Pan-Hispanic Ballad Project

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2963:1 O Velho, o Rapaz, e o Burro (estróf.)            (ficha no.: 2927)

Versión de Rabo de Peixe (isla de S. Miguel, Açores, reg. Açores, Portugal).   Recitada por Teresa Ferreira (69a). Recogida en West Warwick, Rhode Island por Manuel da Costa Fontes, 23/02/1978 (Archivo: ASF; Colec.: Fontes NI 1978). Publicada en F.E.R. L-B Nova Ing. 1980, nº 145. Reeditada en Costa Fontes 1997b, Índice Temático (© HSA: HSMS), p. 392, Z11.  036 hemist.  Música registrada.

     O mundo ralha de tudo,    tenha ou não tenha razão;
  2   vou-vos contar uma história    em prova desta asserção.
     Partindo um velho campónio    do seu monte ao povoado,
  4   levando um neto que tinha    no seu burrinho montado,
     encontra uns homens que dizem:    --Olha aquele que tal é!
  6   O tamanhão do burrinho    e o pobre pequeno a pé!
     --Eu me apeio.-- diz, prudente,    o velho, de boa fé
  8   vai o burro sem carranca    e vamos ambos a pé.
     De tudo nos têm ralhado    e agora o que mais nos resta:
  10   peguemos no burro às costas,    façamos `inda mais esta.--
     Pega no burro o bom velho,    pelas mãos ergue-o do chão;
  12   pega-lhe o rapaz nas pernas    e assim caminhando vão.
     --Olhem dois loucos varridos!--    ouvem com grande sussurro.
  14   --Tornando o mundo às avessas,    tornados burros do burro!--
     Então o velho pára e exclama:    --Do que observo me confundo;
  16   por mais que a gente se mate    nunca tapa a boca ao mundo.
     Rapaz, vamos como dantes,    sirvam-nos estas lições;
  18   é mais que tolo quem dá    ao mundo satisfações.--

Véase A[arne]T[hompson] 1215

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