Pan-Hispanic Ballad Project

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0913:1 Avarienta devorada por mosquitos (estróf.)            (ficha no.: 2890)

Versión de Castelo Branco s. l. (dist. Castelo Branco, Beira Baixa, Portugal).   Documentada en o antes de 1961. Publicada en Buescu 1961, p. 247. Reeditada en Costa Fontes 1997b, Índice Temático (© HSA: HSMS), pp. 356-357, X33.  044 hemist.  Música registrada.

     Era um homem muito rico,    duas vezes viuvou;
  2   foi casar com mulher povre,    grande soberba tomou.
     Grande soberba tomou    de requeza que foi àtchar;
  4   `smola àquela porta    nunca mai tornou a dar.
     Lá vei` Quinta-Fêra Santa,    quinta-fêra de pedir,
  6   chegaram nos povres à porta,    logo os ià despedir.
     O homa, muito dorido,    dorido do coração,
  8   alevantou-se e foi-l` a dar    uma fatia de pão.
     Mas vei` d` além a malvada,    malvada, de carrêra;
  10   t`rou-le a fatia do pão,    foi a botá-la à caldêra.
     --Anda cá, ó mê marido,    anda cá, se queres ver,
  12   uma caldêra sim nada    tcheia de sengue a frover.
     --Ó malvada, ó malvada,    ó malvada de nação;
  14   pardeste o corpo e a i-alma    por `ma fatia de pão.--
     Era meia-noite im ponto,    a malvada àcabar;
  16   os mosquinhos eram tantos    por cima dela a aboar.
     Q`ando a iam na interrar,    a gente qu` àcompanhava!
  18   Com dois urros qu` ela dou    desapareceu corp`e alma.
     Tchegaram nò cemitério,    no atcharam qu` interrar;
  20   interraram no caixão    só p`r`ò covêro ganhar.
     Dois cães e um gato    é qu` a foram n` àcompanhar;
  22   este cuaso aconteceu    lá no povo de Linhais.

Título original: A MULHER AVARENTA (ESTRÓF.)

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