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Eu tinha um gato em casa, chamado Bela Saúde; |
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chegou o gato a um ponto que o quis suster e não pude. |
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Um dia pela manhã à porta a querer sair; |
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serviço para fazer, era comer e dormir. |
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O meu linho numa meda, precisando de amassar; |
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o meu milho temporão, precisando de abarbar; |
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o gato a lamber as unhas, era comer e brincar. |
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Mandei o gato p`r`à terra, foi para o mar adanar. |
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Quando ele a casa chegou, muito o desonrei; |
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para que não nos cansemos, até traste lhe chamei. |
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Daí a pouca instança fui-o achar no quintal |
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a chorar como criança, como criança a chorar. |
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Chamei o gato p`ra mim p`ra bem de o aconselhar; |
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desprega-se-me a dizer que estava para casar. |
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Pego logo numa tranca p`ra lhe dar pela barriga; |
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deu um pulo e fugiu p`ra casa da rapariga. |