a queimar. |
30 |
--Se me tu `stás a mentir, mando-te já degolar; |
|
se me tu falas verdade, mando-te dar de jantar. |
32 |
--Pegue lá, senhor conde, faça favor de pegar, |
|
cartinhas da Madassena que amanhã vai a queimar. |
34 |
Pegou na carta e leu-a, meteu-a no coração; |
|
logo nesse mesmo instante caiu para aquele chão; |
36 |
logo nesse mesmo instante vem sua mãe d` acolá. |
|
Levantou-se o senhor conde: [. . . . . . . . . . . . . . . . . . .] |
38 |
--Apronte já, minha mãe, depressa, não devagar, |
|
roupinha de frade e cavalinho por ferrar, |
40 |
p`ra acudir à Madassena que amanhã vai a queimar.-- |
|
--Retire-se essa justiça, que ela vai por confessar. |
42 |
--Se ma confessa, ó frade, enquanto vamos jantar, |
|
que não sejas algum ladrão que ma queiras roubar. |
44 |
--Podem ir descansados, descansados a jantar, |
|
que não sou nenhum ladrão que vo-la queira roubar. |
46 |
Ajoelhe aqui, menina, aos pés do confessionário, |
|
no meio da confissão três beijos me há-de dar. |
48 |
--Isso não lhe faço eu, nem por santa do altar, |
|
donde conde pös a boca não é p`ra frade beijar.-- |
| |
Nota: Galiarda y Florencios, vv 1-6; Infanta preñada, vv 7-14. Omitimos a seguinte didascália: depois de 49 Ele agarrou nela e levou-a.
|
Go Back
|
0159:87 Conde Claros en hábito de fraile (á+é-a) (ficha no.: 6061)
[0149 Galiarda y Florencios, contam.]
Versión de S. Tomé de Covelas (c. Baião, dist. Porto, Douro Litoral, Portugal).
Recitada por una rapaza. Recogida 00/00/1902 Publicada en Leite de Vasconcellos 1958-1960, I, 70-71. Reeditada en Correia 1987a,307-308; Pinto-Correa 1994, 198-199 y RºPortTOM 2000, vol. 1, nº 153, pp. 292-293. © Fundação Calouste Gulbenkian. 102 hemist. Música no registrada. |
|
|
--Imbelina, Imbelininha, filha do conde real, |
2 |
quem me dera ocasião, hora de te eu ir falar! |
|
--U~` hora não era nada, se te num fores gabar. |
4 |
--Desta espada morra eu ou oitra que mais cortar, |
|
s` eu dormir com Imbelina, s` eu dessa me for gabar! |
6 |
--`Inda não era bem dia, já t` andavas a gabar |
|
aos manos d`Imbelina qu` andav | |