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Minha mãe mandou-me à fonte, à fonte do salgueirinho, |
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mandou-me lavar a cântara com flor de rosmaninho. |
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Eu lavei-a com areia e quebrei-lhe um bocadinho. |
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--Anda cá, ó perra traidora, aonde tinhas o sentido? |
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Não o tinhas tu na roca nem tão-pouco no sarilho; |
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tinha-lo naquele mancebo que anda de amores contigo. |
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--Minha mãe, não me bata com bara de marmeleiro, |
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que eu estou muito doentinha, mande-me chamar o barbeiro.-- |
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O barbeiro já lá vem com a lanceta na mão, |
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para sangrar a menina na veia do coração. |
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--Mal hajas tu, barbeiro, e mais a tua picada, |
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que sangraste a menina na veia mais delicada.-- |