Pan-Hispanic Ballad Project

Total: 2


0546:2 Don Alejo muerto por traición de su dama (í-a)            (ficha no.: 2011)

Versión de Peranzanes (ay. Peranzanes, p.j. Ponferrada, ant. Villafranca del Bierzo, comc. Fornela, León, España).   Recitada por Genoveva Fernández Lera (63a). Recogida por J. Antonio Cid, Bárbara Fernández, Margarita Pazmany y Ana Valenciano, 25/09/1979 (Archivo: ASOR; Colec.: Encuesta LEÓN 79; cinta: ``Peranzanes-Faro`` A4). Publicada en IGR-vulgar 1999, p. 181.  052 hemist.  Música registrada.

     --¿Dónde vas, querido Alexio,    dónde vas que no es de día?
  2   --Voy a cazar, la mi madre,    a los montes que solía.
     Écheme la bendición    por si acaso no volvía.
  4   --La de Dios vaya contigo,    la de la Virgen María.--
     Yendo por la calle abajo,    al revolver una esquina,
  6   yendo por la calle abajo,    muy malas señas había.
     --¿Es gente del otro mundo,    o gente del otro día?
  8   --No es gente del otro mundo,    ni gente del otro día,
     que soy un ángel del cielo    que a decírtelo venía,
  10   que esa mujer que tú tienes    para ti no convenía;
     nueve hermanos que ella tiene    te quieren quitar la vida.
  12   --Quítenla que no la quiten,    yo tengo a ver a María.--
     Yendo por la calle abajo    y al revolver a la esquina,
  14   ha visto a los nueve hermanos,    que esperándolo estarían.
     Diera las buenas noches,    nadie se las respondía.
  16   Echan mano a sus espadas,    yo también eché a la mía;
     la mía es de fino acero,    de siete cuartas medidas.
  18   Con el primer don de espada    a ocho en el suelo derriba.
     El más chiquitino de ellos,    que d` él caso no hacía,
  20   coge una piedra del suelo    y a don Alejo derriba.
     Le cortara la cabeza    y se la lleva a su amiga.
  22   --Toma, hermana, aquí tienes,    a quien tanto te quería.
     --¿Para qué mataste, hermano,    al que daño no te hacía?
  24   --Primero me mató a mí    ocho hermanos que tenía.
     ¡Viva quien ronda de noche,    muera quien ronda de día!
  26   Por causa de una mujer    nueve perdieron la vida.

Go Back
0546:3 Don Alejo muerto por traición de su dama (í-a)            (ficha no.: 2012)

Versión de Algarve s. l. (dist. Faro, Algarve, reg. Algarve, Portugal).   Recogida por Theóphilo Braga, (Colec.: Braga, T.). Publicada en RGP III 1909, pp. 168-171. Reeditada en IGR-vulgar 1999, p. 181-182.  098 hemist.  Música registrada.

     Lá na côrte de Castella    entre los grandes vivia
  2   nobre e altivo cavalleiro,    que era a flor da fidalguia.
     Dom Aleixo lhe chamavam,    dom Aleixo se dizia;
  4   secretario era d`el-rei,    e el-rei mui bem lhe queria.
     De amores elle tratava    com dama d` alta valia;
  6   de dia andava-lhe a porta    e de noite a perseguia.
     --Sete annos tenho de amores,    sete annos e mais um dia;
  8   vae ser cumprida a palavra,    jurou que não faltaria,
     que esta noite á media noite    aos meus braços se daria.
  10   --Tres cousas te peço, Aleixo,    que a tu` honra pretendia,
     a uma que venhas só,    que não tomes companhia;
  12   a` outra que tragas armas    como é uso e cortezia,
     e que o teu pagem não saiba    o que saber não devia.--
  14   Dom Aleixo que tal ouve,    muito altivo ficaria;
     inda o sol ia correndo,    elle já se deitaria.
  16   Meia noie quasi a pino,    da cama logo se erguia;
     vestira sáia de malha,    seu capacete lumbria;
  18   na mão espada levava,    no cinto adaga escondia.
     Ao sair encontra o pagem    que os passos lhe já seguia.
  20   --Eu só me vou esta noite,    eu só, sem mais galhardia;
     de volta serei convosco    antes que amanheça o dia.--
  22   Rua abaixo caminhava,    rua acima se volvia,
     vira vir um penitente    que mui de perto o vigia.
  24   --Diz`-me se és alma que pena    pelas ruas d` agonia,
     que se vens buscar confôrto,    salvação te já daria.
  26   --Penando de ha muito estava    porque ainda te não via.
     Eu sou teu anjo da guarda,    o anjo da tua guia,
  28   que venho aque avisar-te    que te esperam á porfia
     sete espadas de emboscada    contra a tua bizarria.
  30   --Outras tantas que ellas fôssem,    atraza eu não voltaria;
     com um só palmo de ferro    minha vida guardaria.--
  32   Desapparece o phantasma,    que um anjo bem parecia.
     Volta abaxo o cavalleiro    e acima logo volvia;
  34   n` isto as pedras eram tantas    que até o ár se movia.
     --Guar`-te, guar`-te, ó meus villões,    não useis de vilania;
  36   arrancae melhores armas,    que eu por mim não fugiria;
     ao que espada não trouvesse,    a minha lhe eu já daria;
  38   com um só palmo de adaga    todos sete mataria.--
     Avança, e todos por terra,    bem mortos os julgaria;
  40   mas um dos sete que escapa    fundo golpe lhe daria.
     Aos gritos do cavalleiro    a dama logo acudia.
  42   --Quem te mata, Dom Aleixo,    quem matar-te mandaria?--
     --Mandaste-lo vós, senhora,    com traição e covardia!
  44   Não se me dá de morrer,    que vida assim mal servia;
     por minha mãe que é já velha,    eu só gritava e gemia.
  46   Bem certo dizer é esse,    que desde infante eu ouvia:
     perde quem anda de noite,    ganha quem logra de dia,
  48   perde quem tem seus amores    quando em donzellas se fia.
     Se d` ellas não me fiára,    tão cedo não morreria.--

Go Back
Back to Query Form