Pan-Hispanic Ballad Project

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2690:1 Judit y Holofernes (estróf.)            (ficha no.: 2319)

Versión de Avelanoso (c. Vimioso, dist. Bragança, Trás-os-Montes e Alto Douro, Portugal).   Recitada por Aurora Celeste Campos (73a). Recogida por Manuel da Costa Fontes y Maria-João Câmara Fontes, 31/07/1980 (Archivo: ASF; Colec.: Fontes TM 1980; cinta: 117B845). Publicada en Costa Fontes 1987c, II, pp. 933-934, nº 1316. Reeditada en Costa Fontes 1997b, Índice Temático (©HSA: HSMS), pp. 96-97, E6.  080 hemist.  Música registrada.

     A infância das mulheres    e para os homens cadeia:
  2   muitos perdem no sentido    e o sangue das suas veias;
     outros perdem na fazenda    e a vida pelas mulheres.
  4   L` assucedeu a Lofernes    no meio dos seus prazeres.
     Eram general e chefe,    o maior cabo de guerra,
  6   conquistador de Dutúrio,    mas não pudo entrar nela.
     Mandou-le secar as águas,    cortadas de tal maneira;
  8   nem entrava nem pimento,    nem a i-água da ribeira.
    
(Isto é uma cidade. Mandou-le cortar as... Um governador)
     --Não quero a ninguém comigo,    a ninguém desta cidade;
  10   só quero a minha criada,    que me vai a acompanhar.--
     Com a pressa que levava    passou pelo arraial.
  12   --Esta tenda qu` aqui levo,    vou vendê-la ao general.--
     Logo a chegar à porta,    para entrar pediu licença:
  14   --Eu queria ir a falar    com a sua incelência.--
     Saia o seu secretário:    --À porta está uma tendeira;
  16   traz cabelinhos dourados    pela sua cabeleira.
     --S`ela é uma tendeira,    que entre já, sem mais demora;
  18   se a tendeira me agradar,    comprarei-lh` a tenda toda.
     Vós que quereis, minha senhora?    Vós que vindes a pedir?
  20   --Que a cidade de Dutúrio    não na queira destruir.
     --Eu hei-de-a destruire    e essa é a minha tenção.
  22   eu hei-de-lhe deitar fogo    e queimar os que lá estão.
     Amanhãpor estas horas    arderão os que lá estão.--
  24   Desque era tão bonitinha,    palpita-le o coração.
     --Olhe lá, minha senhora,    se quer ser minha mulher?
  26   Que d` hoje para amanhã,    algum remédio há-d` haver.
     --Quero ser, sim, meu senhore,    mas ouça o qu` eu lhe digo:
  28   Eu acostumo gritar    quando dorme alguém comigo.
     Tenho medo aos seus soldados,    que me deiam algum castigo.
  30   --Os meus soldados, Judite,    eu os mando avisar:
     Que ninguém se alevante,    por bem que ouçam gritar.
  32   Mandou fazer um banquete    p`r` aquela noite cear;
     ela não queria comer,    já só queria descansar.
  34   --Vá-se o senhor a deitar,    que eu irei lá ter consigo.
     Ele ia tão torpe,    ia tão cheio de vinho;
  36   deitou-se na sua cama,    deixou perder o sentido.
     Judite, dali varada    da lida da ocasião,
  38   cortou cabeça a Loferne:    Roncava como um leitão.
     Saiu pela porta fora    sem ninguém a conturbar;
  40   levava no avental    as postas do general.
    
(Levava a cabeça. E quando chegou à entrada da cidade, já estava todo o mundo ali à espera dela, a ver si vinha Judite. Veio, e foi depois uma grande alegria. Matou-o, mataram-no, e já não, já não queimou a cidade.

Variantes: 9a Judite... -25 Mandou fazer um banquete / p`r`aquela noite...
Nota: -5a Leia-se Era g.
Título original: JUDITE E HOLOFERNES (ESTRÓF.)

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