Pan-Hispanic Ballad Project

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2901:1 A Fonte das Almas (á-a)            (ficha no.: 2841)

Versión de Algarve s. l. (dist. Faro, Algarve, reg. Algarve, Portugal).   Recogida por S. P. M. Estácio da Veiga, publicada en Veiga 1870, Romanceiro do Algarve, pp. 203-04. Reeditada en Costa Fontes 1997b, Índice Temático (© HSA: HSMS), p. 306, U65.  052 hemist.  Música registrada.

     ****Era de Maio uma tarde,    de tais flores perfumada,
  2   que a Virgem Mãe do Rosário    de tanto enlevo enlevada,
     junto à margem de um ribeiro    céu e terra contemplava.
  4   Nas águas que ali corriam    via-se ela retratada,
     e dos mirtais e roseiras    que o ribeiro refrescava,
  6   uma capela tecera    para a Senhora da Orada.
     Tecida que era a capela,    logo dali se ausentara,
  8   levando no seu regaço    o filhinho da su` alma.
     Indo em meio do caminho    grande calor apertava;
  10   água o menino pedia,    mas sua mãe lha não dava,
     que d` entre aquelas restevas    olho d` água não brotava.
  12   Crescia a sede, crescia,    e então a Virgem parara.
     Lança olhos à ventura,    vê uma rocha escarpada,
  14   onde o sol dava de face    com tal ardor, que crestava.
     Palavras que a Virgem disse    logo pelo céu entraram,
  16   e o rochedo, que as ouvira,    em fonte se transformara.
     O caso é que em bem pouco    água tão fresca jorrava,
  18   que aos pés da santa corria    como quem lhe os pés beijava.
     Bebendo que era o menino,    toda a fonte se cercava
  20   de alecrins e manjeronas    e rosas de toda a casta.
     Desde então ficou a fonte    chamada "A Fonte Fadada".
  22   Dera-lhe a Virgem três chaves,    uma d` oiro e as mais de prata,
     uma para ser aberta,    outra para ser fechada,
  24   e outra para ali guardar    almas puras como a água.
     Das almas que a Santa Virgem    muitas vezes lá guardava,
  26   ficou o povo chamando    à fonte "A Fonte das Almas".

Nota: ****Se trata de una imitación del estilo popular.

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