Pan-Hispanic Ballad Project

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0165:1 Devota calumniada (í-a)            (ficha no.: 2705)

Versión de Portugal s. l. (Portugal).   Recogida por José Leite de Vasconcellos, (Colec.: Leite de Vasconcellos). Publicada en Leite de Vasconcellos 1958-1960, RP, 675. Reeditada en Costa Fontes 1997b, Índice Temático (© HSA: HSMS), p. 172, L6.  042 hemist.  Música registrada.

     Lá cima, naquela serra,    está uma linda ermida.
  2   Devota de Nossa Senhora,    que se chamava Maria,
     cada vez que amanhecia    um rosário oferecia.
  4   Uma vizinha da porta    testemunhos lhe erguia:
     que andava de amores    c` um sacerdote da missa.
  6   O sacerdote agastado,    ela paixão não na tinha.
     Veio o marido de fora.    --Boa seja a tua vinda,
  8   que te quero perguntar    que vai lá por essa vila.
     --Que te confesses, mulher,    que te hei-de tirar a vida.
  10   --Quer me mates, quer me deixes,    eu confessar-me queria.
     Marido, se me matares,    enterra-me na ermida,
  12   aos pés de Nossa Senhora,    Rainha Santa Maria.--
     La pejada de oito meses,    já para os nove corria;
  14   lá no fim dos nove meses    um lindo cantar se ouvia.
     Foram vê la sepultura,    acharam-na lá parida
  16   c` u~a menina nos braços    que le chamavam Maria.
     Padrinhos foram nos anjos,    madrinha, a Virgem Maria.
  18   --Aqui venho que me perdoes,    serva da Virgem Maria.
     --Como t` hei-de perdoar,    s` a tua alma está perdida?
  20   A minha está na glória,    dos anjos bem assistida;
     a tua está no inferno    mais a da tua vizinha.--

Título original: A DEVOTA DA ERMIDA (Í-A)

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0165:25 Devota calumniada (í-a)            (ficha no.: 7611)

Versión de Granja Nova (c. Tarouca, dist. Viseu, Beira Alta, Portugal).   Recogida 00/00/1881 Publicada en Leite de Vasconcellos 1881, 88-89. Reeditada en Leite de Vasconcellos 1938, 1001-1002; Leite de Vasconcellos 1958-1960, 236; Costa Fontes 1997b, 172` y RºPortTOM2000, vol. 4, nº 1502, pp. 254-255. © Fundação Calouste Gulbenkian.  036 hemist.  Música registrada.

     Lá cima, naquela serra,    está uma linda ermida,
  2   devota de Nossa Senhora,    que se chamava Maria.
     Cada vez que amanhecia,    um rosário oferecia.
  4   Uma vizinha da porta    testemunhos lhe erguia,
     que andava de amores    co` um sacerdote de missa.
  6   O sacerdote agastado,    ela paixão não na tinha.
     Veio o marido de fora.    --Boa seja a tua vinda,
  8   que te quero perguntar    que vai lá por essa vila.
     --Que te confesses, mulher,    que te hei-de tirar a vida.
  10   --Quer me mates, quer me deixes,    eu confessar-me queria.
     Marido, se me matares,    enterra-me na ermida,
  12   aos pés de Nossa Senhora,    rainha Santa Maria.--
     Já pejada de oito meses,    já para os nove corria;
  14   lá no fim dos nove meses    um lindo cantar se ouvia;
     abriram na sepultura,    acharam-na já parida;
  16   os anjos eram padrinhos,    Nossa Senhora, madrinha.
     A sua alma na glória,    dos anjos bem assistida
  18   e a do home` nos infernos,    de diabos acometida.

Variantes de Leite de Vasconcellos 1958-1960, II: -5b da; -13a Ia pejada.
Nota: Por lapso, os editores de Leite de Vasconcellos 1958-1960, não publicam integralmente este texto e incorporam, a partir de -14, versos pertencentes à versão de Duas Igrejas, aqui editada com o num 1482 [registro 7591].

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