Pan-Hispanic Ballad Project

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0159:39 Conde Claros en hábito de fraile (á)            (ficha no.: 2614)
[0469 Infanta preñada, contam.]

Versión de Ribeira de Areias (c. Velas, isla de S. Jorge, Açores, reg. Açores, Portugal).   Recitada por Bárbara de Azevedo (c. 90a) y Mariana da Conceição. Recogida por Mariana da Conceição, (Colec.: Teixeira Soares de Sousa, J.). Publicada en Braga 1982, (reed. facs. de Braga 1869), 243-246; Hardung 1887, I. 195-198; Soares de Sousa 1902, 298-301; RGP I 1906, (Braga 1982) 399-402. Reeditada en Redol 1964, 255-256; Pinto-Correia 1987a, 464-465; Cortes-Rodrigues 1987, 220-222; Pinto-Correia 1994, 304 y Carinhas 1995, II 9-10 y Costa Fontes 1997b, Índice Temático (© HSA: HSMS), pp. 70-71, B4; RºPortTOM 2000, vol. 1, nº 193, p. 353-354.  076 hemist.  Música registrada.

     --Claralinda está doente?    Vejo-a tão descorada.
  2   --Foi de um pucarinho de água    que bebeu na madrugada.--
     Seu pai, tanto que o soube,    logo a mandou sangrar.
  4   Mandou chamar três donzelas    p`ra com Claralinda estar,
     donde vinha uma delas    mui liberal no falar:
  6   --Claralinda está pejada,    já o não pode negar.--
     Seu pai, quanto que o soube,    logo a mandou matar.
  8   Todos os primos e primas    lá a foram visitar.
     --Todos os primos e primas    aqui me vêm visitar;
  10   só não há um primo de alma    que se doa do meu mal,
     que me vá levar uma carta    a João de Gibraltar.--
  12   Respondeu-lhe o mais moço,    o mais moço que ali estava:
     --Ó prima, aprontai a carta,    quero-vo-la ir levar;
  14   se a jornada é de dez dias,    numa hora a quero andar.--
     Quando ele lá chegou    `stavam à mesa a jantar;
  16   arrojaram-se as cadeiras    para o senhor se assentar.
     --Venho aqui com uma carta,    não me quero assentar.
  18   Claralinda está doente,    seu pai a manda matar.
     --Eu não se me dá que a mate,    nem que a mande matar;
  20   dá-se-me do ventre dela,    que é filho de tão bom pai.--
     Respondera sua mãe,    a sua mãe, que ali estava:
  22   --Se isso tem algum remédio,    filho, trata de lho dar.
     --Eu não lhe sinto remédio;    que remédio lhe hei-de dar?
  24   --Despe o vestido de seda    e veste hábito saial;
     dize que és um clérigo,    que a queres confessar.--
  26   Quando ele lá chegou    já estavam p`ra matar.
     Já o teatro está feito    para ir a degolar.
  28   --Tate, tate, bons algozes,    que eu quero aí chegar,
     que ela é menina e moça,    terá de que se acusar.
  30   Primeiro lhe perguntou:    --Vós a quem deveis amar?
     --Primeiro a Jesus do céu    e a João de Gibraltar.
  32   --Os senhores dão licença?    Deixem-m` a ir confessar.--
     Ela pede sacramentos,    tem tempo de se emendar.
  34   Entram pela porta travessa,    saíram pela principal.
     --Embarque-se, senhora, embarque-se,    vamos para Gibraltar!
  36   Fica-te embora, meu sogro,    aqui não quero tornar;
     toda a filha da fortuna    comigo queira embarcar.
  38   A nossa cama está feita    sobre as ondas do mar.--

Nota: Infanta preñada, vv 1-6.
Título original en el Índice Temático: B4. CONDE CLAROS VESTIDO DE FRADE (Á) (SGA= Bl2). Conde Claros em hábito de frade en RºPortTOM 2000.

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