Pan-Hispanic Ballad Project

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2884:1 O Castanheiro Longal (á+á-o)            (ficha no.: 2838)

Versión de Madeira s. l. (dist. Funchal, isla de Madeira, Madeira, reg. Madeira, Portugal).   Documentada en o antes de 1965. Publicada en Pestana 1965, I, 65. Reeditada en Costa Fontes 1997b, Índice Temático (© HSA: HSMS), pp. 304-305, U62.  045 hemist.  Música registrada.

     Moços e moças desta ilha,    ê quero agora contar
  2   u~a `stória verdadeira    qu` a todu vai assombrar.
     Vei` agora da Moirama    cavaleiro d` incantar;
  4   oiro, prata e pedrarias    pro `qui anda a pòcurar,
     e em riba, em Nossa Sinhòra,    na sua igreja vai a entrar.
  6   Lá no fundo, a santa image    da Sinhòra, sobre o altar,
     `tava cheia d` oiro fino,    qu` ui fiâs vínhum doar.
  8   O moiro infiel e danado    logo a pensa em arroibar,
     inmentes um lindo anjinho    assim se põe a falar:
  10   --S` oiro queres, cavaleiro,    noutro sito o vás achar,
     lá na Crujeira de Dentro,    no castanheiro longal.
  12   No tronco tem um palácio    que não s` avista do mar;
     `stá cheio de sácu~ d` oiro,    que é me`mo para tentar.
  14   Palávrai não érum ditas,    se pusérum logo a andar.
     O lindo anjinho ia à frente    para o caminho insinar;
  16   atrás, o moiro ia alegre,    nos tesoiros a pensar,
     e vêem já, do caminho,    o castanheiro longal.
  18   No tronco tem uma porta    por onde êli vão a entrar.
     [. . . . . . . . . . . .]    Viu um palácio real
  20   e tudo o que lá dentro havia:    uchas e árcai d` assombrar.
     Derrâmum oiro pelo chão;    não sabe o qu` há-de levar,
  22   não sabe o qu` há-de escolher,    a riqueza era sem par.
     Coisa assim nunca ele vira    dês qu` andava sobre o mar.

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