Pan-Hispanic Ballad Project

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2864:1 Felizardo (á-o)            (ficha no.: 2697)

Versión de Brasil s. l. (Brasil).   Documentada en o antes de 1908. Publicada en Costa 1908, Folclore pernambuco, pp. 369-70. Reeditada en Costa Fontes 1997b, Índice Temático (© HSA: HSMS), p. 160, K11.  050 hemist.  Música registrada.

     --Acordai, alta princesa,    p`ra receber um recado,
  2   uma carta que vos manda    o senhor D. Felizardo.--
     Acorda logo a princesa    com o rosto sobressaltado
  4   e perguntou porque tão cedo    assim a tinham acordado.
     --É uma carta que vos manda    o senhor D. Felizardo.--
  6   E a princesa em sobressalto    principia a carta a ler
     e a cada linha que passa    se sente desfalecer.
     . . . . . . . . . . . .    . . . . . . . . . . . .
  8   --A cama que tu me deste    é um duro tabuado,
     o cobertor que me cobre    são as telhas do telhado;
  10   o comer que me sustenta    são suspiros represados;
     novas não sei de ti    e nem si sou noticiado.--
     . . . . . . . . . . . .    . . . . . . . . . . . .
  12   --Aceitai este animal    para andar mais apressado,
     para ver si ainda salvo    a vida de Felizardo.--
  14   Às sete horas do dia    onze léguas tinha andado
     e encontrou um cavaleiro    em prantos alimentado.
  16   --Donde vindes, cavaleiro,    neste pranto debulhado?
     --Senhora, eu choro a vida    do senhor D. Felizardo.
  18   --Viste tu a ele morto    ou acaso amortalhado?
     --Senhora, eu não o vi morto    nem acaso amortalhado,
  20   mas já o deixei perto    do campo de S. Bernardo.
     --Aceitai este animal    para andar mais apressado,
  22   para ver si ainda salvo    a vida de Felizardo.
     . . . . . . . . . . . .    . . . . . . . . . . . .
     --Às onze horas do dia    vinte léguas tenho andado.
  24   --Foi por mim que te perdeste,    sendo tu meu namorado?
     Por ventura será este    o meu bem, D. Felizardo?--

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