Pan-Hispanic Ballad Project

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2881:1 O Macaco Sem Rabo (ou)            (ficha no.: 2855)

Versión de Madeira s. l. (isla de Madeira, Madeira, reg. Madeira, Portugal).   Recogida por Álvaro Rodrigues de Azevedo, (Colec.: Azevedo, Á. Rodrigues de). Publicada en Azevedo 1880, pp. 454-57. Reeditada en Costa Fontes 1997b, Índice Temático (© HSA: HSMS), p. 319, W5.  083 hemist.  Música registrada.

     Er` uma vez um macaco,    fazê-la barb` introu
  2   numa tenda dum barbeiro    que lo rabo lhe cortou.
     Lo macaco, por desforra,    uma navalha furtou;
  4   fugindo logo dali,    pera longe caminhou.
     Foi ele mais adiante,    uma velha incontrou
  6   que à unha escamava    las sardinhas que comprou.
     E à velha das sardinhas    la navalha lh` emprestou,
  8   mas la mofina da velha    dar la navalha negou.
     Lo macaco, por desforra,    uma sardinha furtou;
  10   fugindo logo dali,    pera longe caminhou.
     Foi ele mais adiante,    um moleiro incontrou,
  12   que sem conduto comia    um pão seco que comprou.
     E la sardinha que tinha    por farinha la trocou,
  14   mas lo mofino moleiro    la farinha lhe negou.
     Lo macaco, por desforra,    um saco dela furtou;
  16   fugindo logo dali,    pera longe caminhou.
     Foi ele mais adiante,    numa escola introu;
  18   muitas meninas lá `stavam,    com fome todas achou.
     E à mestra das meninas    la farinha imprestou,
  20   mas la mofina da mestra    la farinha lhe negou.
     Lo macaco, por desforra,    uma menina furtou;
  22   fugindo logo dali,    pera longe caminhou.
     Foi ele mais adiante,    lavadeira incontrou,
  24   que já cansada lavava    camisa que nã sujou.
     E p`ra la ir ajudar    la menina imprestou,
  26   mas la mofina mulher    la menina lhe negou.
     Lo macaco, por desforra,    uma camisa furtou;
  28   fugindo logo dali,    pera longe caminhou.
     Foi ele mais adiante,    violeiro incontrou,
  30   que, por pobre, sem camisa    la semana trabalhou.
     E ao pobre violeiro    la camisa imprestou,
  32   mas lo mofino do homem    la camisa lhe negou.
     Lo macaco, por desforra,    uma viola furtou;
  34   fugindo logo dali,    pera longe caminhou.
     E sem ir mais adiante,    alto telhado trepou;
  36   por bem fazer mal haver,    já de todo se fartou.
     Pol`o que, de lá de riba,    na sua viola tocou,
  38   e ao som da violinha    desta maneira cantou:
     --De meu rabo fiz navalha,    de navalha fiz sardinha,
     de camisa fiz viola.
     Ferrum-funfum, ferrum-funfum!
     Adeus, que me vou imbora.

Véase A[arne]T[hompson] 170A.

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