0172:11 Veneno de Moriana (estróf.) (ficha no.: 2722)
[2863 Quem Dever a Honra Alheia, contam.] Versión de Guadalupe (isla de Graciosa, Açores, reg. Açores, Portugal). Recitada por Rosa Cunha (25a). Recogida en Toronto, Canadá por Manuel da Costa Fontes y Maria-João Câmara Fontes, (Archivo: ASF; Colec.: Fontes Can1978). Publicada en Costa Fontes 1979d, [Canadá] 150. Reeditada en Costa Fontes 1997b, Índice Temático (© HSA: HSMS), p. 188, N1, tipo a. 040 hemist. Música registrada. |
--O que tens, ó Juliana, qu` estás tão triste, a chorar? | |
2 | --É verdade, ó minha mãe, que o Dom Jorge vai casar. |
--Não te dizia, minha filha? Não quiseste acreditar | |
4 | que Jorge tinha olho para mais duma enganar. |
--Minha mãe `teje descansada, que desta me vou vingar; | |
6 | ele não quis casar comigo, com outra não vai gozar.-- |
Lá vem o senhor Dom Jorge montado no seu cavalo. | |
8 | --Boa tarde, Juliana, como vais e tens passado? |
--Parabéns, senhor Dom Jorge, já sei que vai casar. | |
10 | --É verdades, ó Juliana, eu te venho convidar. |
--Espera lá, senhor Dom Jorge, enquanto eu vou ao sobrado, | |
12 | buscar um copo de vinho que para si tenho guardado. |
--O que foi, ó Juliana, que deitastes neste vinho? | |
14 | Tenho a vista tão escura, já não sigo o meu destino. |
Minha mãe pensava agora de seu filho estar vivo. | |
16 | --Também a minha pensava de tu casares comigo. |
--Ó filha, o que foste fazer, que vais para a cadeia penar | |
18 | o resto da tua vida, tua alma a chorar? |
--Não m` importa ir p`à cadeia, não m` importo de chorar, | |
20 | só pela garantia ele com outra não casar.-- |
Nota: La informante era natural de Guadalupe, Graciosa (Azores). =SGA N1. |
0172:12 Veneno de Moriana (á) (ficha no.: 2723)
Versión de Serapicos (c. Bragança, dist. Bragança, Trás-os-Montes e Alto Douro, Portugal). Recogida por José Leite de Vasconcellos, (Colec.: Leite de Vasconcellos). Publicada en Leite de Vasconcellos 1958-1960, RP II, p. 107, nº 539. Reeditada en Costa Fontes 1997b, Índice Temático (© HSA: HSMS), p. 188, N1, tipo b y RºPortTOM 2003, vol. 3, nº 1004, pp. 222-223. 026 hemist. Música registrada. |
--Apeia-t` ó cavaleiro, qu` havemos d` ir merendar. | |
2 | --Tu que tens, ó Dona Angénia, guardadinho p`ra me dar? |
--Tenho vinho d` há sete anos guardadinho p`ra te dar. | |
4 | --Parece-me, ó Dona Angénia, para mim muito guardar. |
Dá cá um copo dele que o havemos de provar. | |
6 | Lá no meio da bebida começou-s` a agoniar: |
--Que me deste, Dona Angénia, que me fez tanto mal? | |
8 | --Dei-te sangre duma cobra involto com resalgar. |
--Coitadinhos dos meus filhos, quem nos há-de criar? | |
10 | Coitada da minha mãe, quem na há-de sustentar? |
--Morre, morre, ó cavalheiro, acaba de suspirar! | |
12 | Já que m` inganaste a mim, a outra num hás-d` inganar; |
já que casastes com ela, tu nu`na hás-de lograr.-- |
0172:29 Veneno de Moriana (á+í-o) (ficha no.: 6961)
Versión de Campo de Víboras (c. Vimioso, dist. Bragança, Trás-os-Montes e Alto Douro, Portugal). Recogida por José Leite de Vasconcellos, 00/08/1883 publicada en Leite de Vasconcellos 1883a, VII; Leite de Vasconcellos 1886a, 17-18; Leite de Vasconcellos 1938, 1033 y Leite de Vasconcellos 1958-1960, II 107-108, nº 540. Reeditada en Braga 1887-1889, 100-101; RGP I 1906, (reed. facs. 1982) 90; Redol 1964, 350-351; Costa Fontes 1997, 188 y RºPortTOM 2003, vol. 3, nº 1008, p. 225. © Fundação Calouste Gulbenkian. 018 hemist. Música registrada. |
--Apeia-te, ó cavaleiro, vamos daí merendar. | |
2 | --Tu que tens, ó Dona Ausênia, guardado para me dar? |
--Tenho vinho d` há sete anos guardado para lhe dar. | |
4 | --Eu nu` sei, ó Dona Ausênia, se será muito guardar.-- |
--Dona Ausênia, Dona Ausênia, que botastes a este vinho? | |
6 | --Eu botei-lhe resalgar e pós de lagarto moído. |
--Ó meus filhos sem ter pai, minha mulher sem marido! | |
8 | Triste de ti, Dona Ausênia, c` o teu crédito perdido! |
--Apeia-te, ó cavaleiro, vamos daí merendar.-- |
Nota del editor de RºPortTOM 2003: Editamos Leite de Vasconcellos 1958-1960, II. Nota de la transcripción en el AMP: La edición de 1960 moderniza la ortografía. Variantes: -3b te dar (1886/1938); -5b botaste(1886/1938); -6a rosalgar (1886/1938). Variantes de T. Braga en la Rev. Lusitana: -6a resalgar; -9 omite. Variantes del Romanceiro geral portuguez: después del -4 añade Dá me cá um cópo d`elle / que o quero provar//; después del -8 consta tenho as rédeas na mao / já num vejo o meu rucinho.--; -9 omite. Nota: RGP I 1906, (reed. facs. 1982) edita uma versão factícia composta por esta versão e pela nº1009 desta edição. Redol 1964, edita RGP I 1906 (reed. facs. 1982). |