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****La mulher do almocreve, a um frad` alcovitada, |
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`stando seu marido longe, em casa lhe deu intrada. |
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Quer de dia, quer de noite, como com ele casada, |
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e disto a vizinhança cramava injuriada: |
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--Deixem chegá lo marido, esta lhe será contada.-- |
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Palavras não eram ditas, seu marido na portada. |
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--Ai, marido-- lhe diss` ela, logo com el` abraçada, |
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--desta vizinhança má anda la gente afrontada. |
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Dizem que teu chapéu novo é coisa de gargalhada |
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por não intrar nem sair na tua grenha riçada.-- |
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Bem sabia la mulher como dava la pedrada; |
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acertou com el` em cheio, onde la quis acertada. |
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Seu marido, chapéu posto e cabeça levantada, |
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salt` a meio do terreiro e dá fal` assim falada: |
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--Que toda la vizinhança fique bem desinganada: |
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se lo invejam por novo, sigam la mesma pisada. |
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Quer sim quer não, entr` ou saia, ninguém com isso tem nada; |
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ninguém s` importe d` eu ter la minha grenha riçada.-- |
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Las vizinhas, que tal ouvem, ficaram boca tapada; |
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lo marido, no engano, e la mulher, descansada. |